Minha mãe desceu rapidamente do carro e foi em direção à porta, mas ficou imóvel durante algum tempo, eu e Harper nos entreolhamos e descemos do carro, mas ao invés de irmos onde minha mãe estava ficamos encostados no carro a olhando, cada movimento que ela fizesse seria bom, pois já estávamos assustados com a atitude dela.

- Mãe? – minha voz me pareceu meio confusa, mas firme em calmo e bom tom. – você está bem? – comecei a caminhar.

Ela se virou antes que eu pudesse tocá-la. – Meu amor, você não poderia ter dito nada a esse garoto, como…? – ela deixou a pergunta no ar.

- Me desculpe, mas precisei contar, ele irá nos ajudar. A família Cullen continuará a ser de vampiros, só que com uma pequena diferença, terão seus corações batendo artificialmente para sempre, não envelhecerão, mas o sangue será quente juntamente com a pele pálida que poderá ter e cor.

- Mas você se perguntou se é isso que realmente queremos?

- Não precisaremos fugir mais, poderemos voltar para Forks, ir ver a vovó quando o sol estiver quente, vocês poderão…

- Eu, como sua mãe gostaria que você não comentasse com ninguém, mesmo sendo uma pessoa de boa índole, que somos vampiros.

- Vocês não vão entrar? – meu pai apareceu.

- Só um instante meu amor, já estamos indo.

- Papai esse é o Harper, meu amigo da escola.

-Nessie, já não conversamos sobre isso?

- Sim, mas ele é como nós. – Dei uma breve pausa engolindo em seco e continuei – E ele já sabe

- Nessie! – ele gritou furioso. Logo em seguida respirou fundo, mesmo não precisando do ar que enchia seus pulmões gélidos e baixou seu tom de voz – Eu…

Harper o interrompeu e meu pai lhe jogou um olhar frenético – Posso falar um instante? – Ele perguntou andando a nossa direção e parou no meio do caminho – Bem, não gosto do que estão fazendo com a filha de vocês, mesmo não os conhecendo, posso dizer que o comportamento que estão tendo é um pouco infantil para a idade que lhes aparentam, ela estava tentando ajudar, mas já que não precisam que eu ajude, posso pressupor já que nem ao menos tiveram a oportunidade de me conhecer melhor e me julgaram logo que me viram. Desculpe-me Nettie pelo que tenho lhe causado e espero que possamos nos ver amanhã na escola. Até mais Senhor e Senhora Whitlock. – Ele se virou e caminhou estrada a fora.

Olhei meu pai no mesmo instante, ele estava estático, seus pensamentos deveriam estar a mil, mas em questão de segundos ele encarou minha mãe e a mim, e voltou seu olhar para Harper.

- Espere garoto – Meu pai lhe gritou.

Harper continuou a andar não olhando para trás.

- Garoto! – Ele já estava ao seu lado com a mão direita no ombro de Harper.

- Me desculpe, mas tenho de ir agora, já que o propósito que vinha cumprir não será mais preciso.

- Venha, queremos conversar com você.

- Não se preocupe, não contarei nada sobre vocês a ninguém, o segredo estará seguro.

- Sei que estará, mas mesmo assim quero conversar com você.

- Venha Harper, ninguém fará nada com você, prometo. – Falei em um tom considerado “normal”.

Ele concordou com a cabeça e veio até nos caminhando como um humano.

- Você não corre… Como vampiro?

- Sim, mas tenho o hábito de andar como humano.

Entramos, Harper e eu fomos para a cozinha onde meus primos estavam almoçando.

- Olá, qual seu nome? – Como sempre Tyler muito apressado.

- Harper, e o seu?

- Prazer, me chamo Tyler e essa é minha prima Annabelle. – Disse dando um abraço em Anna.

- Muito prazer – disse estendendo sua mão a qual Tyler apertou sorrindo.

(…)

Assim que almoçamos, meus primos saíram com meus tios de carro. E meus pais chamaram a mim e Harper para ir ao escritório, fui à frente e ele logo atrás. Entramos no escritório e meu avô também estava, e pelo visto muito sério.

‘Dez meses depois’

POV. Bella

“Em toda minha vida como uma pessoa fria e gélida, não obtive sucesso. Não tive tempo suficiente para que pudesse viver com a pessoa que sempre precisei encontrar, mas a eternidade sem ela pode ser mais do que um simples adeus que falei quando percebi que estava a colocando em perigo, e finalmente chegou a hora de partir. Não posso mais viver assim, nosso amor será eterno, como a prometi. Espero que algum dia possamos nos encontrar novamente, minha doce amada.”

- Meu amor, você não acha que as crianças exageraram na hora de fazer essa peça?

- É só um teatro, não se preocupe daqui a alguns anos eles nem se lembraram desta peça. – Sorri e dei-lhe um selinho. – Sabe, a fala deste garoto me lembra de quando…

Coloquei meu dedo indicador em seus lábios fazendo que ele ficasse calado por um momento - Vamos esquecer esse período, são lembranças que tento apagar e não gosto delas, pois quase te perdi.

- Vocês dois, fiquem calados, daqui a pouco a Nettie aparece – Charlie como sempre rabugento.

- Está bem. – Edward se pronunciou mesmo com meu dedo em seus lábios.

Continuamos a assistir a peça teatral das crianças até que finalmente acabou, não sou muito fã de dramas, espero que eu e Edward possamos viver eternamente juntos. Os aplaudimos e saímos, acabei esbarrando em Harper.

- Olá Senhora Whitlock – ele estendeu sua mão e apertei-a suavemente. – Essa é minha namorada Rose, depois de alguns anos nos declaramos.- E também apertei sua mão.

- Prazer

- O prazer é todo meu, me chamo Bella, esse é meu marido Edward e meu pai Charlie. – É tão bom me apresentar com nome verdadeiro, não gosto de mentir, ainda mais quando se trata de meu nome.

– Como vão? – Edward perguntou.

- Bem melhor agora, tenho que ficar por bom tempo sem usar meus poderes – ele sussurrou a ultima parte da frase. – Um século deve me fazer bem.

- Estou bem.

- E precisará de tudo isso para ficar bom? Já se passou muito tempo desde a ultima vez que você foi a nossa casa. – Como sempre falando besteira, não é mesmo Bella Swan? Nossa, ainda não consegui me acostumar que meu nome mudou para Bella Cullen.

- Sim, mas oito foi muito para mim. Logo estarei ótimo novamente.

- Estou cuidando dele, não precisam se preocupar.

- Temos que ir agora. Nessie deve estar nos esperando. Espero que melhore rapidamente. – Poderíamos conversar mais um pouco com ele, mas meu querido esposo quer fazer o desfeito de ir embora.

- Muito obrigado.

- Vá nos visitar algum dia desses – sugeri.

- Vou ver o que podemos fazer.

-Vamos sim, não se preocupe o levarei.

- Então até breve.

Eles seguiram até a saída da escola enquanto nós fomos à sala da Nessie, tanto para dar os cumprimentos quanto ir embora o mais depressa possível.

- Olá querida. Meus parabéns pela peça e seu aniversário. Sei que prometemos não fazer nada, mas sua tia insistiu, não se preocupe, só algumas pessoas estarão lá.

- Já que estão preparando uma festa para mim, eu poderei convidar alguns amigos?

- Claro, querida – Edward respondeu antes que eu pudesse negar algo a ela.

“É e terá um presente mais do que especial, mas acho que não será ela a ficar surpresa.” Completei mentalmente.