Feeling escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Desde o princípio


Notas iniciais do capítulo

A história é bem curtinha, mas fofa. Eu adoro as duas, vc que tb goste ♥ (nyuu_d)



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Nami estava tomando banho de sol, como em todas as manhas tranquilas no mar. Insistentemente, Sanji vinha lhe oferecer alguma coisa para comer, beber, ler e também sua companhia. Mas a navegadora dizia estar bem sozinha. Sanji fazia bico e logo sorria quando a ruiva o mandava fazer alguma coisa, somente para fazê-lo desaparecer da sua frente.

Ela não estava interessada em nada naquele momento, senão, observar ao longe a nova tripulante do navio. Podem achar que ela caiu muito fácil no papo daquela mulher – e caiu, todos viram –, mas ainda assim não seria tão simples conquistar a amizade dela. Mesmo com todo o ouro do mundo, mesmo com o One Piece, mesmo com...

— Posso me sentar aqui? – Robin apareceu, fazendo Nami acordar de seus devaneios.

— Sim, pode sim. – Ela retirou os óculos escuro. – Coloque um biquíni também, vamos tomar banho de sol. Esse é o melhor horário. Daqui a pouco o tempo vai mudar, então é melhor aproveitar enquanto pode.

Robin sorriu gentilmente. Mas não se mexeu da espreguiçadeira em que havia se sentado. Nami não insistiu. Ficaram ali por uma hora em silêncio. Robin lendo um livro, e Nami relaxando, chegou até mesmo cochilar, o sol estava bem gostoso e não havia ventos, até então.

Quando a brisa mudou, a navegadora acordou. Era hora de trabalhar. Robin ficou ali até um pouco mais tarde. Nami foi tomar um banho e estava no quarto vestindo suas roupas quando a morena entrou. Ela guardou o livro na prateleira e passou os dedos longos e finos na carreira de livros bem organizados na prateleira, escolhendo um novo título. Robin saiu do quarto sem dizer nada. Nami terminou de abotoar o short e vestir a camiseta.

Na hora do jantar, Robin não estava na cozinha junto com o resto da tripulação. Sanji disse que havia chamado, mas ela alegou não sentir fome. Mas mesmo assim ele guardou comida para Robin comer quando sentisse fome, e escondeu de Luffy, para que ele não comesse.

Nami terminou o jantar e foi a procura de Robin. Ela não estava em lugar algum do navio, a ruiva tinha procurado em quase todos os lugares, foi encontrá-la no quarto.

Robin estava dormindo na poltrona no canto do quarto, com o livro repousado sobre seu colo. Faziam poucos dias que ela estava junto com os Chapéu de Palha. E as duas mulheres do bando pouco conversaram esses dias. Nami olhou para Robin, seu ar sereno, dormindo tranquila. Parecia descansar. Ela pegou um cobertor e cobriu-a, saindo do quarto logo em seguida.

Nico Robin não dormia bem desde muitos anos, ela sequer se recordava como era dormir tranquila e sem preocupações como foram os últimos dias. Nos primeiros dias, ela passou as noite em claro. Não conseguia pregar os olhos de jeito algum. Era uma sensação mais forte do que ela desejava.

Tinha medo que a qualquer momento sua maldição a fizesse ter de desaparecer, deixando o bando que acabara de entrar. E dessa vez, Robin não queria ir. Poucos dias sim, mas ela sentia que ali era um lugar bom de viver.

Robin acordou pela manha, espreguiçando-se manhosamente. Se continuasse assim, ficaria mal acostumada. Ela riu.

Nami estava na cama, dormindo ainda. A arqueóloga se levantou e guardou o livro na prateleira. Depois, pensou em sair e deixar a navegadora dormindo a vontade, mas ela não saiu. Ficou em pé, observando os cabelos curtinhos de Nami espalhados pelo travesseiro, e ela com um rosto relaxado e sorridente. Deveria estar sonhando.

Nami abriu os olhos e assustou-se e sentou na cama. – Já é dia? Nossa, eu nem vi a hora passar.

— Tudo bem, ainda é cedo, pode dormir mais.

Nami estava mesmo com sono e por isso achou que poderia dormir mais um pouco. Assim que Robin saiu do quarto, ela pegou no sono. Sonhou com Vivi, ao acordar sentiu saudades da amiga. Queria poder mandar uma carta, mas não poderia fazer isso por enquanto. Ela ainda não sabia que Robin estava agora no bando. Nami pensou se Vivi gostaria de saber essa novidade. Quem sabe depois mandasse uma mensagem.

Nami ouviu uma algazarra e saiu para ver o que estava acontecendo.

Luffy, Chopper e Usopp estavam rindo, com diversos braços fazendo cócegas neles. Robin sentada na espreguiçadeira, com a mão no queixo. Nami não os interrompeu e foi em busca de seu café da manhã. Sanji o preparou rapidamente, do jeito que a navegadora gostava.

— Robin-chwan, eu fiz mais café. – Ele disse fazendo um olhar medonho apaixonado.

— Eu agradeço. – ela sentou-se e tomou o café, ouvindo a cantoria romântica de Sanji, até ele sair para buscar o peixe que precisava fazer para o almoço, e Luffy estava demorando muito para pescá-lo junto com os outros.

— Não ligue para ele. Você se acostuma com a comida maravilhosa, mas para isso, precisamos nos acostumar também com a cantoria e a lamúria.

— Acho que me acostumo.

— Deveria ser diferente em Alabasta não é? – Nami serviu mais café para Robin. Era talvez a primeira vez que ela tocava no assunto de Alabasta. – Digo. Você não devia ouvir esse tipo de gracinha dos homens, ou do Crocodile.

— Hmm. – Robin pensou um minutinho. Nami a olhou incrédula.

— Me desculpe, vocês tinham alguma coisa? Eu não quis me intrometer nos seus assuntos pessoais. – A ruiva sacudiu as mãos, sentindo o rosto esquentar. Robin a deixava desconcertada, porque normalmente ela não ficaria assim.

— Não se preocupe. Acho que podemos conversar sobre qualquer coisa. – A morena deu um sorriso agradável. – E não havia nada entre nós.

— Entendo. Até porque uma mulher deveria ser muito maluca para gostar de um megalomaníaco como ele.

— Haviam algumas.

— Jura? Me conte mais.

— Na verdade, eu não sei nada mais que isso.

— Ah! – Nami terminou de comer as panquecas que Sanji preparou. – Aquela historia de ser uma espiã, assassina e braço direito de um supervilão. Isso era tudo o que você fazia?

— Eu acho que sim. O que mais poderia ser feito?

— Bem. Coisas normais. Como passear. Fazer compras.

— Oh! Sim. Eu fazia compras. – Robin terminou de tomar a segunda xícara de café. – Gostava muito de fazer compras. Principalmente porque eu tinha desconto nas lojas.

— Sério? Descontos. – Nami sentiu um friozinho na barriga. – O Crocodile não deveria ser de todo o mal. – Ela levou a mão no queixo, pensativa, Robin sorriu com a mudança repentina da navegadora.

— As pessoas pagavam caro pela segurança que ele oferecia. – Robin soou triste, e Nami acompanhou o olhar dela. – Mas aquelas botas eram tão bonitas.

— Você tinha muitas botas? E roupas? Como era o seu quarto? – A ruiva sentou-se novamente, mas dessa vez ao lado de Robin. Parecia uma criança empolgada.

— Bem. Eu tinha um quarto bem grande com muitas coisas.

— Conte mais. – Nami sequer piscava.

— Meus chapéus. Eu gostava deles. E as vezes haviam festas no cassino, e a costureira costumava fazer longos vestidos.

— Como em um sonho. – Nami se desmanchou no banco, mas ficou ereta rapidamente, olhando para Robin assustada. – Espera. Você ainda esta usando minhas roupas.

— Sim. Sinto muito por isso.

— Não. Não. Tudo bem. Mas precisamos de roupas novas para você. E também uma cama confortável. Aquela coisa de madeira que o Usopp criou não deve ser chamada de cama.

— Na verdade, eu até gostei.

— Não, de jeito algum você vai dormir naquilo. Vamos fazer uma reforma no nosso quarto e comprar roupas novas. – Nami se levantou, abrindo a porta e gritando para o bando se reunirem o mais rápido possível pois ela iria precisar da ajuda de todos.

Robin pegou mais café e foi observar Nami dando ordem em todos, inclusive para ficarem de olho na próxima ilha. A arqueóloga podia sentir um pouco mais sobre como era aquela nova sensação de ter companheiros que se preocupam com você, mas também uma nova sensação. Aquela de gostar muito de alguém se preocupando com você.

Ela sorriu para Nami, que se virou empolgada após dar as ordens. Era muito boa essa nova sensação.




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