Transfiguratus Futura escrita por Hawtrey


Capítulo 5
Minha nova Marca


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela grande demora pessoal :(estou tendo alguns problemas por aquipara compensar estou tetando escrever sem parar ok?espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/222488/chapter/5

Respira, inspira... respira, inspira.

Concentre-se.

Respirei fundo mais uma vez e invadi o terreno dos Malfoy, com certeza fazendo alarmes soarem por toda a Mansão.

Devia ser umas duas e meia da manhã, mas o brilho da lua não deixava que os Comensais passassem como sombras ao redor delas. Ignorei até chegar aos portões da Mansão. Bellatrix foi a primeira a se pronunciar:

― O que pensa que está fazendo?

― O que você acha? Tentando entrar na Mansão, é claro ― respondi friamente ― Está tão difícil assim para você entender Lestrange? A loucura já deve estar consumindo você...

― Como ousa? ― ela avançou furiosa e com a varinha em mãos.

Mas eu não estava ali para brincadeiras. Coloquei o meu melhor olhar frio e apontei minha varinha no seu pescoço.

― Escuta aqui Lestrange, não vim até aqui ouvir suas ameaças infantis e ultrapassadas, e muito menos brincar de pega-pega com nenhum de vocês ― dei uma breve analisada nos outros Comensais que nos rodeavam ― Então cale-se e leve-me logo até Lord Voldemort, ou então comece a pensar na desculpa que vai dar a ele por ter feito eu me atrasar.

A Comensal engoliu em seco discretamente, e indicou que eu a seguisse, deixando os outros para trás.

Os corredores estavam mal iluminados e pude ver teias de aranhas em alguns cantos, o tapete estava desarrumado mostrando que ou alguém tinha tropeçado ali ou Nagini já dera um de seus passeios.

Belatrix me levou até uma sala ampla onde havia uma mesa oval que estava ocupada apenas por Lord Voldemort, que já me esperava.

― Ah você veio! Pensei que havia desistido ― saudou ele com um largo e cínico sorriso.

― Eu nunca desisto ― repliquei ríspida.

― Pode sair Belatrix ― dispensou o Lord fazendo a bruxa sair furiosa.

― O que quer falar comigo que é tão importante? ― apressei sentando próximo a ele.

― Venho observando suas descobertas a algum tempo e posso dizer que estou... impressionado: filha do meu mais fiel seguidor, ofidioglota – uma qualidade que qualquer Comensal mataria para ter – uma Herdeira legitima de Salazar Slytherin e pelo o que eu ouvi falar, uma grande bruxa. Conhece magia como ninguém...

― Nossa! Tantos elogios...  Só posso deduzir que quer alguma coisa de mim.

Voldemort suspirou e inclinou-se para frente.

― Nós dois sabemos que você não é tão boazinha quanto aparenta. E depois de analisar bem a sua mente, eu posso dizer com toda certeza que você possui... dupla personalidade, como o seu pai, estou certo? ― questionou ele.

― E se eu disser que acertou em cheio, o que você diz? ― questionei tentando soar divertida.

― Que está fazendo seu papel muito bem ― admitiu o Lord ― Muitas vezes eu vasculho sua mente e encontro ódio e sede de vingança.

― É, eu sinto muito isso ― confirmei de forma convincente.

― Por isso, eu tenho uma proposta para você.

― Que proposta? ― questionei arqueando uma sobrancelha.

― Quero que se torne minha Comensal da Morte ― propôs o Lord com interesse.

― E o que eu ganho com isso? ― quis saber levantando e começando a andar pela sala.

― Não parece surpresa com minha proposta ― reparou ele.

― Eu sabia que cedo ou tarde iria me perguntar isso, já estou pensando há algum tempo no assunto.

― Então aceita ser minha seguidora ― precipitou-se Voldemort.

― Repito: o que eu ganho com isso? ― questionei novamente, encostando na mesa próximo ao Lord.

― Eu nunca faço isso ― começou ele suspirando ― Mas vou dar a você essa escolha: o que quer?

― Você deve estar bem desesperado para me dar essa escolha, devo me assustar? ― brinquei fazendo o Lord bufar.

― Não me faça mudar de ideia.

― Então prometa de que não vai interferir em nenhuma de minhas ações. Eu mudo o que for necessário do futuro e não quero sua interferência nisso, entendeu?

Voldemort a olhou sem acreditar no que ouvia, levantou-se para ficar frente a frente comigo.

― Como quer que eu prometa isso?

― Prometendo ora ― insisti indiferente a indignação dele ― Caso não lembre, eu aceitando ou não sua proposta, continuo sabendo a única forma de mata-lo. Decida rápido.

― Está me ameaçando? ― verificou Voldemort quase sibilando.

― Veja isso como um aviso. Interfira e dê adeus a esse segredo ― repliquei permanecendo séria.

― Como queira Samantha, prometo ― concordou Voldemort a contra gosto ― Aceita minha proposta?

O fitei por um tempo. Vale a pena colocar o plano em pratica e arriscar tudo? Será necessário tudo isso?

NARRADOR P.D.V. ON

 ― Onde está aquela garota impertinente?

Snape andava de um lado para o outro, preocupado e irritado. Já passava das quatro da manhã e Samantha ainda não tinha voltado para casa.

― Severo, por favor, acalme-se ― pediu Lilian respirando fundo.

― Como pode pedir calma sendo que Samantha sumiu dessa forma? ― exasperou-se o Mestre de Poções.

― Harry faça algo e entre na mente da sua irmã ― apressou Jonathan irritado.

― E você acha que eu já não tentei? ― disse Harry entredentes ― Quando tento tudo o que vejo é o vazio.

― Ela não podia ter fugido assim... ― choramingou Lilian tapando o rosto com as mãos.

Snape ouvia a tempestade cair sem pena do lado de fora, ele já estava começando a pensar o pior. O que teria acontecido com sua filha? Precisou de tanto tempo para ele se acostumar com esse termo... filha, sua filha. Ela tendo o sangue de Lilian a tornava ainda mais especial, mas no final, o que importava para Snape é que era sua filha.

Filha que agora estava fora do seu campo de visão, fora de sua proteção e provavelmente no campo inimigo. Snape conhecia sua filha suficientemente bem para saber que ela deveria estar aprontando alguma coisa, e ele temia por isso, temia por ela, por seu futuro.

Agora que ele finalmente a tinha por perto, não deixaria ninguém machuca-la de qualquer forma que fosse.

― Pai!

Foi um pouco mais de um sussurro em meio a tempestade, mas Snape reconheceria aquele chamado em qualquer lugar a quilômetros de distancia se necessário. Apressou-se em sair da Mansão e a encontrou ali no jardim, ajoelhada.

Samantha não poderia estar mais estranha. Os seus olhos demonstravam uma imensa dor, uma tristeza nunca vista por ele, ela estava à beira das lagrimas, no entanto seu rosto continuava quase inexpressível.

― O que aconteceu? ― questionou ele correndo até ela. Percebeu que ela estava gelada ao tocar seus ombros e sua face ― Samantha, olha para mim. O que aconteceu? Por que está neste estado?

E sem aviso ela o apertou em um abraço e começou a chorar sem piedade de si mesma ou medo. Agora Snape estava ainda mais desesperado, o que, por Merlin, tinha acontecido?

― Preciso conversar... com você ― revelou ela entre um soluço e outro, dando um grande ênfase ao “você”.

E de repente o coração de Snape começou a bater ainda mais rápido, o medo invadindo-o. Se era uma ação do “instinto paterno” ou uma intuição de Comensal, ele já não sabia, mas tinha quase certeza de o principal problema ali tinha um único nome: Voldemort.

Ele pegou Samantha no colo e passou entre o restante que estava presente murmurando apenas um “explico depois” e rumou para o quarto da garota.

Com cuidado coloco-a sobre a cama, embrulhando-a, em seguida retirou suas roupas com um feitiço e do mesmo modo colocou outras secas e confortáveis.

― Pode me explicar o que aconteceu? ― questionou ele sentando na beira da cama.

Somente depois de alguns minutos fitando o teto, Samantha o olhou e respondeu:

― Posso estar sofrendo e pode não ter sido a melhor opção, mas sei que fiz o necessário para continuar meu objetivo ― sua voz estava rouca e lenta.

― E o que você fez? ― Snape temia a resposta, pois já tinha uma suspeita do que era.

― Acho que não preciso responder... ― em seguida ela apenas indicou seu braço direito com o olhar.

Evitando tremer e engolindo em seco, segurou o braço de filha e fitou um problema sem volta.

Mesmo já tendo uma suspeita, encontrar a Marca Negra no braço de Samantha não conseguiu o feito de segurar as lagrimas. Elas caiam sem permissão, mas em uma hora que Snape sabia que não poderia segura-las, de forma alguma. Aquela Marca além de um pesadelo para ele, agora era uma realidade para sua filha, uma realidade imensurável, que não podia ser mais alterada. Ambos sabiam que a partir daquele momento nada mais seria fácil, o sofrimento seria inevitável.

Samantha ia enxugando as lagrimas do pai enquanto as suas próprias caiam com maior frequência, ela sabia o que ele estava sentindo, mas queria impedir o sofrimento ao menos para ele. Ignorando a raiva inicial e sem muitas escolhas, Snape apenas beijou a testa da garota e deitou-se ao seu lado, abraçando-a.

Amanha conversariam com mais calma...

― Ela o quê?! ― exclamou Lilian e Harry em uníssono.

Rapidamente Snape fez se sinal para que falassem mais baixo, não queria que Samantha acordasse tão cedo. O sol nem havia saído direito ainda.

― Por Merlin não façam tanto barulho!

― Como não quer que façamos barulho Severo!? ― exasperou-se Lilian ― Acabou de descobrir que na noite passada minha filha se tornou uma Comensal!

― E gritar vai mudar alguma coisa? ― questionou o Mestre de Poções andando de um lado para o outro na sala.

― Como isso aconteceu? Por que Voldemort a quer? E por ela aceitou?! ― desesperou-se Harry.

― Harry! ― repreendeu Hermione ― Não falhe o nome dele! Não acha que já temos problemas suficientes?

― E o que seria pior que isso? ― questionou Harry revirando os olhos.

― Você pode não ligar Potter, mas eu prefiro minha filha como Comensal a ter que vê-la sem vida ― interrompeu Snape entredentes.

― Ah claro... ― debochou Lilian ― Você deve estar muito feliz agora que a sua filha também está no seu grupinho de assassinos.

Harry fez sinal de concordância.

― Feliz? Feliz!? ― explodiu Snape mantendo sua voz baixa o máximo que conseguia ― Como pode dizer que estou feliz com isso Evans? Nossa filha agora é uma Comensal! Ela está marcada para sofrer enquanto o Lord das Trevas viver, já basta eu sofrendo dia após dia desejando que essa dor, essa angustia acabe de uma vez por todas, eu não quero isso para ela também! Depois de quinze anos eu não me importo mais em sofrer, mas não estou pronto para as futuras lagrimas dela. Não estou pronto para ver minha única filha sofrer em nome de todos e nem ao menos ser reconhecida por isso!

Todos paralisaram, enquanto Snape apenas bufou e saiu a passos largos. Ele queria apenas ficar sozinho, preparar a si mesmo para uma nova realidade. Ele conseguiria suportar mais isso?

― O professor Snape está certo ― declarou Hermione quebrando o silêncio ― E acho que ninguém aqui está pronto para isso.

― Agora não Hermione... ― pediu Harry enquanto sentava no sofá.

― Não podemos adiar nada disso Harry ― repreendeu a castanho sentando ao seu lado ― É difícil, eu sei. Mas não podemos dar as costas para ela justamente agora.

― Por que não? ― repensou Rony recebendo um olhar fulminante de Hermione ― Qual é Mione? Teremos uma Comensal da Morte do nosso lado agora, por que devemos com ela? Não será uma assassina como todos os outros?

― Ela é nossa amiga Ronald ― respondeu Hermione seca ― E se a abandonarmos agora, ela ficará ranzinza e fechada, como o professor Snape. Queremos isso?

― Mas Snape já é um assassino ― retrucou Rony.

― Severo nunca matou ninguém ― interrompeu Lilian fitando o vazio ― Por isso ainda confio nele. Severo Snape nunca nem ao menos sacou a varinha para matar alguém ― ela fitou os que estavam presentes ― Não posso abandonar minha filha também.

O silencio instalou-se... até Rony decidir replicar.

― Mas ele é um Comensal, deve ter feito muita coisa ruim para complementar isso.

― Pense bem antes de falar Rony ― intrometeu-se Jonathan enquanto se aproximava de Lilian ― Lilian tem razão. Não podemos abandonar Sam justamente agora, ela pode ser uma Comensal, mas ainda é nossa amiga e sua irmã Harry, se a abandonarmos agora, ela também nos abandonará e vamos nos arrepender disso.

― Eu não posso ignorar o que ela é ― pronunciou-se Harry cabisbaixo.

― E por isso vai abandonar sua irmã? ― questionou Jon desacreditando ― Que tipo de irmão é você? Que tipo de homem é você?

― O que está querendo dizer? ― quis saber Harry levantando-se.

― Que você só quer as coisas do seu jeito ― completou Jonathan ― O mundo não gira ao seu redor Potter. Quando você precisou de ajuda Samantha estava lá, aguentando suas lamentações, todos estavam do seu lado. Além de sua amiga ela é também sua irmã. Quando as coisas acontecem com você, tudo o que quer é ter as pessoas do seu lado, mas quando acontece com os outros, um dos primeiros a julgar é você. Você nunca parou para pensar no motivo que Snape teve para ser Comensal? Só por que ele pertenceu a Sonserina? Será que você sabe que um dia o Chapéu Seletor o queria na Grifinória? ― Harry e Rony arregalaram os olhos ― E agora? Qual é o motivo que tem? Fique do lado da sua irmã porque ela merecesse isso.

Alguns minutos de silencio se passaram, até Harry pensar em algo para replicar:

― Eu nunca fui um Comensal da Morte.

― E quem me garante que um dia não será? ― retrucou Jonathan quase no mesmo instante ― Quem me garante que um dia não estará do lado dele? Você garante? Por que eu confiarei em alguém que deu às costas para a única irmã?

Harry respirou fundo buscando controlar a tristeza. Jonathan tinha razão. Dessa vez Voldemort vencera.

Vagarosamente Samantha sentou-se na cama, sentia-se um pouco tonta e sonolenta, mas já dormira demais e não queria adiar nada por mais tempo.

Sentiu as pernas fracas, mas ignorou e levantou-se, arrumou-se o mais lentamente que pôde, se preparando para encarar a família que já devia estar a sua espera. Quando terminou de se arrumar, percebeu algo estranho: onde estava sua varinha?

― Merlin me ajude... não posso perder essa varinha!

Vasculhou todos os seu armários, sua cama, o banheiro e até o chão a procura da preciosidade.

― Vamos Crissy, me ajuda a procurar.

Pediu Samantha ao perceber que a gata apenas miava, sentada perto do travesseiro. Foi então que percebeu algo ainda mais estranho... Ela não conseguia diferenciar os pelos de sua gata, para ela era apenas um pano preto cobrindo um gato. Hesitante se aproximou e lá estava, encima do travesseiro, a maldita varinha. Mas por que ela não conseguira enxergar?

― Mas o que...?

Ela tentou correr até o espelho, mas suas pernas estavam cada vez mais fracas, fazendo-a cair sobre a cama. Samantha bufou e buscou um pequeno que estava encima da mesinha ao lado de sua cama.

Não se assustou com o que viu. Os próprios olhos tornando-se sem vida, opacos, e a visão tornando-se cada vez mais embaçada, suas pernas já perdendo os movimentos.

― Samily...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vamos pessoal, comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Transfiguratus Futura" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.