Conexão Seattle escrita por Karmen Bennett


Capítulo 12
Paraíso proibido


Notas iniciais do capítulo

Oi!! Então esse cap iria se chamar Id secreta ou algo do tipo mas respondendo aos reviews eu percebi que essa musica do Strike é perfeita pro cap! MaS eu queria agradecer a recomendação da Yasmin Carvalho!! Brigada flor eu amei de mais! E tbm a lindíssima recomendação do Jan la em Amor e Orgulho amanhã eu posto o epilogo e encerro ela.... Queria agradecer tbm a td mundo que esta comentando eu amo respoder reviews e até msm tirar duvidas... Em fim, nesse cap, ah falar estraga né? Boa leitura e nos vemos la em baixo!!
TEM UMAS CENAS MEIO HOT POR AI....



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A guitarra que Griffin tocava anunciava as notas iniciais de Dont let me get. Logo depois a voz de Sam ressoou pelas paredes laranja. A escolha da música fora de Shelby. Todos concordaram, era melhor que fizessem o teste com algo que as pessoas já estivessem acostumadas a ouvir.

Por trás do vidro escuro eles podiam sentir os olhares críticos e avaliadores sobre eles. Acharam que cantar num estúdio seria mais fácil do que pensaram. Não foi. A ansiedade tomava conta deles e olhar daquelas pessoas não ajudava muito. Haviam outros músicos tocando, mais as atenções estavam sobre eles. Ainda assim, foram muito bem.

Não se sabe se era por que estavam tocando com instrumentos novos, mas Sam nunca vira os amigos tocar tão bem. Griffin fez um solo de guitarra incrível e Shelby e Jonah não ficaram atrás.

Sam não entendia o que havia de errado com ela. Shelby sempre fora uma garota com gostos estranhos para namorados, fato do qual ela muito caçoava da amiga. Mas ela sempre gostou de caras descolados e do tipo “bad boy” e se perguntava como podia achar Griffin tocando aquela guitarra muito menos atraente do que um mauricinho com uma câmera nas mãos e um linguajar ridiculamente nerd.

Ao fim do teste, foram chamados a uma minúscula sala de reunião com uma decoração pra lá de cafona e cheirando a café e cigarro. Haviam poucas pessoas trabalhando ali, e não fosse a gravadora estar na cidade a cinco anos, diriam se tratar de estelionatários.

A loira alta e magra, de com um corte masculino, olhou Sam de cima a baixo e depois de reconhecê-la do web show, e a tratou desde então como uma ninguém. Não dirigiu mais um único olhar para ela enquanto falava, como se ela não existisse.

Sam sentou ao lado de Brad e pôde jurar que viu uma olhada dele para Shelby. Será que ele finalmente tinha se tocado? A mulher loira perguntou se eles eram servidos de alguma coisa, e tendo todos negado exceto Jonah que aceitou o café e os biscoitos oferecido, ela começou a falar.

–Como já sabem, me chamo Helena Parker, e estou aqui hoje para dizer como as coisas funcionam. Gostamos de gente pontual, comprometida e muito profissional. Cantar pode ser divertido, mas se querem ganhar dinheiro tem que fazer com responsabilidade.

Sam se perguntou por que ela preferia ficar de pé enquanto o outro homem baixinho e gordo ficava sentado ao lado do empresário, Gerson W. que lhes conseguiu o teste. Sentia grande antipatia por ele. Depois de quase uma hora filosofando sobre a arte de assinar com a gravadora mais furreca da cidade, a mulher os liberou sem dar chance deles se pronunciarem, dizendo que tinham uma semana para pensar.

Era por volta de meio dia, quando sentaram numa praça depois de comprarem cachorro-quente em uma barraca próxima a gravadora. Silencio. As condições foram absurdas. Eles queriam explora-los e não tinham prestigio nem suporte algum para alavanca-los. Mas eram tudo o que tinham, e em termos de segurança, era melhor que os show independentes que faziam em bares suspeitos.

–A gente assina um contrato de um ano e enquanto isso procura por coisa melhor... –Começou Shelby.

–Aquela mulher não gosta de mim. –Começou Sam. –Não sei não...

–Talvez por você ter adiado o teste duas vezes... –Disse Jonah visivelmente aborrecido.

–Seu desespero não é problema meu. Isso é perigoso gente, perderemos nossa independência pra alguém que nem ao menos vai com a cara da vocalista?

–A Sam ta certa. –Sentenciou Brad. –Sem falar naquele empresário, que em um mês vai me querer tirar da jogada.

Sam concordou com um aceno.

–Mas tem que ser consensual. –Disse Sam de boca cheia.- Se vocês toparem, podemos ficar com a ideia da Shelby.

–Um ano. –Assentiu Jonah. -Eu concordo.

–Então só falta você, Griffin. O gato comeu sua língua, foi?

–Não concordo. Pra mim são um bando de aproveitadores. Somos bons, encontraremos coisa melhor.

–Ok, então são três contra dois, não assinamos. –Sentenciou Brad.

Shelby lhe lançou um olhar enigmático. Jonah pôs o cachorro quente na boca de vez. Já estava ficando farto de Sam sempre obter apoio dos outros garotos. Ela tinha a droga de web show, e eles? Quando achariam coisa melhor? Achou que com a saída de Michael teria mais espaço, mas Griffin se tornou o vocal de apoio e ele mais uma vez foi jogado para escanteio. Ta bom que cantava mal, mas e daí?

–Estão sabendo do concurso? –Perguntou Shelby. -O que vai escolher a banda pra abrir o show de uma banda?

–To, e com certeza vamos participar! –Disse Brad animado.

–E com certeza vamos perder! –Jonah imitou sarcasticamente o tom de Brad.

–Dessa vez concordo com o Jonah. –Interveio Griffin. - Todo mundo sabe que quem vai ganhar já ta certo isso é só pra pegarem o dinheiro das inscrições.

–Mas vai ser um show aberto ao público –Disse Shelby. -a cidade toda vai, é uma ótima chance de nos divulgarmos!

–Então, pra mim tudo bem –Sugeriu Sam - Mas agora vou pra casa, mais tarde tenho q

–Gravar o Conexão Seattle. –Disse Jonah. –Sabemos.

Um clima tenso se instalou desnecessariamente entre os cinco. Sam levantou, e ajeitou sua roupa e cabelos. Brad tentou evitar seus olhares costumeiros se detendo em algo a muitos metros a sua frente.

–Thau. –Disse se pondo a caminhar em direção ao ponto de ônibus.

–Espera eu vou com você.

Antes de se levantar a surpresa: Shelby deu um selinho em Brad arrancando gritinhos dos demais.

–Wow! –Exclamou Jonah sorrindo desfazendo a cara mau humorada. –Desde quando?

–Desde vinte e cinco de não te interessa do ano de não é da sua conta! – Respondeu Shelby.

Sam ainda sorria aparvalhada. Brad, como sempre se mostrava desconcertado, mas acima de tudo decepcionado pelo sorriso feliz e sincero de Sam. As duas se afastaram em direção ao ponto de ônibus entre risinhos.

–Me conta essa história ai, Brad! –Jonah tinha certo brilho lunático nos olhos.

–Ah, a gente ta saindo, sabe? Nada sério...

–Sorte sua. –Disse Griffin. –Eu to numa seca que parece até maldição.

–Vai ver a Carly é mandingueira... -Observou Jonah.

–Que nem tua vó?

–Hei, parem vocês dois. –Pediu Brad. –Nem tudo de ruim que acontece na vida é resultado de mandinga... E alem do mais, você é quem não se esforça, Griffin.

–Sei não... Sempre suspeitei daquela pinta de cigana da Carlota!

–Você se acha o que, o rei da comédia? E você também? Depois da Bia do beco você não pegou mais ninguém, e já faz seis meses.

–Estou fechado pra balanço.

A conversa sobre garotas durou algumas horas. Do banco da praça foram para um bar, e depois para casa. Apesar de brigarem muito, e raramente concordarem em algo não podiam negar que se divertiam trocando informações.



–Você o que? –Perguntava Sam.

–Sam, eu não soube como dizer não...

–Você só pode estar de brincadeira. Você não é a Shelby Marx que eu conheço, o que há com você?

Assim que entraram em casa, Sam pediu detalhes sobre o romance com Brad. Ele havia pedido a ela para que ela o ajudasse a fazer ciúmes em Sam fingindo um namoro. Ela aceitou achando que conseguiria conquista-lo.

Agora a morena estava sentada no sofá com a loira andando atônita de um lado para o outro digerindo aquelas informações. Sua amiga, mais durona que ela se sujeitando a algo assim?

–Você pirou! –Exclamava -E eu não concordo com isso aquele idiota ta te usando.

–E eu to usando ele! –Ela elevou a voz -To contando pra você, é chumbo trocado!E sinceramente? Você não tem nada com o que concordar! Obrigada sei que quer me ajudar, mas daqui pra frente sou só eu e ele!

Sam tomou o rumo do seu quarto. Não deixou de soltar uma gargalhada fraca, quem era ela para criticar atitudes transloucadas? Fez um coque no cabelo enquanto falava caminhando.

–Pra frente, pra trás e pros lados eu é que não quero conta com as loucuras dos outros quando já tenho as minhas para me preocupar!

–Do que esta falando?

Sam já havia entrado no banheiro. Nada do que falasse adiantaria, mas não gostava de ver a amiga naquela situação.Sentiu a consciência pesar e se perguntou se não estaria sendo egoísta. Abriu um pouco a porta e gritou para a garota que já estava deitada no sofá da sala.

–Mas pensa se isso vale realmente a pena, ta?

Quando a água quente bateu em seu corpo, deixou a mente vaguear. Somente uma pessoa vinha em seus pensamentos, alguém com quem se encontrava secretamente a duas semanas. No começo a pretexto de ajuda-lo, depois as coisas mudaram de rumo. Se encontravam três dias na semana, no apartamento de dele.

Nos últimos dias, Freddie mal falava de investigação ou do pai e passava a maior parte do tempo beijando-a ou vendo filme com a loira no sofá. Geralmente se encontravam ao fim da tarde, quando a mãe do garoto não estava no apartamento. O mais absurdo da situação é que esse era o único lugar onde podiam ficar juntos.

Sam não gostava de admitir que estava gostando daquilo, e afirmava pra si mesma que fazia com ele o mesmo que ele fazia com ela: Se divertia e passava o tempo, afinal era uma relação da qual não podiam exigir nada um do outro e ninguém sabia.

Na escola, ou nos demais ambientes públicos fingiam a frieza de sempre, e evitavam o máximo possível olhar um para o outro devido ao risco de se entregarem com algum sorriso involuntário. Aquilo era perigosamente bom.

Mas cada vez que pensava nele sentia um frio assustador na barriga e um leve disparo nos ritmos cardíacos. Não gostava disso. Gostava de ser fria, não se importar com ninguém, mas não conseguia se manter indiferente ao ver projetado em sua frente o garoto que ela mais maltratou e humilhou desde que pusera os pés no Ridgeway. Sentia-se tomada de um desespero mortal quando pensava nisso.


Cozinhar nunca foi o forte de Freddie. Mas ele sabia que se teria visitas a tarde, tinha que se preparar. Preparava um risoto de frango quando sentiu que alguém o observava.

–Oi, mãe.

–Seu pai gostava de cozinhar, sabia?

–Não. –Ele sorriu sem tirar os olhos da panela. -Que tipo de comida?

–Doces. Era uma formiga! Mas não acha que esta cozinhando demais?

–Vou levar um pouco pro Spencer e pra Carly mais tarde na hora do...

–Freddie ainda grava aqueles vídeos com a Carly e aquela delinquente que já devia estar presa?

–Ela não é uma delinquente.

–É impressão minha ou está defendendo ela?

–Só estou dizendo que não me misturo com delinquentes, se ela o fosse já teria me afastado.

–Agora esta me dizendo que anda com ela por que quer?

–Estudamos na mesma escola mãe, como não quer que eu fale com ela?

–Não falando! Nem com ela nem com ninguém que more naquele esgoto da cidade!

Freddie sentiu o rosto afoguear. Passou a vida inteira ouvindo a mãe falar mal e lhe incitando ódio a pessoas que nunca lhe fizeram mal algum. Mas nunca foi um problema, ao contrário até concordava, já que aliava a ausência dos pais a essas pessoas. Mas agora, ouvir a mãe se referir a Sam daquele jeito lhe despertava certa ira.

–Eu já vou, e você me entendeu, sim querido?

Ele apenas soltou um murmúrio enquanto mexia furiosamente a panela. Um murmúrio que não representava absolutamente nada. A mulher o fitou desconfiada por um bom tempo e se afastou. Sabia que aquilo havia sido um não.

Freddie ouviu os passos da mãe se afastando. Uma ideia terrível lhe passou pela mente. Se queria saber do passado do pai e possíveis relações suspeitas com quem travava, por que não da uma espiada nas coisas da mãe? Parecia horrível, mas era preciso, e se era para fazer algo tão horrível que fosse sozinho.

Terminou o preparo do risoto, esperou alguns minutos para ter certeza da distancia da mãe e foi até o quarto. Sentiu o coração pesar. Respirou fundo e começou a vasculhar as gavetas. Pedindo a Deus para não achar nada que expusesse a intimidade da mulher.

Primeira gaveta: meias. Segunda: Remédios. Terceiras: Remédios: Quarta: Seringas e agulhas. E assim foram quase todas as gavetas, portas de armários e caixas. Roupas e objetos hospitalares. Exceto uma gaveta próxima a cômoda. Estava trancada!

Uma duvida cruel tomou conta de Freddie. Havia alguém que poderia abrir a gaveta em alguns segundo sem deixar marcas de arrombamento. Mas será que já não estava indo longe de mais? A mãe a chamava de “rata do subúrbio” seria traição de mais. Mas era preciso. Assim que saíssem do apartamento de Carly, pediria ajuda a Sam.


–O Conexão Seattle de hoje vai falar sobre o assunto preferido da maioria das mulheres. Não, não é homem, hoje falaremos sobre:

–Pedras preciosas! –Completou Sam.

Fazia alguns minutos que Freddie estava tenso atrás da câmera vendo as garotas com pedras colorias nas mãos fingindo ser rubi, esmeralda, diamante e outras que ele não lembrava o nome. Sam estava linda, e era um martírio não poder beija-la na frente de ninguém. E ainda ter que fingir que se odiavam.

–Existem as pedras preciosas.

–As semipreciosas.

–E as que só servem pra atirar nos manés. Sem ofensa aos presentes.

–Haha muito engraçada. –Disse o garoto aborrecido. –Ah não esquece de dizer que se alguém tiver alguma é pra esconder caso você apareça!

–Esconder no seu...

–Ta bem, já chega. Freddie edita essa parte.

Ele não editou. Até queria, mas Sam estava linda de mais para ser cortada de qualquer parte. Sentia raiva de si mesmo. Havia Carly, e varias outras garotas lindas e normais e ele se pegava gostando de alguém como Sam? Agressiva, boca-suja e que vivia lhe destratando. E quando ela saísse de la, como o mané a retribuiria? Com risoto! As brigas não eram inventadas, eram reais, algumas coisas não mudaram entre eles. Discutiam até mesmo quando estavam sós. Estudos científicos aprofundados poderiam confirmar que aquilo era da natureza deles, quase tão necessário a suas vidas quanto o oxigênio.

A gravação terminou com uma esquisita massagem em um urso de pelúcia a base de algumas pedras e seus poderes terapêuticos. Elas afirmavam que o urso sofria com grande carga de stress após ser rejeitado por uma ursa ao descobrir que ele era de pelúcia.

Sam desceu pelo elevador após se despedir de Carly e ignorar Freddie. Esse, ficou mais um tempo no sótão conversando com Carly que parecia anormalmente agitada. Tinha um brilho esquisito nos olhos, Sam até perguntou o que havia, mas ela afirmou que não era nada de mais.

–Carly, agora que a Sam saiu, me diz, o que há?

–Nada. É que meu pai não liga há alguns dias, e o Spencer falou que ele esta sofrendo certa pressão por conta de uns rumores...

–Que rumores?

–Eu não sei, e é isso que me deixa nervosa. Eu to indo pra casa da Wendy, você não vai mesmo?

–Não. Tenho que editar o vídeo. E estudar.

–Tudo bem.

Carly se levantou ajeitando o cabelo e o vestido e pressionou os botões do elevador. Quando as portas do mesmo se abriram, ela adentrou acenando para Freddie. Não deixava de achar que havia algo errado. Ele era caseiro, mas ultimamente estava exagerando.

Quando a morena desceu, ele ainda permaneceu mais algum tempo no sótão editando vídeos.

Já escurecia quando Carly saiu do elevador no térreo onde Gibby a esperava na portaria. Lewbert, o porteiro mala havia saído e ele estava encostado no balcão sem ninguém gritando para ele sair da sagrada portaria. Sorriu ao ver a amiga e se aproximou forçando um ar atraente.

–Esta linda!

–Cadê o Freddie? –Perguntou Missy levantando de uma poltrona próxima a mesa de Lewbert.

–Não vem.

–Vou chamar ele. –A ruiva já se dirigia ao elevador.

–Ah nem adianta eu tentei o dia todo, e ele não quis. –Disse segurando-a pelo pulso. -Deixa ele, insistir só vai irrita-lo. E nos atrasar.

A ruiva assentiu com um ar aborrecido. O que havia de errado com ela para Freddie não gostar dela? Era bonita, elegante e inteligente e bajulava a chata da mãe dele como podia, e em troca só recebia desprezo. Acompanhou os amigos pela rua onde entraram no carro da mãe de Gibby. No banco traseiro, encarou Carly buscando respostas.

–A Sam veio gravar hoje? –Perguntou como quem nada queria.

–Veio sim. –Carly verificava alguma coisa em seu celular.

–Ela e o Freddie ainda estão implicando muito?

–Mais do que nunca!

–Que chato!

Missy ocultou um sorriso de alivio. Ao menos havia conseguido afastar a loira. Depois do beijo que presenciou, chegou a pensar que Sam representava uma ameaça, mas sentiu que estava enganada. Graças a mentira dela, os dois voltaram a brigar e se odiavam mais do que nunca. Suspirou regozijando-se.



Alguns minutos após Carly sair, Freddie desceu pelo elevador enquanto mandava uma mensagem para Sam. Ela o aguardava no corredor. Assim que abriu a porta de Carly, caminhou a sua procura. Ela estava sentada escada de incêndio. Abraçou a loira por trás e aspirou seu perfume afundando o rosto no pescoço da loira. A pele da garota se arrepiou por inteiro e ela sentiu o rosto afoguear quando ele lhe deu um beijo no pescoço. Se perguntou quando foi que ele havia ficado tão saído.

–Freddie, ficou louco? –Perguntou afastando. – Me solta alguém pode aparecer.

–Ok. –Disse soltando-a. –To te esperando la em casa.

Ela não respondeu. Voltou a olhar a paisagem disfarçando um sorriso. Alguns segundos depois dele ter saído, foi ao apartamento do garoto. A porta estava entreaberta. Sam começava a achar aquele jogo perigoso. Mesmo nerd, ele era um garoto e já havia mostrado que não era tão santo quanto parecia, e respeito é algo que só se tem quando se da ao respeito primeiro. Mas se não fosse ali, onde seria? No shopping? Na escola?

Entrou e fechou a porta devagar. Ele estava na cozinha, depositando alguma coisa em um prato. Se aproximou curiosa e viu um belo prato sendo servido na mesa.

–Isso é pra...

–Você. Gosta?

Ela sentou satisfeita arrastando o prato para junto de si. Seria capaz de pedir Freddie em casamento de tão boa que estava a comida. Ele exibia uma expressão assustada com a forma que Sam devorava rápido o prato cheio. Suspirou aborrecida e se pos a comer mais devagar.

–Desde quando cozinha? –Perguntou quando terminou de devorar metade da travessa.

–Não é só você que fica sozinha em casa. E então como foi na gravadora?

Sam admirou-se com a pergunta. Pareciam até um casal jantando após um dia de trabalho, contando como foi o dia de cada um. Sorriu involuntariamente.

–Normal. Aproveitadores querendo explorar. Recusamos.

–Mas no começo sempre vai ser assim. –Ele deu de ombros. –Mas vocês é quem sabe.

Um silencio um pouco constrangedor se fez ouvir. A cada vez que pensavam no que estavam fazendo sentiam vergonha deles mesmos. Eram inimigos, e compartilhavam com seus grupos ideias terríveis uns sobre os outros. Aquilo era falsidade, deslealdade, e traição.

–Como vai as suas investigações? –Perguntou com um ar um pouco debochado.

Freddie mergulhou num silencio profundo. Não sabia se devia mesmo fazer aquilo. Fitou a loira que o olhava esperando a resposta, e constrangida pela pergunta.

–Preciso da sua ajuda em uma coisa.

Ela levantou as sobrancelhas a espera do pedido que não veio. Ele se levantou e a puxou delicadamente pela mão. Sam sentiu o coração gelar, sempre sentia, geralmente passavam de duas a três horas trancados no quarto de Freddie conversando ou se beijando, questão de segurança. Freddie sempre se mostrava respeitoso ao extremo e tinha compreensão da situação, do fato daquela ser a única forma de se encontrarem, e uma vez que pisasse na bola, avançando o sinal, poderia perdê-la.

Mas desta vez ele a conduziu a outro quarto, o de sua mãe. Maior e excessivamente arrumado, do tipo que dói os olhos não ver nem mesmo um fio de cabelo no chão ou uma mínima ruga no lençol.

Freddie aproximou-se da cama e sentou apontando uma gaveta na cômoda. Sam entendeu o recado. Retirou um grampo do cabelo, e pos na fechadura da gaveta. Em poucos segundos, a abriu. Dentro haviam papeis, fotos, e envelopes de cartas.

–Freddie, tem certeza de que isso é certo?

–Não. Isso é extremamente errado.

Sam se afastou enquanto ele lia os papeis e observava as cartas. Eram cartas de do pai, coisas tolas e fotos deles dois juntos. Deteve-se em uma foto cortada. Uma foto de formatura, havia um rosto cortado. Outras fotos assim foram surgindo. Sempre um rosto cortado, e o corpo riscado sem ser possível reconhecer. Nas fotos estavam o pai, a mãe, e alguns pais dos amigos. A pessoa cortada estava sempre ao lado de Marissa ou de Frederik.

–Freddie?

Ele fechou a gaveta com um semblante carregado.

–Pode tranca-la de novo?

Sam aproximou-se novamente e fez o que ele pediu. Mirou o garoto e sugeriu que saíssem dali. Quando estavam no quarto de Freddie, o garoto conservava a mesma expressão confusa e desolada. A mãe escondia segredos?

Teve de puxa-lo pela mão para que ele se levantasse. Ajeitou a parte da cama onde ele havia sentado e o conduziu até o quarto dele. Dessa vez ela mesma fechou a porta. Se ele confiava tanto nela por que não podia confiar nele?

–Freddie, ta tudo bem, quer que eu va embora?

Em silencio, ele sentou na cama com as pernas esticadas trazendo Sam com ele. A fez sentar ao seu lado com a cabeça apoiada em seu peito. Afagou seus cabelos enquanto pensava. Ela estava de olhos fechado e, e embora apreensiva parecia gostar do momento tanto quanto ele.

–Sam, quer viajar comigo?

–Como é?

–Próximo fim de semana. Inventamos um Conexão Seattle na praia, e vamos.

–Pra que?

–Quero visitar a casa de praia dos meus pais. Viu aquelas fotos cortadas?

–O que tem?

–Sei que tem muita coisa dos meus pais guardada por la. Talvez exista alguma não cortada. –Ele deu um longo suspiro. -Esta tudo tão confuso Sam. Não desconfio da minha mãe, mas o que significa tudo isso?

Sam não fazia a menor ideia. Não queria estar no lugar dele. Parecia até filme de terror, uma gaveta trancada com fotos cortadas ocultando uma identidade.

–A gente vai. –Disse animada. -Mas vamos ter que levar a Carly. E algum adulto.

–Podemos pedir ao Spencer!

–Parece bom. Vamos na sexta a noite, voltamos no Domingo a tarde. Damos um perdido neles, e vasculhamos as coisas dos seus pais.

Freddie soltou um riso fraco.

Sam reparou que Freddie conservava seu ar preocupado. O que o fizera voltar a ficar assim? Parecia bem melhor nos últimos dias. Levantou o tronco, e passou um dos braços em volta do pescoço dele olhando em seus olhos.

–Não desconfia da sua mãe não, nerd. Ela é mala e maluca, mas deu pra perceber no vídeo de casamento que ela amava seu pai. Seria incapaz de fazer mal a ele.

–É. Eu sei. Mas talvez exista alguma coisa que ela não tenha me contado por outro motivo. Não custa saber não é?

A loira assentiu sorrindo.

A atenção de Freddie agora não estava mais em lugar algum que não fossem os lábios que ele tanto amava. Rosas, macios e desenhando um sorriso gracioso. A loira exalava um aroma suave e convidativo enquanto o encarava mirando seus lábios.

Colou delicadamente sua boca a dela e procurou um encaixe com o qual pudesse sugar seu delicioso sabor . Todas as suas preocupações se dissiparam. O beijo calmo e doce foi tornando-se mais urgente e caloroso. Girou fazendo-a deitar a cabeça sobre os travesseiros ficando por cima e desta vez ela não levantou. Eram beijos cada vez mais intensos e envolventes. Suas línguas entrelaçadas moviam-se cada vez mais depressa em meio ao fogo que crescia entre eles. Quando o ar faltou, Freddie percorreu um caminho de beijos pelo pescoço da loira alisando sua cintura.

Com a janela e portas trancadas o único som que se fazia ouvir no quarto era o do colchão sendo amassado suavemente e dos beijos e suspiros cada vez mais elevados de ambos.

Sam sentia arrepios prazerosos por todo o corpo a medida em que sentia as mãos grandes e macias de Freddie em seus braços, nuca, e cintura. Queria resistir, mas não conseguia. Os beijos quentes do garoto em seu pescoço a fazia querer soltar gemidos. Mordia os lábios e buscava forças arranhando a nuca do garoto. Sentiu ele se ajeitar por cima dela entrelaçando suas pernas e apoiando o corpo nos cotovelos. Os beijos agora eram quase selvagens e Freddie realmente estava se sentindo o próprio conde Drácula, mordendo de leve seu lábios inferior e seu pescoço. Sentiu o desejo invadir seu corpo de forma gritante quando sem querer, ele escorregou um dos cotovelos encostando seus corpos ao ponto de sentir suas intimidades se tocarem bem no meio de um beijo fervoroso.

–Já chega. –Disse empurrando o garoto bruscamente e saindo de baixo dele.

–Me desculpe. –Pediu se recompondo. –Acho que exagerei.

Sam abria a janela para tomar ar. Todo ar da cidade parecia pouco. Como desejava voltar para aquela cama! Tanto que esperou alguns minutos antes de se voltar para o garoto. Se perguntava se Freddie realmente iria até o fim caso ele não o empurrasse.

–Sam, me desculpa. –Ele se aproximou. –Eu gosto de você, não queria te aborrecer.

Sam não podia culpa-lo, era um adolescente, como ela. E também por que Freddie provavelmente não imaginava que ela ainda era virgem. Não podia esperar ir para a cama dele sem que ele tentasse nada. Não estava decepcionada, apenas surpresa e assustada. Não com ele, que já havia tentado amassos mais ousado antes, mas com ela que nunca na vida desejara tanto alguém.

–Tudo bem. –Ela virou-se sorrindo. –É só que...

–Não precisa se explicar. –Alivio é pouco para descrever o que ele sentiu ao vê-la sorrindo. -Vamos ver um filme, comportados, sim?

–Não, eu vou pra casa... Já ta tarde...

–Eu te pago um taxi.

–Ta pensando que eu sou o que?

–Alguém com quem eu quero passar mais tempo junto!

–Mas não pode comprar isso!

–É mas você vem na minha casa, quando eu poderia ir na sua, é uma forma de recompensar...

Sam já abria a porta e saia em direção a sala e falava enquanto se arrumava

–Não pode, la tem a Shelby e você chama muita atenção. Sabia que fomos visto na semana retrasada?

–Fica...

Sam coçou a cabeça pensativa. Freddie parecia uma criança. Queria ficar, mas tudo era mais fácil para ele. Não ia deixa-lo gastar com taxi, poderiam se ver outra hora. Aproximou-se gentilmente dando-lhe um selinho rápido.

–Até amanhã, Freddie.

A porta se fechou estrondosamente. Freddie viu a bagunça na cozinha que a loira deixou para ele limpar. Sentiu-se mal por ter exagerado tanto com ela. Não era o fato dele acreditar que ela era uma garota mais experiente que o fazia agir assim. Isso não era do seu feitio, respeitava ela e não queria que ela se sentisse como uma qualquer. Mas de fato não conseguia se controlar. Sam despertava nele seus desejos mais intensos, com um simples olhar, ou mesmo com um tapa.

Se recusava a pensar onde tudo isso podia parar.



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Notas finais do capítulo

É isso amiguinhos pfv não deixem de comentar, sim? Espero que vcs tenham gostado eu gostei de escrever ele!! Bjos e até mais!!