Tricks of Fate escrita por Sali


Capítulo 7
"O único problema é que era tudo realidade."


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Bom, esse capítulo não tem nada de muito interessante, exceto pela parte em que é revelado o resultado do exame de paternidade. O resto é só uma pequena enrolação, um pouco de romance e nada mais.
É que eu preciso dar um tempinho pras notícias do próximo capítulo... Enfim.
Leiam, e até lá embaixo! (:



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– P-positivo. – A voz de Robert ecoou na sala e eu pareci ficar surda.

Eu era realmente filha do homem a minha frente. Jordan Richards era realmente meu pai. E a partir daquele momento, tudo se resumia à subjetividade do futuro.

Não percebi quando lágrimas rolaram em meu rosto. Não percebi quando os braços fortes de Robert envolveram-me em um abraço protetor. Não percebi quando o corpo de Robert foi trocado pelo de Madison. Não percebi quando me levaram até meu quarto, e também não percebi o momento em que caí na inconsciência do sono.

···

– Victoria? Vick? – Ouvi a voz de Maddy ao longe enquanto tentava abrir os olhos. Logo retomei o controle do meu corpo e pude fazer isso, ao mesmo tempo em que levava as mãos ao rosto.

– Maddy? – Respondi ao seu chamado, ouvindo minha voz completamente rouca.

Tentei me sentar na cama e senti uma dor muito forte na cabeça. Caí de novo no travesseiro e coloquei as mãos sobre a testa.

– Por favor, Maddy, me situe. Eu estou em que dia, mês e ano? – Perguntei e sorri junto com ela.

– Hoje ainda é sexta-feira a noite. – Ela respondeu e respirei aliviada.

– Ah, achei que eu tivesse entrado em um coma ou sei lá. – Ri baixo e Maddy sorriu.

Tentei novamente me levantar, e dessa vez tive sucesso. Não gostava de ficar deitada por muito tempo. Assim que o fiz alguns pensamentos começaram a vir em minha cabeça, e com isso, lembrei-me do que havia acontecido.

Logo lágrimas saltaram sem querer dos meus olhos. Só naquele dia eu havia chorado mais que no mês passado e retrasado inteiros.

– Vem cá, Vick. – Maddy disse-me com os braços abertos. Não falei nenhuma palavra, apenas arrastei-me até seu colo e me deitei ali, sentindo seu perfume e desejando nunca mais sair de seus braços.

– Vamos descer? – Perguntei e ela assentiu.

Dei-lhe um último beijo e agarrei sua mão antes de me dirigir até a porta do quarto.

– Victoria! Você acordou! – Robert levantou-se do sofá ao me ver descer as escadas.

– Pois é. – Sorri e olhei em volta. – Onde está... Jordan? – Tive leves dificuldades para pronunciar aquele nome.

– Ele foi embora. – Robert respondeu. – Acho que percebeu que esse era um momento complicado para você.

– Melhor assim. Não quero ver a cara dele de novo tão cedo. – Murmurei enquanto sentava-me no sofá.

– Mas você sabe que terá de falar com ele amanhã, né? – Madison lembrou-me.

– Sim, eu sei... – Suspirei. – Mas por enquanto deixa assim. Talvez depois eu reúna alguma coragem. – Dei de ombros.

– Ok, mas vamos esquecer esse assunto por enquanto? – Maddy sorriu para mim e me abraçou.

– É melhor.

– Acho que vou me deitar. Tudo isso me cansou bastante, inclusive a viagem. – Robert disse e levantou-se. – Boa noite Victoria, Madison. – Ele sorriu para nós e eu fiz o mesmo.

– Boa noite. – Eu e Madison falamos juntas enquanto ele andava até seu quarto.

Ouvi uma música tocar e Maddy pegou seu celular do bolso, atendendo-o. Ela parecia estar falando com a mãe, mas eu aguardei até que a conversa terminasse para ter certeza.

– Que houve? – Perguntei depois que ela desligou o telefone.

– O Will foi dormir na casa de um amigo e meus pais estão querendo sair, mas não querem me deixar sozinha em casa. – Ela respondeu.

– E...

– Ela perguntou se eu posso dormir na casa de uma amiga. – Madison continuou e eu sorri.

– Interessante.

– Mas eu posso? – Ela sorriu para mim.

– Ainda tem dúvidas? – Perguntei e comecei a fazer cócegas nela.

···

– Ei, Victoria! Madison! Acordem! – Ouvi ao longe uma voz que identifiquei como de Robert e comecei a despertar levemente. Esfreguei os olhos antes de abri-los vagarosamente. Olhei para o lado e vi Maddy acordando tão lentamente quanto eu. Nós nos espreguiçávamos com lentidão e bocejávamos enquanto Robert nos observava encostado no batente da porta.

– Espero vocês lá embaixo para o café. – Ele disse-nos quando percebeu que estávamos suficientemente acordadas para entendê-lo, e então saiu de nosso campo de visão.

– Ah. Bom dia! – Maddy sorriu para mim.

– Bom dia! – Sorri.

Nos dirigimos ao banheiro para a higiene matinal então eu peguei algumas peças de roupa para mim e para Madison.

– Ok, agora é a hora de enfrentar a vida. – Eu disse com um leve sorrisinho no rosto depois de trocar de roupa.

– Essa é a minha Victoria. – Maddy sorriu e eu abracei-a pela cintura.

– Mas antes ainda temos um café da manhã para tomar. – Lembrei.

– Verdade. – Ela respondeu-me e nós descemos novamente as escadas.

O café da manha que Robert fez estava parecido com os de hotel, e isso rendeu algumas brincadeiras enquanto comíamos.

Logo Maddy recebeu uma ligação dos pais e teve de ir embora, deixando apenas eu e Robert em casa. Não tínhamos nada para fazer, então nos sentamos no sofá e começamos a conversar sobre amenidades, coisas do tempo em que passamos separados. E isso fez que eu, por pelo menos alguns minutos, pensasse que tudo ainda estava normal. Que Jordan, os exames de paternidade e toda aquela bagunça fossem apenas sonhos ruins dos quais eu iria despertar logo. O único problema é que era tudo realidade. Dura e fria realidade que bateu na minha cara no momento em que ouvi o telefone tocar.

Robert esticou-se até a mesinha ao lado do sofá e pegou o aparelho sem fio.

A conversa que se passou foi breve e sem muitas falas longas – pelo menos da parte de meu tio – e logo que terminou, senti recair sobre mim seu olhar grave.

– Argh. Qual é a bomba da vez? – Murmurei, aguardando a nova notícia péssima que iria abalar mais uma vez meu dia.

– Na verdade Jordan quer almoçar conosco. “Resolver alguns pormenores da nossa situação”, pelas palavras dele. – Robert brincou, imitando sua voz. Outra coisa que eu definitivamente adorava nele.

– Ah. – Respondi simplesmente, temendo o que exatamente Jordan gostaria de resolver.

Robert suspirou. Talvez tentando encontrar ainda mais palavras de conforto para dirigir a mim, acreditando que fariam algum efeito. Felizmente, ele não as achou. Ou se não desistiu, finalmente percebendo que não iria adiantar absolutamente nada. De qualquer forma, foi melhor assim.

– Bom. Agora são... – Ele mirou o relógio em seu pulso. – Dez e trinta e cinco. Temos praticamente duas horas e meia até a hora que Jordan marcou. –Uma pausa. – E aí? O que quer fazer?

– Acho que um banho seria interessante. – Dei de ombros.

– Certo. Eu vou terminar de arrumar a cozinha. – Ele respondeu-me e eu concordei, subindo as escadas. Caminhei pelo corredor até meu quarto e tive de me lembrar de fechar a porta antes de começar a me livrar das roupas.

Minha mente contrastava com o quarto silencioso e pouco bagunçado, tamanha era a confusão de pensamentos ali. Obriguei-os a calar e me concentrei inteiramente em me ensaboar, enxaguar e secar, passar o óleo e pentear os cabelos.

Na hora em que fui escolher a roupa, hesitei na porta do armário.

O que diabos estava acontecendo comigo? Eu nunca havia me preocupado com o que vestir em situação alguma, e agora estava parada diante do armário como uma daquelas adolescentes que tem como maior dilema da vida saber se o par de saltos vai combinar com a cor do esmalte.

Revirei os olhos e balancei a cabeça, agarrando uma camiseta preta, jeans azuis e um par de tênis, sem dar muita importância para como eu parecia aos olhos alheios.

Chequei as horas e vi que ainda eram dez e cinquenta e oito. Isso significava quase duas horas de ócio e uma mente inteiramente vulnerável a ataques nem um pouco bons de ansiedade.

Do que eu precisava? A resposta era óbvia.

Skate.

Peguei o objeto num canto da sala e após um aviso gritado de “estou de volta em uma hora e meia” para Robert, saí de casa.

Assim que meus pés tocaram o asfalto da rua, nem ao menos hesitei em subir no skate e impulsionar-me em direção à praça.

Assim que cheguei, vi a área da pista de skate vazia. Não era de surpreender, já que naquela região da cidade apenas meu grupo a utilizava.

Peguei um impulso e comecei as manobras. O vento no rosto me fazia sorrir, até que meus olhos focalizaram um Camaro prateado ao longe, e o choque apenas acabou quando senti o impacto do meu braço e quadril do lado esquerdo no chão.

Ok. Nada de fraturas.” Concluí ao me mexer um pouco. “Torções e contusões também não.” Terminei de me examinar, levantando.

– Droga. – Murmurei ao ver o sangue começar a sair da escoriação de quase meio palmo que aparecia logo acima do meu cotovelo.

Ouvi meu telefone tocar e vi que era Robert.

– Hora de ir embora... – Murmurei e comecei a andar de volta para casa.


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Notas finais do capítulo

Cadê minhas leitoras mais antigas? Sumiram, é? Eu adoro as opiniões de vocês, gente! Comentem! To sentindo falta de umas meninas ai!
Mas e aí? O que vocês acham que o Jordan quer resolver, hein? [nada de spoiler, sra. Sarah!]
Gostaria que vocês respondessem isso também.
Bom, quem comentou no último capítulo (6. Tension)
»MAR (seja bem vinda! =D)
»PAMYZINHA (seja bem vinda também! =D)
»Samyni
»Luana Nascimento (aposto que tu vai ficar triste. Não teve rango nesse! kkkk)
»Luuh
»Bruna Biersack
»JohnTyree
Ah! E um momento propaganda aqui... Eu sei que não tem nada a ver com Perfect Life, mas que tal se vocês derem uma passadinha na fic A Difficult Year, do meu amigo? Ele acabou de começar e tal...
Enfim. O link tá aqui (https://www.fanfiction.com.br/historia/226605/A_Difficult_Year_/)
É isso.
Bjos e até o próximo capítulo!