Aconcheguei-me, meio dormindo e meio acordada, eu não havia conseguido dormir muito bem essa noite, acordei quase que de hora em hora.

–Levante e brilhe dorminhoca.. – escutei uma voz.

Abri meus olhos e me deparei com algo preto. Algo preto não, uma camisa preta.. E quem estava vestindo-a? Damon. E eu estava aconchegada nele.

Pulei da cama assustada, constatando que tudo o que havia acontecido no dia anterior não havia sido um sonho, e no fundo eu estava maravilhada com aquilo.

–O que você está fazendo aqui? Saia daqui – disse ainda assustada, percebi que ele dava aquele sorriso típico dele.

–Sabia que estava sonhando comigo. Isso explica a baba – ele disse irônico, suspirei cansada.

–Que horas são? – perguntei analisando-o

–Seis da manhã – ele respondeu. Ah, que ótimo, eu mal durmo á noite e ele me acorda ás seis da manhã.

–Seis da manhã, é sério? Não tem nada melhor pra fazer ás seis da manhã? – disse e bufei zangada.

–Tudo bem, não venha comigo trazer Stefan pra casa.. – ele disse calmo, parecia bem a vontade em minha cama.

–Até mais – completou logo em seguida, levantando-se da cama.

–Espere, o que? Onde ele está? – perguntei levantando-me também, a dor em meu tornozelo já era quase insignificante.

–Na cidade dos ventos, mais especificamente, Chicago – ele respondeu.

–Em Chicago? Como você sabe? – perguntei, lembrando-me dos flashbacks do episódio.

–Sonhei com isso. Eu estava pelado, você adoraria. – ele disse irônico. Damon e seu sarcasmo.. Mas eu já estava acostumada com isso, eu havia visto a primeira e a segunda temporada inúmeras vezes.

–Faça as malas – ele completou logo em seguida.

–Ok.. Damon! – disse e fui até ele, fechando a gaveta de calcinhas de Elena, que ele estava mexendo. Ele entendeu o recado e saiu do quarto.

É.. viagem pra Chicago.. É melhor eu me preparar.

Vesti uma blusa de alças verde piscina escuro – Nem sabia que existia essa cor – e uma calça jeans. Me olhei no espelho por um momento sentindo falta do meu corpo, mas logo tirei esse pensamento de minha cabeça.

Arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo e peguei uma bolsa simples, coloquei algumas coisas lá e fui para a sala, deixei um bilhete dizendo que eu passaria o dia fora e entrei no carro de Damon – que estava estacionado na frente da casa. -.

–Hm.. está diferente – Damon disse me analisando, fiquei um pouco preocupada. Aliás, que burra que eu fui, não me vesti estilo Elena.

–Isso é bom? – perguntei me ajeitando no banco do carona.

–Não sei – ele respondeu dando partida no carro.

Depois de um tempo escutando música calados, Damon puxou assunto.

–Espero encontra-lo, por que seria um saco se a última coisa do Stefan fosse esse colar velho – ele disse enquanto dirigia.

–É uma antiguidade Damon, que nem você – resolvi revidar, aliás.. Elena havia revidado nessa cena, acho que fiz exatamente como ela.. Bom.. eu acho..

Damon pegou algo no banco do passageiro e me entregou, era um livro antigo.

–Leia isso. Retrata um pouco da experiência de Stefan em Chicago – ele disse concentrado na estrada.

– É o diário do Stefan, não posso ler Damon – disse me lembrando de um dos primeiros – ou foi o primeiro? – episódio de Vampire Diaries, onde Stefan acha o diário de Elena e não o lê.

–Precisa estar preparada para o que vai ver – ele insistiu, eu não iria ler.. Até por que, nem precisava, eu já havia visto flashbacks no episódio.

–Não vou ler Damon – disse tentando encerrar o assunto, não deu muito certo, já que ele pegou o diário da minha mãe e começou a ler dirigindo.

– 12 de Março de 1922. “Eu apaguei por dias. Acordei com sangue de estranhos em lugares que eu não reconheço, com mulheres que eu não lembro” Oh, estou chocado. Stefan não era virgem. – Damon disse fazendo uma voz dramática. Foi até engraçado, mas eu não poderia rir.

–Olhos no volante vovô – disse tirando o diário das mãos dele e colocando-o no banco traseiro, ele bufou.

Depois de algum tempo de viagem, paramos na frente de um prédio antigo, saltamos do carro e entramos no mesmo, subimos alguns andares e paramos em frente a porta de um apartamento. Damon arrancou a maçaneta da porta e entramos no apartamento, que estava totalmente empoeirado, parecia que ninguém entrava ali há anos, reprimi uma tosse.

–Chegamos, segunda casa de Stefan – Damon disse ao entrarmos.

–Parece que ninguém vem aqui faz tempo. – disse olhando em volta.

–Ainda não acabou o passeio – ele disse indo em direção á uma estante de bebidas. Eu sabia o que tinha ali, um armário cheio de nomes.. Nomes de vítimas de Stefan. Realmente, isso é.. macabro.

Damon abriu o armário/estante e me convidou a entrar lá dentro. Analisei a lista de nomes escrita com a caligrafia exemplar de Stefan, ali tinha até o nome de seu pai, Giuseppe Salvatore.

–São as vítimas dele? – perguntei a mesma coisa que Elena, só que eu já sabia a resposta.

–Ainda aguentando? – ele disse se afastando, resolvi falar a mesma coisa que Elena.

–E o que você estava fazendo nessa época Damon? Lutando pelo direito das mulheres?

–Eu estava aqui.. Chicago é uma cidade grande – ele respondeu normalmente olhando para mim, indo em direção a porta logo em seguida.

–Aonde vai? – perguntei, ele não iria me deixar sozinha aqui sem fazer nada.. ia?

–Aonde ele mais ia – ele respondeu.. Ah, ele iria me deixar aqui sim.

–Vou junto – disse, eu realmente queria ir com ele.

–Não, você fica aqui e pensa em um plano de verdade. Volto quando encontra-lo – ele disse fechando a porta logo em seguida, me deixando sozinha naquele quarto empoeirado.

Vasculhei o quarto com os olhos em busca de algo pra fazer.

Foi ai que eu me lembrei que Stefan e Klaus viriam aqui.

–Damon, espere ai! – tentei ir atrás dele, mas ele já tinha sumido de vista.

E agora? Eu não iria ficar aqui de jeito nenhum. Pra ser sei lá.. sequestrada pelo Klaus? Nananinanão.

De repente escutei uma voz no corredor.. E advinha de quem era?

Se você chutou Klaus.. Você errou! Mentira, você acertou, mas.. Ele não iria vir somente á noite? Fiquei confusa agora..

Ta, missão de agora: Me esconder o mais rápido possível.

Corri pra dentro do armário de bebidas – que por sorte já estava aberto - e o fechei rápida e delicadamente, a adrenalina pulsava em minhas veias..

Escutei a porta ser aberta e bater na parede, logo passos ecoaram dentro do apartamento.

–Sente isso? - Escutei a voz de Klaus no quarto, controlei minha respiração e tentei ficar o mais cala possível. Pensei em borboletas voando, em uma cachoeira e até em Teletubbies.. Tudo para eu ficar o mais calma possível.

–Tem alguém aqui? – escutei a voz de Klaus novamente, só agora reparei em seu sotaque inconfundível que eu adorava.

–Está vazia há décadas, devem invadir sempre – escutei pela primeira vez a voz de Stefan – o que fez meu coração disparar.. O que não poderia acontecer -, ele e Klaus começaram uma pequena conversa.

De repente a porta do armário foi aberta.. É pessoinha.. Agora que eu morro/sou sequestrada/morro.

Escutei alguns passos e Stefan entrou no armário, olhou em volta e logo seus olhos pararam em mim.. Cara.. Stefan Salvatore na minha frente... E eu como Elena.. Quem nunca sonhou isso? Ta.. provavelmente as 7 bilhões de pessoas restantes no mundo.

Ficamos nos olhando por um tempo, até ele falar.

–Olha o que eu encontrei – Stefan disse, meu coração acelerou, mas minha mente se lembrava do episódio, onde ele não entregava Elena.

E foi isso que aconteceu, Stefan pegou uma garrafa “1918. Puro Malte. Meu favorito” nas palavras de Klaus.

Eles falaram alguma coisa e foram embora do apartamento, deixando uma Elena/Lexy, vulgo eu, totalmente desnorteada dentro do armário.

Sai do armário alguns minutos depois, eu não queria correr nenhum risco de ser descoberta aqui. Peguei uma seringa de verbena na bolsa - É.. achei no banheiro da casa de Elena – e fiquei á postos, caso qualquer pessoa entrasse.. Klaus e Stefan já vieram mais cedo que o previsto.. Vai que acontece algo diferente. Liguei para Damon quando percebi que não havia ninguém por perto, mas ele não atendeu nenhuma de minhas chamadas.

Um bom tempo depois, enquanto eu estava deitada na cama do apartamento, escutei passos. Peguei a seringa e me escondi.

Logo avistei Damon passando pela porta.

–Finalmente! Te liguei faz bem mais de uma hora! – disse irritada.

–Fique apresentável, seu onde Stefan estará essa noite – Damon disse me entregando o que provavelmente era um saco com roupas.

–Te ligo dizendo que Klaus quase me descobriu e você fica preocupado com roupas? – disse ainda irritada, as mesmas falas de Elena. Elas se encaixavam muito bem no momento – Jura Lexy? - .

–Tive uma hora pra perceber que foi uma péssima ideia te deixar sozinha, processar isso e seguir em frente – ele disse, fiquei calada e ele ficou sério

–Você está bem? – ele perguntou.

–Tirando o meu quase ataque do coração.. acho que sim – disse e suspirei

–Certo, ótimo. Agora vista-se, está toda suja – Damon disse sentando-se na poltrona, bufei e fui me trocar.

Alguns minutos depois eu tinha soltado meu cabelo e vestido um vestido escuro florido, até a metade da coxa.

–Então.. você sabe onde ele está? – perguntei saindo do banheiro, Damon me analisou antes de responder.

–Sim, com Klaus. Vou distraí-lo e você se acerta com Stefan – ele disse, fiquei apreensiva. E se eu fizesse algo errado que estregasse tudo? E se as coisas foram diferentes..? Klaus e Stefan vieram mais cedo para o apartamento, o que mais poderia acontecer?

–Ok.. Mas.. Não é muito perigoso? – disse preocupada, me aproximando de Damon.

–Você tem cerca de 5 minutos até aquele híbrido louco arrancar meu coração, então sim, é perigoso. – ele disse levantando-se.

–O-ok.. eu consigo – disse, mas no fundo eu queria dizer “Não vaaai, eu vou fazer tudo errado, socorro”.

Após alguns minutos estávamos no tal bar da Gloria, onde Stefan estava com Klaus. Durante a curta viagem de carro, Damon me deu uma seringa de verbena e mandou-me usá-la em Stefan.. É.. pelo menos eu ia tentar..