– O Brian nunca se apaixonou. - Harry se jogou na cama. - Aposto que é outra brincadeira idiota dele!

– Mas Harry, e se o Patrick realmente estiver falando a verdade?! A gente não escolhe se vai se apaixonar ou não... - Sentei do seu lado.

– Não é isso, baixinha! É só que eu não quero que você se machuque de novo por causa dele. Não gosto de te ver triste! - Me abraçou por trás.

– Relaxa, eu não vou me machucar não! Sei me cuidar... - Sai do abraço. - E se realmente não teve aposta nenhuma?!

– Lógico que teve! Você acha que o Brian ficaria com VOCÊ?! - Harry deu uma ênfase no "você".

– Porra, tá dizendo que eu não sirvo pra ele? - Fechei a cara.

– Não foi isso! - Suspirou. - É que ele sempre te odiou e... - O interrompi.

– Isso não significa nada, Harry Willian Stewart. - Cruzei os braços. - Você disse que eu não sirvo para o Brian!

– Eu não disse isso! - Passou a mão no cabelo.

– Eu sou tão ruim assim?! - Apontei pra mim.

– O quê? Não, você não é ruim, Kath!

Suspirei e sentei na ponta da cama.

– Ei! - Harry me abraçou por trás. - Tenta me entender. Eu não disse que você não era boa o suficiente pra ele, só disse que ELE não é bom o suficiente pra você...- Sussurrou.

– Não estou com cabeça para momentos fofos. - Tirei seus braços da minha cintura. - E isso não funciona mais, Harry... - Passei a mão no meu cabelo e deitei.

– Era para funcionar. - Se deitou ao meu lado.

Peguei o celular e mandei um sms para o Brian.

" Preciso conversar com você, babaca. Esteja na praça daqui 15min. -Katherine- "

– Vai mesmo fazer isso?! - Harry me olhou triste.

– Vou. Eu preciso...

– Posso ir junto?! - Pediu.

– Desculpa, mas tem coisas que eu preciso resolver sem você... - Beijei sua testa.

– Se cuida. - Suspirou. - Eu já vou! - Disse e saiu.

Vesti uma blusa do Slipknot, um short e meu inseparável all star. Peguei o skate e desci para a praça. De longe, pude ver o Brian sentado num banquinho de madeira com o celular na mão. Minha boca ficou seca e meu coração parou por uns segundos e acelerou rapidamente.

– Como assim não teve aposta nenhuma?! - Pedi explicações sentando do lado do Brian.

– O Patrick inventou essa história de apostar porque achou ridículo eu ter ficado com você... - Percebi ele tremendo. Encarava o chão.

– Eu estou falando sério, Brian! - Gritei. - Olha pra mim, porra!

Ele levantou a cabeça devagar e olhou assustado.

– Agora é minha vez de falar! - Continuei. - Você sabe que foi um babaca quando pediu para o seu amiguinho idiota vim até aqui falar comigo, não é?! Sem contar que ele é péssimo em mentiras. E que porra de história foi essa de você estar "apaixonadinho"? - Perguntei.

– O quê? O que mais ele te disse? - Brian me olhou confuso.

– "O Brian está apaixonadinho... Ah, que ridículo isso!" - Imitei uma voz idiota.

– Apaixonado? Não, ele entendeu tudo errado... - Brian suspirou.

– É verdade, porque eu não sirvo pra você. - Disse baixo, lembrando das coisas que o Harry havia dito. - Todo mundo entende errado, não é? Com certeza existiu aposta! Mas quer saber, vocês que não servem pra ninguém. São uns babacas sem sentimento. Imagine se realmente você estivesse apaixonado. Olha pra mim e olha pra você! Somos de mundos totalmente diferentes. - Suspirei.

– Não, Kath! Você entendeu errado! Foda-se os julgamento das pessoas. Elas sempre vão julgar, não importa o que aconteça. E quer saber? Somos sim de mundos diferentes, mas e daí? Você mesmo nunca foi de se importar com o que as pessoas dizem. - Bagunçou o cabelo. - E se eu estivesse apaixonado... Acho que pelo menos deveriamos tentar!

– Você não está apaixonado. - Disse com uma ponta de decepção. - Então de que adianta você dar esse discurso todo para nada?! Fazer o Patrick vir aqui e mentir foi ainda mais ridículo. Se não está apaixonado, por que está fazendo tudo isso?

Brian fitou o céu por um tempo.

– Eu só quero... - Deu uma breve pausa. - Impressionar uma garota!

– Quem é a próxima iludida?! - Ri.

Me olhou incrédulo e não respondeu.

– É sério, se quer impressionar uma garota, não tem que pedir para o Patrick dizer essas coisas pra mim! - Encarei os olhos azuis que me olhavam. - Eu sei que a escola inteira sabe da aposta, e acho que você está com medo de que a tal garota pense que você irá fazer a mesma coisa com ela... Você só tem que dizer o que sente!

– Obrigado. - Murmurou. - Mas essas coisas não dá certo com ela.

– O que custa tentar? - Sorri.

– Então eu vou tentar. - Retribuiu o sorriso. - Começamos errado, isso é verdade! Desde criança aquela implicância boba, brigas por causa de brinquedos. Me arrependo desde o momento em que eu puxei seu cabelo no jardim de infância. Fui idiota, babaca e desde então, tenho agido da mesma forma. Ainda éramos crianças, mas eu continuo da mesma forma. - Segurou a minha mão. - Eu nunca tinha sentido isso antes. É estranho. Sempre foi fácil pra mim ficar perto de uma garota e agora, eu estou tremendo e suando! Desde o primeiro beijo você não sai da minha cabeça. Desculpa, eu te amo... Assim ficou bom, Kath?! Será que ela vai gostar?

– Se eu te disser que ela gostou? - Um sorriso enorme se formou no meu rosto.

– Que bom, porque foi difícil falar isso assim... - Chegou bem pertinho de mim.

– Não, Kath! Não antes de me ouvir também! - Ele parecia cansado de tanto correr.