Eu queria perguntar ao Fred quem era a tal garota de que eles estavam falando. Apesar de que uma voz falava na minha cabeça que poderia ser eu. Ele havia me oferecido o chocolate, e disse que a garota não aceitaria nada facilmente, o que é outra coisa que comprovaria que poderia ser a morena aqui. Mas tinha o fato que eles falaram que a menina estava caindo pelo Malfoy. E pode acreditar que não era eu. O fato é que a curiosidade me consumia cada vez mais. Aquele chocolate estranho, que o Fred queria que eu comesse o mais rápido possível. Fui tola em acreditar que poderia achar a resposta para todas essas questões sozinha. E a minha única saída era perguntar ao próprio garoto ruivo chamado Fred o que isso significava. E lá fui eu.

Cheguei ao salão comunal e os gêmeos estavam em um canto conversando. O foco da conversa foi para as Gemialidades Weasley. Eu não sabia se eu suspirava aliviada ou ficava mais curiosa. Lino também estava ali, e eles pareciam entretidos em uma conversa muito importante. Tomei coragem e cheguei mais perto.

- Fred – tentei controlar minha curiosidade, - pode me acompanhar, por favor?

O Lino e George me fitaram como se eu tivesse problema. Estavam me analisando. Não gostei muito disso. Mas o Fred se levantou rapidamente, colocando um braço em volta do meu ombro, me obrigando a ficar mais perto e sentir o cheiro delicioso que ele emanava. Sorri para ele. E é claro que seu irmão e amiguinho entenderam isso erroneamente, como sempre, é claro.

- Vão para a sala precisa? – George deu um sorrisinho irônico.

- E eu pensava que você era toda certinha, Granger. – Lino gargalhava. – O mundo não está mais o mesmo.

-Calem a boca, vocês dois – Eu e Fred falamos juntos, me surpreendendo.

George pareceu extremamente ofendido, até levou uma mão ao peito, parecendo uma visão cômica de uma mocinha em um filme clichê.

- Esse era o meu trabalho, sabe-tudo. – Ele disse.

- Ui, ui. Estão até falando sincronizados – Lino riu com a própria piada. – Quero ser o padrinho do casamento.

Suspirei pesadamente. Não tem como discutir com esses dois. Então passei meu braço pelas costas do Fred e saímos pelo quadro da Mulher gorda.

- O que você quer? – Ele perguntou se afastando de mim.

- Aqui não – Respondi. – Preciso de um lugar mais reservado. É importante.

Ele fez uma careta. Ao que parece, já sabia do que eu iria falar. Nós andamos até o terceiro andar, onde eu encontrei uma sala vazia.

-Abaffiato – Murmurei assim que entramos na sala para, no caso de George ou Lino nos seguir, não ouvissem nossa conversa.

-Mas que...? – Fred tentou perguntar, mas eu não deixei.

- Olha, só quero saber umas coisas, e você me deve, sim, uma explicação.

- O que você quer?

- Direto ao ponto – Comecei – Eu quero saber o que tinha naquele chocolate, que você me ofereceu no trem vindo para cá.

Ele suspirou.

- Próxima pergunta –Disse.

- Hum, tá bom – cedi. – Essa era a mais simples... Tá bom, eu ouvi a sua conversa com o George mais cedo.

Ele parecia atordoado, em pânico. Fingi não perceber e continuei:

- Bom, vocês dois estavam falando que alguém está caindo pelo Malfoy, e que você está tentando proteger essa pessoa... Eu poderia ajudar, você sabe, né?

- Não precisa – Ele tentou fugir, e eu agarrei seu pulso. – Me solta, menina.

- Não até você me dizer.

- Algumas coisas têm de ser ditas no seu devido tempo. – e se desvencilhou.

Observei ele ir embora, e eu fiquei ali, parada, tentando entender algumas coisas. Desfiz o feitiço que estava naquela sala, e saí.

Suspirei pesadamente, e comecei a caminhar até o salão comunal da Grifinória, quando dei um encontrão em alguém, fazendo cair todos os seus livros. Olhei para a pessoa antes de lhe ajudar a juntar as suas coisas. Era Draco Malfoy. Tinha olheiras roxas profundas de quem passa a noite inteira estudando. O cabelo estava desgrenhado, sem o costumeiro gel que ele costumava passar no cabelo. E ele estava mais pálido que o normal. Ajudei-o a juntar seus livros. E o mais incrível aconteceu.

- Obrigado, Granger – Ele disse.

Dei um leve sorriso.