Tendo Um Fim Doce...um Amargo Não Conta! escrita por Iulia


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Tá dá! Cheguei! Sabe, vou acabar postando sempre nos domingos mesmo. Porque minha semana é uma correria enorme, mas sempre que posso sento e escrevo um parágrafo pelo menos. Observem eu me sentir dedicada. Aí vai uma indireta: NÃO TENHAM VERGONHA DE MIM. Sabe, se você não quer revelar que conheceu a fic por algum amigo, não precisa falar... É só deixar um Review. Eu não mordo... Mas se você quiser falar, eu não vou ficar chateada por não ter deixado antes... O que importa é o agora, entendem? Um enorme agradecimento e um beijão pra cada pessoa fofa que vem me deixando Review. Amo vocês. E um agradecimento aos meus fantasminhas, amo vocês também.



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Quando acordo, vejo que Cato me deixou uma mensagem no gravador que temos na mesa de cabeceira. Aperto o botão para iniciar e ouço a voz dele. “Bom, Clove, você dormiu demais e eu tinha que sair cedo. Desculpa. Espero que tenha dormido bem. As seis eu volto.”

Eu dormi demais? Puxo um relógio e vejo: 11 horas. Talvez eu tenha dormido demais. Uma hora e meia para o almoço. Com um pulo me levanto e vou ao banheiro. Durante o banho, ouço alguém batendo com força na porta. Bryan me chamando para o almoço, de certo. Pelo menos essa gentileza ele foi capaz de realizar. Melhor do que nada. Mas eu não vou sair do banho agora por causa disso.

Continuo a ignorar as batidas na porta e termino meu banho em paz. Justin e Layran iam me deixar morrer, isso que eu estou fazendo não é nada. Saio do banheiro vestida e secando meu cabelo com grande dificuldade com uma toalha. Eu poderia apertar aqueles botões e secariam meus cabelos automaticamente, mas quero me safar do máximo de coisas da Capital. Está me dando muito nojo quando penso em Snow selecionando os móveis e mecanismos desse lugar.

–Clove! – começa a esmurrar a porta.

–Você vai quebrar a porta!

–Essa é a ideia! Você está ai tem um tempão e eu estou te chamando!

Arregaço a porta com força. Justin está parado, me encarando com um ódio mortal.

–Você tem visita! –ele grita. - Aquele bêbado do 12 me obrigou a vir te chamar de cinco em cinco minutos! E você não respondia! Ele está junto com o novo idealizador, o tal do Plutarch!

–E porque exatamente você está gritando se eu estou na sua frente? –eu digo passando e esbarrando em seu ombro em direção à sala. –Mas obrigada de qualquer forma. –eu digo, parando no meio do corredor. Apenas para ele não poder me chamar de mal-educada quando estiver me xingando.

Quando chego na sala, vejo que Justin exagerou. Haymitch não está bêbado hoje. Eles estão sentados no sofá maior, de forma apreensiva.

–Oi. –eu digo me sentando na frente deles.

–Olá, Clove. –eles dizem.

–Então. O que os traz?

Haymitch pigarreia e Plutarch fala:

–Você poderia nos acompanhar?

–Até onde? –eu pergunto, bem desconfiada.

–Até um barzinho, queridinha. Aqui faz muito calor entende? –Haymitch fala.

Eu entendo isso como o óbvio. Isso é um assunto importante e temos câmeras aqui.

–Tudo bem então.

Nós nos levantamos e alcançamos até o elevador. Nós descemos e eles me guiam até mais um dos vários bares da Capital. Tudo lá é muito colorido. Faz doer os olhos. A parede é revestida com pêlos rosa de purpurinas. Os transeuntes da Capital me param e tiram fotos comigo. Eles carregam câmeras chamativas nas bolsas. Uma mulher de olhos delineados até a raiz do cabelo me parou para mostrar o filho dela.

O bebê está deitado em um berço/gaiola. Se parece realmente com uma gaiola rosa, o berço. Me estico para ver o bebê. Ele parece normal chupando um dos seus dedos pequenos e gorduchos.

Como uma criança qualquer do 2, nada como alguém da Capital. Até chegar à idade em que ele vai passar a tingir o cabelo e a pele. Até chegar a hora que ele vai aprender a ter educação, a andar com sapatos que machucam. Quando ele aprender a gostar dos Jogos Vorazes.

–Ele é lindo. –eu digo, para a mulher que me observa ansiosa. Como se fosse fazer uma plástica nele de acordo com meu veredicto. –Ele é realmente uma criança linda. –eu sorrio para ela, que parece radiante de felicidade. -Mas eu gosto dele assim. Sem maquiagem, sem nada. Acho que você também fica muito mais bonita sem.

Ela arregala os olhos e parece confusa.

–Isso é sério? –ela diz com o sotaque engraçado deles. Ela está desesperada, se olhando em um espelho em busca de defeitos enquanto o bebê aperta meu dedo com suas mãos gordinhas. –Minha maquiagem está borrada, é isso? A coloração saiu do tom? É por isso? É por isso que eu sou melhor sem nada, Clove?

–Não. Você apenas é mais bonita sem tudo isso. E aposto que seu filho também. Tenho que ir, cuide bem do bebê. –eu digo, me livrando com certa dificuldade das mãozinhas dele. Ele levanta os olhos verdes para mim e abre um sorriso banguela. Eu sorrio para ele e faço cócegas na sua barriga. Haymitch e Plutarch me esperam do lado. Vou até eles e nos sentamos na mesa branca com pequenos pêlos alaranjados saindo dos cantos. Parece-me que esse é o ponto de encontro de várias pessoas da Capital. Está realmente muito cheio. De gente acompanhada, desacompanhada, com filhos sem filhos... Todos apontando para mim.

–Ela vai passar o resto da semana tentando entender o que você falou. –diz Haymitch, se referindo à mulher. –Eles vão ser sempre assim.

–Espero que não. Um dia ela vai entender. Ou ele.

–Hum. –Haymitch resmunga e se vira para pedir algo.

–Não peça nada que tenha álcool! Vocês vieram aqui para me dizer algo importante. E um cara bêbado não vai conseguir fazer isso. –eu me antecipo.

Ele bufa, se virando repentinamente par mim, que estou sentada de frente para eles.

–Ela está certa, Haymitch. Controle-se por hoje, meu amigo. –Plutarch diz, segurando o ombro de Haymitch.

–Então, eu realmente preciso que vocês parem de enrolar e me falem logo.

–Clove, durante o tempo em que esteve nos Jogos, percebemos que você não sente muita afeição pela Capital. E quem tem... hum... –Plutarch abaixa ligeiramente o tom de voz- desafiado Snow.

–E sofreu as conseqüências. –Haymitch fala. –Cato está nos Jogos de novo. –Parece que alguém não gostou da minha interferência...

–Sim, tenho feito isso. E daí? –respondo com simplicidade.

–E daí, minha querida, que temos um plano. –Plutarch continua. –Inicialmente você precisa entender que existe um Distrito 13.

Eu dou um sorrisinho cínico para eles.

–Vocês já estão bêbados não é? –eu pergunto erguendo as sobrancelhas. -Ele foi destruído, gente.

–Não. Katniss se encontrou com duas nativas do Distrito 8 nas florestas do 12. Elas estavam seguindo para lá.

–Isso não prova nada! Primeiro Katniss é louca, pode estar mentindo. E depois o que são duas nativas do 8 que acreditam? Se uma coisa existisse só por imaginação... –Sempre, sempre Katniss.

–Escuta. – diz Haymitch. –Nós fizemos uma pesquisa minuciosa e o 13 existe. Isso é certo, garota. Esse cara aí –ele aponta para Plutarch- estudou tudo sobre Panem. Snow confia nele.

–Ele acabou me fornecendo essa informação, Clove. O 13 existe.

Depois que sou convencida, eles começam a me explicar as coisas sobre o 13. –sussurrantes.- Ele sobreviveu à explosão nuclear e agora todos de lá vivem no subsolo. Snow os deixou em paz caso o vice-versa existisse.

–Eles não fariam isso... Eles nos deixaram! Nós estamos presos à Capital e eles nunca fizeram nada! Isso não faz sentido!

–Mas é a verdade, querida. E o plano começa a partir daí. Você com certeza gostaria de tirar Snow do poder não é?

–Claro né? –eu digo revirando os olhos. Esses dois estão enrolando demais. Ainda não entendi onde entro.

–Então, tudo se iniciaria com você indo para o 13. Amanhã, ou um pouco mais tarde. –um ponto a menos para eles. Não posso deixar Cato no meio dos Jogos. –Você inventaria uma mentira qualquer para Snow e nós a deixaríamos secretamente lá. Ele pensaria que você estava no 2, compreende?

Aceno com a cabeça e ele continua.

–No final dos Jogos, combinamos com alguns participantes de causarem uma explosão no campo de força que existe no fim da Arena.

Tudo isso só me lembra os Jogos de Haymitch e Beetee. Os dois usaram o campo de força como aliados.

–Nós mandamos um aerodeslizador para lá e tiramos os Vitoriosos necessários. E a rebelião oficial começa –ele acaba, me olhando e me esperando dizer algo.

E eu não sei o que dizer. A ideia é interessante, mas... Não sei se estou preparada para isso. Eu esperava Cato comigo. Eu me sentiria mais confiante do que com um cara que 99,9% dos dias está bêbado e um Idealizador Chefe dos Jogos Vorazes. E ele fala de tudo isso como se fosse simples. Como se a nossa vitória fosse certa. Como se milhões de corpos sem vida não fosse cair no chão sangrento.

–E minha família? O que seria feita dela? –eu pergunto, tentando me manter forte e confiante.

–Eles estariam no 13 faltando exatamente três minutos para a explosão na Arena. –Plutarch diz.

Três minutos... Muito pouco tempo. Se algo der errado... Deu errado, já era.

–Mas não consigo entender qual seria a minha utilidade. Vocês estão me avisando de algo, pelo visto, porque eu não vi aonde entro. A garota do fogo não é o foco disso tudo? Ela não é a pessoa que vocês procuram? –Eu digo arregalando sarcasticamente os olhos. Não entendo e nem nunca vou entender o que aquela garota sem personalidade tem. Uma trança? Um broche? Uma irmã? Uma aliada fraca?

Uma grande dose de idiotice, chamas e um garoto lesado apaixonado.

–Você é uma estrategista brilhante, Clove.

Tão brilhante que Tresh iria me matar por causa da minha brilhante estratégia.

–E não se esqueça, queridinha - Haymitch fala. –Você passou os Jogos inteiros falando mal da Capital. As versões exibidas para os mentores não têm cortes. E você sugeriu que se matassem. Cato tem músculo e tudo, mas você é muito mais perigosa que ele.

Eu penso em tudo que Haymitch falou. Mas eu não aceito isso. Eu não posso, eu não vou, dividir meu espaço na rebelião com Katniss Everdeen.

–Eu não vou ser uma cópia de Katniss. Não vão conseguir me obrigar a usar tordos, tranças... –eu os alerto. Nunca, nunca vou fazer isso.

–E nem vão. Você está bem Clove. Seu jeito é perfeito para uma rebelião. Você tem a força do seu pai, mas tem a fragilidade da sua mãe. Você não precisa de mais nada para ir lá e convencer todo mundo. –Haymitch me interrompe, como se eu fosse o Conquistador e um monte de elogios fosse me fazer acreditar no que ele diz.

–Fora que... –Plutarch pigarreia. –Você tem tido problemas com um Snow. Eles são tão perigosos, menina... Não os desafie. Uranius não está feliz...

–Eu não posso. Eu prometi a Cato que não ia deixar ele encostar em mim. E eu não posso quebrar essa promessa. Não agora que ele está nos Jogos de novo...

–Te avisei. –Plutarch diz para Haymitch. –Ela gosta do menino.

–Eu não posso deixar ele. Ele vai morrer sem patrocínios. Eu não posso ir para o 13.

E nesse momento, eu renuncio à minha vontade de deixar Snow com raiva. Eu não posso ir para o 13 com Cato nos Jogos Vorazes. Não vou ser uma mentora como Layran, que nos largou à mercê de nossa capacidade.

Eles suspiram.

–Eu sinto muito... Eu gostaria de ajudar, mas... –eu me desculpo. Eu apenas adoraria ver Snow morto e caído. Mas não existe apenas eu no mundo.

–Era previsível que não iria querer ir. Mas ainda assim está tudo sobre controle. Você vai sair daqui uma hora antes da explosão. Nós vamos passar no 2 e pegar sua família e quem mais nós pudermos levar. Seguiremos para a Arena e pegaremos os outros Vitoriosos. –Plutarch fala, sorrindo compreensivo.

Eu não tenho certeza disso. Colocaria tanta gente em risco. Mas caso contrário... Nós estaríamos mortos do mesmo jeito. Pelo menos minha família não sofrerá as conseqüências. Ela estará sã e salva no 13. No 13, que nos deixou à mercê de Snow.

–Mas o 2 será um dos alvos principais quando isso começar. Eu não posso deixar as pessoas de lá morrerem.

–O 2 sempre foi o mais leal à Capital. O único que não se rebelou antes. Não podemos deixar aquele povo morrer de nenhuma forma. Vocês são o quartel general da Capital. Treinamentos, Pacificadores, montanhas com sistemas fortes... Seriam a base da rebelião. Você, Clove, é exceção. A única que pode convencer aquele povo teimoso a agir. Tirar da cabeça deles essa coisa de honra.

Eu que nunca falei com quase ninguém do 2. Convencendo-os de algo. Soa até engraçado.

–O 2 é enorme e não conheço ninguém de lá. –aviso para não dizerem depois que eu falei coisa que ao pretendia fazer.

-Você vai dar um jeito, queridinha. E então topa?

Tudo roda na minha mente. Pela primeira vez, imagino uma Panem sem os Jogos. Sem Snow. Sem toda essa fome e tristeza. Existe uma chance de minhas irmãs terem a esperança que eu não tive. Existe Harry, existe Prim, existe Catherine. Existe o bebê da Capital. Ele ainda tem esperança de não ter a cara pintada.

Mas penso em todas aquelas imagens que vemos nos vídeos da Capital. A guerra matando pessoas que ainda não têm idade para ir para os Jogos. Vejo tudo pegando fogo, o som das bombas, dos bebês chorando.

Neste momento estou como uma Carreirista do 2, programada para hesitar quando lembrar de “trair” a Capital. Trair que nos deu tudo, trair quem nos ama, que cuida do nossos filhos como jamais fomos capaz de cuidar...

–Eu topo. –digo, apertando a mão de Plutarch.

Nesse momento, uma mulher se senta do meu lado e pede para sua amiga tirar uma foto comigo.

****

Chego no meu andar sozinha. Sete horas. Eles ficaram jogando conversa fora no bar e como eu não tinha nada para fazer aqui, acabei ficando. Quando alcanço a sala vejo Cato com a televisão ligada. Mas ele não assiste realmente. Está olhando para uma das janelas.

–Oi. –eu digo, me sentando no sofá ao seu lado.

–Clove! Onde você estava? Mais dois minutos eu ia sair pra te procurar.

Reviro os olhos.

–Eu estava tratando de negócios. –ele ergue as sobrancelhas. –Com Haymitch.

Não cito Plutarch. Eu nem sei porque...

–Quer falar alguma coisa?

–Quero.

–Vamos pra fora então.

Ele pega minha mãe e fazemos o caminho até o telhado. Nós nos sentamos e ele permanece me olhando com as sobrancelhas arqueadas, esperando que eu comece.

–E então baixinha?

–Então... Cato, hoje mais cedo, Plutarch e Haymitch viram me visitar...

Eu explico toda a história. Na verdade acabo falando todo o meu dia para ele. Ele não demonstra nenhuma reação.

Depois que acabo de falar, me calo e resolvo esperar ele se pronunciar. Passo um tempo olhando a Capital e sentindo os olhos dele em mim.

-Isso é incrível. –ele diz, me surpreendendo.

–Sério? –eu me viro para ele.

–Sério.

Eu sorrio para ele.

–E como foi o treino hoje?

–Layran brigou com Cashmere. Se elas iam ser aliadas já era.

–Elas brigaram? Pode ser que isso seja atuação. Fingir que brigam. Então as pessoas eliminariam a aliança.

–Pode ser. Clove, eu ainda não acredito que fez isso...

–Eu fiz. –digo me virando para a Capital.

–Você está com medo, não está? Olha só pra você. –ele passa o pé calçado na minha pena descoberta, chamando minha atenção.

–Não. –ele ergue as sobrancelhas- Quer dizer, um pouco. Já pensou se você não sobrevive até chegarmos lá?

–Não confia em mim não? Eu consigo, Clove. Não acredita em nada do que a Johanna te falou tá bom?

Como ele pode saber o que Johanna me falou?

–E o que Johanna me falou exatamente?

–Ela disse que nós não somos capazes. Mas você é ta bom? E eu também sou. Eu vou voltar.

–Mas você entendeu não é? Não vai haver vencedores. Quem sobrar na Arena quando a explosão acontecer volta. Você não pode matar seus aliados. Só se eles virem tem matar antes.

–Entendi. –ocorre uma pausa. -Quando você estiver no 2, quero que leve Harry com você. Junto com sua família, o mais rápido possível.

–Levo, claro. Não seria louca de deixá-lo lá.

–E o meu avô.

Eu não estava olhando para ele, mas isso me faz virar e encará-lo. Ele esperava isso, porque está focando os olhos azuis nos meus. Eu nunca em minha vida esperaria isso dele. Quer dizer, Cato nunca se importou com o avô e muitas vezes dizia que queria vê-lo morto. E isso agora?

–Ele nunca ajudou em nada, mas ele é a única coisa que me lembra meu pai, Clove. Não é como se eu sentisse saudade dele ou da minha mãe, mas...

–Eu entendo. –digo, poupando-o de explicações. Ele é do tipo de pessoa que não sabe traduzir o que sente em palavras. Que sempre vai se embolar. Como eu. -Eu vou levá-lo.

Ele assente com a cabeça e se levanta.

–Você comeu alguma coisa com eles?

–Não. Na verdade estávamos evitando chamar o garçom para o Haymitch não pedir bebidas.

Ele ri.

–Então bem comer baixinha. –ele diz, me puxando. Nós voltamos e nos sentamos à mesa, que está ocupada com os estilistas hoje. Nós cumprimentamos eles, que logo começam a conversar entre si sobre os trajes que do 2 na entrevista. Alexander ficará responsável por mim e por Layran.

–E então Clove, o que eles queriam com você? –Justin pergunta fazendo todos olharem para mim.

–Nada. Nada importante. –respondo, voltando meus olhos para o prato.

–Se não era nada importante porque eles viram? –Layran pergunta. Então ela não sabe nada do plano...

–Garanto que não citamos vocês na conversa. Não precisam de preocupar. –respondo, tentando não ser tão grossa assim.

Eles se entreolham e voltam a comer. Ninguém merece, ter que dar satisfações à eles.

Se torna insuportável permanecer no mesmo lugar que eles. Os estilistas conversam entre si e eles sequer abrem a boca. Logo Cato e eu voltamos para o meu quarto.

–Clove você sabe que não vai poder ser teimosa no dia não é? –ele fala em códigos. –Quando te mandarem você vai ter que ir.

–Sei. –Mais dois segundos fora do tempo e Pacificadores me levam como prisioneira. Quando o sinal for dado, eu já tenho que estar com tudo pronto. –Calma, eu não vou me matar antes da hora. –digo, olhando para ele. Nós estamos deitados em minha cama e não me passou na mente nenhum assunto para falarmos.

–Espero. Sabe, Finnick veio de novo com a história que você se parece com “uma pessoa que eu gosto muito no meu Distrito”. –Cato diz, em uma imitação tosca da voz de Finnick.

–Pode ser só para tentar te convencer. Eu não me pareço com Annie Cresta. Acho que não.

–Eu não sei quem é Annie Cresta. Vou pedir para Peeta os vídeos dele das outras Colheitas.

–Ótimo. Amizades sempre são ótimas.

–Ele é até legal. Quando está longe da Katniss. Ele começa com aquela coisa ridícula.

–Eu já vi. É nojento, sabia?

–Sei. Fico vendo eles todos o dias agora.

–Quanto deles você sabe?

–Sei que Finnick está jogando bem e quem ama a tal da Annie. Sei que os do 12 vão se lascar, porque um está com a história de proteger o outro. Uma hora eles vão acabar se atrapalhando e ninguém vai se salvar. –rio com esse comentário. Apenas adoro a versão de Cato das coisas românticas do 12. –Mags... Mags é uma idosa. Ela não tem chance, as pernas dela fraquejam quando ela anda. Johanna está tentando não me fazer confiar em você. Ela fala que você não tem capacidade e me contou que falou isso para você no trem. E até me chamou de burro. Ela não percebeu, mas isso estava nas entrelinhas quando falou. Ela também gosta de tirar a roupa.

–É, sabe o suficiente... Amanhã é a seção individual. O que vai fazer? –digo tentando tirar o amargo da minha boca quando penso em Johanna e seus joguinhos ridículos.

–Não sei. Talvez eu deva ser romântico como o Conquistador. Para fazê-los lembrar da crueldade sabe? Talvez fazer um boneco de você e formar uma barreira em torno. Para dizer para eles que não vou deixar ninguém encostar em você.

Eu sorrio. Isso é realmente algo legal de se fazer. E também é bem romântico. Não do tipo romance do 12. Algo um pouco mais real. Eu prefiro coisas reais à imaginações de apaixonados.

–Isso iria ser adorável. Mas faça um boneco bonito de mim. Nada de bolinhas no lugar dos olhos e um risco vermelho pra fingir que é a boca. –eu brinco, tentando descontrair. Mas vai acabar saindo isso. Ele tem tanto talento para coisas delicadas como pintar quanto uma criança de dez anos.

–Vou pensar nisso. –ele ri. Nós ficamos um tempo rindo até que o silêncio volte. –E Uranius, Clove?

–Eu não sei. Plutarch me disse que eles são perigosos. Mas talvez entrar nisso até me ajude com ele. Quer dizer, posso bombardeá-lo e vou ficar o tempo inteiro embaixo da terra. Isso dificulta a localização, não acha?

–Acho. Sabe, Peeta hoje estava me contando como Katniss canta bem. Ele foi pedir para ela mostrar. –eu já começo a rir com a situação e a imagem de Katniss cantando. Não me parece muito conveniente alguém tão “durona” cantando. –Eu nem acabei de contar, baixinha. A cara dela foi hilária. Todo mundo parou para olhar ela cantar.

–E a voz como era? –Peeta podia dizer que era bonita, mas gente apaixonada fala coisa que ninguém vê. Ou no caso, escuta.

–Era até legal. Mas o pior foi a cara dela quando ele falou para que estava chamando. E quando ela estava cantando! –ele fala rindo. – Ela ficava olhando para o pessoal que estava olhando.

Nós dois ficamos rindo como dois idiotas por um tempo. Mas tudo isso da Katniss cantando é tão engraçado...

–Eu quero que você tire uma nota boa amanhã. Sabe porque? Porque se você tirar uma nota boa, vai ser porque me fez direito. E se eu gostar da forma como você me fez, eu posso conseguir mais patrocinadores. Então trate de me agradar.

–Tudo bem então. –ele começa a me beijar e quando nos separamos percebo que estou com sono.

–Eu gosto quando você vem pra cá. Me faz dormir mais rápido.

–É porque você sabe que eu vou ficar aqui. Pra sempre.

Nós sorrimos e eu passo meu braço em volta do seu peitoral. E dormimos.



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Notas finais do capítulo

Esse saiu marromeno, mas é só pra dar continuidade. Ele é meio necessário. (É ou não é, animal?) Enfim, os próximos terão mais emoção. Espero que me deixem Reviews, espero vocês lá.
Beijos sabor morangos caramelados.