Solstício - Fic em Hiatos escrita por Junko, Nathany


Capítulo 5
Amizade


Notas iniciais do capítulo

postado na integra. Desculpa a demora



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Acordei cedo bem disposta, preparada para o segundo dia na escola. Queria ver Beth e agradecer pela música que realmente me fizera bem. Eu tinha esperança que conseguisse parar de pensar NELE, a canção era um roteiro perfeito do meu sofrimento, mas eu chegaria ao final “ e nossa história finalmente acabou; é tempo de mudar”.

Tomei banho e coloquei meu uniforme que não me pareceu mais tão horrível, procurei em minha necessáire um gloss que Emily me dera antes que eu deixasse Forks. Ela falara que eu já era uma mocinha e teria que usar coisas de moça. Eu não ficara muito feliz com o presente na época, mas naquele momento, não me continha de felicidade por ter algo que me tornava mais humana sem precisar recorrer as minhas tias e me transformar em sua Barbie viva.

Desci as escadas sorrindo carregando minha mochila nos ombros e meu mp3 nos ouvidos tocando minha nova música predileta, o retrato perfeito de uma adolescente humana – se eu fosse uma. Sentei no banco de trás do Volvo. Alice parecia animada com algo.

Chegamos a escola e estacionamos como no dia anterior, desci do carro e pude reconhecer alguns rostos entre eles um dos garotos grandes da aula de literatura. Caminhamos todos juntos até o momento que seria inevitável nossa separação para que cada um fosse para sua sala.

Fui com Alice para a aula de espanhol, ela tentava transparecer calma mas o olhar a traiu.

-O que foi Alice?

- O seu aniversário está chegando. - ela respondeu animada, com o meu humor do último mês para mim não era boa coisa.

- Já sabe meus presentes – perguntei tentando parecer animada, mas fracassei. Eu sempre adorei fazer aniversário, festa, balões, bolo e brincadeiras. Mas esse ano eu não estava animada, pelo contrário não queria que 10 de setembro chegasse mas não conseguia descobrir o motivo do meu desanimo.

-Não posso contar é surpresa, mas eu quero tanto contar... - Alice entrou na sala com esse dilema, o fim do mundo!

- Então não conta. Vão ficar magoados com você – respondi, tentando me livrar daquele assunto. Nos sentamos no meio da sala.

-Alice! - ela olhou para mim e eu abaixei minha cabeça e minha voz para que ela não passasse de um sussurro. - Você acha que vou conseguir fazer amizade?

- Até mais que isso se você quiser. - Ela respondeu com um sorriso lindo. Era tão bom poder contar com Alice.

Vi a menina ruiva de olhos verdes entrar na sala e sentou ao nosso lado.

-Bom dia Cullens!- Ela cumprimentou

-Bom dia!- respondi

-Seu irmão é um gato mas é tão carrancudo que fique com medo dele. - ela me falou com tanta espontaneidade que eu gostei, não me passava maldade.

-Realmente ele é sério mas é bonzinho, não morde! - brinquei, ela estava fazendo uma careta horrível – O que foi?

- Morre!!! Tifany e Kimberly as fiéis escudeiras de Soraia Brackemberg. - Ela terminou fazendo uma careta. Pelo visto eu não era a única que não simpatizara com a referida garota. Tifany e Kimberly eram duas garotas loiras.

Alice ficou quieta ma deixando interagir. O que me deixou extremamente agradecida. A aula de espanhol foi tranquila, as vezes Hannah fazia algum comentário que me levava a abrir um sorriso ou comentar também. Era mais fácil estar com humanos do que eu teria imaginado.

Os humanos que eu convivera até ali fora Charlie e os humanos que de alguma forma tinham ligação com a “família”. - Entenda-se as duas alcatéias. Era como nos referíamos a elas quando estavam juntas e seus imprintings. Pensar nessa palavra me calçava arrepios. - Minha amiga de infância fora Claire, que ainda era uma criança de 7 anos. Crescimento acelerado realmente não era uma boa coisa.

O sinal tocou anunciando o fim da primeira aula, caminhei com Alice para o laboratório de química onde teríamos a próxima aula com papai e mamãe.

Quando chegamos eles já estavam na sala dividindo uma carteira de tampo preto, Alice e eu nos sentamos na carteira a frente deles. Milla chegou logo em seguida e se sentou na carteira a minha frente.

-Conseguiu baixar a música? - Ela me perguntou como um bom dia.

- Consegui, ela é maravilhosa. Você já viu Beth hoje? - perguntei aproveitando a pequena brecha que conseguira.

- Não mas a próxima aula é biologia, só vi Daniel Burke. - ela lançou uma piada para mim. Ouvi um rosnado baixo, inaudível a ouvidos humanos do meu pai – Ele está vindo para cá!

Assim que a aula começou ele entrou na sala sorrindo. A aula ocorreu tranquila. Milla realmente era uma aluna muito aplicada. Recebemos uma série de trabalhos a serem realizados ao longo da primeira etapa todos em dupla. Daniel comentou com Milla que ele era muito sortudo de estar fazendo dupla com ela. Alice não anotava nada, não que a memória dela fosse excelente mas por que ela me deixaria fazê-los sozinha.

Quando a aula acabou papai e mamãe se colocaram ao meu lado como sentinelas. Alice caminhou ao lado de Milla e Daniel o que aborreceu papai.

-Beth falou muito de você ontem – Daniel comentou comigo – Falar bem da banda a agradou muito.

-Nossa!. Eu adorei a música – respondi ignorando o olhar reprovador do meu pai.

- Ela já deve ter enchido a sua cabeça. Acho que a nossa nerd de plantão- ele falou apontando para Milla – já deve estar cheia.

- Ontem ela falou do tamanho dos meus óculos 10 vezes. - Milla respondeu parecendo não se importar.

- Realmente, óculos menores realçariam mais a sua beleza. - Alice falou muito animada. No mínimo pensando em fazer de Milla sua próxima Barbie viva, como se eu e mamãe não bastasse.

-Alice! O que ... - papai tentou falar com ela.

-Ai! Edward por favor! A minha sala é esta vejo vocês mais tarde! - ela falou parando em uma porta.

- As vezes é melhor ignorar Alice. Ela não consegue ficar sem expressar a opinião dela. - Mamãe falou para Milla.

- Eu não me importo, meu problema visual é muito intenso. - Ela respondeu, parecendo não se abalar com os comentários.

Entramos na sala e papai voltou para conversar com Alice, ela realmente deve ter pensado em algo que o abalou. Soraia Brackemberg já estava em sala conversando com Tifany e Kimberly. Caminhamos para nos sentar no meio da sala. Mamãe foi a primeira a passar por Soraia seguida de perto por Daniel, ela iria guardar o lugar de papai.

-Nessie! - Beth me chamou entrando na sala.

Me virei para cumprimentá-la, pela minha visão periférica vi Soraia colocar o pé enquanto Milla passava, derrubando-a no estreito corredor entre as carteiras.

O som abafado do tombo me enfureceu.

- O lugar de gente pobre é sempre por baixo. - Soraia falou esnobando Milla, as suas escudeiras, como Hannah havia denominado, riram.

- Você é louca garota? - perguntei, mas só depois percebi que eu havia gritado.

Daniel estava ajudando a Loira a se levantar.

-Por quê? - ela perguntou se fazendo de desentendida.

- Você colocou o pé pra ela tropeçar.

- Isso?! Não sou apenas superior a vocês – ela respondeu presunçosa.

-Você não é humana? - senti todos os olhares da sala recaírem sobre mim, escolhas de palavras errada mas já era tarde pra mudar. - Pra ser superior só se você for de alguma espécie diferente, você evoluiu?

-Sou mais que humana! Sou milionária!

-Esse é um ataque típico de Soraia Brackemberg. - Daniel falou parando ao meu lado.

- Eu não acredito que estou ouvindo isso. - comentei. Nunca pensei em dinheiro dessa maneira, aliás eu nunca tomei conhecimento de quanto era rica. Sempre sonhei em morar em uma casinha em La Push, ilusão que nunca se tornaria uma realidade.

- Isso foi só pra vocês entenderem que quem manda nessa cidade é a minha família.

-Não! Você não manda a cidade é de todos! - arumentei.

- Uma ordem de meu pai e vocês somem daqui. Que coisa feia Daniel Burke andando com perdedores – ela debochou.

- Quem é perdedor garota? - Beth gritou com Soraia muito alterada.

-Você por exemplo. Não passa da enteada de um dos homens mais ricos de Montana, que casou com uma prostituta.

Senti o cheiro das lágrimas de Beth e o tremor de seu corpo tentando deter o choro.

- Cala a boca! - Ordenei entre os dentes. Senti a sede realmente me incomodar arranhando minha garganta. Olhei Soraia com todo o ódio que eu consegui. Senti o medo dela chagar até mim.

- Já chega! - Meu pai falou sério, duro me encarando e me arrastou pelo braço até minha carteira, Soraia ficou rindo de mim.

Só quando sentei que vi que mamãe esteve o tempo todo ocupada catando os cacos do óculos para que nenhum humano se machucasse. Milla estava em prantos.

- Calma Milla! Cão que ladra não morde – Daniel falou para acalmá-la.

- Como vou estudar eu só tinha aquele óculos.

- Ela vai ter que te pagar outro! - eu falei indignada.

- Renesmee Carlie Cullen! Eu já mandei parar – papai me repreendeu na frente de todos.

- Eu te pago outro óculos. Agora para de chorar. Ela quer te fazer sofrer – Daniel falou muito sério.

Cruzei os braços sob o peito, era horrível ser vigiada o tempo todo pelo seu pai, não poder expressar seus sentimentos, viver uma farsa. Mais uma vez eu tive inveja dos humanos normais do colégio. Os olhos de papai queimavam em minhas costas. Estava com sede. Não entendia por que Soraia não gostava de mim, sempre todos se encantaram comigo.

A aula de biologia foi muito longa, o Sr. Iolvick perseguia claramente Milla, a chamando 19 vezes durante a aula, fazendo perguntas tanto sob a matéria que ela respondeu todas, ou perguntando o por que dela não estar copiando a matéria. Copiei praticamente tudo que o professor falou, para passar para Milla. Beth estava nervosa, o que Soraia falou deveria ser verdade. Queria saber qual era a relação de Beth e Daniel.

Quando a aula acabou esperei que Soraia saísse de sala pra que eu não avançasse nela.

-Vocês vão almoçar conosco? - perguntou Beth forçando um sorriso.

- Não. - meu pai respondeu causando tremor na pequena garota. - Vamos almoçar com a nossa família.

- Qual é a sua próxima aula Nessie? - Daniel me perguntou.

- Geografia.

- Podemos ir para a aula juntos. - ele sugeriu animado, não entendi por que a insistência dele.

- Seria ótimo vocês irem juntos – mamãe respondeu por mim.

Caminhamos direto para o refeitório, deixando para trás os humanos que haviam se simpatizado conosco, ou melhor comigo.

- Bella! O que você estava fazendo? - papai perguntou mostrando o quanto estava contrariado.

- Ajudando nossa filha a fazer amizade. É o que ela quer. - mamãe respondeu mostrando que não iria voltar a trás em sua decisão.

- É perigoso, ela iria avançar em Soraia.

- Não, ela não iria. Eu confio nela.

- Eu estou presente! - Falei em protesto e fui direto para a fila do refeitório.

Escolhi para almoçar um pedaço de pizza, coca-cola e uma barrinha de chocolate. Quando caminhava pra a mesa de minha família, vi Daniel pegando o almoço para Milla ela realmente não enxergava nada sem óculos. Ele era um rapaz muito simpático e prestativo uma verdadeira raridade. Sentei com minha família a mesa.

-Pararam de tomar decisões por mim? - perguntei irônica.

- Não concordo com a paixão que vocês têm por humanos e lobisomens. Por que não adotamos um humano de bichinho de estimação e vemos quanto tempo ele dura? - Rosalie despejou de forma ácida.

-Rose! - Emmett falou

Discutíamos em um tom muito baixo, impossível para os ouvidos humanos identificarem no meio de tanto ruído.

-Vocês estão esquecendo que Renesmee tem um lado humano, ela precisa viver essas experiências. - mamãe contestou ao meu favor.

- Bella é perigoso a sede dela se intensifica quando ela fica nervosa ou triste. - Papai argumentou sabiamente, isso era algo que eu não podia negar.

- Eu posso me controlar, nunca machuquei vovô Charlie ou Clair.

- Você tinha todos nós cuidando de você, Jacob e Quil.- Papai argumentou comigo e a menção do nome dele me deixou nervosa e eu senti minha garganta beliscar com sede, dei uma golada grande em minha coca pra tentar aliviar.

- Edward! Bella tem razão, acho que se Nessie fizer amizade vai ser muito bom para ela. - Alice argumentou.

- A última vez que nos envolvemos com um humano acabamos com mais uma vampira. - Rosalie falou com uma tranquilidade irônica.

- Vocês vão me dar uma chance? Confiem em mim! - Pedi com meu melhor sorriso.

- Edward, deixe ela viver o lado humano. Você sabe tanto quanto eu que ela está triste. - Jasper falou e eu vibrei de felicidade com o aliado que eu não esperava . Sorri para ele, realmente um estrategista nato.

- Tudo bem! - meu pai falou resignado, me surpreendendo. - Você pode se sentar com eles, mas com uma condição - “ Estava muito bom para ser verdade” - Você tem razão, realmente estava- meu pai falou em resposta ao meu pensamento – Eu vou monitorar os pensamentos deles e você só vai andar com quem eu autorizar.

- Mas pai...

Fui fuzilada por seis olhares ameaçadores, custei para descobrir o por que de ter sido fuzilada. Eu havia falado um apalavra proibida na escola. PAI. Eu chamara Edward de pai na escola.

- Você já verificou alguém?

- Daniel Burke ficou muito interessado em você, Elizabeth Wilson e Hannah Rosemberg são excêntricas mas a mente é limpa, se preocupam mais se vão conseguir ver a benda que elas gostam do que com meninos o que é muito bom. Milla Jones tem seus objetivos traçados e ela não irá desviar deles, estudar, conseguir uma bolsa na universidade como ela conseguiu essa, um bom emprego dar uma vida digna a avó que é a única parente que ela tem.

- Ótimo! - falei feliz – essas pessoas estão liberadas?

- Sim, mesmo Daniel Burke estando querendo te beijar e qual garoto nessa escola naõ está querendo? Ele foi o único que os pensamentos pararam nisso.

-Quem sabe eu não queira beijá-lo – perguntei irônica.

Eu estava alegre eu finalmente iria mergulhar nos conflitos adolescente, eu iria decidir quem eu amaria, não precisava de nenhuma força mística pra decidir isso por mim. Continuei almoçando e o refeitório começou a esvaziar, o intervalo estava acabando. Vi Daniel se aproximando através da minha aguçada visão periférica, ele hesitou a uma distância segura, percebi o dilema dele em se aproximar mais ou não – O seu subconsciente o avisando que eramos perigosos. Poupei esse trabalho a ele, peguei meu material e levantei despedindo de minha família.

Caminhei para encontrar com ele, mas meu subconsciente projetava imagens passadas, uma em particular. Me vi ainda pequena correndo para encontrar com meu Jacob. O meu Jacob era diferente DELE. Eliminei esses pensamentos e me concentrei no rapaz loiro que me esperava.

-Vamos! - falei em incentivo, ele estava congelado no lugar.

- Claro! - ele falou estendendo os braços para mim – Antes que a família dela muda de idéia- ele murmurou muito baixo para ele mesmo sem saber que eu podia escutar.

- Você conhece a Beth a muito tempo? - perguntei

- Há sete anos, você percebeu o que Soraia falou?

- Sim.

- Ela é minha irmã emprestada, depois que minha mãe faleceu meu pai se casou com a mãe dela.

- O que a Soraia falou é mentira.

-Não, mas não têm importância. Ela é uma boa mãe para mim e me deu uma irmã maravilhosa.

- Sua família não é convencional. Me senti feliz pela minha não ser a única.

- Todo mundo tem esqueleto no armário. - ele falou e começamos a rir, ele nem imaginava o tamanho do meu esqueleto.

- Você está gostando de Great Falls?- Ele me perguntou, uma pergunta básica.

- Tem muito sol para o meu gosto, sinto falta da floresta – confessei.

- Em Forks a natureza é mais próxima?

- Sim, a floresta começa muito próximo a minha casa.

-Deve ser legal crescer perto da floresta.

- Eu acho – omiti o fato de crescer dentro da floresta correndo com lobos.

Senti saudade de Seth, Quil e Embry. E é claro de Jacob falando da floresta. Sentamos lado a lado na aula de geografia, Daniel era muito agradável. A aula passou muito rápido, realmente o tempo voa quando estamos felizes, livre da ansiedade.

 


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Notas finais do capítulo

comentem por favor e façam um aautora feliz