Hermione De Cabeça Para Baixo escrita por Saggita


Capítulo 3
Capítulo 3 - Problemas sem solução




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/228311/chapter/3

Como era de se esperar, Tom Riddle calmamente patrulhava os corredores. Ora, que mais havia para fazer, se todos os deveres foram feitos e todas as matérias estudadas? Os boatos eram enervantes, o impediam de para um segundo sequer para descansar. Afinal, quem poderia ser o herdeiro de Slytherin? Ele achava que poderia ser ele próprio: a sua família descendia de Salazar, e sua mãe, como ele, podia falar com cobras. Isso foi bem antes do quieto vilarejo onde a família Riddle vivia ser queimado abaixo por ordens de Grindelwald. Tom nunca soube como ele sobreviveu sem nada mais do que apenas leves queimaduras, e muito menos sabia ele por que não salvara a sua família também. Tendo dez anos quando o ocorrido aconteceu, duvidava que houvesse qualquer explicação para isso – e, mesmo assim, achava que a culpa tinha que ser sua.

Mesmo absorto em seus próprios pensamentos, não poderia deixar de escutar as vozes, provavelmente em um corredor ali perto do qual ele não tinha visibilidade.

“Eu sei o que está acontecendo.” Era uma voz desconhecida a Tom, que falava em tom urgente. Ele parou de andar imediatamente, prestando maior atenção nos sons que ouvia. “O herdeiro de Slytherin é quem vem atacando essas pessoas. Ele está estudando aqui, nesse momento.”

Com certeza a voz era feminina.

“Eu sei o nome dele.” A voz confidenciou. Tom não sabia se devia ou não escutar aquela conversa, mas a sua curiosidade já fora suficientemente provocada para ele simplesmente ir embora e fingir que nada ouvira. “Ele se chama Tom Riddle, e é Monitor da Sonserina.”

Com isso, e o som de uma sonora gargalhada, Tom ficou extremamente confuso. Porque a tal pessoa, certamente uma garota, sabia que existia um Tom Riddle em Hogwarts. Mas será que ela sabia que Tom Riddle na verdade era da Grifinória? Isso viria a ser explicado em seguida, depois de alguns momentos de silêncio.

“Está brincando comigo, não é? Isso é alguma pegadinha?” A segunda voz Tom Riddle conhecia. Era, sem sombra de dúvida, Abraxas Malfoy. Que ele estava fazendo ali?

“Não, não é.” A garota falou um pouco hesitante talvez.

“Tom Riddle é monitor, sim, mas ele é monitor da Grifinória.” Abraxas disse. “A última pessoa do mundo que iria fazer esse tipo de coisa.”

Tom sorriu levemente. Finalmente uma pessoa com bom senso.

“Quem é você?” a desconhecida disse, confusa.

“Ah. É. Eu me esqueci de me apresentar. Eu sou Abraxas Malfoy.” Abraxas replicou. “Monitor Chefe da Corvinal, se não deu para notar.”

A apresentação se seguiu de uma breve discussão. A garota parecia precisar de mais de uma confirmação de que Abraxas era mesmo um Malfoy... Porém a discussão foi interrompida por uma sugestão: “...Acho que seria interessante irmos na Madame Pince para chegar se está tudo bem com você?”

Tom achou a sugestão de bom tom, mas a garota respondeu: “Por que iríamos à biblioteca?”

Abraxas estranhou a pergunta tanto quanto o próprio tom. “Eu me pergunto o mesmo. Porque na verdade a Madame Pince trabalha na Ala Hospitalar.”

Depois disso, Tom somente ouviu passos que se distanciavam. Quem quer que fosse a garota, tinha ido à Ala Hospitalar com Abraxas. Por isso, Tom esperou alguns minutos e rumou para a Ala Hospitalar também. Era curioso, para dizer o mínimo, que alguém apareceria em Hogwarts -- porque a desconhecida não sabia quem era o Monitor Chefe e isso era algo que todos os estudantes deveriam saber – afirmando que ele próprio era o herdeiro embora isso não fosse verdade, e, o mais estranho, afirmando que ele era da Sonserina. Essas duas afirmações não poderiam ser, de forma alguma, verdade. Mas ela parecia saber que ele era monitor...

Tom, apesar de ter saído de seu local de origem consideravelmente depois que Abraxas e a desconhecida, ainda chegou a tempo de vê-los entrando na Ala Hospitalar. Não... Nunca tinha visto aquela garota antes. E ela, pelo que era possível ver de seu canto afastado, usava um uniforme. Poderia ser de Hogwarts, mas com certeza não era o mesmo que o restante dos alunos usava.

E ele esperou, e esperou. Madame Pince saiu da Ala Hospitalar, trazendo de volta consigo Diretor Dippet. Tom franziu as sobrancelhas. O caso era de fato tão sério quanto parecia ser...? Felizmente, logo as portas se abriram novamente. A garota saiu com o Diretor Dippet, a uma direção desconhecida, e, momentos depois, Abraxas, sozinho.

Somente então, Tom saiu de seu lugar distante. “Quem é ela?” perguntou, pulando qualquer forma de cumprimento. Abraxas, porém, não respondeu, movendo os lábios como se fosse falar, sem falar coisa alguma. “Eu escutei a conversa.” Tom disse então. “Sei o que ela disse sobre mim sendo da... Sonserina e sobre eu ser o herdeiro.”

“Bom, se você é o herdeiro, agora é uma ótima hora para eliminar testemunhas.” Abraxas ironizou com um sorrisinho.

“Por um momento eu pensei que eu fosse.” Tom respondeu. “E por isso que eu estou um tanto confuso. De onde é que ela... Ah... Descobriu que eu era o herdeiro? Por que ela acha que eu sou da Sonserina?”

“Você, Tom...” Abraxas começou, girando parcialmente nos calcanhares para começar a andar, sem parecer ter nenhum destino em mente. “É inteligente o suficiente para saber que brincar com o tempo não é algo realmente seguro. Ela chegou aqui por meio de um vira-tempo danificado. Eu ousaria supor que ela também deve ter conhecimento de que não pode revelar fatos que podem mudar o rumo das coisas.”

“Mas ela está errada.” Tom murmurou.

“Está mesmo.” Abraxas concordou. “Mesmo que seja potencialmente perigoso, estou tão curioso quanto você.” ele admitiu. “Que diz? O que poderíamos fazer?”

“Vamos manter o fato de que eu sei demais em segredo.” Tom decidiu, então. “Por enquanto.”

OoOoO

Hermione rolou na cama a noite inteira. Não podia acreditar no que Abraxas lhe contara mais cedo... Ou, melhor dizendo, não queria. A possibilidade de Dumbledore ser um bruxo das trevas era difícil de assimilar. Não podia compreender... Dumbledore? Em Hogwarts somente para espiar para Grindelwald? Como isso poderia ser possível?

O fato era de que não havia dúvidas de que no futuro Dumbledore mudaria, mas o que mais importava era no dado momento, que Hermione não sabia classificar se presente ou passado, Dumbledore não era confiável. E isso lhe era desapontador. Dumbledore devia ser a única pessoa presente que ela conhecia. Ou iria conhecer no futuro, pouco importava.

Sendo como fosse, não podendo confiar em Dumbledore, Hermione via tempos difíceis à sua frente. E de fato, isso só lhe fora confirmado em sua reunião com o Diretor Dippet, às dez horas, logo após o café. Quando ela entrou na sala, Dippet foi logo dizendo: “Bom dia, Srta. Granger. Creio que deve saber que devemos discutir alguns assuntos hoje, então queira se sentar.” Hermione fez que sim com a cabeça e sentou-se em uma das duas cadeiras em frente à mesa do Diretor. “No dia anterior, eu lhe arranjei alguns documentos e estou lhe acolhendo em Hogwarts sob o público pretexto de seus pais terem sido mortos na guerra que assola o mundo trouxa nesse momento.” ele explicou. “Contatei o Ministério sobre o seu ligeiro problema, e eles não me asseguraram nenhuma data de resolução.”

“Sim, Diretor.” Hermione disse com um fiapo de voz.

“Isso, porém, é para mais tarde.” Dippet disse em um tom mais animado. “Por hoje, eu quero ter você reunida à vida em Hogwarts. O Ministério me enviou o patrocínio para as suas roupas, livros e a nova varinha que creio eu que irá precisar.” E ele pousou em frente à Hermione uma pequena bolsa de tecido, que pelo barulho continha uma quantidade generosa de galeões. “Os fundos de Hogwarts pagarão o resto.”

A explicação foi interrompida por alguém batendo na porta. “Bom dia, Diretor.” Abraxas disse, entrando na sala.

“O Sr. Malfoy deverá levá-la ao Beco Diagonal, e acompanhá-la enquanto compra o que julga necessário para a sua estadia.” Dippet disse. “Podem usar a rede de Flu para ir ao Caldeirão Furado daqui. Divirtam-se.” ele desejou, por fim.

Vagarosamente, Hermione se levantou extremamente confusa e desapontada, pois recebera de fato a confirmação de que seu problema não tinha solução rápida. De qualquer forma, não podia se debulhar em lágrimas ali, como tanto queria fazer. Ao invés disso, levantou o queixo e entrou nas chamas verdes que a levariam ao Beco Diagonal.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, mais um capítulo que demorou para caramba para sair. Desculpa, gente, eu estava ocupada, mas eu estou de volta, e tenham certeza que pelo menos um capítulo por semana vocês vão ter.
Idéias, sugestões, críticas, etc, etc, é só deixar uma review!