Quase um mês já havia se passado desde a última briga entre Jimmy e Win.
O clima entre os dois ia de mal a pior e os amigos simplesmente não sabiam o que fazer.
Kenna, mais do que nunca, estava grudada na amiga. Ela e Andrew estavam saíndo há algum tempo e a maioria da escola dizia já ser namoro.
Tony não dizia nada em relação a isso, mas estava claramente mais calado desde que o rumor começara a se espalhar pelo colégio.
Júlia e Zacky estavam mais próximo nas últimas semanas. Os dois estavam cada vez mais crentes de algo que passava pelas suas cabeças, mas faziam questão de ter certeza antes de revelar aos amigos.
Jimmy estava, finalmente, rotulando seu namoro de “fingimento”. Estaria chocado pela maneira como Leana o tratava bem sendo que ele havia dito na frente dela que amava outra se não estivesse cansado demais para pensar nisso.
E por fim, Win andava aparentemente radiante. Ninguém sabia o que se passava dentro de sua cabeça.
Jimmy percebera que a menina saia mais vezes durante o dia, segundo ela, com uma amiga... Bri...
Ela, Kenna e Júlia agora eram, oficialmente, garotas bem faladas no Colégio Huntington Beach.
- Então, o que vão fazer depois da aula? – perguntou um dos rapazes do time de basquete.
- Nada, eu acho. – Win respondeu, sendo seguida por ele por entre as mesas do refeitório.
- Eu vou sair com o Andrew. – Kenna disse, sorrindo.
- Então, por que não saimos os quatro? – ele perguntou, esperançoso. – Sabe, hoje é o último dia de aula mesmo, nós podemos ir comemorar.
- Eu não vou deixar a Juu sozinha hoje.
- Ih, nem se preocupa, ela vai ir com o Zacky... Ah, em algum lugar que eles não quiseram contar... – disse Kenna.
Winter virou-se para o rapaz atrás de si, finalmente sentando-se em uma das mesas.
- Ótimo, pedido aceito!

-X-

- Moço, por favor, nós precisamos entrar. – Júlia implorou ao um dos garçons do restaurante aonde, quase um mês atrás, Win brigara com Jimmy.
Ele apenas balançou a cabeça negativamente, empurrando ela e Zacky para fora do lugar.
- E agora? – o menino falou, ao ver a porta bater a sua frente.
Júlia sorriu maldosamente.
-Se não for por bem, vai ser por mal!

-X-

- Como você fez isso? – Zacky perguintou abismado, olhando a cozinha do restaurante da porta dos fundos, agora aberta.
- Eu sou foda, baby. – a menina brincou, piscando.
Eles entraram e fecharam a porta com cuidado, tentando não emitir um ruído sequer.
Analisaram a cozinha por um instante, notando que em uma das paredes havia uma grande janela de vidro que dava a pessoa do outro cômodo, uma visão completa do lugar. Havia, naquela outra sala, uma veneziana fechada.
- Deve ser ali.
- Por que você acha que é ali? – Zacky perguntou.
- Ué, para que o dono ou gerente possa supervisar o que acontece aqui da sala dele.
O rapaz sorriu.
- Saquei, mas como vamos entrar ali?
- A porta deve estar no restaurante. – ela olhou para os lados. – Já sei como vamos entrar lá.
Júlia andou até um canto da sala e, de uma estante de metal, tirou dois uniformes, dando um para Zacky e pegando um para si mesma.
Ela vestiu-se por cima da própria roupa, pegou uma bandeja prateada e saiu da cozinha para o restaurante, acompanhada de Zacky.
Os verdadeiros garçons do lugar estavam ocupados demais para lhes dar qualquer atenção, e assim, eles tiveram facilidade para entrar na sala ao lado.
Júlia correu direto para e escrivaninha, enquanto Zacky foi ao fundo da sala, ver alguma outra coisa.

- Que você está procurando? – Zacky perguntou sem olhar para ela.
- O registro dos garçons que trabalharam aui na noite que o Jimmy e a Win vieram jantar.
- Juu, eu acho que...
- Shiu, Zacky, vigia a porta enquanto eu procuro.
- Mas...
- Zacky, por favor, fica quietinho.
O rapaz obedeceu, enquanto Júlia mexia apressada na papelada em cima da escrivaninha e em outras coisas dentro das gavetas.
- Mas que droga, só faltava eles não registrarem quem trabalha em qual período. – a menina reclamou, minutos depois.
- Eu realmente acho que...
- Zackynha, por favor, eu to tentando me concentrar...
- Mas, Juu.
- ACHEI! – ela gritou, tampando a boca rapidamente depois. – Estranho, não foi o que a gente pensou, eu acho... Pelo menos não quem...
Ela correu os dedos pelo papel.
- Trabalho temporário... Andrew Largs? – ela olhou para o teto. – Mas isso não faz o menor sentido! O Andrew tá com a Kenna, por que ele iria querer melar o namoro do Jimmy e da Win?
- Eu acho que se você prestar atenção em mim, nós descobririamos! – o rapaz disse.
Ela se virou para ele, resmugando alguma coisa inaudível.
O rapaz estava parado ao lado de uma enorme TV ao lado de um sistema de vigia por câmeras de alta tecnologia.
- Zacky, você é um gênio! – ela disse, beijando a bochecha do rapaz e o fazendo corar.
- Tá, só que eu não sei mexer nisso.
- Hello, você está andando com a loser-nerd-mor da escola.
- EX-loser-nerd-mor. – ele corrigiu.
Ela sorriu, indo até a estante ao lado da TV e olhando as várias fitas rotuladas por data.
Pegou uma delas e colocou no aparelho de vídeo.
- Certo... Aceleramos um pouco aqui e... Bingo!
Os dois tiveram a visão dos fundos do restaurante. A porta por onde eles haviam entrado se abriu na tela da televisão e duas pessoas entraram.

- Eu sabia! – disse Zacky. – Eu tinha certeza que não tinha sido o Andrew.
No vídeo uma das pessoas saiu minutos depois, outra saiu com uma bandeja na mão e vestes de garçom.
- Certo, mas por que o Andrew envolveu o nome dele? E como? Isso não faz sentido. – Júlia disse confusa.
- Na verdade, faz... O Andrew tem trabalho temporário garantido aqui, sempre durante as férias... Ele deve ter dado um jeito de ajudá-las.
- Mas por que?
Zacky levou a mão no queixo, pensativo.
- Quem sabe, pra ajudarem ele com a Kenna.
- Você acha?
- Pensa bem, quem teria convencido dado ao Tony a idéia de tentar fazer ciúmes na Kenna dizendo que namorava uma amiga da Leana?
- Ou... – começou Win. – Quem teria convencido o Jimmy a dar essa idéia ao Tony...
- Tanto faz... Estamos falando da mesma pessoa, né?
Júlia sorriu.
- É... Mas como nós vamos provar isso? Essa fita não ajuda muito.
No vídeo, eles viram um dos garçons voltar e servir refrigerante em uma taça. Ele tirou algo do bolso, algum tipo de saquinho. Resgou-o e o despejou sobre o refrigerante.
- Ou então ajuda. – Zacky sorriu.
- A gente não pode roubar a fita.
- A gente não podia entrar aqui!
Júlia olhou para a porta do lugar, hesitante.
- Está bem, mas não vamos falar nada pra ninguém até termos certeza disso e tivermos como provar a história inteira, beleza?
- Estou de acordo, perceira!
Ela sorriu, pegou a fita, e saiu dali acompanhada do rapaz.