Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 27
Convencendo pessoas


Notas iniciais do capítulo

Capítulo cheio de diálogos >



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Nos encaramos por alguns segundos, até que Sarah decidiu falar alguma coisa.

─ Então... David, esse é meu pai. ─ Ela tentava quebrar o clima pesado que estava consumindo o ambiente.

─ Oi. ─ Falei, com desgosto. ─ Me chamo David.

─ Paul. ─ Apertamos as mãos, ambos fingindo ser simpáticos. Eu sabia que ele não gostava de mim, e ele sabia que eu não gostava dele.

Fiz sinal para que entrasse, e ambos entraram. Fechei a porta e sentamo-nos nos sofás. Eu numa poltrona, ele no sofá e Sarah na outra poltrona.

─ Você disse para a minha filha para ela morar aqui. ─ Ele me encarou, com os cenhos franzidos.

─ Sim Como eu sei que a situação da família de vocês está complicada, apenas ofereci para que Sarah pudesse dormir aqui enquanto tudo não se resolvesse. ─ Expliquei.

─ Entendo... Mas é claro que eu não permito. ─ Ele disse, imediatamente.

─ Por quê? ─ Perguntei.

─ Porque eu mal te conheço. ─ Ele disse, como se fosse óbvio.

─ Você acha que eu vou fazer alguma coisa com ela como você fez? ─ Falei, com raiva, e nos fitamos com olhares metralhadores. A sala ficou em silêncio por um tempo, até que ele finalmente disse alguma coisa.

─ Nossos assuntos pessoais não são do seu interesse. Eu sou a família dela, você não é nada. ─  Ele apoiou a cabeça nas mãos.

─ No momento, qualquer lugar é melhor do que a casa da "família" dela. Você está brigando com a justiça para não ser preso, e Sarah teria de se mudar novamente, sendo que mal faz 4 meses que ela veio para cá. Eu só acho que é a melhor opção. ─ Me recostei na poltrona, e logo depois de Fênix chegar perto de mim, chutei uma bolinha sua que estava no chão.

─ Minha filha é alérgica a cachorros. ─ Ele falou, sem se desfazer de sua posição.

Aquele cara me irritava, eu estava realmente a ponto de destruí-lo. 

─ Não tenho não! ─ Sarah protestou. ─ Inclusive eu já fiz carinho nele muitas vezes. ─ Ela cruzou os braços, emburrada. ─ Francamente, pai, deixe de ser infantil.

─ Eu não deixo, e ponto final. ─ Ele virou o rosto para o lado oposto, sem argumentos.

─ Acho que isso deveria depender também da minha opinião, não? ─ A garota estava inconformada com o fato de não estar contando nem um pouco na conversa.

─ Por quê está se oferecendo para ajudar? Você não tem nada a ver com a família. ─ O homem perguntou, aparentemente confuso.

─ Porque Sarah já me ajudou muito, só quero retribuir o favor. ─ Expliquei, olhando para o teto.

─ ... ─ Ele ficou calado por um tempo, até finalmente falar. ─ ... Você gosta da minha filha?

2 segundos depois da pergunta ser feita ouviu-se um barulho na porta e meu pai entrou, com duas sacolas na mão. Ele ficou parado, observando o que acontecia. O clima tenso e pesado no ar era facilmente percebido em volta.

─ Ah... Oi. ─ Ele olhou para Sarah ─ E quem é você? ─ Perguntou, olhando para o pai da mesma.

─ Meu nome é Paul. Eu dou o pai dela. Prazer em conhecê-lo. ─ Ambos apertaram as mãos num gesto amistoso, bem diferente do que ocorrera entre mim e ele algum tempo atrás.

─ Estou tentando convencê-lo a deixar Sarah ficar. ─ Expliquei a situação, e um sorriso surgiu em seu rosto.

─ Ah sim... Isso porque você não gostava da ideia de tê-la aqui. ─ Ele continuou sorridente até a cozinha, onde colocou as cervejas que comprara na geladeira.

─ I-Isso não tem nada a ver. ─ Cruzei os braços e olhei em outra direção, e Sarah riu um pouco.

─ Enfim, voltando à pergunta anterior. ─ O velhote(acho que vou começar a chamá-lo assim, mesmo apesar de ele não ser tão velho) retomou o assunto, com aquela sua mesma posição de seriedade. 

─ Que pergunta...? Ah. B-Bem... Ela é m-minha amiga.... ─ Cocei a nuca.

─ Responda direito. Você gosta dela ou não? ─ Ele perguntou mais uma vez,  com a paciência já um pouco alterada.

─ Erm... É claro que gosto... Como disse, ela é minha amiga, não? ─ Fiquei nervoso, levando em conta que não conseguiria parar de pensar na palavra "gostar" com outro significado também, mesmo sabendo de que ele não se referia à isso.

─ Hm... ─ Ele parou para pensar por um tempo. ─ Quer saber? Faça o que quiser. ─ Ele se levantou, já farto daquela conversa.

Os olhos de Sarah brilharam. ─ É sério? Posso ficar?

─ Como desejar. ─ Ele se dirigiu à porta. ─ Eu já vou indo.

─ Ah, até um outro dia. ─ Meu pai apertou a mão do homem com aquela mesma simpaticidade de antes.

─ Até, senhor... Ahm... 

─ Cristopher. ─ Ele completou, e o pai de Sarah foi embora.

─ Você conseguiu! ─ Ela levantou os braços, feliz.

─ Não sei bem se isso pode ser considerado uma vitória... Ele cedeu porque não queria mais discutir. ─ Me levantei e fui até a cozinha, pegar algo para beber.

─ Não deixa de ser uma vitória! ─ Ela esbanjava felicidade. "Deve ser muito ruim viver com aquele homem."

Um tempo depois ela foi embora, para terminar de arrumar suas coisas. Passei o resto da noite no meu quarto, escutando minha tão querida música enquanto ficava no computador. "É verdade... Eu estou de férias!"

Combinamos de eu e meu pai irmos buscá-la às 11 da manhã do dia seguinte, e não sabiamos até quando ela ficaria aqui. Poderiam ser semanas ou meses, mas na verdade não mudava muita coisa, já quee u costumava vê-la todo dia nas manhãs, agora eu a veria à tarde à noite também. As conversas seriam as mesmas, as atitudes as mesmas e os mesmos caráters.

Fiquei acordado até as 3 da manhã lendo mangás, e, como era de se esperar, sonhei com os mesmos. Logicamente que deveria ter alguma coisa sem noção, como por exemplo ninjas lutando com peixes voadores e vacas que sabiam manejar espadas. 

Eu lembro de uma vez que eu fui procurar os significados dos meus sonhos num daqueles livros dos sonhos. Não que eu acreditasse, apenas fiquei curioso. Dizia "você terá muita riqueza na sua vida, e será muito feliz." Uma parte estava totalmente certa, eu fiquei realmente muito feliz na hora.


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Notas finais do capítulo

Acho que eu sou a única pessoa no mundo que conseguiu quebrar o dente comendo macarrão...
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