Ps: I Love You escrita por Ghst


Capítulo 37
Capítulo 36 - What should be the perfect night


Notas iniciais do capítulo

só como aviso de amigo antes de postar, sugiro que você leiam a fic ouvindo NA SUA ESTANTE, da pitty.
não sei quem gosta, quem não gosta.
eu não ouço, mas curto demais essa música e esse cap foi escrito com muita inspiração vinda da musica, entãããão....



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- Eu sempre achei que eles dois combinavam. – comentou a loirinha, segurando o telefone firmemente nas mãos pequenas, enquanto marcava a página do livro a sua frente.
- O que?
- O que o que? É verdade! – ela disse, suspirando alto.
O outro lado da linha ficou muda por um instante.
- Você nunca expressou essa sua opinião claramente ridícula. – a voz, levemente eletrônica, respondeu.
- Bom. – a menina começou. – Você nunca deixou, não é? Eu não quero que você impeça o evento que eu venho planejando a tanto tempo.
- Eu não faria isso.
- Eu não dúvido. Tanto que só falei isso porque é domingo de manha e eu não tô afim de ser a escravinha logo cedo.
- Você não pode falar assim comigo. – disse a voz, dessa vez em um tom bem mais alto e autoritário.
- O pior é que eu sei. – a menina respodeu, num tom desanimado. – Desculpa.
- Ta desculpada.
A linha novamente ficou muda, dessa vez por um periodo maior de tempo.
- E então, o que pretende fazer? – ela finalmente perguntou, coçando a cabeça.
- Eu? – a voz soltou uma gargalhada do outro lado. – Dear, eu não vou fazer nada... Quase nada, porque quem realmente vai fazer alguma coisa, vai ser ele.
A loira respirou fundo.
Por que diabos ela se deixava ser tratada daquela forma? E por que ela deixava aquilo continuar?
Tudo pelo teatro, pensou fechando os olhos e afastando algumas idéias da cabeça.
A voz já voltara a falar do outro lado da linha, mas só metade do seu cerebro prestava a atenção naquilo... A outra estava focalizada em um último pensamento que lhe passara pela cabeça. Um pensamento, realmente, genial.

-X-

Winter encerrou a conversa com Kenna e desligou o telefone, ao ver o relógio marcar quase oito horas. Ela esfregou as mãos nervosamente, respirando fundo.
Começava a achar que aceitar o convite de Jimmy não tinha sido uma boa idéia.
E a Leana?
Bom, ela vira Jimmy conversando com a menina ao telefone durante a tarde, mas não conseguira descobrir sobre o que. Se ele não tinha terminado com ela, então não tinha sido uma boa idéia aceitar o convite, afinal, ela estaria sendo a mulher que ele precisava para trair a namorada, e por outro lado, se ele havia terminado com ela para sair com Win, também não era errado, ela já odiava demais a brasileira, não precisava odiar ainda mais.
Win, contudo, não conseguia, mesmo assim, deixar de sorrir. Ela dizia a si mesma – de cinco em cinco minutos – que não amava o rapaz, mas sensação de sair com ele, só os dois, era maravilhosa.
Não dava pra não sorrir.
Ela aspirou com calma, fechando os olhos, mas soltou todo o ar de uma vez, assustada, quando sentiu uma mão tocar seu ombro.
- Você... Você está linda. – disse Jimmy, sorrindo envergonhado pra ela.
- Obrigada. – ela disse, se levantando.
Ela usava uma blusa pequena, que deixava a barriga a mostra, uma calça jeans justa e uma sandália. Simples, mas na opinião do rapaz a sua frente, perfeito.
Ele também não estava enfeitado demais. Usava uma blusa cinza transada e uma calça jeans que ficava meio larga na cintura. O tênis era o que usava todo dia, mas estava aparentemente novo, mostrando que o menino tinha o lavado.
Ele foi até a cozinha avisar os pais que estava saindo e ela ficou na porta, esperando-o.
A conversa que tiveram até o restaurante foi mínima. Eles apenas trocavam algumas palavras de vez enquanto. Estavam ambos muito envergonhados.
Logo, já estavam sentados na mesa do restaurante, mas agora conversando animadamente sobre os acontecimentos hilários do aniversário dela, no dia anterior.
- Sabe. – ele disse. – Eu gostei mesmo foi de depois da música... Da primeira.

Ele não conseguiu evitar que corasse, mas ela sim, ficou vermelha como um pimentão.
- Sobre aquilo, eu acho que a gente precisava esquecer. – ela abaixou a cabeça por um momento. Por que ela é quem deveria desistir? Por que ela tinha que deixá-lo de mão beijada para Leana? – Ou então... Conversar definitivamente.
Ele sorriu.
- Eu prefiro conversar... Sei que não vou esquecer mesmo...
Ela sorriu.
- Bom... Eu... – ela começou, mas não teve oportunidade de terminar.
No exato momento um dos garçons esbarrou de leve na mesa e o copo de refrigerante que Jimmy bebia virou em cima do rapaz.
- Ai, droga. – ele exclamou se levantando. Ela fez o mesmo, colocando rápidamente um quardanapo sobre a mesa, para tentar, em vão, secar o refrigerante.
- Mil perdões, senhor. – disse o garçom, passando rapidamente um pano sobre a mesa.
Jimmy forçou um sorriso para ele.
- Não... Hã, não tem problema.
- Eu vou trazer outra bebida para o senhor, por conta da casa. – ele recolheu o copo vazio. – O senhor queria, por favor, usar o banheiro para se secar. – disse o homem, educado.
Jimmy olhou para Win, que parecia ansiosa pela conversa interrompida.
- Er... Eu já volto! – disse sorrindo, saindo direto para o banheiro.
Winter respirou fundo, encostando-se na cadeira.
Não demorou até que Jimmy voltasse e a conversa continuasse. Não continuou, porem, do mesmo ponto aonde tinha parado. Tanto um, quanto o outro, pareciam ter esquecido de esclarecer aquele acontecimento. Agora se encontravam mais entretidos com a conversa sobre a forma como Zacky empurrou Valary na piscina, no dia anterior.
Eles passaram mais cerca de duas horas ali, conversando.
Jimmy já havia bebido muitos “por conta da casa” e ela estava, cada vez mais, estranhando certas atitudes do rapaz.
Um delas era o fato dele já ter, descaradamente, colocado a mão na perna dela, por debaixo da mesa. Estava muito menos educado do que quando haviam chegado e a forma como ele falava com ela em certos momentos estava começando a incomodá-la.

- Cara, foi muito foda. – ele disse rindo. – Foi uns meses antes de você chegar. O Matt ficou atazanando o Johnny durante uma semana por causa disso.
Cara? Ela pensou. Por que ele esta me chamando de cara? Onde está o “linda” ou o simples “Win” do começo da noite?
- E o que você fez a respeito disso? – ela perguntou, sentindo-se entediada e começando a ter sono.
Não era pra ser a noite perfeita?
- Porra, o que eu podia fazer? – ele riu. – Eu nem fiz nada, né? É como a Leana sempre diz, quando você não tem problemas, aproveite, e não fique se preocupando com o dos outros.

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar

Como é que é?
Desde quando ele, com os melhores amigos, adota a filosofia de vida egoísta e mesquinha da Leana?
Alias, por que diabos estava falando na menina pela terceira vez naquela noite?
- Jimmy, eles são seus amigos. – ela disse, sentindo uma pontada de irritação no estômago.
- Então, justamente por isso, eles não devem esperar que eu deixe de lado a minha vida, que certamente era perfeita, pra me preocupar com eles. – ele riu, novamente daquela maneira displicente que a menina odiava. – É isso que os amigos fazem, não é?
- O que? – ela perguntou, com a voz mais alta, chamando a atenção das poucas pessoas que ainda estavam lá. Já passavam das onze. – Jimmy, amigos apoiam uns ao outros. E por mais que tenha sido uma brincadeira, você devia ter se importado. – ela balançou a cabeça. – Alias, você deve se importar sempre, é isso que amigos fazem!
Ele abanou a mão de uma maneira mole, como se não tivesse controle sobre ela.
- Ah, poxa Winter, larga de ser chata, né?

Ela bufou alto. Agora a raiva estava dividindo espaço com outro sentimento. Ele estava começando a magoá-la.
- Jimmy, eu achei que nós viriamos aqui para ter uma conversa séria. Para nos divertir, claro, mas em especial, para conversarmos sobre ontem.
Ele olhou sério para ela. Tinha os olhos semicerrados e uma expressão boba.
- Ai, esquece aqui, Win, foi bom, você é bem hot, sabe? E você beija bem, mas tipo assim, foi muito no impulso. – ele dizia, parecendo querer soar carinhoso, mas falhando completamente. Estava soando estúpido, fazendo-a sentir-se usada. – Não que eu tenha só me divertido com você... Tipo assim, a gente pode fazer isso de novo, por que foi bom, mas eu fui tão... Tão assim, vulpt, que nem reparei, sabe? Digo... Não foi minha intenção e tals.
Ele ria entre as palavras, nem reparando que os olhos dela estavam marejados.
- Você... Você não quis, é isso? – perguntou com a voz embargada.
- Não... Alias, sim. Eu acho...
Ela se levantou tão bruscamente, que a cadeira caiu pra trás, chamando a atenção de um último casal no lugar. Eles estavam conversando tão animados, tão juntinhos... Se beijando sempre que podiam...
Por que ela e Jimmy não podiam estar da mesma forma?
Nem fez questão de saber, apenas disse um tchau seco e virou-se para sair dali.
Já estava na porta quando sentiu uma mão apertar seu braço.
- Ei! Espera aí, gatinha. Vamos dar um rolé por aí! – ela chorava silenciosamente. – Se você gostou tanto de ontem, a gente pode até repetir a dose. – e sorriu malicioso.
Ela não controlou mais o próprio corpo, nem as lágrimas, nem a raiva.

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Sua mão foi, com força, de encontro ao rosto dele, fazendo um barulho estalado. Ele virou o rosto, forçado pela mão dela, e depois levou a própria mão ao mesmo.
A marca da mão dela estava vermelha no rosto dele.

Jimmy sentia que a dor na bochecha direita havia trazido um pouco da própria consciencia de volta. Mas onde ela estava, então?
Ainda assim, sentia-se tonto, confuso e com muita vontade de rir. Não que aquilo fosse engraçado, era apenas bem mais forte do que ele.
- Ei! Isso... Ai, isso doeu. – ele disse, levantando a cabeça para olhá-la.
Ela estava ameaçando ir embora novamente.
- Win, o que foi? Eu...
- Fica quieto! – ela urrou com raiva, as lágrimas já eram abundantes no seu rosto. – Fica quieto e não fala mais comigo, James Sullivan.
- Mas... Eu...
- Você... – disse em um sussurro, com a voz falha, aproximando-se dele. – Você acaba de desperdiçar a sua segunda chance!
Ele ficou em silêncio. A cabeça ainda rodava demais para ele pensar no que iria dizer. Alias, o que ele tinha que dizer? Por que? O que ele tinha dito?
- Olha... – ela disse, afastando-se dele e finalmente se desvencilhando da mão do rapaz, com a voz fria. – Me chame quando estiver sóbrio.

Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar

Sentindo aquelas palavras cortarem-lhe os ouvidos, Jimmy ficou parado, vendo ela se distânciar e, depois, sumir na escuridão da esquina.


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