Anti-social escrita por UnknownName


Capítulo 12
Problemas, problemas




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─ Que dor de cabeça... ─ Reclamei, ao levantar numa péssima manhã de sexta feira(ou não, era sexta feira).

Me olhei no espelho e, como sempre, eu estava com olheiras e sono. Felizmente elas iriam desaparecer rápido, antes de eu encontrar com algum ser.

Vesti uma camisa que eu havia separado no dia anterior, e uma calça jeans. Eu não estava com fome, então simplesmente peguei minha mochila e saí. O tal de Fênix ficou puxando a barra da minha calça pra que eu não fosse. Haha, foi engraçado de ver.

Por algum motivo fora do comum eu estava com um ótimo humor naquele dia. Cheio de energia, sabe? Isso chegou a um ponto tão extraordinário que eu prestei atenção nas aulas... Pelo menos nas 2 primeiras. Meu lado "eu" falaria mais forte.

Já que o armário da Sarah ficava ao lado do meu, na troca de aulas sempre nos víamos, eu gostando disso ou não. Mas na última troca de aulas antes do intervalo(história com educação física), não vi nem sinal dela. 

─ Sarah matando aula? Isso é algo inédito. ─ Comentei comigo mesmo, surpreso. Ela era toda santinha e tal, vê-la fazendo algo ruim era no mínimo incomum.

Na educação física a professora gorda exigiu mais ou menos 12 voltas em torno da quadra(correndo). Não sei da onde, mas eu tinha uma resistência física ótima, fazer aquilo não exigiu muito esforço. Se bem que minhas pernas se cansaram um pouco. 

Logo depois jogamos basquete(os mais altos, na maioria garotos) e handebol(os mais baixos, na maioria garotas). Eu fiquei com basquete. 

Posso não ser nada demais, nem o melhor do time, mas eu sabia jogar bem, se eu quisesse. 

Depois da aula, uns 10 minutos antes do sinal soar, a professora liberou a saída dos alunos para tomar banho etc.

Quando finalmente a aula terminou, todos correram embora. Se tivessem toda essa energia e velocidade na hora dos jogos, com certeza estaríamos nas finais. Eu demorei um pouco para sair, levando em conta minha desorganização e dificuldade em arrumar minhas coisas rapidamente. 

Fui até atrás da escola, como de costume. E eu não vira Sarah mais uma vez. "Quando se mata aula, normalmente não se faz isso no intervalo", imaginei, "Ela deve ter ido parar na diretoria ou algo assim. Não que isso me importe.". Saquei meu celular e, enquanto ouvia alguma música, jogava um jogo que tinha baixado recentemente.

Não demorou muito, ─ algo em torno de 10 minutos ─ Mas Sarah chegou. Seu cabelo estava levemente bagunçado, e ela tinha uma expressão triste.

─ Oi! ─ Ela me saudou.

─ O que aconteceu com você? Nunca te vi matar aula. ─ Perguntei, sem dar muita importância.

─ Ei, eu não estava fazendo isso! ─ Ela protestou.

─ Tava fazendo o quê então? 

─ Eu tava... ─ Ela ia dizer, mas algo a impedia. Parecia com medo de falar ─ Esquece. ─ Ela se sentou.

Confesso que fiquei curioso ─ Bem curioso, na verdade ─ , Mas não perguntei mais nada. Eram os assuntos dela, não meus.

─ Você tem algum dinheiro para eu comprar um salgado? Eu esqueci o meu em casa... ─ Ela se virou para mim.

─ Não. Você sabe muito bem que eu não trago dinheiro. ─ Respondi imediatamente.

─ Ah. Tudo bem, então. Valeu mesmo assim.  ─ Ela agradeceu. 

Ficamos um tempo em silêncio.

─ Esse Mike é um idiota, não acha? ─ Ela puxou assunto.

─ Quem? ─ Perguntei, sem tirar a concentração do celular.

─ O aluno novo. Você já deve ter visto ele. Loiro, um pouco alto... ─ Ela explicou.

─ Ah, já vi. Eu odeio ele. ─ Falei.

─ Eu também. É, parece que temos coisas em comum, afinal. ─ Ela sorriu.

Dei de ombros ─ Tanto faz.

─ Ugh, você não liga pra nada. ─ Ela resmundou, cruzando os braços.

─ Não mesmo. ─ Concordei.

Sarah olhou para o céu, como se procurasse algo lá em cima.

─ Perdeu sua bolsa nas nuvens? ─ Caçoei, com um riso sarcástico.

─ Nhé ─ Ela me mostrou a língua ─ Eu só estou olhando para ver se vai chover ou fazer frio. A época de chuvas está chegando, se você não sabe. ─ Explicou.

─ Hm. E você é algum tipo de meteorologista? ─ Levantei uma das sombrancelhas.

─ Minha mãe me ensinou uma vez que quando as nuvens estão espalhadas, como se alguém tivesse as borrado, é porque vai chover. Se elas estiverem acinzentadas é mais um ponto positivo para essa hipótese. E quando tem uma ou mais formando um risco, como quando aqueles jatos de fumaça passam, fará frio. ─ Ela mostrou todo o seu conhecimento.

─ Entendi. ─ Confirmei, trocando de música.

Não demorou muito para termos que voltar para nossas classes. Só mais uma aula de matemática e uma de alemão e au revoir escola.

Mas sabe o que é mais legal? Ao invés de aula normal, nós assistimos à um mini filme na aula de língua estrangeira. Lógico que eu dormi.

Quando eu estava indo embora, vislumbrei um pequeno tumulto no corredor. Não aguentei de curiosidade e cheguei mais perto para ver o que era.

"Sarah, você só arranja problema..." Pensei, ao observar a fonte daquilo tudo. O tal de Mike se aproximou dela, provavelmente querendo um beijo ou algo assim, mas ela recusara. E por isso, agora ele batia nela. 

Olhei em volta: Ninguém estava disposto a ir lá. 

─ Vai sobrar pra mim... ─ Bufei. 


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Notas finais do capítulo

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