Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pra vocês!



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  A viagem até o distrito 11  vai demorar. Chegaremos lá no dia seguinte.  Eu passo mais um tempo acenando nas janelas até que me canso. Decido ir até o meu compartimento trocar de roupa, todas essas plumas me enlouquecem.

   O quarto é o mesmo, fora o detalhe da outra cama adicionada. As pessoas da Capital são ricas, porque não fazer um quarto para ela? Agora nem mais privacidade eu tenho.

  A noite no trem passa depressa. Algo muito estranho deve ter acontecido entre Katinss e Peeta porque eles não estão tão próximos como antes. Ou não são tão próximos quanto eu pensava. Devem ter brigado. Vai ver ele descobriu que ela não gosta dele de verdade. Ainda que eu não ache possível uma pessoa descobrir que a pessoa que ela ame a enganou, agir tão normalmente. Ou talvez seja apenas o fato de que eu não ajo normalmente independente da situação.

  Eu decido sair do compartimento e tentar me entreter com alguma coisa lá fora. Logo vejo Haymitch com a cabeça encostada na janela do trem. Ele está bêbado. Eu me pergunto quanto tempo falta para o jantar.

  -Olá Clove... –ele me fala com a voz embargada, segurando tremidamente uma garrafa de conhaque.

  -Oi. Onde está todo mundo?

  -Ah eu não sei... Os estilistas estão trabalhando... Effie deve estar se embonecando. O resto do pessoal eu não sei.

  -E Katniss e Peeta como andam? –Bêbados nunca mentem. 

  -Ah você sabe... Eles estão meio distantes. Peeta está magoado com ela... Porque ela contou pra ele da estratégia.

  Eu sabia! Eu gostaria de ver a reação de Cato ao saber disso. E porque não saber?

  -Haymitch... –ele à custo ergue os olhos para mim –Vou ver o Cato está bem? Olha, quando ficar com sono, vai pra sua cabine não fica aí não.

  Eu sei que isso não é verdade. Vitoriosos não dormem à noite. Eu devo ser a única exceção.  Onde é o quarto dele? Decido parar e perguntar a algum Avox onde é.

  -Com licença. –eu digo chegando na cozinha. Como eles devem sofrer. Confinados aqui sem poder trocar uma palavra. –Vocês sabem onde é o quarto do Cato. –eu vacilo um par de vezes. Todos aqueles olhos tristes me encarando forma um nó em minha garganta.

  Uma garota loira e nova entrega o pano que estava secando a louça para o seu companheiro e faz um gesto para que eu a seguisse. Ela vai para o mesmo corredor que eu durmo e duas portas de distância do meu, pára.

 -Muito obrigada. –ela faz uma pequena referencia e volta para a cozinha. Bato na porta e espero ele dizer que posso entrar.

  -Clove? –Não. A minha irmã. –Que surpresa.

 -Eu sei. –eu digo enquanto me sento na sua cama. Ele estava deitado nela, mas eu o empurrei. –Vim te alertar pra uma coisa. Cadê o Conquistador?

  -Não sei. Ele não passou aqui hoje. Agora fala. –ele se levanta.

  -Não se assuste se ele chorar muito à noite. Parece que agora ele percebeu que a Katniss não gosta dele.

  -Como ele se tocou?

  -Ela contou. De acordo com Haymitch.

  -Você anda conversando com aquele bêbado?  -ele diz se erguendo da cama. A última coisa que eu preciso agora é de um ataque de raiva.

  -Cato senta aí, vai. –eu digo o puxando de volta. –O que você acha que eu estou fazendo? Te traindo com ele?

  A ideia me vem na mente e eu rio. Já pensou eu namorado um cara com idade pra ser meu pai? E ainda dependente de álcool.

 -É claro que não. –ele responde sério.  

  -Então pronto.

  -Desculpa, eu devo ter pensado isso sem perceber.

  Uma nova onde de riso me atinge. Ele pensou mesmo!

 -Tudo bem. Foi só pra te avisar eu já vou.

  -Obrigada. Desculpa de novo.

  -Tudo bem...

 -Ei. Não vai me dar um beijo?

 -Nós ainda vamos nos ver no jantar não é? Mas assim mesmo eu vou.

 Eu volto e o beijo. Eu já estou ficando sem ar quando tento falar pra ele parar. Ele não pára então eu o empurro.

  -Enlouqueceu? Quer me sufocar não é?

  Ele só sorri enquanto eu fecho a porta atrás de mim. Eu abro a porta do meu quarto e encontro Katniss deitada em sua cama.

  -Não vai jantar?

  -Isso te interessa? –ela diz tirando o rosto da coberta.

  -Na verdade não. Mas e aí, como você acha que vai olhar pra cara dos pais da Rue? –é ótimo provocá-la.

  -E você não matou o Tresh? Como vai olhar? –ela rebate.

  -Você não salvou a Rue. E ela dependia de você, era sua aliada. Era pequena e indefesa.

  Ela começa a... Rugir? É, ela está rugindo embaixo das cobertas. E está chorando.

  -Desculpa. Eu estava só brincando...

  Ela não pára de rugir então eu vou jantar. Quando eu chego na sala, todos estão presentes.

  Me sento do lado de Cato e começo a comer como se não houvesse amanhã. Depois, eu desejo boa noite a todos e volta para o compartimento. Katniss  está comendo algo que deve ter pedido. Ela ergue os olhos para mim e volta a olhar para o nada. Eu me sinto culpada por ter feito aquilo com ela. Eu não sou normal mesmo.

  -Katniss, me desculpa o que eu falei. Você não é culpada pela morte da Rue. Eu só falei aquilo porque eu me sinto culpada pela morte de ambos. Eu estou com medo de olhar pra família deles. Eu tenho que estar você não. Me desculpa.

 Ela apenas assente com a cabeça. E isso é suficiente pra mim. Vou até o banheiro e troco de roupa, colocando uma camisola rosa. Pulo na cama e tento dormir.

  Pesadelos. Rue chorando, Tresh tentando me matar, Glimmer desintegrada. Acordo gritando uma vez. A noite não foi boa.

  Pela manhã eu sei que vão, novamente, terem que trabalhar com um panda. Katniss não está mais na cama. Vou até o banheiro e tomo um banho, logo, estou saindo do compartimento.

  As únicas pessoas que estavam tomando café eram Cato Katniss e Effie. Eu me sento e tento comer, mesmo estando sem fome. Um dialogo rápido acontece entre Katniss e Effie, mas eu não presto atenção.

  -Dormiu mal? –Cato me pergunta, em uma hora que as equipes já chegaram, tomando pílulas para despertar.

  -Tão visível assim?

  -Você fica de mau humor quando dorme mal sabia? Não fala nada e parece que quer matar alguém.

  Não, eu não sabia disso.

  -É, eu dormi. Pesadelo sabe? Você não tem?

  -Não freqüentemente. Você andou pensando na arena não foi? Foi por isso que teve pesadelo. Eu sempre que possível evito pensar.

  -Vou tentar.

  Eu sei que isso é impossível quando se é uma idiota que gosta de ver o sofrimento alheio. Parece que eu não entendo que as pessoas têm sentimentos.

 -Tente querida por que você é Vitoriosa! E Vitoriosas estão sempre lindas! –Flerwy se intromete. Eu dou um sorrisinho para ela e volto a minha atenção para o suco de laranja que eu tomava desde que tinha acordado. –Termina linda, para gente  começar a trabalhar.

  -E a equipe dele? –eu pergunto apontando para Cato. –Como vão arrumá-lo?

  -O dele é mais rápido. Vocês precisam de mais preparação do que eles. Na verdade, Cato, você podia ter dormido mais.

  -Sério? Então eu vou voltar pra cama. –ele diz sorrindo provocativamente para mim.

  -Tchau. –eu digo.

  -Que a sorte esteja sempre à seu favor. Você vai precisar. –ele me diz sorrindo e me beijando.

  Ele saiu e agora eu estou de volta ao meu compartimento, com as duas equipes, sendo depilada, pinicada e muitas outras coisas que doem bastante. Eu não sinto a menor vontade ir almoçar doída do jeito que eu estou, mas o discurso para o 11 será grande e até lá, já sentirei fome de novo.

  Estão todos na sala, eu me sento na última cadeira vaga, entre Cato e Portia. Eu falo bastante, como sempre faço quando estou nervosa. Katniss parece com um mau humor enorme, ainda mais quando alguém da Capital anuncia que o trem parou para que peças fossem substituídas. Effie se levanta com um cronograma na mão e sai culpando todo mundo pela uma hora de atraso que teremos. Diz que vamos chegar atrasados em tudo até o fim da Turnê.

  -Ninguém se importa Effie! –berra Katniss. Todos olhamos para ela. Então ela começa a se defender. –Bom, ninguém se importa mesmo!

  Ela se levanta e saí do trem.

  -Effie, ela só está nervosa. –Peeta tenta defendê-la. Que cara idiota.

  -Isso não a dá o direito de falar assim com alguém que faz tanto por ela. –Effie diz, a ponto de chorar.

  Cinna se levanta e abraça.

 -Adolescentes são assim... São muito temperamentais. –Cinna diz. Então todos nós estamos a consolando. Peeta se levanta e vai atrás de Katniss. Provavelmente estava só esperado para não dizer que corria atrás dela o tempo inteiro.

  Eu me dedico a terminar o meu almoço depois que troco um sorrisinho de desdém com Cato. Depois, eu me levanto e decido ir dormir um pouco.

  -Clove, já vai dormir? –Cato me pergunta.

  -Vou. Eu passei a manhã inteira sendo pinicada. Estou cansada.

  -De ficar sentada. –ele completa.

  -Também cansa. –eu rio, saindo da sala.

  Eu rio, mas por dentro eu choro. De arrependimento. Eu podia ter passado sem ter falado mal dela. Ou sem ter matado ele. Sem ter feito nada disso.

  Bato a porta do quarto e começo a chorar. Até dormir.

  Acordo com Cato do meu lado, no chão do lado da cama.

  -Clove, chegamos no 11.


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Notas finais do capítulo

Favoritem héin povo? E comenta. Beijos e amo vocês!



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