White Horse escrita por Ane Viz


Capítulo 3
Capítulo 1:


Notas iniciais do capítulo

Oi, espero que gostem do capítulo. E um aviso importane.
ATENÇÃO: Esta fanfic é UA (Universo alternativo).
No capítulo anterior:
Recebi como resposta um sorriso e uma piscada. Sentei em meu lugar, e logo adormeci. Esse era o tempo para descansar da longa viagem. Não tinha a mínima condição de dormir assim que chegar. Sim, disso não tenho dúvidas. Deixei meu corpo relaxar e me perdi no mundo dos sonhos.
Boa leitura!



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Capítulo 1:


Making my way downtown
Walking fast
Faces passed
And I'm home bound”(Vanessa Carlton)


O apito do trem me despertou, sentei me ajeitando no banco. Olhei pela janela vendo a região de mata. Sorri por estar de volta. Agora já podia reconhecer por onde passávamos. Estava perto. Na última vez, quase não pude olhar ao redor, meus olhos eram impedidos de ver pelas lágrimas que escorriam sem controle pelo meu rosto. Puxei a bolsa de mão para mim e ajeitei minha blusa para ficar mais apresentável. Olhei minha calça e estava ok. Depois foi a vez dos sapatos, dei de ombros sabendo que não ficariam limpos por muito tempo. Balancei a cabeça, não era hora para me lembrar do passado. A estrada de ferro girou na curva fechada se encaminhando para dentro da estação. Bem vinda ao lar! Pensei animada.

Aos poucos o movimento foi diminuindo até parar, soltando fortes baforadas de fumaça e o apito avisando ter chegado ao destino. Levantei e puxei a mala para arrastar em direção a saída. Bufei por não ter conseguido da primeira e me preparava para a segunda, mas parei no instante que vi um braço passar ao lado de minha cabeça pegando a mala sem dificuldade alguma. Virei para agradecer e encontrei aquele par de olhos esmeralda. Sentia como se conhecesse, porém não conseguia saber de onde. Perguntou ou não? Indaguei silenciosamente. Não, vai pensar que estou dando em cima dele.


–Obrigada. – Sorri agradecendo. - De novo. – Apontei para a mala.


–Não foi nada. – Passou a mão por seus cabelos bagunçados os deixando mais ainda desarrumados. – Quer ajuda?


O oferecimento me deixou meio atordoada. De onde você veio? Quis saber atordoada. É muito difícil, hoje em dia, encontrar alguém assim.


–Não precisa, mas agradeço a gentileza.


Balançou a mão fazendo pouco caso.

Peguei a mala, colocando de pé, me preparando para sair quando sua voz me fez parar.


–Sabe você não é estranha...


Ergui a sobrancelha pelo seu comentário.


–Não, espera. – Começou atrapalhado. – Não que você seja feia.


Segurei a risada.


–Não estou te cantando, certo?


Tentou outra vez. Deus, como alguém consegue falar tantos “não” em pouco tempo. Podia ver seu rosto ficando avermelhada. Ele está corando. Pensei sorrindo. Ótimo, não sou a única a pagar mico aqui.


–Entendi. – Quis ajudar. – Parece que você me conhece, mas não se lembra de onde, certo?


–Sim.


Concordei assentindo.


–Eu também. – Apontei para a porta. – Preciso ir. Até, e obrigada.


Sorri novamente para ele. E, agora, sem ser parada outra vez saia andando pelo corredor. Meus pais devem estar me esperando, John e Jane. O percurso foi rápido porque com a pequena conversa muitas pessoas já tinham descido. Quando coloquei os pés no chão uma cabeleira ruiva me abraçou quase nos jogando no chão. Gina. Não precisava olhar o rosto para saber que era ela. Minha melhor amiga desde... Sempre. Na hora que me soltou girei para procurar meu pai e o vi parado no canto. Corri arrastando a mala e larguei do lado dele para dar um abraço apertado.


–Senti tanto sua falta, pai. – Confessei baixinho.


Era muito bom poder abraçar ele de novo. As lembranças não traziam o mesmo conforto. Vi pelo canto do olho, ainda naquele momento bom, o rapaz de cabelos negros passar por mim. Ele estava aparentemente atrasado e escutei um suspiro. Era Gina olhando encantada para ele. É eu sei. Quis dizer e soube quando recebi de volta o olhar que tinha entendido a mensagem silenciosa.


–Eu também, querida. – Retribuiu o abraço e me deu um beijo na testa. – Você está linda. – Comentou sorrindo. – Aposto que deixou um namorado por lá.


Eu ri baixinho vendo que Gina segurou minha mala e ficou esperando um de nós falarmos mais alguma coisa. Aquelas perguntas tinham só uma resposta. Balancei a cabeça para o comentário dele fazendo os dois rirem. Onde ele está? Pensei procurando por meu irmão ali por perto e nada.


–Ele ficou em casa. – John, meu pai, respondeu quando voltei a olhar para ele.


–O quê?


Gin riu e balançou a cabeça entendo o meu espanto. Uma conhece a outra tão bem que apenas com um olhar podemos saber o pensamento da outra.


– O certo seria quem, amiga. – Implicou.


–Ah, estão falando do Hugo?


Perguntei mesmo sabendo a resposta e ela assentiu rapidamente. Pude ver o silêncio que fizeram e tratei de acabar com ele.


–Puxa, que pena. – Falei voltando a segurar minha bagagem e deixar a ruivinha livre. – Estou morrendo de saudades do pequeno.


–Ele também, - meu pai começou – mas sua mãe não deixou.


Olhei confusa.


–Ele tirou uma nota baixa e tem prova amanhã. – Passou a mão por seus cabelos. – Se viesse te buscar deixaria de estudar.


–Tudo bem. – Concordei sorrindo. – Vamos?


–Claro. – Gi disse animada.


–Não quer que eu carregue?


Sorri agradecida e neguei ao oferecimento. Ele trabalha demais e precisava de um desconto e podia muito bem carregar minha mala.

Andamos juntos enquanto me contavam as novidades na nossa cidade. De acordo com eles nada de importante. Parecia que eu era a grande noticia. Depois de quatro anos afastada, sem voltar nas férias, retornei para ficar. Meus pais precisavam de ajuda, principalmente John, que cuidava de todos os animais da fazenda Malfoy. E minha mãe que cuidava da casa e outros serviços. Senti um nó em minha garganta ao pensar em rever... Parei na mesma hora. Era passado. Não quero lembrar, e não se consigo pensar sabendo que vou ficar de frente a ele. As estradas da cidade ficavam para trás, e pouco tempo me vi nas estradas de terra.


– Gi, como vai seu negocio?


O sol começava a aquecer e ganhar força. Ainda era muito cedo. Tinha pegado o trem no primeiro horário do dia. E, agora, era a hora em que todos começavam a despertar, menos na fazenda é claro.


–Bem, Mi. – Respondeu mexendo em sua bolsa. – Está crescendo cada vez mais.


Levantou o rosto para mim com um grande sorriso estampada. Seus olhos castanhos brilhavam. Eu; melhor do que ninguém; sabia o quanto queria isso e lutava para realizar seus sonhos.


–Fico feliz.


E ficava mesmo, Arthur e Molly tiveram que se sacrificar muito para pagar os estudos de todos seus filhos. Afinal, eram sete. Principalmente os de Gina. Ela fez faculdade de moda, e tinha seu ateliê. E não era segredo que este curso exigia muito recurso. Sabia que assim que pudesse abriria uma loja para vender suas roupas. As estradas estavam vazias e a viagem foi feita em duas horas. Ansiosa, batia com os dedos na perna querendo chegar logo em casa. Mal o carro parou, pulei de dentro e corri para os braços de minha mãe que estava esperando no quintal. O seu abraço me fez relaxar, não tinha ideia do quanto senti falta disso até estar com ela de novo.


–Mãe, tão bom te abraçar. – Sussurrei baixinho.


Ao ouvir meu comentário me apertou em seu abraço acolhedor. Como é bom estar em casa. Pensei sorrindo. Muitas vezes teria dado tudo somente para poder receber um carinho desses.


–Também, anjinha.


–Jane, onde está Hugo? – Perguntou meu pai ao trancar a porta.


Seus passos estavam um pouco lentos, ela olhou para ele como se procurasse algo, mas acabou respondendo como se não tivesse encontrado nada que pudesse ajudar ou responder a questão que trazia em seus olhos.


–Lá dentro, querido, estudando.


Avisei que ia ver meu irmão e entrei em casa, andei sem fazer barulho, subi para o segundo andar. Parei diante da porta e a abri o mais devagar possível. Hugo estava jogado na cama com um bico enorme, olhando ameaçador para o livro. Segurei a risada, me apoiei na porta cruzando os braços. Vi quando bateu no colchão irritado, franzindo o cenho. Bufou uns segundos depois de olhar o relógio. Sorri, sabendo que estava assim por não terem deixado ir me buscar.


–Adiantou? Brinquei falando num tom alto.


Ele pulou de susto se sentando na cama. Mordi o lábio para não rir da expressão em seu rosto. Meu irmão não sabia se sorria ou brigava comigo. Arqueei uma sobrancelha.


–Sem abraço?


Abri os braços para ele e como resposta se jogou em mim, nos fazendo cambalear. Desarrumei seus cabelos castanhos e dei uma boa olhada nele. Tinha crescido uns bons centímetros. Agora com dez oito anos batia quase na minha cintura. Quando começou a se afastar o ataquei com cócegas, mas depois também sofri. Rimos muito até bateram na porta aberta. John e Jane sorriam em nossa direção. Beijei o rosto dele prometendo conversar direito mais tarde. Hugo assentiu voltando ao estudo e nós três descemos para me atualizar sobre o trabalho.


–John, vá se deitar um pouco. – Sugeriu minha mãe docemente.


No mesmo instante olhei para meu pai, parecia cansado e tinha uma pequena careta em seu rosto antes de notar que prestávamos atenção nele. Será que está sentindo dor? Desconfiada esperei pela resposta.


–Não precisa, estou bem. – Sua voz estava firme.


E Ao terminar passou pela porta. Virei meu rosto perguntar o que acontecia, vendo ela se recostar na pia abaixando a cabeça. Caminhei para seu lado, dando um aperto de leve em sua mão, para reconfortar. Seus olhos azuis estavam tristes, perdidos. Minha garganta secou. Era difícil ver Jane Granger para baixo. Algo está errado, e muito. Procurei por seus olhos, porém sempre fugia. Suspirei. É pelo jeito o problema é muito mais grave. Preciso saber para poder ajudar. O que está acontecendo? Parei e reformulei os pensamentos. Ou melhor, o que estão escondendo de mim?


– Mãe? – Chamei com cuidado.



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Notas finais do capítulo

Oi a todos, quero primeiro agradecer a LSofia, Zombie, Imy, Jhenny Kauane e Estherly pelos reviews! Aguardo ansiosa a opinião de vocês. Espero que gostem do primeiro capítulo!
Beeeeeeeijos, e até o próximo!