Meu Querido Chefe escrita por Miss Sweetness


Capítulo 1
Capítulo 1 - Sirius Black


Notas iniciais do capítulo

Hm, nesta história Sirius Black não será aquele adolescente irresponsável e totalmente galinha que conhecemos nas fanfics que lemos. Eu idealizei-o como um homem "sério" apesar de ter suas noites quentes com váaarias modelos de corpos espetaculares. Ele tem consciência de como tratar uma mulher com respeito, entretanto, também irá possuir aquele encanto que tanto amamos em Sirius. Espero que apreciem.



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Capítulo 1 - SIRIUS BLACK


Sirius Black olhou para a congestionada marina Port Vauban do deck do seu iate, Sea Queen. Havia paparazzi por todos os lados. Como um homem que valorizava muito a privacidade, ele não estava impressionado. Estava ainda menos impressionado com as mulheres tomando sol de topless no navio ancorado ao seu lado, que o chamavam e faziam gestos convidativos. Quando adolescente, tinha provado muitos corpos femininos sem a necessidade de namoros ou conversa fiada, mas crescera desde então.


Se Marlene não tivesse lhe suplicado para leva-la a Cannes, ele estaria a quilômetros de distância do barulho, do fingimento e da confusão. Sea Queen era facilmente o maior e mais bonito iate dali, uma vez que ele era da quarta geração Black e possuía fabulosa riqueza e privilégios desde o nascimento, tais comparações insignificantes passaram despercebidas para o arrogante Sirius.


Sustentando 1,92m de altura nos seus pés descalços, Sirius tinha a constituição física de um atleta treinado, surpreendentemente adequada para um famoso viciado em trabalho. Meio russo e meio grego, ele era um homem incrivelmente bonito, com uma formidável reputação de mulherengo. Todavia, durante os últimos meses, só houvera uma única mulher em sua vida: Marlene, a ex-esposa do magnata suíço de eletrônicos. Ansioso para voltar ao trabalho e ciente que sua equipe profissional o esperava do lado de dentro, Sirius voltou para seu escritório a bordo, o qual era tão eficiente e avançado tecnologicamente quanto qualquer escritório em terra firme.


Alguns minutos depois, Marlene entrou sem avisar na sala lotada. Sirius ficou surpreso, uma vez que a enviara à costa para um tour por sua propriedade magnífica, num esforço de conseguir um pouco de paz. Um silencio se instalou antes que Marlene exclamasse de maneira abrupta:


– Você não vai acreditar no que eu descobri na sua propriedade!


– Mesmo que tivesse descoberto o Monstro do Lado Ness na banheira, não justificaria essa intrusão quando eu estou trabalhando – disse Sirius, e não estava inteiramente brincando enquanto olhava de seu laptop para a loura irada.


– O lugar está uma desgraça! A piscina não é cuidada há meses, a grama do jardim está crescida, e a casa não está sequer estocada para a nossa estadia na próxima semana – protestou Marlene, com seus olhos azuis brilhantes repletos de indignação. – E, quando pedi uma explicação para a governanta, tudo que ela disse foi que Andy lida com esse tipo de coisa e que não tinha recebida instrução alguma.


Marlene Micknnon era uma linda ex-modelo de 1,80m, capaz de para o transito com seu rosto deslumbrante e corpo perfeito. Era grega, e agora que estava livre do marido, a mulher que Sirius havia amado e perdido quando adolescente era finalmente sua.


– Você ouviu alguma coisa do que falei, Sirius? – perguntou Marlene com impaciência. – No mês passado a reforma no Sea Queen se estendeu além do esperado e não pudemos navegar. Quem foi responsável por aquilo? Vejo coisas dando errado na sua vida o tempo todo e descubro que a culpa é de Andy.


– Até alguns meses atrás, Andy cuidava de todas as minhas propriedades, assim como de minha agenda social e arranjos de viagens. Infelizmente, ela insistiu em tirar uma licença, e a pessoa que a substituiu era tão inepta que eu e a despedi depois de um mês...


Marlene o estudou com o cenho franzido.


– Este Andy de quem todo mundo fala é... mulher?


– Por que não? – Sirius retornou ao seu laptop com renovada energia, voltando a mente para a busca de lucros e sem humor para ouvir mais sobre problemas domésticos entediantes. Os homens Black nunca tinham se preocupado com tais trivialidades. Somente ouvindo o discurso de Marlene, ele acreditava que estava sendo tolerante, oferecendo-lhe a atenção que todas as mulheres pareciam ansiar.


– E essa Andy... essa mulher insistiu em tirar uma licença de trabalho? Desde quando você permite que seus empregados insistam em alguma coisa? – demandou Marlene.


Sirius franziu o cenho, então se levantou em toda sua altura e conduziu a linda morena para o corredor do lado de fora de seu escritório, e para o salão opulento e espaçoso.


– Eu conheço Andy desde que ele era uma menininha crescendo em Speros. Ela tem alguns privilégios a mais do que o resto da minha equipe...


Um olhar gelado enrijeceu as feições bonitas de Marlene.


– Verdade?


– Até agora, Andy sempre esteve disponível quando eu quis. Geralmente, ela não tira férias, nem mesmo dias de folga. Dia ou noite, vem trabalhando duro para mim – rebateu Sirius, mas seu tom de voz era neutro, porque, apesar do que estava dizendo, também culpava Andy por diversas ocorrências nos últimos meses.


Andy Peterson, sua funcionária mais confiável, sua mão direita, tinha insistido em tirar uma licença de oito meses para cuidar da tia recentemente viúva, porém grávida, na Inglaterra. Sirius cerrou os dentes ao pensar nos problemas que tivera de tolerar durante a ausência prolongada de Andy. Assuntos pessoais e impessoais, com os quais nunca precisara se preocupar antes, de repente surgiam em forma de problemas e lhe causavam inconveniências consideráveis.


Nunca imaginara que Andy pudesse agir de maneira tão egoísta. Embora soubesse que ele discordava de uma licença tão longa, ela havia ido, de qualquer maneira. Ele fora tão mole com ela. Deveria ter lhe dito não. Deveria ter lhe dito que, se Andy partisse, não teria mais emprego quando retornasse. Afinal de contas, ara que lhe pagava um salário tão alto? Para que ela fugisse para a Inglaterra toda vez que tivesse vontade? Sirius tinha esperado mais da jovem mulher que conhecia desde criança e que devia mais do que sabia à generosidade da família dele.


– Uma esposa cuidaria de suas propriedades e de sua agenda social. Isso não seria tão difícil assim – observou Marlene suavemente. – Então você não precisaria de uma Andy em sua vida.


Sirius era muito inteligente e cauteloso com as manipulações femininas para responder. Ele deu de ombros e sinalizou para que um comissário de bordo levasse café. Marlene podia ser a primeira mulher a passar mais do que algumas semanas com ele, mas casamento era uma questão totalmente distinta. Tinha ciência do quão caro um casamento fracassado podia sair: seu pai falecido passara por três divórcios dolorosos e caros. Não, Sirius não estava com pressa de se casar. Apesar de Marlene ser a primeira com quem ele até mesmo considerava a ideia de casamento, ela ainda poderia revelar um grave defeito. Em sua experiência, as mulheres eram raramente previsíveis, e ainda mais raramente fiéis.


Torcendo o nariz para o café que energizava Sirius durante seu longo dia de trabalho, Marlene colocou uma música e começou a dançar, balançando os quadris em movimentos tão sugestivos como de qualquer stripper. Reconhecendo que ela estava usando sexo para chamar a atenção, Sirius ignorou-a, enquanto imaginava por que ela pensava que uma dança erótica poderia leva-la ao altar. Algo naquela demonstração o repeliu. Do lado de fora do quarto, uma esposa deveria ter certa dignidade, refletiu seriamente, adicionando tal qualidade à lista mental que já fizera. Sob a influência de alguns drinques numa festa, Marlene poderia se tornar um embaraço.


Uma echarpe brilhantemente colorida sobre um banco do bar chamou sua atenção. Arqueando as sobrancelhas pretas, Sirius ergueu o tecido de seda. Pertencia a Andy, que tinha pouco senso de combinação de cores. Um leve cheiro de morango, que lhe era familiar, assaltou seus sentidos. Com a mesma rapidez, seus penetrantes olhos azuis acinzentados adquiriram uma expressão de perplexidade. Ele foi envolvido por uma estranho sensação erótica, e seu corpo reagiu com desejo primitivo, enrijecendo com luxúria instantânea. Confuso por aquela forte reação e incapaz de encontrar uma conexão lógica, Sirius registrou que ainda estava segurando o echarpe. Preenchido com desgosto pelos seus pensamentos, pois não podia existir uma mulher mais ingênua sexualmente do que Andy, ele largou o tecido de seda...


xxx xxx xxx


– Você vai perder todas as opções aqui... – Quando as duas mulheres saíram da biblioteca pública, Andy gesticulou uma mão para indicar a rua movimentada de Londres, cheia de lojas, restaurantes e trânsito congestionado. – Depois de John morreu, pareceu-me uma ótima ideia você voltar para Grécia comigo, mas agora me sinto terrivelmente culpada por envolve-la em tudo isso. A ilha é muito sossegada...


– Você está apenas cansada e se sentindo triste novamente – disse Sarah, uma loura alta e esbelta, com os olhos castanhos gentis e beirando os 40 anos. Ela tinha pouca semelhança com a sobrinha ruiva de olhos verde esmeralda, cuja gravidez avançada enfatizava ainda mais sua estatura não muito alta. Impulsionando a mulher mais jovem dentro do ônibus, passou a jornada com um alegre monologo sobre o quanto detestava o clima úmido da Inglaterra e o quanto estava ansiosa para ter a paz para escrever o livro que vinha planejando há muito tempo.


Andy, que estava mais cansada do que queria admitir, não foi convencida disso. Numa tentativa de fazer o melhor que podia por seu próprio futuro e pelo futuro de seu bebê, envolvera Sarah nos seus planos, mas se sentia cada vez mais culpada sobre o fato. Foi um alívio, todavia, retornar para a casa confortável de sua tia e sentar-se para uma xícara de chá.


– Você não imagina como estou desesperada por uma mudança de cenário e direção, e eu não teria tido condições de tal mudança sem o seu apoio – declarou Sarah. – Sem a sua ajuda financeira durante a doença de John, eu nem mesmo ainda estaria mudando nesta casa. Sua generosidade possibilitou que ficássemos aqui até que ele precisasse ser internado. E a estadia num local familiar ajudou muito John, porque ele não podia lidar com mudanças.


A voz de Sarah falhou, porque o marido dela falecera poucos meses atrás. Como resultado de uma demência precoce, a essência da personalidade de John tinha desaparecido muito antes que ele morresse, com 43 anos, numa clínica para doentes mentais. No fim, a demência piorara tanto que se tornara muito difícil para a esposa cuidar dele sozinha. Antes disso, Sarah havia apoiado o marido por diversos anos e tivera de desistir de seu trabalho como professora para fazer isso. Os benefícios de assistência que o casal recebera do governo tinham sido muito pequenos para cobrir as prestações da hipoteca da casa, e Andy os ajudara financeiramente de boa vontade.


– Eu fiquei feliz em ajudar – Andy falou para a mulher que, frequentemente, fora a única voz racional durante sua infância, mesmo que elas tivessem morando tão longe uma da outra.


A mãe de Andy, Kate, se mudara para a ilha grega de Speros quando Andy tinha apenas 8 anos. Kate sempre fora uma mãe irresponsável, que costumava colocar mesmo o último homem de sua vida na frente das necessidades de sua filha. Com mais frequência do que Andy gostava de se lembrar, uma visita ou um telefonema da irmã sensata de sua mãe frívola, Sarah, havia persuadido Kate a se comportar mais como uma mãe normal.


Sarah gemeu.


– Infelizmente, você ajudou demais a todos nós para seu próprio bem. Comprou uma casa para sua mãe, deu a John e a mim uma pensão...


– E, sozinha, gastei uma fortuna inútil construindo minha própria casa em Speros, também – interrompeu Andy, desconfortável com a gratidão da tia. – Se eu pelo menos tivesse imaginado um futuro no qual pudesse não querer mais trabalhar para Sirius. Se eu tivesse guardado todo aquele dinheiro no banco, em vez disso...


– Ninguém tem uma bola de cristal, querida. Você pode não sentir isso agora, mas ainda é muito jovem aos 24 anos – racionalizou Sarah. – Você tinha um excelente emprego e estava ganhando uma pequena fortuna, portanto, não havia motivos para temer o futuro.


As feições delicadas de Andy se sombrearam. Ela se culpava por suas extravagâncias. Tinha crescido na pobreza, chegando a passar fome e tendo de se esconder quando o senhorio vinha cobrar aluguel. Com tais situações em sua memória, acreditava que deveria ter poupado para eventuais crises financeiras.


– Você também não tinha motivo algum para temer o futuro agora. O pai de seu bebê é um homem muito rico – apontou Sarah com firmeza.


As mãos de Andy pressionaram o lenço de papel que ela segurava.


– Acho que eu preferiria morrer a encarar Sirius dessa forma. Graças a Deus, eu estava numa consulta médica no dia em que ele veio aqui para me ver!


– Sim, nós não estávamos esperando isso. Felizmente, Sirius não entrou, então duvido que tenha me olhado o bastante para notar que eu não pareço grávida – observou Sarah.


Andy ainda estava se lembrando do susto que tomara ao saber que Sirius, encontrando-se em Londres a negócios, tinha decidido visita-la sem ao menos um telefonema antes. Que choque seria para ele se ela tivesse aberto a porta com uma barriga obviamente grávida! Foi pura sorte que a mentira, no qual envolvera Sarah inventando que era sua tia quem teria o bebê, não havia sido exposta a uma situação constrangedora. Depois, Andy telefonara a Sirius, a fim de lhe perguntar sobre o motivo da visita, e ele rira e dissera que sua visita fora uma decisão de última hora, uma vez que precisava esperar um tempo antes de ir ao aeroporto e voar para casa.


– Se não tiver coragem de enfrentar Sirius Black, eu o enfrentarei por você – Sarah a desafiou.


Andy ergueu o queixo.


– Não é uma questão de estar com medo...


– Oh, eu sei que você não tem medo de Sirius Black. Mas ainda está terrivelmente apaixonada, e determinada a protegê-lo das consequências do próprio comportamento dele.


Enrubescendo, Andy respondeu com firmeza:


– Não é assim. Tenho meu orgulho e meus planos. Não preciso dele de nenhuma maneira. Se eu continuar trabalhando para Sirius por pelo menos mais um ano depois que o bebê nascer, poderei economizar o bastante para começar o meu próprio negócio aqui.


Sarah reprimiu uma resposta afiada, porque não queria aborrecer Andy. Sua sobrinha, afinal de contas, já sofrera o trauma considerável de assistir o pai do seu filho, e o homem que amava, apaixonar-se por um velho amor de seu passado. Entretanto, os motivos de Andy para permanecer silenciosa eram insuficientes para satisfazer a sede de Sarah por justiça. Então Sirius tinha levado Andy para cama, uma funcionária, numa noite escura, ignorado a necessidade de usar proteção e, convenientemente, esquecendo-se do episódio inteiro no dia seguinte? Porcos voavam também? A única lealdade de Sarah era com relação à Andy, e, se tivesse o poder de decidir, destruiria o último romance de Sirius com um anúncio público de gravidez de Andy.


Naquela mesma noite, Andy entrou em trabalho de parto. Estava uma semana adiantada, e apesar das aulas do pré-natal que frequentara, quase entrou em pânico ao acordar e perceber o que estava lhe acontecendo. Sua mala estava pronta, tudo estava preparado para o grande evento. Sentia-se muito ansiosa pelo nascimento daquela criança. Seu bebe podia não ter sido planejado, mas já era muito amado.


Nas primeiras horas que passou no hospital, Andy recebeu oxigênio para lidar com as contrações, mas nada parecia estar acontecendo muito rapidamente. Por volta do meio-dia do dia seguinte, as contrações estavam mais próximas e mais doloridas. Andy estava ficando exausta e foi nesse ponto que o médico percebeu que o bebê estava virado de costas, com a cabeça presa na pélvis dela.


– Você esta carregando um bebê muito grande para uma mulher do seu tamanho, e acho que precisaremos de ajuda. Acredito que a possibilidade de uma cesariana foi discutida durante suas consultas pré-natais, certo? – questionou o médico.


Andy assentiu com a cabeça, muito ofegante para falar.


Sarah pegou-lhe a mão.


– Você vai ficar bem, assim como o bebê...


Tudo se moveu com incrível rapidez a partir daquele ponto. O procedimento teve de ser explicado a Andy que assinou os papeis com consentimento, antes que fosse levada para a sala de cirurgia. Ela tomou uma peridural, e, enquanto a parte inferior de seu corpo era anestesiada, uma pequena cortina foi erguida até o meio do seu corpo, de modo a impossibilitar sua visão. O tempo se tornou uma noção confusa, e ela sentiu uma espécie de pressão. E então, de súbito, Sarah estava gritando com entusiasmo:


– É um menino, Andy!


– Um menino grande e forte – acrescentou o médico.


O choro do bebê foi ouvido a seguir, e o coração de Andy transbordou de alegria. Estava tão ansiosa para vê-lo que mal podia se conter, enquanto as enfermeiras o preparavam para o primeiro encontro com a mãe. Ele pesava 4,5kg, e era muito comprido, exatamente o que ela deveria ter esperado, considerando os genes do pai, a família de Sirius era de homens altos e fortes. Finalmente, seu filho foi colocado em seus braços.


Lágrimas queimaram os olhos de Andy quando ela viu o adorável rostinho, observando os grandes olhos azuis acinzentados e os cabelos muito pretos de Sirius.


– Ele é... lindo – sussurrou ela, emocionada, traçando a ponta do dedo sobre a face suave do seu bebê.


Naquele momento, tudo pelo que ela havia passado pareceu valer a pena. No primeiro estágio da sua gravidez, Sarah lhe apontara todas as opções, desde um aborto até adoção, embora ninguém amasse mais bebês do que Sarah, que nunca tivera a oportunidade de ter o seu próprio.


– Você tem alguma ideia do nome que vai dar a ele? – perguntou sua tia, dando um passo atrás para deixar a enfermeira pegar o bebê novamente, uma vez que os olhos de Andy estavam se fechando.


– Rég...


– O quê? – indagou Sarah.


– Nikolos. – Os lábios de Andy mal se moviam.


– Dar a ele um nome grego não é um pouco revelador?


– Eu moro na Grécia desde que tinha 8 anos – sua sobrinha a relembrou, e, com esse pensamento, adormeceu, enquanto sua mente voltava 16 anos no passado, para seu primeiro encontro com Sirius Black...


Os meninos gritavam obscenidades para Andreline quando ela seguiu para a praia. Ela sabia que as palavras eram erradas, mas não entendia o significado das mesmas e se recusava a ser perturbada pela atitude deles. Pelo menos, os garotos lhe falavam de alguma maneira, reconhecendo sua existência. As meninas na escola do vilarejo, por outro lado, evitavam-na, sussurrando pelas suas costas e lhe dando olhares desaprovadores, enquanto a excluíam de suas brincadeiras e conversas. Sua mãe era tratada pelas mulheres da região de um jeito muito similar. Depois de um ano, Andreline tinha descoberto que a vida na ilha grega de Speros podia ser muito solitária para uma garota que não se encaixava.


Ela detestava tudo em si mesma: sua estatura baixa, seus cabelos loiros avermelhados e seu corpo magro. Até mesmo sua pele clara demais, a qual queimava horrivelmente no sol. O fato de que não tinha pai significava ainda mais mortificação numa ilha onde pais solteiros eram malvistos. E, embora Andreline nunca tivesse admitido para ninguém naquela época, sua mãe a envergonhava muito.


Como Kate frequentemente lembrava à filha, ela só tinha 30 anos. Artista, Kate alugava uma pequena casa no vilarejo e vendia aquarela para os turistas ricos que desfrutavam do resort/spa exclusivo do outro lado da ilha. Nenhuma mulher da região se vestia como sua mãe. Kate geralmente usava uma calcinha minúscula de biquíni, com os seios volumosos balançando dentro de uma camiseta decotada. Andreline acreditava que sua mãe, com seu adorável cabelo loiro, bumbum e pernas profundamente bronzeados, era muito linda, mas começava a pensar que apenas homens gostavam daquele fato, pois Kate só tinha amigos homens.


Naquele dia em particular, Sirius havia saído de um dos barcos de pesca sendo arrastados para a areia, de modo que ela não sabia quem ele era no começo. Era um garoto magro e alto no começo da adolescência, e Andreline o confundiu com um adulto, no princípio, quando ele veio na sua direção, passando pelos garotos zombadores e exigindo saber o que estava acontecendo. O silêncio se instalou, o mesmo tipo de silencio que o padre do vilarejo comandaria. Olhares envergonhados foram trocados, e Sirius perguntou seu nome. Um dos meninos respondeu com uma risada sugestiva, provocando novas risadas dos outros.


– Andreline – repetiu Sirius, aproximando-se dela. – Você é a garotinha inglesa. Andreline é um nome muito tolo. Eu a chamaria de Andy...


– O que esse nome tem a ver com Andreline? – argumentou ela.


– Combina mais com você. – disse ele, estudando-a com um interesse passageiro antes de virar-se e se dirigir a um dos garotos mais velho do grupo, Lucius Malfoy, o filho do médico, e falar alguma coisa em grego com ela, ainda aprendendo a língua, não entendeu. Lucius corou e chutou areia.


– Quem é ele? – ela perguntou para Lucius depois que Sirius subiu num carro que o esperava no porto e partiu.


– Sirius Black.


E, mesmo naquela época, aquela informação era tudo que Andreline precisava para entender. A família Black vivia um esplendor feudal num imenso palacete com vista para uma linda baía, na extremidade da ilha. Por mais de cem anos, a família Black possuía aquela ilha, e eles também possuíam o resort, as lojas e a maior parte das casas no vilarejo. A família controlava tudo que se relacionava a Speros, desde as leias de planejamento até quem vivia e trabalhava na ilha. Speros pertencia a Black e era governada com mãos de ferro. O pai de Sirius também construíra uma escola nova e um pequeno hospital, e numa época em que outras ilhas estavam perdendo seus habitantes jovens para terra firme, a população de Speros crescia cada vez mais.


– Mamãe, a família Black é muito rica? – perguntou ela enquanto sua mãe cozinhava naquela noite, um evento raro. Andy frequentemente se virava com a alimentação, vivendo de sanduíches e frutas.


– Muito – respondeu Kate com uma careta. – Mas eles não me impressionam. Apesar do dinheiro que possuem, não são melhores do que nós. O velho Orion foi casado três vezes e nunca conseguiu ter filhos. Então, sua amante russa, Natasha, com metade da idade dele, engravidou de Sirius, o único filho dele. Orion se divorciou de sua terceira esposa e se casou com Natasha dois dias antes que ela desse à luz Sirius...


– O que é uma amante? – Andy perguntou para sua mãe.


– Você nunca entenderia – replicou Kate, já cansada do assunto.


A escola tornou-se um pouco menos insuportável para ela depois daquela noite. Todos começaram a chama-la de Andy. Os garotos pararam de provoca-la, e a irmã de Lucius, Amélia, lhe falava de passagem. Mas ninguém tinha permissão de ir brincar na sua casa, e ela nunca recebia convites para ir à casa de alguém. Os namorados de sua mãe vinham numa sequencia interminável do resort, onde Kate ganhava dinheiro extra, trabalhando como garçonete. Geralmente mochileiros, alguns ficavam uma ou duas noites, enquanto outros acabavam vivendo com Kate e sua filha por semanas a fio. Quando tinha 11 anos, Andy, que abandonar o nome de nascença para evitar provocações, entendia que era o estilo de vida livre de Kate com seus amantes que escandalizava os locais, e que isso levara à sua própria exclusão da vida na ilha. Outras mães temiam que ela crescesse parecida com Kate e passasse a ser má companhia para suas filhas.


Dois dias após completar 11 anos, Andy encontrou Sirius Black pela segunda vez. Ela estava explorando a redondeza quando uma tempestade súbita a fez começar a correr pela rua do porto em direção ao abrigo do lar. Sirius parou seu Buggy para lhe dar carona e insistiu em acompanha-la até a porta.


– Onde está sua mãe? – perguntou ele, olhando para a pequena cozinha silenciosa e vazio quando ela abriu a porta.


– Em Atenas – respondeu ela inocentemente. – Ela pegou a balsa na sexta-feira...


– Isso foi quatro dias atrás – apontou Sirius. – Onde ela está hospedada em Atenas?


– Ela tem amigos lá.


– Você tem o telefone desses amigos?


– Não. Porque eu precisaria? – disse ela. - Não há nada de errado. Posso me virar sozinha.


– Quando ela volta?


– Ela disse que voltaria nessa sexta-feira.


Praguejando Sirius entrou na cozinha e abriu a geladeira para estudar as prateleiras.


– O que está comendo?


– Há latarias na no armário – replicou Andy rapidamente, sentindo-se ameaçada pelo humor e comportamento dele. – Não que isso seja da sua conta.


– Você terá de ir para a minha casa.


– Não, é claro que eu não vou... Por que eu iria? Estou perfeitamente feliz em minha própria casa – protestou Andy.


E Sirius, sendo Sirius, e não tendo um pingo de paciência, simplesmente ergue-a nos braços e colocou-a de volta no Buggy antes de dirigir para sua própria casa. Ignorando seus protestos, arrastou-a para dentro e explicou a situação para seus pais num grego rápido. O pai deu de ombros e voltou para o escritório, reclamando da interrupção. A mãe glamorosa de Sirius estudou Andy com óbvio desdém. Tão seguro de si e decidido quanto qualquer adulto, mesmo aos 16 anos, Sirius entregou Andy para a governanta, e ela passou aquela noite, e as duas seguintes, nas acomodações dos empregados. Lá, foi alimentada e bem cuidada pela primeira vez em anos. Kate nunca tivera um dom maternal. Antes daquele dia, apenas a tia de Andy, Sarah, havia se preocupado com o conforto da garotinha.


É claro, teria sido uma garota mais normal se tivesse apaixonado por Sirius enquanto crescia. Afinal ele era adorado por todas as garotas, de dez a 25 anos, que vivam em Speros. Com sua aparência de astro de cinema, reputação de bad boy e proezas sexuais reportadas pelas revistas de fofoca, Sirius fazia manchetes quase desde que atingira a puberdade, e seguia fielmente os passos do pai e do avô. Mas, por causa da terrível briga que Andy tivera com a mãe, por admitir aos outros ter sido deixada sozinha por uma semana, e de uma visita muito embaraçosa do padre em que ele criticara tal atitude de Kate, Andy passara a ver Sirius como uma pessoa dominante e intrometida que fazia o que queria o tempo todo, independentemente dos danos que causasse nos outros.


Enquanto Andy estudava num colégio interno em Atenas durante a semana, foi por Lucius Malfoy que se apaixonou enquanto eles viajavam de balsa no começo da semana. Ele, para um colégio particular, ela, para uma instituição estadual, e nos fins de semana, quando retornavam a Speros. Mas, na época, Andy tinha 17 anos, e, por algumas semanas, acreditou que seus sentimentos fossem correspondidos, uma vez que ela e Lucius se encontravam secretamente para um café, para caminhadas, enquanto descobriam interesses similares.


É claro, ela não deveria ter aceitado que algum dia pudesse ser vista como alguém diferente da filha ilegítima de Kate, como uma pessoa não inferior ás garotas da ilha. Ainda se lembrava do medo que experimentara uma tarde no terminal da balsa, quando Lucius subitamente largara sua mão e se afastara. Olhando para cima, ela viu Sirius se aproximando deles. Já um piloto qualificado, Sirius tivera de efetuar um pouso forçado sobre o mar no mês anterior, e o choque da quase morte do filho tinha traumatizado o pai, que o repreendera. Agora, em seu último ano de faculdade, Sirius era praticamente adulto. Pelo resto da jornada, Lucius ignorara Andy como se ela fosse uma estranha.


– Eu a levo para casa – declarou Sirius no porto, enquanto Lucius saia apressadamente de cabeça baixa.


– Eu não preciso de carona. – O sexto sentido avisou-a para não entrar no carro esporte, mas ela entrou de qualquer maneira.


– Não seja tola – disse Sirius. – Eu só estou tentando protege-la de cometer um grande erro. Sua mãe não vai se incomodar.


– Não sei sobre o que você está falando...


– Lucius, a celebridade da família Malfoy. Ele vai brincar com você, mas nunca a levará a sério ou para conhecer a família. Você não percebeu isso hoje, quando ele agiu como se não a conhecesse quando eu me aproximei?


Tal previsão a machucou profundamente, e Andy o olhou com pura fúria.


– Você não o conhece!


– Conheço Lucius muito bem. A família dele jamais a aceitará, e ele não tem coragem para lutar por você. É um bom sujeito, porém, fraco. Perca suas esperanças e afaste-se dela agora, antes de se aprofundar mais...


– Eu não quero seu conselho! – Aya gritou em grego.


– Fique à vontade – murmurou Sirius sedosamente. – Mas certifique-se de manter a calcinha no lugar. Todos os homens gregos fantasiam em ter uma virgem na noite de núpcias.


– Isso é uma coisa terrível de se dizer! – exclamou Andy, irada. – Eu amo Lucius...


– Você tem 17 anos, não é velha o bastante para amar alguém. – Sirius parou do lado de fora da casa dela, inclinou-se para abrira porta. O cheiro másculo da pele dele, misturado com alguma colônia cara, envolveu-a. Andy enrijeceu ao primeiro gosto de intimidade com um homem, uma intimidade passageira que teve o poder milagroso de fazer seu corpo inteiro pulsar. Aquela resposta a abalou, porque nunca tinha reagido a Lucius daquela maneira.


– Não acho que algum dia eu vou desgostar tanto de alguém – disse Aya, no tom de voz mais controlado que conseguiu.


– Há muitas mulheres loucas por mim – replicou Sirius, divertido. – Duvido que notarei a ausência de uma garotinha entre minha multidão de fãs...


– Você é tão convencido! – acusou Andy, saindo do carro, o rosto ainda queimando por aquele comentário sobre manter a calcinha no lugar.


Um sorriso incrivelmente carismático curvou a boca sensual de Sirius, e os olhos azuis acinzentados brilharam.


– Mas ainda muito mais homem do que Lucius jamais será...


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Notas finais do capítulo

Aaaaaah, vou terminar de escrever o próximo capitulo e assim que for possivel estarei psotando ele. Por favor, deixem seus comentários e me digam o que estão achando, hein? Beijinhos a todos e bom final de semana! Ate a proxima.



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