Capítulo 11- Thalia

            Percy sorriu para a prima. Thalia Grace, sua prima “chata” estava em sua frente, os dois estavam sentados na cama da garota conversando. Após sua chegada a casa dos Grace, Percy e Sally cumprimentaram Zeus, Hera e Jason, seu primo irmão mais novo de Thalia. Este último o apresentou à namorada, Piper, uma garota muito bonita por sinal. Depois de já ter cumprimentado todos, Percy seguiu Thalia em direção ao seu quarto. Os dois sempre foram muito amigos e sempre tiveram muita liberdade para falaram sobre seus segredos entre eles.

            Agora os dois estavam sentados um de frente para o outro se encarando. O assunto morrera por alguns minutos, minutos estes que logo seriam quebrados por uma fala de um dos dois primos, que não conseguiam ficar muito tempo sem conversar sobre algo. Dito e feito. Logo Percy já quebrava o silêncio temporário que havia sido estabelecido:

            -Ei, Cara de Pinheiro, preciso te contar algo. –disse ele chamando-a pelo seu apelido de infância. Ela ganhara esse apelido após bater de cara em um pinheiro enquanto brincavam de pique-pegue.

            -Sorte a sua que eu ainda não inventei um apelido para você Percy, pois quando eu inventar um você vai sofrer... Eu juro. –ela disse em um tom que parecia sério apenas para aqueles que não a conheciam muito bem. Percy sabia que a prima brincava. –Agora me diga. O que aconteceu?

            -Eu conheci uma garota há alguns dias atrás. –disse ele. Sua voz saiu tão baixa que mais parecia um sussurro.

            -Uma garota? E qual é o nome dela? –perguntou Thalia curiosa. Ela sabia que o primo não se relacionava sério com ninguém desde que tudo aquilo havia acontecido.

            -Não, não. Sem nomes dessa vez Thalia. –Percy disse enquanto fazia que não com a cabeça.

            -E por que não? –perguntou ela indignada.

            -Porque não. Porque por enquanto eu não quero ter que dividi-la mais do que já a divido. Quero que seja segredo a identidade dela. Não quero que você tente ficar amiga dela só por minha causa. Quero que o que existe entre eu e ela, ou o que pode vir a existir, aconteça naturalmente. –disse ele olhando para baixo.

            -Está bem, está bem. Você me convenceu. Agora me diga. Como ela é? –disse Thalia dando-se por vencida.

            -Ai Thalia... Ela é linda... Meiga, gentil, carinhosa, apaixonante. Ela me parece tão vulnerável e ao mesmo tempo tão forte... –Percy ia dizendo tudo com cara de bobo. –Ela é perfeita Thalia.

            -Peraí Percy. Você está apaixonado? –Thalia encarava o moreno, surpresa.

            -Acho que sim. –ele confirmou as suspeitas da prima ao corar após a última frase proferida pelos seus lábios.

            -Você ta apaixonado! –disse ela empolgada. –Ande logo! Me diga mais sobre ela.

            -Thalia, eu poderia ficar dias aqui, só te falando sobre ela. –ele disse corando e olhando para baixo. –Poderia passar horas te falando de como é bom tê-la em meus braços, de como é bom poder abraçá-la apertado e senti-la fazer o mesmo, de como é bom conversar com ela e ouvir sua voz angelical, como é bom ouvi-la cantar, e de como eu realmente amo dançar com ela na chuva. Poderia dizer como gosto de encarar seus olhos cinzas como tempestades, sentir seu cheiro de limão e tocar-lhe os cabelos loiros. –o garoto tinha um sorriso de bobo apaixonado nos lábios enquanto falava sobre a garota que ele amava.

            Enquanto falava a imagem da garota tomava-lhe a mente. O que só fazia aumentar ainda mais seu já gigantesco sorriso de bobo apaixonado.

            -Mas ela tem problemas. Problemas dos grandes. Problemas na família. E eu tenho uma vontade imensa de resolver todos esses problemas. E, quando ela está triste, eu tenho uma vontade imensa de abraçá-la e dizer que tudo vai ficar bem, que eu estou ali com ela. E é exatamente isso que eu faço. Eu quero estar sempre junto dela. –seu sorriso sumira ao falar sobre os problemas da amada. Agora ele estava sério de uma forma que Thalia nunca havia o visto antes. -Eu fui a casa dela ontem. E hoje. E provavelmente vou amanhã. Provavelmente não. Eu vou a casa dela amanhã. Eu necessito disso. Se eu não for até lá amanhã eu acho que vou morrer. Aliás, eu tenho certeza. Eu preciso vê-la todo dia. Para pegar minha dose diária dela. Ela é como uma droga Thalia. E eu não estou com a menor vontade de largar este meu mais novo vício.

            -Mas ela sabe que você gosta dela Percy? –perguntou ela.

            -É esse o problema Thalia. Ela não sabe. Não tive coragem de contar. Eu nem sei se ela gosta de mim na verdade. Para ela, nós somos apenas amigos. –ele disse triste.

            Thalia olhou para o primo sem saber o que lhe dizer. E então ela o abraçou. Ao fim do abraço, ela olhou no fundo dos olhos verdes dele e disse:

            -Mostre para ela que a ama. Diga a ela. Da mesma forma que disse para mim. –sugeriu Thalia e Percy concordou com a cabeça e então os dois logo mudaram de assunto.

            Eles ficaram mais um tempo conversando até que Jason veio chamar-lhes para o jantar. Este transcorreu calmamente com apenas algumas conversas curtas entre os presentes. O silencio que se formava não era desagradável. Muito pelo contrário. Ele era acolhedor.

            Após o jantar, Percy e Sally se despediram dos Grace e de Piper, mas, antes que mãe e filho fossem em direção ao carro, Thalia segurou-lhe o braço e o abraçou uma vez mais, aproveitando essa chance para poder sussurra bem baixinho no ouvido do primo para que só este escutasse:

            -Diga a ela a verdade Percy. E vê se me liga. Pra gente combinar de sair e conversar mais. E é pra você me manter informada está bem? Eu sempre estarei aqui pra você priminho.

            Percy sorriu para a prima enquanto olhava em seus olhos azuis elétricos. Ele beijou a testa da prima com ternura e disse:

            -Obrigado por tudo Cara de Pinheiro.

            A garota sorriu-lhe de volta enquanto o observava indo em direção ao carro junto com sua mãe. Como de costume, Percy abriu a porta para que Sally entrasse antes de se dirigir para o outro lado do carro entrando e ocupando seu lugar no assento do motorista. Ele deu partida no carro e dirigiu pela rua da casa da prima enquanto esta observava o carro indo embora pela rua até que já não fosse possível vê-lo. A garota suspirou e entrou em casa. Subiu a escada que levava ao segundo andar e entrou em seu quarto pegando o celular antes de se jogar na cama. Ela então viu que possuía duas chamadas não atendidas da mesma pessoa e sorriu ao ler o nome do visor. Não se preocupou em olhar as horas, pois sabia que a pessoa para quem ligava não iria se importar com o horário.

            Quando a pessoa finalmente atendeu, no terceiro toque, Thalia disse:

            -Annabeth?

To be continue...