Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 38
E de volta à rotina... Ou talvez nem tanto


Notas iniciais do capítulo

*desespero* FAZ MT TEMPO Q N POSTO D= *escreve o mais rápido que pode*



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*BAAAAAAAAAAAM*

O sinal tocou. Tinha que ser naquele momento? Naquele exato momento? "Sério? Não, tipo, sério mesmo? O mundo deve estar conspirando contra mim..."

Nos afastamos rapidamente, ambos envergonhados. O silêncio reinava. 

─ Err... ─ Me levantei e tirei a poeira da calça. ─ Acho melhor irmos para a classe. 

─ Espera aí! ─ Sarah me parou, quando eu já estava na porta das escadas.

─ O qu- ─ Não consegui terminar de falar, interrompido pelos lábios da garota à minha frente. Tomei um susto, eu realmente não esperava aquilo. Ficamos daquele jeito por um tempo, não sei definir quanto, e senti como se meu corpo todo tivesse parado, e eu não conseguisse me mexer. "Será que isso é normal? Talvez eu devesse procurar um médico, se isso continuar...

De repente Sarah se afastou, com um sorriso vingativo. ─ É o retorno por aquele dia. 

Ela saiu na frente, andando normalmente, como se nada tivesse acontecido. Continuei paralisado por uns segundos, mas me recompus e corri atrás dela.

─ Ei! ─ A segui ─ Quer dizer que você é uma pessoa vingativa?

─ Interprete como quiser. ─ Ela ria, e eu também. Como nossas aulas não coincidiriam, fomos cada um para uma sala diferente, mas eu estava com a cabeça em outro mundo. Que aula era mesmo?

Eu fingia que escrevia alguma coisa relacionada à matéria no caderno, mas na verdade eram só rabiscos. 

─ ...vid. David. David! ─ Uma voz me chamava

─ Ahn? Que? Ah, eu! ─ "Acordei", procurando quem me chamava. 

─ Sou eu aqui. ─ O professor levantou a mão, já sem paciência. ─ Por favor, resolva o problema que está na lousa.

Observei o "código" escrito no quadro negro. Eu já tinha visto algo parecido... Mas não me lembrava da resposta. 

─ 28 ─ Falei o primeiro número que veio na minha cabeça, pressionado pela impaciência do professor.

─ ... Está correto. ─ Ele falou, com uma expressão de surpresa tão grande quanto a minha. Caramba, que sorte! ─ ... Agora pode explicar para a classe como o resolveu? ─ "...Shit"

Fiquei com vontade de dizer "um mágico nunca revela seus segredos", mas era melhor simplesmente admitir que eu chutei. Tive que começar a prestar atenção na aula já que aquele homem me observava.

Ao término das aulas não encontrei a Sarah, mas não podia esperá-la. Eu tinha o meu trabalho, e eu só havia lembrado naquele momento. "Esqueci de avisar que eu chegaria mais tarde hoje...". Saí com pressa, e deixei uma mensagem para ela avisando onde ia. 

Cheguei ofegante, e mal conseguia falar. ─ Aula... Tarde... Não pude... Cheguei... 

─ Hahaha ─ O senhor riu ─ Não se preocupe, eu tenho um filho da mesma idade que você e estuda na mesma escola, então eu sei sobre o período de aulas.

─ Ah. ─ Pendurei minha mochila num local próprio para isso. ─ O que tem de trabalho pra mim hoje?

─ Estou com vários computadores aqui, e em alguns eu preciso tirar e colocar algumas partes. Quero que você faça isso pra mim. Pode começar por aquele, abrindo o mesmo e trocando sua placa mãe por essa. ─ Ele me indicou o dito cujo, e me entregou uma caixa com o objeto mencionado. Imediatamente fiz o que mandara.

Como eu ficava nos fundos, não precisei atender nenhum cliente, o que me era favorável. "Obrigado, Sr. Kilk..."

Saí um pouco mais tarde do normal, em torno das 7. Já estava escuro, mas não totalmente. Eu estava feliz, pois havia recebido o resto do meu pagamento do mês anterior às férias. Logicamente, eu não fiquei o exibindo, não era tão burro. Mas não funcionou muito...

Esbarrei em alguma coisa, e olhei para cima. Me vi diante de um homem, alto, usando uma máscara preta, com uma arma, que, apesar de ser uma cópia boa, percebi que era de brinquedo, apontada para a minha cabeça. 

─ Me dê todo o dinheiro que tem. ─ Ordenou, com uma voz grossa. Ignorei, e segui em frente. O homem deu um tapa na minha cabeça e me segurou pela gola. ─ Tá achando que isso é brincadeira?! Passa a carteira!!!

─ Ou o quê? Vai me atirar com uma bala de plástico? ─ Eu havia o deixado furioso. Ele atirou a arma de brinquedo longe e me pressionou contra a parede. Naquele ponto, o céu já estava totalmente escuro.

─ Você está afim de morrer? ─ POW! Um soco direto no meu maxilar. Tenho que admitir, ele era forte. Mas eu era teimoso. Talvez fosse melhor simplesmente desistir, mas meu ego não deixaria.

─ Assim não vai machucar ninguém. ─ Eu era homem, eu sabia onde doía mais. Chutei-o entre as pernas, que se ajoelhou de dor. Má ideia. Ele me socou na barriga, e eu caí no chão. Me chutou mais algumas vezes, com mais raiva que não sei o quê, pegou minha carteira, e foi embora. "As vezes eu me surpreendo com minha própria idiotisse...". Meu rosto estava sangrando, meu braços também, mas não era nada demais. Tá, era sim.  "Droga, vai ficar roxo mais tarde..."

Me levantei com certo esforço, e continuei andando para casa. Não era longe, e também aquele em que eu estava não era nenhum bairro perigoso. Era realmente estranho ter um ladrão por ali...

Abri a porta, e agradeci por Sarah não estar na sala. Corri para o banheiro do meu quarto, para tomar uma ducha.

─ David? ─ Sua voz ecoou pela casa, vindo de seu quarto. ─ Cadê você?

─ E-Eu vou tomar um banho! ─ Avisei, e fechei a porta do banheiro com força. "Se ela me vir assim, vai faze uma grande bagunça...". 

A água quente era relaxante, e senti vontade de ficar lá para sempre. Passei a mão em meus ferimentos. Doíam, e parece que iam permanecer lá por um bom tempo. Um corte grande no braço indicava uma cicatriz futura. "Vai ser difícil esconder isso...".

─ Vai logo aí. ─ Meu pai batia na porta. ─ O jantar está pronto.

─ Tá. ─ Terminei de me enxaguar e desliguei o chuveiro, enrolando uma toalha na cintura e indo até o meu quarto. Coloquei uma camisa de manga comprida e uma calça, e desci para a sala.

─ Não está com calor? ─ O homem perguntou, ao terminar de mastigar sua comida. ─ Está quente hoje.

─ Nah. ─ Menti. ─ Estou com um pouco de frio. 

─ Como quiser... ─ Ele disse. ─ Tem chilli lá na panela. Pegue o quanto quiser. ─ Assenti com a cabeça e fiz o que falou, depois me sentei na mesa, onde estavam ele e Sarah.

─ O que aconteceu com o seu lábio? Está cortado. ─ Ela perguntou, e um frio subiu pela minha espinha.

─ Eu arranquei uma pelinha, não é nada. ─ Respondi rápido, sem olhar em seu rosto.

─ Seu pescoço também está roxo. ─ "Droga, droga, droga"

─ Erm... ─ Eu pensava em alguma desculpa ─ Esse eu não sei de onde veio... Deve ser um daqueles que a gente faz enquanto dorme.

Ela me olhou estranho. Obviamente não acreditou, mas decidiu não falar mais nada. Porém, eu podia sentir que íamos ter uma looonga conversa mais tarde...


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