Enchanted Forest, 17 anos após o nascimento da princesa Emma.

O castelo era imenso. Por fora parecia ser feito de gelo, mas por dentro era quente e aconchegante. O príncipe Derek estava em seu quarto olhando pela varanda e encarando o Lago dos Cisnes, que ficava a quilômetros do palácio, mas seu quarto se encontrava em uma das torres altas do palácio, dando uma vista linda e privilegiada do reino.

– Vale a pena desistir do amor só por causa do reino? – Annabeth perguntou, ela estava encostada na porta.

– Posso ter vários amores, mas não vários reinos. – ele citou uma das frases favoritas de seu pai.

– E quantos amores verdadeiros se tem na vida, irmão? Somente um! Não o perca por causa do trono. Tenho certeza de que Sebastian não se importará em ser rei. – respondeu indo abraçá-lo.

Derek olhou nos profundos olhos da irmã, lembravam muito os olhos verdes de sua mãe, só que na menina ficava mais bonito; Annabelle tinha a beleza, os olhos e os lindos cabelos loiros de sua mãe, a rainha Morraine, que morrera há poucos anos. Assim como Elizabeth, as feições da mãe estavam estampadas em seu rosto.

– Não me preocupo com o Sebastian, Annie, me preocupo com Lisa. – ele respondeu sério.

A menina o encarou rígida, logo soltou-se do abraço que dava.

– Como assim? Qual é o problema com Lisa?

– Ela é muito arrogante. Não será uma boa rainha.

– Mas Sebastian tem um bom coração, ele vai ser um bom rei!

– Eu sei irmã, concordo com você, mas Elizabeth não será uma boa rainha. Muito pelo contrário, se eu deixar o reino em suas mãos tenho medo do que pode acontecer com nosso povo.

Annabelle sabia que a irmã não era muito boazinha como Regina, mas Lisa nunca seria capaz de ser tão ruim como seu avô. Saiu do quarto com raiva, enquanto Derek chamava seu nome. Parou de correr quando chegou em frente ao quarto do pai, antes de girar a maçaneta, ouviu a voz de seu avô e resolveu espiar, não era todo dia que a fera ia visitar a família.

– Papa! – Baelfire exclamou.

– Bae... sinto muito filho, mas é a mais pura verdade!

Pelos sons, Annabelle sabia que seu pai estava chorando, mas dessa vez, eles não estavam brigando.

– Por que você escondeu isso de mim? – o rei perguntou entre soluços.

– Acha mesmo que eu revelaria para o meu próprio filho que uma de suas gêmeas seria brutalmente assassinada pela outra?! – Rumplestiltskin falou com compaixão.

A menina não podia acreditar no que estava ouvindo. Suas pernas ficaram fracas e seu coração se acelerou.

– Qual... qual? – o rei implorava.

– Não sei meu menino. Não sei. As meninas são gêmeas idênticas, Bae. É impossível dizer quem.

– O lago! A água do lago não pode fazer nada?!

– O lago só reverte feitiços poderosos, Bae. Não cura a morte.

Annabelle não ouviria mais nada. Correu para o único lugar naquele castelo em que se sentia segura, mas a biblioteca já estava ocupada. Sebastian se aproximou da amada perguntando o que havia acontecido para que ela ficasse em prantos, a menina não respondeu só lhe abraçou. Depois de se acalmar, lhe contou toda a história.

– Não sei o que dizer, Annie.

– Nem eu... mas prometa-me, se eu morrer, impeça o casamento de Derek com Emma. Ele não deve se casar com quem não ama!

– Annie, Derek e Emma foram prometidos desde o dia em que ela nasceu. Ele já tem vinte e um anos agora, já está na hora de se casar!

– Ela tem sua idade Sebastian! É uma diferença muito grande!

Ele segurou um sorriso.

– Quatro anos não é muito.

– Eu sei, mas é que... ele ama a Regina, se casar com essa tal de Emma será o começo do fim da felicidade dele.

– Eu sei, concordo com você.

Eles estavam prestes a se beijar quando um dos cavaleiros entrou no lugar.

– Duque Sebastian, princesa Annabelle. O rei mandou chama-los. Rei James e a rainha Snow White chegaram para o baile, estão esperando com a princesa Emma no salão.

O casal se entreolhou, tinham que impedir que Derek arruína-se sua vida antes que Annabelle morre-se.

De volta à Storybrooke.

– Emma, você a conhece? – Snow perguntou.

A mulher de fato se lembrava da garota, era a irmã do meio de Derek.

– Sim... é uma longa história! – respondeu.

– O que vamos fazer com o corpo? – Henry perguntou se apoiando no avô.

– Não sei. Aparentemente não há serviço funerário ou hospitalar nessa cidade. – disse Emma. Principalmente a lembrar de que o Dr. Whale e todos no hospital não estavam muito interessados em seus pacientes, o que importava mais era achar suas verdadeiras famílias. E algo sobre achar uma flauta mágica encantadora de ratos.

– Devemos falar com a família dela. – disse Snow.

– NÃO! – Emma gritou. – Por que não deixamos o corpo dela aí e vamos para casa nos proteger da Evil Queen?!

Snow e Charming olharam espantados para a filha. Esse era o tipo de exemplo que ela queria dar a Henry?!

– Emma! – Snow a repreendeu.

– O que? – exclamou com sua "cara really".

Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, um jovem gritou ao ver o corpo.

– Liv! Ai meus deuses! Olivia! – ele levou o corpo ao seu colo e começou a chorar.

Emma o conhecia, por muito tempo, ele foi seu melhor e único amigo. Ela se ajoelhou e colocou a mão em seu ombro.

– Cody. – chamou.

Ele desviou o olhar do cadáver e olhou para ela.

– Emma, Emma Swan?! – o espanto foi tanto que ele parou de chorar.

– Oi. – ela disse sem jeito.

– Emma, o que... o que aconteceu?

– Eu não sei Cody. O que a Olivia estava fazendo aqui na cidade, ela nunca gostou de vir para cá.

– Aria ligou, disse que precisava se encontrar com ela em baixo do relógio.

– Cadê a Aria?

Cody olhou em volta e só viu Mary Margaret, David e Henry.

– Não sei!

Emma se levantou e olhou para o pai.

– David... leve o Henry lá para casa. Mantenha-o lá!Mary... Snow, vá com eles. – Emma pediu, sentia um aperto no coração.

– O que?! – Henry exclamou.

– Aonde você pensa que vai? – disse Charming.

– Eu sou a xerife, houve um assassinato, é meu dever pegar o assassino. Levem Henry para casa e cuidem para que a Regina não os machuquem.

– Mãe! – Henry reclamou.

Charming não gostou muito da ideia, mas assim como a esposa, resolveu ficar calado. Emma se ajoelhou e deu um abraço no filho.

– Vou ficar bem.

– Não vai não. Você vai estar desprotegida, sem sua família! Sem ninguém para te ajudar. Não vê que é exatamente isso que a Evil Queen quer?! – o menino disse e uma lágrima escapou de seus olhos.

Emma segurou o choro e deu pequeno um sorriso.

– Não se preocupe Henry, derrotei um dragão por você! Posso muito bem derrotar a Regina por mim.

– Mamãe...

Emma lhe deu um beijo na testa e seguiu com Cody, que levava o corpo de Olivia em seus braços.

– Ela não pode ir sozinha! – exclamou Henry. - A Evil Queen irá matá-la!

– Henry, Emma é forte, ela sabe se defender sozinha. – disse Snow.

– É, mas agora há magia em Storybrooke, Regina irá fazer de tudo para matá-la por ela ter quebrado a maldição!

Snow e Charming olharam para o menino. Henry tinha razão. Mesmo no mundo deles, Regina conseguiu fazer coisas terríveis e agora eles estavam presos em uma Storybrooke com magia, um lugar onde não havia onde eles se esconder e nem como fugir.

– Ele é filho do Derek que você estava esperando, não é? – Cody perguntou enquanto eles se distanciavam da família da moça.

– Se contar para ele, Cody, eu juro que saco minha arma e coloco um bala no meio da sua testa! – Emma disse séria.