Então eu e Nathan saímos para a saída do prédio que estávamos, corremos pelo jardim imenso do Queen, e senti o vento gelado sobre minha pele. Quando chegamos em fim, nos portões que davam acesso par ao lado de fora.

– Cadê eles? – Perguntei com a minha respiração acelerada

– Não sei...

– Por que ela foi beber? – Comecei a perguntar para mim mesma – Ela não sabe beber! Aposto que ela nunca bebeu um copo de álcool na vida...

– Eles estão chegando... – então nathan apontou par ao carro que tinha acabado de estacionar em frente do portão- Nathan, deixa e te perguntar uma coisa – eu disse ainda olhando para o carro – Se descobrirem que ela é expulsa?

– Esse é o menor dos problemas – Então Siva abriu a porta do motorista e abriu a porta do passageiro, Melani estava com seus saltos na mão, então Melanii colocou seus braços envolta do pescoço de Siva, e Siva colocou sua mão em volta de sua cintura, abraçando-a de lado, reconhecendo Siva e Melani, o segurança não hesitou e abriu os portões. Corri em direção da Melani. Então Siva a soltou e Melani andou em minha direção, quer dizer tentou, segundos depois de Siva soltar ela, ela quase caiu para o lado, o que fez Siva a segurar de novo.

– Melani... – eu disse indo em sua direção

– Lo, acho que exagerei – Melani disse com uma voz pastosa.

– Ela não bebeu mais que dois copos com vodka e energético... – Siva tentou se explicar

– Para garotas que nem a Melani, meio copo já basta, ela nunca deve ter bebido na vida.- Disse, enquanto colocava os braços de Melani em torno do meu ombro – Pode deixar que eu cuido dela a partir daqui.

– Obrigada Melani, não sabia se me deixariam entrar e também não queria que Melani fosse sozinha para o quarto... – Siva estava tenso

– Sem problemas Siva, te ligo para avisar que esta tudo bem

– Ok – Siva disse com uma voz de culpado, logo em seguida Siva beijou a testa de Melani e foi em direção do portão. Então fui andando, ajudando Melani também a não cair e nem tropeçar em seu próprio pé.

– Eu te ajudo – Nathan veio em minha direção, pegando o outro braço de Melani

– Não preciso da sua ajuda – Disse andando, sem olhar para ele.

– Cala a boca

– Idiota

– Insuportável

– Shhhhh – Melani se manifestou - Fiquem quietos! – Melani disse de uma forma tão engraçada que só bêbado consegue fazer, o que fez quebrar o clima entre mim e Nathan, e começamos a rir. Quando entramos no prédio, fizemos o menor barulho possível, por ser tarde não tinha ninguém nos corredores e nem no hall principal.

– Gente... acho que vou vomitar – Então eu e Nathan paramos e olhamos rapidamente para Melani

– Perai, você ta falando sério? – Então ela só balançou a cabeça assentindo seu enjôo. – Nathan temos que leva-la o mais rápido possível para o nosso quarto... pegue-a no colo

– O que?! Voce ta louca?! – Ele se assustou

– Voce não quer que ela vomite aqui bem no meio, ou quer?

– Mas tem um banheiro bem ali! – Nathan apontou para a porta do banheiro feminino

– Ah que ideia brilhante! Voce vai ter mais alguma ideia brilhante para explicar para o diretor o que uma menina de salto estava fazendo gorfando no banheiro quando já devia estar na cama?

– Eu acabei de sair de um jogo! Estou todo dolorido... – Então Melani interrompeu

– Gente... – A cabeça de Melani estava mole, então ela rodava em seu pescoço. Ela estava completamente pálida.

– Já que você quer ser gay, deixa que eu mesma a carrego – Então quando fiz o movimento de pega-la no colo, nathan o fez primeiro, colocou sua mão embaixo de sua perna, e a sua outra mão apoiava as costas de Melani. Então ele começou a andar o mais rápido que conseguia com Melani em seu colo, a cabeça de Melani ia de um lado para o outro. Então fomos em direção ao meu quarto, abri para que Nathan pudesse passar com Melani no colo, e logo a tranquei rezando para ninguém ter nos visto ou nos ouvido.

– A coloque logo no banheiro! – Gritei quando me deparei que ele estava parado olhando para mim, com Melani em seu colo passando mal. Logo ele foi pro banheiro e a deixou do lado do vaso sanitário. Ao sair de la, resmungou

– Vai ter que me dar caixas de remédio para dor!

– Fica quieto – eu disse passando por ele e indo em direção para o banheiro – Quer alguma coisa Melani? – Melani estava abraçada ao vaso sanitário. Ela só negou com a cabeça – Qualquer coisa, estou aqui no quarto – eu disse fechando a porta do banheiro. Então me sentei na cama e coloquei a mão na cabeça

– Essa foi por pouco – Nathan disse soltando um suspiro. Me virei para Nathan que tinha acabdo de deitar na cama de Melani.

– Por pouco?! Eu to ainda com a minha adrenalina a mil – Então Nathan riu, o que me fez rir também – Enfim, obrigada

– Não há de que – Nathan deu um sorrisinho e virou seus olhos para mim. O que fez eu ficar olhando para ele também, no entanto não ficamos nos olhando mais que 5 segundos, e o celular de Nathan começou a tocar.

– Siva – Nathan disse analisando a tela de seu celular – Fala Siva! Sim esta tudo bem.... to aqui no quarto com elas, eu ajudei... Sim... aham.... Ok, falou cara – Então Nathan desligou o celular e completou – Ele queria saber se estava tudo bem – Então ele se sentou e se virou para mim. – Não é melhor ver se ela esta bem?

– Vou la dar uma olhada – Então me levantei da cama e fui em direção do banheiro, abri a porta e Melani não estava mais abraçada com o vaso sanitário, mas estava ainda estava sentada no chão, apoiando sua cabeça na parede . – Esta tudo bem?

– Depende do que voce diz de tudo bem...

– Voce já... – Então fiz uma mímica com a boca, pus minha língua pra fora e fiz um barulho engraçado, o que fez ela rir

– Sim, na verdade depois disse foi que melhorei... Onde esta Siva?

– Voce não se lembra de nada?

– Lembro de algumas coisas, mas não sei por que tenho uma lembrança estranha do Nathan me carregando e... – Então logo Nathan apareceu por tras de mim, e falou

– É porque eu te carreguei mesmo – ele deu uma risada

– Voce ta brincando? - Então eu e nathan balançamos a cabeça negativamente

– Ai, me desculpa... Dei muito trabalho?

– Na verdade deu... – então dei uma cotovelada em seu estomago discretamente – Quer dizer, não – gemeu

– Tome um banho, vai ser bom pra você – Eu disse fechando a porta. Então eu me virei e Nathan estava bem na minha frente, estava com um perfume maravilhoso, pelo jeito tinha ido tomar banho depois da nossa conversa no vestiário. Parecia que o destino gostava de nos colocar próximos um do outro. No entanto era completamente estranho o jeito que eu me sentia tão perto de Nathan, era como se todas as nossas brigas e desentendimentos desaparecessem, era como se fossem somente eu e ele no mundo. E mais uma vez percebi o quão seus olhos eram verdes e profundos, eu poderia olhar para ele para sempre, que eu não me importaria. Então senti a mão de Nathan encostando meu rosto

– Não Nathan, você precisa ir embora... – Eu disse tentando resistir, em seguida ele fez um barulho de chiado para que eu ficasse quieta, então ele me beijou. Agarrou-me com força, me prensando contra ele, e me beijou, não havia necessidade de permissão. Envolvi minhas mãos em seu pescoço, e me aprofundei mais no beijo. Foi como da ultima fez, era tão incompreensível, tão estranho, mas tão inevitável. Não queria parar, mas eu tinha que. Quando eu me afastei, eu queria beija-lo outra vez e outra vez. Mas, em vez disso, juntei algumas palavras e disse calmamente – Agora faça o que eu falei, vá para o seu quarto – Então nathan apenas abaixou a cabeça e se direcionou a porta.

– Até amanha

– Até – então ele fechou a porta. Um turbilhão de sentimentos e emoções se localizava no meu coração e na minha cabeça. Eu não podia me apaixonar pelo Nathan, simplesmente não se encaixava. E foi quando eu parei, percebi o quão eu estava exausta. Coloquei meu pijama e me deitei na cama, apesar de estar cansada, não conseguia pegar no sono, não com Melani passando mal, não com Nathan dando voltas em minha cabeça, não com os meus sentimentos todos embaralhados. Sempre fui taão confiantes com os meus sentimentos, sempre tive certeza do que eu sentia, e dessa vez estava determinada em ficar com Jay de um jeito ou de outro. Como apenas dois beijos podem mudar tanto o meu psicológico?

Então me levantei de novo e me direcionei para janela, abri a cortina e fiquei olhando para a lua que estava ali fora, observei-a sem saber por quanto tempo. Tive recordações de Oxford, da minha família, de meus amigos e até mesmo de Filipe.

Só sei que quando me virei Melani estava jogada em sua cama, apenas com seu roupão de banho. Peguei o cobertor e a cobri. Desliguei a luz e me deitei, no entanto não consegui desligar meus pensamentos, merda. Coloquei meus fones e me desliguei do mundo.

Então acordei, sem saber o exato momento que peguei no sono. Olhei para o lado Melani estava na mesma posição que a deixei na noite anterior. Me levantei e fui ao banheiro, tomei um banho e me troquei (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=53167937&.locale=pt-br) coloquei qualquer roupa. Pensava que Melani iria dormir a tarde inteira, mas ela acordou com o barulho da minha porta do armário.

– Bom dia senhora – eu disse sentando nos pés de melani. Melani esfregou os olhos e logo depois colocou suas mãos na sua cabeça.

– Minha cabeça esta me matando!

– É Deus te castigando por beber – eu comecei a rir

– Shhh não grita – então ela se apoiou na cama e se apoiou suas costas na parede

– Voce se lembra de ontem?

– Mais ou menos... me lembro de voce no quarto, falando para eu tomar banho, me lembro... nathan esteve aqui? – Então tirei o sorriso de minha face, e respondi com um breve ‘’ sim ‘’ então Melani continuou – Voce me falando que ele me carregou – então acho que Melani ouviu o que ela mesma disse e começou a se encher de culpa – Que vergonha

– Não tem do que sentir vergonha, não aconteceu nada demais...

– Siva! E siva?! Preciso ligar para ele... Ele me trouxe ontem? – Então assenti com a cabeça, então Melani fez o movimento de pegar seu telefone, mas eu a impedi.

– Agora voce vai se trocar, vamos almoçar e ver se arranjamos algum remédio pra enxaqueca. – Então Melani concordou e foi se trocar. Esperei uns minutos e ela estava pronta. Ela estava com olheiras enormes, e apenas prendeu seu cabelo em um enorme coque.

– Quase coloquei um óculos - comentou Melani quando estávamos indo em direção do refeitório. Apenas dei risada e seguimos nosso caminho.

Quando chegamos ao nosso destino, o meu estomago embrulhou. Bem ali em uma mesa qualquer estava Nathan e seus amigos, logo virei meu rosto e fingi que não tinha visto. Peguei minha comida e sentei com Melani em nosso lugar de costume. Melani estava totalmente monossilábica, ela falava que a enxaqueca piorava ao falar. Logo depois de terminarmos a nossa comida, nos levantamos e nos dirigimos a enfermaria. A enfermeira medicou Melani e ela disse que voltaria para o quarto e ligaria para Siva. Eu a deixei ir e me direcionei para o jardim do Queen. Precisava de um tempo sozinha, escutando alguma musica e para organizar meus pensamentos. As musicas sempre me ajudaram, funcionam para mim como uma espécie de terapia, ela diz tudo o que eu não consigo expressar. Me sentei em um banco que ficava embaixo de uma arvore grande, que projetava sombra sobre o mesmo. Escutando a minha lista tentei organizar meus pensamentos, só tentei, porque o que eu mmenos consegui for organizar alguma coisa. Me lembrei quando vi Jay no primeiro dia, como fiquei vidrada em seus lindos olhos azuis, e do seu jeito maduro de lidar com suas alunas na aula de bateria, do seu jeito engraçado de tentar fazer eu esquecer Filipe... Então veio Filipe na minha cabeça, de como confiei nele, e de como amei ele com todo o meu coração e alma, e só recebi traição em troca. Sem duvidas ainda havia uma boa parte de mim que implorava por ele de novo, o que me fazia ainda mais eu me sentir uma completa imbecil. Então me veio na cabeça nathan, o seu incrível dom de me irritar, a sua capacidade de falar sarcasticamente, o seu jeito ‘’garoto mau’’ de ser, seus olhos incrivelmente verdes e o seu jeito de me pegar pela cintura e me prender, e principalmente a sua capacidade de apenas com dois beijos me fazer ficar pensando nele e não conseguir tira-lo da cabeça, não estava apaixonada , nem tinha como, mas para minha completa má sorte havia algo...