The Reason Of My Breath escrita por Bru20014


Capítulo 11
Consequências




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Fernando achou Patty, quem estava quase dormindo de tão chapada, seus olhos estavam caídos e ela não tinha forças para se levantar.

“Você se drogou?” Ele a perguntou, mas tudo que ela fez foi começar a chorar.

“Me desculpa.” Ela disse segurando na calça dele.

“Não tem desculpa!” Ele disse a pegando pelo braço e levando-a até o homem morto.

“Agora me diz, Patrícia.” Fernando diz segurando o rosto dela para que ela pudesse ver diante deles um cara morto por causa da ecstasy “É assim que você quer acabar por causa desse bagulho? Por causa da ecstasy?”

“Ele ta morto?” Patty perguntou chocada.

“Era a primeira vez dele.” Fernando disse “O coração do cara não agüentou e quem garante que o seu vai agüentar por muito mais tempo?”

De repente podia se ouvir a sirene da policia, Patty se apavorou.

“E agora?” Ela perguntou a Fernando “Se os canas me verem assim...”

“Se vira.” Fernando nem a deixou terminar “Porque eu vou ter que me virar com os canas.”

Patty ficou chocada com a atitude de Fernando, mas era de se esperar que ele não a perdoaria assim tão facilmente.

Com isso, Patty teve que se virar. Ela teve a idéia de se esconder em um dos carros do ferro velho, e ela escolheu exatamente o mesmo carro vermelho em que eu e Edu transávamos, mas ao nos ver fazendo sexo ela não disse nada e apenas entrou em outro carro.

Lá se escondeu até o dia seguinte, enquanto Fernando tentava se explicar pros canas.

“Eu nem conheço esse cara, delegado Bastos.” Fernando se referia ao morto.

“Entendo, mas esse ‘cara’ teve uma overdose nessa festa que o senhor, senhor Fernando Teixeira, organizou.” Disse o delegado “Como me explica isso?”

“Eu não distribuí convites por aí não, seu delegado.” Fernando disse “Não posso fazer nada se um traficante veio tirar proveito da minha festa. E o senhor sabe que essa parada de droga não é comigo.”

“E sua namorada, Fernando?” Ricardo, o policial que estava com o delegado, perguntou “A Patrícia, onde ela está?”

“Sei lá.” Fernando disse “A gente terminou.”

“Sei.” Bastos disse “De qualquer forma não posso prendê-lo, mas se os pais do falecido abrirem um processo a sua situação e a de seu tio ficará preta.”

“Valeu aí seu delegado. Ricardo.” Fernando disse.

“E chega de festa, viu?” O delegado acrescentou antes de ir.

No fim das contas, Fernando saiu ileso. Naquele momento era apenas torcer para os pais do garoto não processarem o ferro velho.

Pela manhã, lá pro 12:00 na verdade, eu e Eduardo acordávamos.

“Ai, minha cabeça.” Eu disse me levantando.

“Não é só a sua.” Ele disse também se levantando.

Eu estranhei a falta de música e movimento, então perguntei: “Uma rave não deveria demorar mais a acabar?”

“Verdade.” Edu me respondeu enquanto olhava pela janela do carro “A não ser que tenha pintado alguma sujeira aí.”

“Vamos lá ver o que aconteceu.” Disse colocando minhas roupas.

 

Eu e Eduardo fomos até a casinha de Fernando, e lá dentro estavam ele e Léo jogando cartas.

“O que houve aí gente?” Eu perguntei.

“É... Cadê o pessoal de ontem, a música...?” Edu perguntou.

“Um cara morreu e acabou com a festa, graças a Deus.” Fernando disse.

“Que horror, Fernando.” Eu disse “Mas e aí? Ele morreu do que?”

“Essa eu faço questão de responder.” Léo disse me encarando pela primeira vez “Ecstasy.”

“Não brinca!” Edu disse.

“É isso aí, meu irmãozinho.” Fernando disse “É por isso que eu não curto essa parada aí de droga.”

“Mas e a policia?” Eu perguntei “Não bateram aqui?”

“Bateram sim.” Fernando disse “Mas aí eu passei uma conversa neles e ta tudo certo se os pais do morto não me processarem.”

“Meu Deus!” Eu disse “Como foi que eu não percebi isso tudo?”

“A gente tava um pouco distraído.” Edu disse.

De repente me bateu um medo enorme. Pensei que poderia ter sido eu no lugar desse cara ou até mesmo Eduardo ou Patty, quem entrou na casinha em seguida.

“Como foi lá com os canas?” Ela perguntava a Fernando.

“Não fui preso.”Fernando disse com frieza e sem ao menos olhar para Patty.

“Estou vendo.” Patty disse forçando para não chorar.

Sabe que até eu fiquei com um pouco de pena dela? Fernando não queria nem olhar pra Patty, ele mal a dirigia a palavra.

 

Eu e Eduardo  não demoramos muito tempo no ferro velho, logo nos mandamos para a casa dele, mas antes de vazarmos para o quarto dele cumprimentei seus irmãos, Miguel e Helena que almoçavam.

“O Fernando vai ta ferrado se o tio dele ficar sabendo dessa história ainda mais se eles forem mesmo processados.” Edu disse.

“Tomara mesmo que não façam nada contra o pobre do Fernando.” Eu disse “Mas e a Patty, em amor?”

“O que tem a Patty?” Edu perguntou.

“O Fernando não ta nem querendo olhar pra cara dela.” Eu disse.

“Ninguém mandou desobedecer a ordem do namorado dela.” Edu disse “Agora paciência.”

“Ai, que machista Eduardo.” Eu disse “Mas e aí? Você acha que o Fernando vai expulsá-la do ferro velho?”

“Acho que não.” Edu disse “O Fernando é louco pela Patty. É passageiro, você vai ver.”

De repente eu fico séria e Eduardo estranha.

“O que houve, amor?” Ele perguntou.

“Me promete que nunca mais vai usar drogas?” Eu o perguntei.

“Como?” Ele se apavorou com a idéia, então começou a rir “O que foi, Beatriz? Ta ficando careta agora?”

Ele se aproximava de mim pra me beijar, mas eu me esquivei: “Quando se tratar da minha vida, eu fico careta sim.”

“Ok, vamos fazer o seguinte.” Ele sugeria “Você não precisa se drogar mais, mas eu continuo casualmente.”

Eu peguei minha bolsa e disse: “Ta. Então drogue-se casualmente porque eu to fora.”

“Espera um pouco?” Ele disse “Você ta terminando comigo por causa disso?”

“Estou.” Disse “Não quero ver a pessoa que eu amo se matar.”

Eduardo sentou na cama e quando estava prestes a abrir a porta, ele concluiu: “Ok, eu nunca mais vou me drogar na vida.”

Eu me virei para ele e perguntei: “Promete?”

“Não troco você por nada no mundo, Beatriz.” Ele disse e eu pulei em cima dele na cama e comecei a beijá-lo.

“Que delicia.” Ele disse “Quem precisa de droga quando se tem essa mulher?”

Eu ri e ele me perguntou: “Quer que eu pare de beber minhas cervejinhas também?”

“Não, não será necessário.” Disse sorrindo.

“Eu te amo, Beatriz.” Ele disse.

“Eu também, Edu.” Eu disse e nos beijamos em seguida.

 

Ao cair da noite, no ferro velho, Fernando e Patty tinham uma conversa decisiva.

“Você não pode me expulsar daqui!” Patty disse apavorada “Minha mãe não permite que eu pise em casa. Você sabe que ela ainda me culpa pela morte do meu pai.”

“É, mas eu também não agüento mais conviver com você.” Ele disse “Você sabe que não dá mais, Patrícia.”

“Para de me chamar de Patrícia!” Ela disse “Você nunca me chamou assim na vida.”

“Ok, mas eu não vou voltar atrás.” Fernando disse “Não quero mais você aqui, Patty.”

“Valeu pela prova de amor.” Ela saiu dali furiosa e foi direto para a casa de sua mãe, que riu da cara dela quando Patty disse que estava voltando pra casa.

“Essa não é a sua casa.” A mãe de Patty disse.

“Eu tenho direito a metade disso aqui!” Ela protestou.

“Não enquanto eu estiver viva.” A mãe de Patty disse.

“Uma grana pelo menos?” Patty perguntou.

“Você não tem direito a nada aqui, Patrícia.” Sua mãe lhe disse “Você matou seu pai.”

“E você já arranjou um novo marido, não é?” Patty perguntou “Hipocrisia é foda.”

“Como?”

“Hipócrita.” Patty repetiu “É isso o que você é, uma perua hipócrita.”

“Vai embora, Patrícia.”

“Não precisa pedir de novo.” Patty disse.

Patty seria uma garota muita rica se sua mãe não tivesse adulterado o testamento de seu pai, quem deixava metade da fortuna dos Vasconcelos para ela.

O pai de Patty sempre babou pela filha, por isso não gostara nada do envolvimento dela com alguém como Eduardo, o verdadeiro destruidor de lares.

Um belo dia, Toni Vasconcelos caiu na porrada com Eduardo, que acabou dando um soco tão forte no cara que o fez bater com a cabeça e morrer.

No final das contas, Patty perdoou Edu, mas quando descobriu que ainda o amava era tarde. Edu já estava louco por mim.

Pobre Patty, não viu outra alternativa além de morar em um dos carros do ferro velho escondida.

E eu? Bom, no meio da madrugada minha mãe fazia um escândalo na casa dos Ferreira, mas isso é história para o próximo capitulo.


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