Os Selos Do Destino escrita por Tsukkiame


Capítulo 4
A chegada e alguns cabelos coloridos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem de mais um cap. Desculpem a demora para postar, a criatividade demora pra chegar aqui.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/224552/chapter/4

Finalmente chegou o primeiro dia de aula no colégio. Os gêmeos Loup já estavam prontos, quando de repente lembraram que não sabiam onde era o colégio, e muito menos como chegar. Decidiram perguntar ao mordomo:

– Scott, como iremos ao colégio sem nem mesmo saber como chegar lá?- Perguntou Samantha.

– Seu pai já cuidou de tudo, jovens.

Os dois decidiram não comentar sobre o assunto. Foram então preparar pelo menos algumas malas para levar com seus pertences, já que era um colégio em período integral com dormitórios anexados, segundo Scott.

Ao descerem de volta o mordomo já os esperava. Ele murmurou algumas palavras e ao abrir a porta não se via mais o jardim da mansão. Via-se um pátio gigante, cheio de alunos indo e vindo, até mesmo alguns surgindo do nada com suas bagagens. O clima estava típico de inverno, os uniformes eram diferenciados por sexo, os meninos usavam terno azul marinho com o emblema da escola, suéter, camisa, calça preta e gravata vermelha. As meninas usavam o mesmo uniforme se diferenciando somente pelas saias e meias até um pouco acima do joelho. Por ser inverno, os alunos adoravam poder usar algo mais além do uniforme, alguns usavam casacos por baixo do terno, lenços e cachecóis.

Foi quando Scott quebrou o silêncio. Dizendo-lhes para irem em frente. Sem ele. Allan insistiu para que ele fosse com junto, porém o mordomo lhes disse que não podia, que tinha ordens de não atravessar o portal. Os gêmeos prosseguiram, ao passarem pelo portal perceberam o quão grande era o pátio, ele ficava no centro do local. O colégio tinha três prédios, cada um com dois andares de salas, eles ficavam localizados ao norte, leste e oeste. As construções do colégio tinham estilo inglês e um toque sutil de mistério.

Logo os gêmeos foram recebidos por uma mulher loira. Eles tiveram a leve impressão de ter visto orelhas pontudas. Mas rapidamente ela ficou de costas e lhes disse para segui-la, que iria levá-los à sala do diretor. Chegando lá, o diretor, Hugo Went, os fez sentar nas duas poltronas que tinham em frente à mesa dele.

– Obrigado, Grey. – Agradeceu Hugo. - Os estava esperando. Como eu contatei a vocês, um fiador decidiu pagar as mensalidades para vocês. - Explicou o diretor.

– Mas quem é esse tal fiador que não podemos nem ao menos saber o nome dele?- Perguntou Allan.

– Ele pediu para manter-se em anonimato. - Explicou o Sr. Went- Bem, vamos direto ao assunto. Fiquei sabendo que já haviam tentado entrar no colégio ano passado, certo?

– Sim, mas a pontuação que fizemos não foi suficiente pra uma bolsa integral. - Disse Samantha.

– Sem contar que não sabíamos que era um colégio de magia. – Completou o irmão.

– Entendo então vocês já devem ter alguma noção de magia, certo?

– Aprendemos o básico com nosso mordomo nos últimos vinte dias. - Explicou-lhe Allan.

Após algum tempo conversando o diretor explicou-lhe mais sobre a instituição e ficaram sabendo que o verdadeiro nome do colégio era Asphire e não Sahpire, como sempre haviam acreditado ser. Segundo ele, o colégio abriga jovens de todas as raças, elfos, duendes, náides, dríades, fadas, ninfas e uma infinidade de seres e raças, sem contar alguns humanos. Além disso, o Sr. Went também lhes explicou onde eles iriam ter aulas, sobre os professores, e algumas cidades vizinhas.

Depois da conversa a mesma mulher loira, que descobriram que era descendente de elfos, os levou até os dormitórios, que ficava aos fundos do prédio norte. Havia dois casarões gigantescos, cada um com dois andares. Os gêmeos tinham quartos separados, porém no mesmo andar. Samantha ficou no quarto junto com uma descendente de ninfas aquáticas. Ela tinha quase a mesma altura de Samantha, mas com um cabelo um tanto especial. A garota, dentro do quarto ouve a gêmea Loup batendo na porta, ela deixa seu livro de lado e vai abrir a porta.

Samantha decidiu ser simpática e se apresentou:

– Oi, sou Samantha Loup. E você é...

– Sou Cloe Laqcue, descendente de ninfas. A sua cama é aquela ali – apontou ela para a cama do lado esquerdo do quaro. - E você ééé... de que raça? - Perguntou-lhe Cloe.

– Eu sei que existem diversas raças por aqui, mas não sei nada sobre meus pais. Então, creio que eu seja uma humana normal. - Explicou-lhe Samantha, um tanto constrangida.

Depois de um tempo em silêncio, já dentro do quarto, e para quebrar o clima pesado que tinha criado, Cloe mostrou o quarto para Samantha. O quarto era amplo, com piso de cedro, janelas de madeira em arco, típicas das que se veem na Itália, uma cômoda no pé direito do quarto e um guarda-roupa ao lado de cada cama. E por final, um banheiro suficientemente grande para duas pessoas.

Depois de mostrar o quarto para a nova colega de quarto Cloe decidiu voltar a ler. Enquanto isso, Samantha tentava guardar suas roupas, mas como estava muito agitada decidiu puxar assunto com a ninfa.

– O que está lendo?

– Leitura avançada em ritualística.

Samantha mal sabia pronunciar aquilo sem se engasgar. Tamanha era a confusão que encarou a colega com uma cara de total confusão, quando finalmente decidiu perguntar:

– Sério mesmo que vou ter que estudar isso aí?

Cloe achou graça na pergunta de Samantha e deu uma leve risada, não podia ser que não soubesse o que era aquilo.

– Não, existem várias áreas da magia, por exemplo, têm os sacerdotes ou préx, os elementais, magos de combate e assim por diante.

– Aaah, tá. – Respondeu a menina, enquanto voltava para a sua cama.

–-----------

Enquanto isso, Allan já dentro de seu dormitório, semelhante ao de Samantha decidiu se apresentar ao colega. Ele tinha a mesma idade e estatura um pouco menor que a de Allan. Seus cabelos eram vermelhos feito fogo.

– Me desculpe, não me apresentei. Sou Allan Loup.

– Prazer, sou Martin Zwent, descendente de duendes leprechauns .

No colégio Asphire era um costume dizer eu nome e depois especificar a sua raça, já que com tantos estudantes de raças diferentes seria difícil saber de descendência cada um seria somente de ver.

– E pelo visto você já deixou tudo do seu jeito, hein?

– Uhum, já faz um ano que estou nessa escola. – Disse Martin.

Depois de arrumar seu lado do quarto, Allan decidiu pegar um livro do seu autor favorito para ler. Saiu do quarto e logo deu de cara com a elfa que havia acompanhado a ele e a sua irmã à sala do diretor.

– O que está fazendo aqui? – Olhou surpreso para ela.

– Só estou seguindo ordens que o Sr. Went me designou. – Respondeu sem titubear.

Grey Notore era conhecida pelos seus dois nomes: A guarda costas, por estar sempre com o diretor Hugo e como A sombra de Asphire, pois ela desaparecia e surgia sem que fosse percebida. Além disso, por ser uma descendente de elfos de alto nível, suas habilidades mágicas eram suficientemente elevadas ao nível de professores de artes avançadas.

A loira voltou em direção ao pátio principal. E por não conhecer a escola decidiu ler no pátio mesmo. Mas, sem saber por que, não conseguia se concentrar.

Já no outro quarto, Cloe e Samantha não estavam se dando tão bem, pois Samantha não tinha sinal wi-fi no seu inseparável e adorado celular. Foi aí que ela decidiu puxar conversa com Cloe, que ainda lia seu livro.

– Então Cloe, tem muitos meninos na nossa sala? – Provocou.

Foi nessa hora que Samantha viu o cabelo de Cloe mudar de cor. Ele começou a escurecer aos poucos, e em pouco tempo todos os fios estavam vermelhos.

– O que aconteceu com o seu cabelo?! – Samantha achou que tinha perdido algo no meio tudo daquilo.

– O-o me-meu cabelo? – O cabelo agora estava começando a clarear, ficando rosa.

– É, olha isso. Aconteceu de novo. – Ela estava realmente espantada, a colega de quarto do nada mudando a cor dos cabelos sem fazer nada!

Cloe, envergonhada, achou que Samantha estava brincando com a cara dela e os cabelos voltaram a ficar vermelhos, só que dessa vez de raiva. Sempre que zombavam do seu cabelo ela ficava especialmente enraivecida. Decidiu sair do quarto, bateu a porta e saiu. Correndo em direção ao pátio principal. Foi aí que enquanto tentava conter as lágrimas se chocou com Allan, que estava tentando conhecer melhor o colégio. O encontro foi tão forte que ambos caíram.

– Me-me desculpa, não estava prestando atenção. – Disse Allan ainda no chão, enquanto colocava seus óculos e pegava o seu livro de volta.

– Não, foi minha culpa, eu que estava correndo feito uma louca. – Nesse momento Cloe corou e junto dela, seu cabelo, voltando a um tom róseo.

– Me desculpe mesmo. Sou Allan e, bem, esse é o meu primeiro dia no colégio, ainda não conheço tudo por aqui. – Disse enquanto ajudava a menina a se levantar.

– Obrigada, sou Cloe. – Logo reparou no livro de Allan e teve uma ideia. – Não conseguiu ler?

– É, mais ou menos, achei melhor tentar conhecer o colégio.

– Se quiser posso levar você até a biblioteca, lá tem salas isoladas acusticamente com magia, são ótimas para estudo ou para ler em paz. – Explicou a garota.

– Existe esse tipo de magia? – Ficou curioso.

– Sim, no caminho te explico.

Mal perceberam os dois que já haviam esquecido o que aconteceu. E da mesma forma, não estavam mais tão acanhados. Allan estava tão interessado no assunto que não percebeu a mudança anterior na cor dos cabelos de Cloe.

Passaram a maior parte do tempo em uma das salas isoladas. Ao percebe que as aulas iriam começar, a ninfa explicou a Allan que haveria aula dentro de algumas horas e saíram da biblioteca, em direção do pátio principal. Ambos voltaram para seus dormitórios e quando Cloe chegou ao seu, Samantha estava extremamente preocupada e logo se desculpou:

– Me desculpa, não sabia que você iria ficar brava!

– Não foi nada. – Como já estava mais calma, e percebeu a preocupação de Samantha, decidiu explicar o porquê de seus cabelos mudarem de cor. – Sou de uma raça especial de elfos, no passado nós lidávamos com muitos rituais e criávamos uma infinidade de feitiços, e houve uma época em que minha tataravó foi um tipo de cobaia para um feitiço, só que ele acabou alterando os genes que cuidam da quantidade de melanina nos fios de cabelo, e da mesma forma eles foram ligados ao sistema nervoso. Por isso, dependendo do que eu sinto meu cabelo muda de cor.

– Tá, tirando a parte chata, é interessante e assustador ao mesmo tempo. Já pensou? Do nada você tá fazendo um feitiço e no dia seguinte eu surjo careca?

As duas começaram a rir e não pararam por um bom tempo. No fim das contas, as duas continuaram a conversar durante o tempo que faltava para o começo das aulas.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gotaram dos uniformes? O que virá a seguir? Rolou clima entre os personagens? Comentem, critiquem, não mordo. :3