Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 20
Capítulo 20 Cheiros


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde chuvosa para todos. Pelos reviews que me mandaram, parece que o Will não foi muito bem aceito. Mas calma, como disse no capítulo anterior, as vezes a primeira impressão não é a verdadeira. É só o que posso dizer por enquanto.
La vai o capítulo (:



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– Acha que alguns dos cabelos que encontramos no quarto de Thalia pode pertencer ao seu namorado secreto? - Percy perguntou um tanto confuso.

Assenti. Estávamos quase chegando na casa de Zeus. Tinha acabado de explicar para Percy meu plano, agora precisava explicar para o principal interessado: Zeus. Pecy estacionou o carro e nós descemos. Pensei que aquela viagem até a casa de Will tivesse sido uma perda de tempo, mas logo me corrigi. Pelo menos tinha... O que eu tinha feito afinal? Me reconciliado, me desculpado? Bom, não sei ao certo. Só sei que o clima entre mim e Percy estava muito mais agradável.

Caminhamos em silêncio até a casa dos fundos. Dei uma pequena espiada e notei que a janela do quarto de Thalia ainda estava fechada. Provavelmente, Zeus e Hera não tiveram coragem de se desfazer das coisas da filha. Assim seria bom, talvez pudéssemos encontrar algo mais. Me reprimi por aquele pensamento egoísta.

Entramos no pequeno escritório e nos deparamos com Zeus admirando a foto de Thalia. Assim que nos viu, ele guardou a fotografia no bolso e tentou disfarçar.

– Conseguiram alguma coisa? - ele perguntou.

– Creio este não seja o Willian que estamos procurando - Percy adiantou - Segundo ele, ele e Thalia nunca foram tão próximos a ponto de serem namorados. Talvez devêssemos continuar procurando.

Zeus continuou nos encarando. Suas feições me lembravam um pouco Thalia. O modo como ele franzia a testa quando estava em dúvida, Thalia fazia exatamente o mesmo. Ele parecia apreencivo. Acho que estava um tanto assustado. Então me lembrei do que tinha que contar a ele. Dei um passo a frente e comecei a falar:

– Senhor, enquantos estávamos vindo, pensei que, talvez, pudéssemos encontrar algo mais relevante no quarto de Thalia. Não creio que tenham mexido nele, certo? Então, Percy e eu queríamos sua permissão para olhá-lo novamente.

Zeus me examinava enquanto seus dedos da mão direita alisavam o queixo. Olhei para Percy, e ele me olhava. Não foram poucas as vezes que eu o peguei olhando para mim. Não que fosse errado, eu só não entendia o porquê daquilo.

– Claro, vou pegar a chave e nós já subimos. - dizendo isso, Zeus se levantou e passou por nós dois.

– Ele anda frio ultimamente. - Percy disse.

E ele estava certo. Apesar de Zeus nunca ter sido alguém totalmente simpático, ele parecia estar distante desde o enterro de Thalia. Suspirei e pensei em poderia estar sendo difícil para ele. Perder alguém como uma filha... Deve ser extremamente doloroso. E Zeus provavelmente estava se fazendo de forte. Ele era muito parecido comigo. Muito parecido, também, com meu pai.

Assenti apenas, olhando para Percy. Lhe fiz um sinal com a cabeça e nós saímos e fomos atrás dele. Ao sair, vimos Hera sentada em um banco que ficava no quintal. Ela observava as flores. Parecia calma. Me perguntei se ela reamente estava calma por dentro.

Não demorou muito. Zeus chegou com a chave. Fomos até o quarto, que algum tempo atrás havia sido arrombado, e entramos. Ele não mudara muito. Tive certeza naquele momento, Hera não mexera naquele quarto desde nossa última visita.

Percy e eu colocamos nossas luvas e eu prendi meu cabelo. Zeus ne sequer chegou a entrar. Apenas abriu o quarto e saiu. Começamos a vasculhar novamente. As mesmas roupas, as mesmas coisas espalhadas. Decidi então ir para a penteadeira, não havia olhado ali da última vez. Abri as gavetas e não havia nada muito significativo. Até que, quando fui abrir uma delas, notei que estava trancada. Forcei, forcei, mas ela não abria. Estava mesmo trancada.

– Percy. - o chamei e ele logo veio ver o que era.

Ele examinou a fechadura e pegou um grampo de meu cabelo. O olhei um tanto irritada, pois sabia que não teria aquele grampo de volta. Percy o abriu e colocou no buraco da fechadura. Forçou de um lado, forçou do outro, mas nada da fechadura abrir. Ele tentou com um pouco mais de força, mas o grampo se partiu em dois.

– Filho da mãe! - Percy xingou - Essa fechadura é de quatro segredos, vamos precisar de um chaveiro. Ou podemos explodir isso, só não garanto que vá poupar tudo que tem aí dentro.

Percy sempre soube como arrombar as coisas. Vivia perdendo a chave de casa, então teria que se virar. Ele se levantou e me entregou o grampo quebrado. O fuzilei com meu olhar. Ele sorriu irônicamente e voltou a procurar mais coisas. Eu poderia muito bem esquecer aquela gaveta, mas algo e dizia que havia algo importante ali. Se não era nada de mais, por que Thalia a trancou? Praguejei mentalmente aquela gaveta e recolhi mais alguns fios pretos que estavam pelo chão.

Percy não encontrou nada além de mais poeira e fios de cabelos preto. Pegamos vários, por precaução. Depois de muito vasculhar e nada encontrar, saímos do quarto e fomos encontrar Zeus. Descemos as escadas e fomos até a casinha. Já estava começando a anoitecer. Íamos continuar, mas o vimos abraçado com Hera. Eles estavam sentados no banco, pareciam chorar. Por um minuto, pensei que Zeus poderia estar a consolando.

Olhei para Percy e, quando ia dizer para voltármos em outra hora, ele disse:

– Vamos embora.

Apenas assenti e voltamos para o carro. Guardei tudo o que colhemos com cuidado. Provavelmente era mesmo melhor amanhã nós conversármos mais. Afinal já estava anoitecendo e meu estômago estava gritando. Só havia tomado café naquele dia, obviamente estava com fome. Muita fome.

– Vamos comer alguma coisa? Estou morrendo de fome e acho que não tem nada descente em casa para comer. - digo assim que entro no carro.

Percy sorriu e ajeitou o cinto de segurança.

– O que acha de algo bem gorduroso? Tipo hambúrguer e batatas-fritas? - ele disse sorrindo.

– Não poderia existir combinação melhor.

Ambos rimos e Percy dirigiu rumo a uma lanchonete. Nós sempre comíamos ali. Íris, a dona da lanchonete, era muito amiga de minha mãe e do pai de Percy. Sempre comíamos lá. Os lanches dela eram os melhores.

– Quer comer aqui ou comemos em casa? - Percy disse parando o carro.

A lanchonete de Íris era quase com um velho trailer metálico. Tinha uma porta grando o bastante para uma pessoa passar, mas se duas tentassem ficariam presas. Tinham várias janelas redondinhas que permitiam aos clientes ter uma visão ampla da rua. De um lado, havia uma loja de instrumentos musicais, do outro, uma loja de lingerie. Era um ponto ótimo. Sem concorrentes, sem perturbação. Por isso sua lanchonete fazia tanto sucesso.

– Podemos comer na sua casa? Parece que hoje isto aqui está um tanto cheio. - eu disso olhando para dentro do estabelecimento. Estava mesmo cheio. E mais pessoas estavam chegando.

Percy assentiu e saiu do carro. De tanto comermos ali, Íris sabia exatamente qual era o sabor que nós sempre pedíamos. Fiquei dentro do carro apenas encarando a rua escura. Não passavam muitas pessoas por aqui. No tempo que fiquei esperando Percy, vi apenas um bando de meninos passar pelo carro. Eles assoviaram para mim e gritaram coisas que prefiro não repetir. Apenas os ignorei e continuei encarando a rua.

Pensei no que Thalia faria se ela estivesse ali. Ela provavelmente desceria do carro e gritaria para aqueles meninos, os piores palavrões possíveis. Acharia engraçado no começo, mas tinha certeza de que aqueles meninos não deixariam barato. Me acomodei no banco do carro e, infelizmente, um aroma fresco invadiu meu nariz. Eu sabia de quem era aquele perfume. Era cítrico, eu amava perfumes cítricos. Aquele fora um presente que eu mesma havia dado para Percy em seu aniversário ano passado. Os pelos de meu braço se arrepiavam toda vez que eu inspirava seu cheiro.

Percy mexia comigo de um jeito incrível. Fechei os olhos e continuei apenas sentindo aquele cheiro tão bom. Como nunca havia reparado que Percy usava o perfume que eu havia dado para ele? Acho que foi porque nunca reparei em Percy como ando reparando de uns dias para cá.

Seu cheiro, seu corpo, seu beijo... Aqueles pensamentos estavam acabando comigo. Quer dizer, na verdade estavam me enlouquecendo.

Estava tão entretido com seu cheiro, que só despertei quando escutei a porta bater. Abri os olhos rapidamente e um novo cheiro invadiu o carro. Percy trazia nos braços duas sacolinhas com nossos lanches. E o cheiro estava irresistível. Meu estõmago se contorcia por causa da fome.

– O mesmo de sempre? - pergunto pegando uma das sacolas.

– O mesmo de sempre. - Percy confirmou pegando a outra.

– Não tem problema eu comer aqui mesmo? Acho que meu estômago não consegue aguenta até chegar em sua casa. - digo encontrando meu lanche. Era com frango, queijo, salada de alface, maionese, milho e batata-palha. Já Percy, como é mais esfomeado, pedia um completão, ou seja, com tudo o que tinha direito: hambúguer, queijo, catupiry, vinagrete, salada e todo tipo, e mais um monte de coisa que eu não lembro.

Dei uma bela mordida em meu lanche, estava divino. Peguei algumas batatas e comi junto, estavam igualmente deliciosas. Estava comendo de maneira voraz, meu apetite não era nem um pouco proporcional ao meu tamanho.

– O que achou do tal Will? - Percy perguntou limpando a boca com um guardanapinho de papel.

Limpei meus lábios também e deixei meu lanche em cima de meu colo.

– Você quer dizer se eu o achei suspeito? - pergunto dando um gole no refrigerante. Percy assentiu - Na verdade, acho que ele não contou tudo. Quer dizer, você não notou o modo como ele descreveu Thalia?

Não havia comentado nada antes, mas eu sabia que Willian sentia algo por Thalia. Seus olhos brilhavam toda vez que ele dizia o nome dela. Talvez ele estivesse completamente apaixonado por ela.

– Não, não percebi. Acho que estava ocupado demais me preocupando com o fato de ele estar dando em cima de você discaradamente. - Percy disse e enfiou uma batata-frita na boca.

Senti meu rosto corar. Eu sabia que nunca teria nada com Willian, pois só tinha um cara em quem eu pensava. Me perguntei o que ele pensaria se eu disse o que eu estava sentindo. Conhecendo-o como eu conheço, sei que Percy nunca se afastaria me mim por algo assim. Ele provavelmente ficaria distante por um tempo, mas não iria demorar muito para voltármos a nos falar. Mas eu não poderia dizer nada, pelo menos por enquanto. Não podia fazer nada que comprometesse nosso desempenho com relação ao caso.

Voltei a comer meu lanche e me mantive calada. Não sabia ao certo o que Percy sentia, mas sabia que ainda não era o momento certo para falármos sobre sentimentos. Meu peito então se apertou.

Mas continuei comendo. Quem sabe assim, preencheria todo aquele vazio que eu sentia em mim mesma com comida.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio sem graça, mas é que estou com muito sono. Acordei mais cedo hoje e ainda fiz prova. Não deu tempo de dormir de tarde, acho que é por isso que estou me sentindo tão cansada. Até amanhã blueberries NHAC ;3