Chapeuzinho Vermelho escrita por Nana San


Capítulo 6
Chapeuzinho Vermelho - V


Notas iniciais do capítulo

Aeeeeeeeeh! Sexta-feira + leitores fofos + review imenso + gente nova no pedaço = Nana-san feliiiiiiiz e animada para continuar escrevendo ;D



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– Não posso falar com você.

– Violet, não pode fazer isso. Você não quer estar lá com aquelas pessoas.

A garota pensou em questioná-lo sobre de onde tirava todas as afirmativas que jogava no ar. Mas limitou-se a baixar os ombros. Lorenzzo não precisava segui-la para saber o que se passava por sua cabeça.

– O que houve, criança?

– As vezes, eu quase acredito na sua humanidade.

Ela levantou a cabeça e sacudiu os cabelos no ar, jogando pequenos pingos d’água no chão. Recolheu um lírio branco do canteiro e pôs sobre a orelha, recomeçando a andar.

– Isso te faz infeliz, Violet?

– Sim. – Disse sentando na banco da praça com as mãos no rosto – Sai daqui Lorenzzo. Não posso confiar em você.

Ele se sentou no chão a sua frente, ainda limpo e cheiroso, da mesma forma que horas atrás. A cor de seus olhos dançavam em volta da íris, não havia brilho algum, só um tom de vinho intenso, intrigante.

– Se vai me expulsar como um cachorro, pelo menos enrole o jornal como as outras pessoas. Não me fira com palavras que podem me magoar cada vez que me lembre de você.

Ao se levantar, passou dois dedos na barra do vestido, sorrindo.

– Ainda é pura. Que tentação.

Passou os dois dedos nos lábios e penetrou nas árvores com as mãos nos bolsos.

A dialética brigava dentro da pobre garota, ainda lutando para ver quem tinha razão, mas ela as interrompeu antes que se permitisse ser movida por um lado apenas.

Levantou, certificou-se que o lírio ainda estava sobre a orelha direita e foi para a horta, berço da festa. Quando pôs os pés na terra batida ficou na ponta dos pés tentando avistar Carminha.

– Onde você está? Onde?!

– Olá Violet! Como vai a sua mãe? Vi que ela chegou antes de você... Violet! Que coragem a sua de vir com os cabelos molhados. Flor? Nós nem estamos na primavera...

Era por esse e outros motivos que Violet não suportava as outras meninas do Bosque. Não se importou em deixá-la falando sozinha e sair a procura de Carminha.

Não demorou muito para vê-la roxa de raiva ao lado do pai, de braços cruzados.

– Desculpe-me. Tive um problema.

– É bom esse problema não acabar com o resto da minha noite. - cochichou - Tire-me daqui.

– Seu pai já falou sobre o livro com a minha mãe?

– Já. Foi a primeira coisa que ela disse depois do "boa noite". Agora, tire-me DAQUI.

Depois de toda formalidade, Violet a tirou da companhia do pai para "dançar" - leia-se: ir para onde a música toca mais alto e esperar por um par, balançando-se de um lado para o outro.

Os pensamentos da garota estavam distantes, longe dos pretendentes que a analisavam de longe, perguntando-se se valeria a pena convidá-la para dançar. Enquanto isso, Carminha tentava arrumar o penteado vendo-se pelo reflexo destorcido da prataria.

– Como estou?

– Como uma boneca de plástico. Ou cera de preferir. - respondeu sem analisar as palavras que usara.

– Quanta hostilidade! Está tão rabugenta, Violet. O que aconteceu? Pesadelo?

– É... Mais ou menos... Continue de costas, Charlie está vindo em nossa direção.

– Tem alguma coisa no meu dente?

– Não. Você não comeu nada exatamente para isso não acontecer...

– Olá meninas! Como vão? A festa está muito bonita... Querem beber alguma coisa?

– Eu não, mas a Carmen com certeza. Ela estava dizendo que se sentia seca.

Carminha a belicou e apenas sorriu, timidamente. Charlie olhou para trás algumas vezes, onde os amigos estavam cochichando, fazendo sinais. Violet tentou não imaginar Carmen sendo motivo de apostas para não se estressar ainda mais aquela noite. Ela segurou sua mão, demonstrando seu tremor.

– Preciso me ausentar por um minuto. Por favor, não saiam daqui, não quero me perder.

Ela saiu escondendo as mãos dentro da bolsa, alongando o pescoço, exibindo seu nervosismo sem saber. Charlie levou a sério aquilo de não sair daquele lugar e ficou plantado na frente de Violet.

– Violet, você... Quer dançar?

Não se sabe bem com o que ela se engasgou, mas começou a tossir inesperadamente.

– Não... Obrigada.

Ela se sentou num banco e respirou fundo.

– Vou pegar um ponche pra você. Um minuto.

– Vá, e pegue um para Carmen também.

Acompanhou Charlie com os olhos tentando entender o porquê daquele convite depois de tanta gentileza com Carmen, de todos os olhares que eles trocavam na Igreja, ou as broas que lhe dava como cortesia da padaria.

Logo, ele estava do outro lado, na mesa das comidas e bebidas. Tomou uma taça nas mãos, parou por um instante e deixou a taça cair no chão, espatifando cristal para todo lado.

– Mas o que? QUEM FEZ ISSO COM AS COMIDAS?

Um monte de pessoas formaram uma roda em volta da mesa, dizendo "Oh" (s), e outras não conseguiram nem ficar lá por alguns segundos.

Violet levantou-se do banco, abriu espaço na roda de xeretas e viu dentro do ponche de frutas a cabeça de um coelho. Nas demais fruteiras e travessas estavam as outras partes do corpo do coelho.


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Notas finais do capítulo

UuuuUuuUUU quem será que fez tal atrocidade?
Alguém tem um chute?
xD