Flamma Amoris escrita por Karla Vieira


Capítulo 30
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E então, amores, mais uma história chega ao fim.



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Ethan Williams POV – Tarde de 20 de Junho.

– Ethan... – Resmungou ela pela milésima vez. – Onde estamos indo?

– Em um lugarzinho que encontrei. Você vai gostar.

– Aqui na floresta?

– Aqui na floresta. – Afirmei. Eu a guiava pela mão por entre as árvores, para chegarmos à pequena clareira com a cachoeira que eu havia encontrado a algum tempo atrás e Marie nunca havia visto. Amanhã seria seu aniversário e eu queria tê-la só para mim hoje, já que amanhã eu teria que dividir sua atenção com a família, com os amigos... Eu sou bastante egoísta. Defeito de nascença.

Continuamos caminhando por pouco tempo até que chegamos. Marie parou do meu lado enquanto olhava ao redor sorrindo. A clareira era pequena, com um pequeno lago que verifiquei ser fundo; era daquele gênero que parecia ter saído de uma pintura renascentista. A grama era bem verde, e as árvores ao redor produziam largas sombras sobre ela. A cachoeira era pequena, devia ter uns dois metros de altura, e era cheia de pedras também pequenas ao redor. Do outro lado do riacho, haviam alguns arbustos floridos. Ouvia-se o canto dos pássaros ao nosso redor e podia-se ver o céu azul com clareza no espaço da clareira.

Abaixo de uma árvore grande, uma figueira, talvez, eu havia estendido uma toalha vermelha quadriculada e deixado uma cesta de palha com coisas para comer. Óbvio que eu havia enfeitiçado a cesta para que nada que houvesse ali dentro estragasse, para que continuasse fresquinho e gelado. Ninguém merecia tomar algo quente nesse calor de pleno verão.

– É lindo. – Disse Marie, por fim, se virando para mim. Puxei-a pela cintura, mantendo-a próxima a mim, com nossos rostos quase colados um no outro. Beijei-a calmamente.

– Feliz aniversário. – Eu disse, quando por fim distanciamos nossos lábios, mas não deixei que nossos corpos fizessem o mesmo.

– Ethan... Meu aniversário é amanhã. – Disse ela, risonha.

– Eu sei. É que eu sou egoísta.

Marie ergueu as sobrancelhas, confusa.

– Amanhã você estará ocupada com sua família, seus amigos, com o mundo todo, e não poderá dar atenção para mim. Então, te trouxe aqui hoje para eu ter você o dia inteiro sem ninguém me atrapalhar. Hoje você é só minha, e de mais ninguém.

– Que namorado egoísta que eu fui arrumar...

– E bem gentil, também, que lhe trouxe num lugar bonito e se preocupou em trazer algo para comer. E bem lindo também, com esses olhos azuis e sotaque irlandês...

– E bem modesto e humilde! – Riu ela.

– Obviamente. – Assenti sorrindo de canto. Beijei a ponta do nariz dela, e puxei-a para a toalha. Sentei ali, encostando-me ao tronco da árvore, e puxei-a para os meus braços. Ficamos um bom tempo ali, jogando conversa fora e trocando simples carinhos como um beijo ou um afagar de mãos. Até que me lembrei de um pequeno detalhe.

– Tenho algo para te dar. – Eu disse.

– O quê? – Perguntou ela, curiosa, se sentando de frente para mim e me olhando curiosa.

– Um presente.

Tirei do bolso um pacote pequeno onde estava o presente. Entreguei a Marie e ela o abriu, ansiosa. De dentro, retirou uma pulseira de macramê branca com uma pedra azulada e achatada nela. Eu a havia encontrado ali mesmo, naquele riacho, e mandei fazer uma pulseira de macramê para Marie.

– Eu posso...? – Peguei delicadamente a pulseira de suas mãos, e ela sorriu, assentindo levemente e estendendo o pulso direito. Coloquei a pulseira ali, ficando firme, e a pedra brilhou avermelhada, logo voltando ao seu tom azulado como normalmente.

– Ethan... É linda. – Disse Marie.

– E por dentro você está se mordendo de vontade de perguntar o que eu fiz com a pulseira.

– Estou deixando transparecer? – Perguntou levemente frustrada. Eu ri levemente.

– Está bem claro nos seus olhos. Eu enfeiticei essa pedra para que pudesse proteger você de qualquer coisa sobrenatural, entende? Fantasmas, espectros... E avisará você se algum caçador ou lobisomem ou algo do gênero estiver perto de você. Eu precisava me certificar que você estaria sempre protegida.

Marie Jean sorriu, e se inclinou para beijar-me levemente nos lábios.


Marie Jean POV – Tarde de 20 de Junho.


– E o colar? – Perguntei esperançosa que ele fosse finalmente me responder.

– Esse eu te contarei mais no futuro.

– Por quê?

– Porque quero manter você na curiosidade por mais um tempo.

Eu revirei os olhos, bufei, e Ethan riu.

– Você anda muito esquentadinha ultimamente. Acho que é melhor dar uma esfriada em você.

– Quê...?! – Exclamei quando fui pega no colo e Ethan corria comigo nos braços até o riacho, nos jogando dentro da pequena lagoa abaixo da cachoeira. Entrei com tudo na água gelada, molhando-me por inteira e me refrescando naquela tarde quente de verão. Meus pés – que estavam descalços – encontraram o chão e tomei impulso para voltar à tona. Abri meus olhos e encontrei Ethan voltando à tona, rindo.

– Ethan! – Exclamei, jogando água nele. – Ficou louco?

– Talvez um pouco. Admita, foi divertido. E a água está maravilhosa!

Bufei.

– Ainda esquentadinha? Vou ter que jogar água em você, para esfriá-la?

E ele começou a jogar água em mim, e eu revidei, dando início a uma guerra de água. Entre risadas, jatos de água, nos divertíamos sozinhos ali, naquele pedaço de paraíso, até que por fim, cansados, paramos. Ethan nadou sorrindo até uma pedra praticamente abaixo da cachoeira, e se sentou nela, fazendo sinal para que eu fosse ao seu lado. Nadei até lá, mesmo que desajeitada, porque eu não sei nadar muito bem, e me sentei ao seu lado. Ele passou o braço pela minha cintura, mantendo-me mais perto dele. Encostei minha cabeça em seu ombro e assim ficamos.

Ethan estendeu a palma de sua mão virada para cima, que brilhou levemente, e dali surgiu uma orquídea rosa. Ele me fez virar meu rosto para ele, e colocou a orquídea na minha orelha, prendendo uma mecha de cabelo molhado. Em seguida, beijou minha testa, a ponta do meu nariz e por fim, meus lábios.

– Eu amo você. – Ele disse, e eu sorri. – Você me fez ser um homem melhor, Marie. Se não fosse você, eu seria...

– Não vamos falar do que você poderia ser ou não. – Interrompi. – O importante é o que você agora. Esse você de agora estava escondido em você mesmo, mascarado. Você só tirou as máscaras.

– Sem você, eu não teria forças para tirá-la sozinho. Eu ainda seria um ser humano criado para matar, um órfão solitário e cruel. Eu devo tudo isso a você, Marie.

– Não, você não me deve nada, Ethan. Esqueça seu passado, e viva seu presente sem se preocupar com o futuro. A sua única certeza para ele é que eu estarei ao seu lado.

Ethan sorriu, de repente sem palavras. Inclinou-se e me beijou, unindo nossos lábios, nossos corações, que passaram a bater no mesmo ritmo acelerado, mesmo que este não fosse nosso primeiro beijo. Sempre parecia ser o primeiro beijo...

– Eu, que devia ser seu demônio, acabei tornando-me seu anjo. – Disse ele, após apartarmos o beijo.

– Você sempre foi meu anjo. Desde sempre.

– E para sempre.

E colei meus lábios junto aos dele.

Agora éramos eu e ele, para sempre, seja lá quanto o para sempre durar.


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Notas finais do capítulo

Amores, primeiramente quero agradecer por todo o apoio que vocês me deram, me incentivando a escrever mais pelas reviews e recomendações lindas, me apoiando contra o anônimo esdrúxulo daquela vez... Obrigada mesmo, de coração. Vocês não tem nem ideia da quantidade de sorrisos que fizeram surgir no meu rosto. Vocês me fazem feliz, sabiam?
Sei que é triste terminar uma história, e eu estou triste em terminar a Flamma Amoris. Mas, também alegre pois minha mente turbulenta já me permitiu começar a escrever outra história, a Scritto Nelle Stelle (Escrito nas Estrelas). Eu espero ver vocês lá, viram? Todo mundo! Por enquanto tem apenas o prólogo, mas quero nos próximos dias escrever os primeiros capítulos e postá-los, se minha mente e minha infernal escola permitir. Beijinhos, e obrigada novamente por serem as pessoas lindas que são!
https://www.fanfiction.com.br/historia/240739/Scritto_Nelle_Stelle/