Transfiguratus Futura escrita por Hawtrey


Capítulo 3
James Potter


Notas iniciais do capítulo

Aqui o outro como prometi... =D



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─ Uma grande festa, não? ─ perguntou alguém atrás de mim.

Virei-me e encontrei James me fitando com um olhar sombrio.

─ Finalmente o encontro... Pensei que tinha morrido pela segunda vez ─ comentei com um sorriso de canto.

─ Não fiquei o tempo todo fora ─ defendeu-se ele.

─ Imagina... só o dia inteiro ─ respondi irônica.

─ Eu precisava ajeitar minha vida.

Terminei de tirar o que tinha de purpurina e segurei uma risada enquanto respondia:

─ Mesmo? E por acaso sua vida não inclui sua família?

─ O que está insinuando? ─ perguntou James irritado.

Aproximei-me e abaixei a voz:

─ Depois de quase 15 anos morto, você ressuscita sem motivo aparente, e até hoje, meses depois desse evento milagroso, você não passou um dia inteiro com o seu único filho. Que tipo de pai é você?

─ Não ouse falar assim comigo! ─ vociferou ele furioso.

─ Ah não? E posso saber o porque? ─ repliquei com uma falsa confusão.

Respirei fundo tentando controlar minha raiva, sem sucesso. Mesmo assim continuei, me aproximando ainda mais.

─ Eu tenho todo o direito de falar o que quiser para você! E sabe por que? Por que eu quero e vou proteger meu irmão. Você é o pior pai que existe! Pior ate mesmo que Snape, e olha que ele nem sabe se expressar direito!

─ Cala a boca! ─ exclamou ele vermelho de raiva ─ Você não é minha filha. Não é irmã do Harry e muito menos pertence a essa família! Família Potter, é esse o nome da minha família. Você é uma Snape inútil, como o seu pai!

Um trovão soou bem perto.

─ Não ouse falar mal do meu pai! ─ exclamei sem me importar quem ouvia ou não ─ Ele foi, é e sempre será um homem muito melhor que você! Um pai muito melhor também.

James riu com desdém.

─ Snape não chega nem aos meus pés... Pai melhor? Homem melhor? ─ ele riu novamente ─ Não conte piadas fora de hora Samantha. Snape foi, é e sempre será o inútil, o Comensal, o Seboso, o braço direito de Você-sabe-quem e além de tudo: um traidor.

O que ele sentiu depois foi a ardência que resultou da minha mão na cara dele. Quando ele voltou a me fitar, sua face toda estava vermelha.

─ O que está havendo aqui? ─ questionou mamãe parada ao lado de uma árvore. Ao seu lado, o resto dos convidados começavam a se aproximar, incluindo papai e Harry.

─ O que fez com minha filha Potter? ─ questionou Snape já furioso.

James fez-se de desentendido.

─ Como assim? Por que eu sou o ocupado agora? Foi ela que me agrediu quando eu simplesmente disse a verdade...

─ Você vai sentir o peso da verdade quando eu acabar com a sua raça... ─ ameacei sacando a varinha.

─ Samantha! O que pensa que esta fazendo? ─ indignou-se mamãe bufando.

─ O que estou fazendo? ─ questionei arqueando uma sobrancelha ─ Estou fazendo o que devia ter feito há muito tempo... ele devia ter continuado morto...

─ Samantha! ─ repreendeu ela pela segunda vez ─ Por que bateu no seu padrasto?

Respirei fundo fazendo outro trovão soar.

─ Ele. Não. É. Meu. Padrasto ─ repliquei pausadamente.

─ Eu não estou reconhecendo você... ─ comentou a ruiva parecendo decepcionada ─ Não é mais minha filha...

─ Não sou mais sua filha!? Como pode dizer isso!? ─ exclamei tentando segurar as lagrimas que brotavam. Parei e respirei fundo pela terceira vez. Discutir com Lilian Evans só iria piorar as coisas, então me dirigi à James ─ Feliz agora!? Diga-me! Eu me enganei muito com você James Potter... Nunca pensei que você fosse tão egoísta, imbecil, idiota e hipócrita dessa forma. Realmente achei que fosse um homem melhor, mas me enganei muito.

O plano era faze-lo explodir na frente dos outros... será?

─ Você disse que não sou sua filha... ─ recomecei ─ E eu agradeço muito por não ser mesmo. Tenho muita pena de Harry por ter um pai assim... mentiroso!

─ Retire o que disse ─ respondeu ele entredentes.

─ Retirar o que? A verdade? Mas por qual motivo, já que você fez questão de joga-la na minha cara minutos antes de todos chegarem. Do que tem medo?

─ De nada! Eu não tenho medo de nada! ─ replicou James começando a ficar vermelho novamente.

─ Pois estou vendo exatamente o contrario ─ retruquei me controlando ─ Você é falso! Mentiroso!  Um péssimo pai! O fato de ter salvado a vida de seu filho uma vez, não significa que seu papel de pai esta cumprido!

─ Eu sou um pai perfeito! ─ ele sacou a varinha e todos se afastaram.

Percebi que ele estava vulnerável e tentei oclumência. Depois de um pouco mais de um minuto, percebi que não queria ter visto aquilo.

─ James... ─ chamou Lilian quase num sussurro.

Ele ignorou.

─ Você é muito pior que isso e sabe disso. Vamos, negue! Negue tudo e todos acreditaram no santo Potter!

─ Você esta cada vez mais parecida com o pai ─ disse James tentando soar ríspido.

─ E você está cada vez menos parecido com ele... ─ repliquei séria.

O sorriso sumiu de seu rosto. James recuou para ir embora, mas eu o impedi.

─ Vamos Potter! Enfrente-me como eu sei que quer! Só eu tenho as respostas que procura. Sabe disso. Conte a todos quem realmente você é. Conte a todos que os enganou. Conte!

─ Do que ela está falando pai? ─ questionou Harry hesitante.

James não aguentou encara-lo.

Um segundo depois o homem ríspido parecia ter renascido das cinzas.

─ Eu não preciso dizer uma só palavra! Você vai ter o trabalho de contar sua própria versão mais tarde...

─ Ah então posso dizer o quanto você é mentiroso! ─ bradei sem pensa. Era necessário no momento ─ O quanto mentiu para o próprio filho! Traidor! Covarde!

Um feitiço me acertou em cheio me fazendo cair. Logo depois me vi na mira de sua varinha.

─ Largue-a imediatamente Potter! ─ gritou Snape em puro ódio e com a varinha já em mãos.

James riu com desdém, mas pude sentir seu nervosismo.

─ Seu pai vai me matar... ─ sussurrou ele em meu ouvido discretamente.

─ Então corra atrás de mim e tente me pegar...

Antes que ele entendesse o que eu queria dizer com aquilo, pisei em seu pé fazendo-o guinchar de dor com o salto que eu estava usando e sai correndo.

Normalmente eu iria direto para Snape ou Harry. Mas aquele era um caso diferente. Corri para a parte mais escura e fechada do jardim, rezando para James me seguisse o quanto antes. Dito e fito. Corri o suficiente para sumir das vistas dos outros e me escondi atrás de uma árvore, segundos depois James me alcançou. Ele me olhou confuso, mas antes que entendesse algo, agarrei seu braço e sumimos em nuvem negra.

Desaparatamos encima de algo macio, parecia areia. Levantei-me rapidamente a procura do homem que minutos antes estava me ameaçando.

─ Você tem noção do que esta fazendo garota? ─ questionou ele ríspido quando o ajudei a levantar.

─ Já pode deixar a mascara de homem mal de lado James, não precisa enganar a mim também. Já sei de tudo ─ repliquei indiferente enquanto o puxava para longe da praia.

Olhei em volta, ainda não sabia onde estávamos, mais sei que é um lugar razoavelmente seguro. Razoavelmente.

James parou, quando o encarei encontrei olhos tristes e culpados.

─ Devia tentar proteger sua mente também ─ respondi indiferente.

─ Oclumência? ─ verificou ele confuso.

─ Aprendi com o papai. Isso é o básico quando se é uma Snape ─ respondi já concordando. Pelo menos nessa realidade, completei mentalmente lembrando que Aira tinha uma vida... um pouco diferente da minha.

O vento começava a castigar as árvores e a maré parecia decidida a perfurar as rochas.

─ Vamos ─ chamei puxando-o ─ Precisamos procurar abrigo. Tem uma tempestade vindo ai.

─ Eu tenho uma barraca por aqui em algum lugar... ─ disse James começando a revirar seu casaco ─ Estou bem preparado esses dias.

─ Planejava sumir? ─ questionei quando entramos no campo das árvores.

─ Exatamente ─ concordou ele ─ Assim que desse um jeito em você. Nada perigoso, acredite.

─ Vou tentar acreditar nisso. Mas não é nada fácil depois de estar na mira de sua varinha.

Ele começou a soltar feitiços ao redor de onde estávamos.

─ Não queremos nenhuma visita enquanto eu explicar a situação, não é?

Grossas gotas já começavam a cair quando finalmente entrei na barraca mágica e me escondi do frio.

─ Por favor, comece a explicar antes que eu congele ─ pedi quase tremendo de frio.

─ É complicado ─ começou James me dando um cobertor que aceitei sem hesitação ─ Não tive escolha. E tudo é culpa da minha maldita ignorância e do meu orgulho.

─ O que fizeram com você? ─ questionei me ajeitando na poltrona.

James respirou fundo, desabou sobre a outra poltrona, e começou:

─ Logo em que eu e Lilian... voltamos a vida, Voldemort procurou no mesmo dia. Ele mostrou a minha vida de uma forma... completamente diferente! De repente eu não era mais o homem corajoso e um pai que todos admiravam, eu não nem mesmo alguém que merecesse um mínimo de atenção. Eu antes dele me procurar, tudo o que eu precisava saber é que minha família me amava, e ele também usou isso contra mim, e então vi Snape tomando meu lugar não só no mundo, mas também na minha própria família. Vi que Harry gostava mais dele do que de mim.

─ Isso é um completo absurdo.

─ Eu sei! Mas eu não estava mais sendo racional. Ele começou a me manipular de tal forma que não consegui evitar as consequências. Então ele me fez uma oferta. Eu seria o que sempre quis...

─ E em troca você teria um prazo para aproveitar essa vida e logo depois entregar a vida de Harry como pagamento ─ Pelo menos foi isso que vi na mente quando a vasculhei ─ Isso não é uma oferta. É um pacto.

─ Achei um absurdo e tentei negociar com ele...

─ Tento negociar!? ─ assustei-me.

─ Ele concordou em trocar a vida de Harry pela sua vida e a de Dumbledore ─ complementou ele.

─ Você prometeu matar a mim e a Dumbledore!? ─ ele ficou louco!?

─ Foi a única chance que tive de salvar Harry...

Levantei-me exasperada.

─ Achou mesmo que Voldemort deixaria Harry vivo? ─ tive vontade de rir ─ Qual é James... você é mais esperto que isso. Ele apenas manipulou suas ações a favor dele. Matando Dumbledore, deixará Harry desprotegido. Fim.

─ Infelizmente percebi isso tarde demais...

─ Como assim “tarde demais”?

─ Eu prometi que, caso me tornasse o pai e homem maravilhoso, eu mataria a vocês dois. Ele me forçará isso.

Tive vontade de jogar algo na cabeça dele. Era estupidez encima de estupidez. Como ele pôde cair nisso!? Por Merlin! Nunca pensei que James Potter pudesse ser tão... ARGTH! Que raiva!

─ Por Merlin... ─ comecei tentando me controlar ao máximo ─ Diga-me que pensou em algo para sair dessa... ou sou capaz de ataca-lo agora mesmo.

─ É simples... mas preciso de sua ajuda.

Então ouvimos um barulho de arvores se quebrando.

Algo me dizia que estamos numa encrenca.

Desaparatei no meio do jardim. O barulho que fiz ao cair sentada na grama, com certeza, foi inaudível dentro da Mansão, uma tempestade caia com força em plena madrugada. Tudo o que eu queria era dormir, mas algo me dizia que eu não ia fazer isso hoje.

Decidi por simplesmente deitar na grama e aproveitar a chuva e a calma que ela me trazia. Eu estava extremamente cansada. Duas aparatações em lugares proibidos no mesmo dia está sendo o suficiente para me derrubar, prefiro não proferir mais nenhum feitiço por um tempo...

Fiquei lá pelo o que pareceu bons minutos. Então olhei para a esquerda e fitei a entrada para a Mansão, de repente Crissy saiu correndo de dentro da casa e ficou ao meu lado miando e esfregando carinhosamente sua cabecinha na minha mão. Queria pedir para que ela não avisasse ninguém de que eu estava ali, pois eu queria aproveitar ainda mais aquele momento calmo. Paz.

Foi então que percebi que algo estava errado. Minha visão começou a ficar turva, e de repente eu já não conseguia mais enxergar as cores, ora tudo estava tudo vermelho, ora tudo negro, o frio começou a ser quase insuportável, senti uma ardência no meu pulso e quando olhei, pensei que estava fraca demais para enxergar direito.

A marca do Conselho devia estar ali, mas não estava. No lugar estava apenas um desenho de uma espada que brilhava em um azul intenso.

─ Mas que... ─ Crissy me impediu de completar. Ela começou a miar cada vez mais alto, voltou em disparada para casa e pude ouvir barulhos ecoando por lá. Sinal de que ela fazia de tudo para chamar a atenção de todos.

Tudo bem Crissy, acho que agora sim pode chamar ajuda.

O barulho continuou até que todas as luzes da Mansão acenderam-se uma após a outra. Ouvi passos rápidos e vozes abafadas e segundos depois Snape e Harry corriam pelo gramado encharcado. Lilian veio logo atrás com Crissy em seu encalço.

─ O que aconteceu com você? ─ exasperou-se Snape agachando-se ao meu lado. Ele usava apenas uma blusa branca com as mangas arregaçadas e em minutos estava igualmente encharcado.

Eu queria responder o obvio. Estou aproveitando a chuva, mas nada saiu quando abri a boca.

─ O que aquele desgraçado fez com você? ─ questionou ele pegando-me no colo.

Tentei dizer que James não tinha nada a ver com isso, mas, novamente, nada saiu.

Dentro da casa agradeci mentalmente pelo calor que me alcançou e pelos cobertores que jogaram em mim. Assustei-me quando reparei que havia um grande grupo me cercando, entre eles Dumbledore, Aleny e Minerva. Na minha visão, todos pareciam mudar de cor constantemente, ora vermelho, ora preto e branco. Ela oscilava, entrava e saia de foco.

Aleny. Aquilo tinha que ter algo a ver com o Conselho.

Tentei chama-la mais tudo o que saiu foi um sussurro.

─ Aleny, acho que ela esta chamando você ─ comentou Harry me fazendo sorrir em agradecimento.

A ex-Alto Sacerditisa aproximou-se parecendo preocupada. Em resposta, apenas a mexi meu pulso, de forma que pelo menos uma parte da estranha marca azul, que ainda brilhava fracamente, aparecesse.

Os olhos castanhos de Aleny arregalaram-se de surpresa ao encontrar a marca, enquanto isso, os outros que me cercavam apenas a olhavam confusos.

─ Você só esta se tornando uma incógnita ainda maior para mim, Samantha ─ comentou ela pegando meu braço com extremo cuidado.

Aposto que se eu estivesse em melhor estado, eu poderia ver aqs engrenagens de sua mente trabalhando.

─ O que é isso Aleny? ─ quis saber Snape sério.

A mulher não respondeu, os pensamentos pareciam estar distraindo muito bem ela.

─ Eu vou fazer você melhorar Samantha ─ começou ela serenamente ─ Mas você vai ter que aguentar firme. Não pode desistir, entendeu?

Forcei-me em acenar a cabeça, concordando.

─ Snape, preciso da sua ajuda aqui ─ pediu Aleny afastando-se um pouco. Snape aproximou-se dela, cauteloso.

─ Do que precisa? ─ questionou.

─ Preciso que segure ela, com força, mas sem machuca-la.

─ E por que acha que eu machucaria minha própria filha? ─ replicou ele irritado.

Não sei o motivo, mas sempre em casos como esse, Snape parece lembrar ainda mais que sou filha.

─ Por que devo segura-la? ─ questionou ele parando um pouco antes de segurar meu braço.

─ Eu vou minimizar os efeitos do encantamento, antes que a dor torne-se insuportável e ela desmaie, caso ela desmaie o encantamento se tornará mais forte a cada minuto e a matará.                                                                                                                                                

─ E que maldito encantamento é esse? ─ indignou-se Lilian.

─ Bendito ─ corrigiu Aleny com um sorriso fraco ─ Esse bendito encantamento é o que fará a Samantha aguentar muitas das transformações que ocorrem devido o treinamento. Mesmo assim não deveria estar ocorrendo agora, esta muito cedo. Mas não podemos perder mais tempo. Snape, segure os braços dela, Artur, segure as pernas. O resto, afastem-se.

Percebi que todos recuaram um passo. Artur Weasley adiantou-se e senti que ele segurou minhas pernas. Snape sentou ao meu lado e segurou meus braços um pouco acima do pulso, deixando o mesmo livre para Aleny.

─ O que vão fazer? ─ finalmente minha voz saiu.

Aleny pediu silencio e disse:

─ Não gaste energia. Vai precisar dela depois.

E sem avisar tocou na marca. A dor que senti no momento seguinte foi indescritível e inimaginável. Parecia que ela estava perfurando minha pele e depois arrancando-a sem dó. Sem perceber comecei a me debater, tentando fugir do toque dela. Senti que Snape não queria usar muita força, mas eu estava praticamente o obrigando a fazer o contrario.

Lutei para ficar acordada, mas tudo começou a rodar e minha cabeça começou a doer sem piedade. Somente segundos depois percebi que não era bem minha cabeça que doía.

A cicatriz queimava com tamanha força, como há muito tempo não fazia. Tentei pressiona-lá, mas Snape ainda mantinha meus braços presos.

─ A cicatriz! ─ guinchou Harry caindo ao lado do sofá ─ Faça isso parar.

Com a mesma rapidez que veio, a dor se foi.

Ofegante, encarei Lilian não muito certa do que via. Na verdade não sei se eu estava olhando para Lilian ou para Gina.

Pisquei com força e o mundo tornou-se todo vermelho. Pisquei novamente e ele oscilava em varias cores ao mesmo tempo.

─ Os efeitos agora são temporários. Vão continuar por no máximo um hora, ate lá, você vai apenas descansar. Nada mais. Nada de estresse, nada de preocupações, uma semana neutra ─ explicou Aleny levantando-se ─ Entenderam? ─ questionou a todos que estavam ao redor.

Eles apenas acenaram e se dispensaram, tentando arrumar a bagunça que Crissy havia feito.

Com esforço me sentei e tentei não ligar para o fato de que agora todos estavam em tom avermelhado para mim.

─ Por que estou vendo com cores diferentes e estranhas? ─ consegui perguntar.

─ Futuramente você poderá ser um animago e seu animago enxergará assim ─ respondeu Aleny indiferente.

─ E a marca azul? ─ questionou Lilian num sussurro.

─ Essa é a parte estranha ─ admitiu Aleny ─ A tradicional marca do Conselho apenas devia estar sendo reforçada. Esse encantamento acaba de criar uma nova marca.

─ E no que isso implica? ─ quis saber Snape.

─ Samantha acaba de criar uma nova Ordem dentro do Conselho. Novos tipos de cargos.

─ Brilhante ─ parabenizou Harry rindo. Então seu sorriso foi sumindo ao mesmo tempo em que lembrava a dor ─ E a cicatriz?

─ Acho que foi uma consequência da vulnerabilidade da mente de vocês dois ─ respondeu e castanha pensativa ─ Voldemort pode ter aproveitado esse pouco tempo, mas não conseguiu nada é claro. O encantamento não deixaria.

─ Isso é bom, não é? ─ questionou Lysa aparecendo ao lado de Harry.

─ Claro que é ─ respondeu Aleny sorridente enquanto se levantava ─ Ela ficará boa logo.

Passar dias deitada não é fácil para mim. Por vezes eu começava a andar pelo quarto, mas minutos depois alguém aparecia e me prendia na cama. Numa outra vez tentei fugir pela janela, mas fui surpreendida pelo sermão de Snape que ficou falando durante horas...

Ironicamente, quando fui finalmente liberada, a primeiro coisa que fiz foi pegar uma barra de chocolate e me sentar em um dos bancos do jardim. Pensar na situação de James Potter.

Aquela noite foi muito estranha... Primeiro James me atacou e logo depois descubro que ele está sendo ameaçado. Mas que maluquice é essa!? E horas depois, quando ele finalmente ia terminar de explicar a história, somos atacados. Que sorte, não é?

-Flashback on –

─ É simples... mas preciso de sua ajuda.

Então ouvimos um barulho de arvores se quebrando.

Algo me dizia que estamos numa encrenca.

Sem aviso e com extrema rapidez, a barraca começou a pegar fogo quase completamente. Eu e James saímos e encontramos quem menos queríamos. Lord Voldemort.

─ O que faz aqui? ─ questionei irritada.

─ Você me prometeu a vida dela, Potter ─ lembrou Voldemort ignorando totalmente a tempestade que caia.

─ Você ainda não cumpriu sua parte do acordo ─ replicou James ríspido.

Voldemort sibilou e aproximou-se do Potter pai.

─ Você tem um mês para ajeitar sua vida...

Em outras palavras: ele tem um mês para se esconder.

O Lord então virou-se para mim com um sorriso maligno e disse:

─ Quanto a você... seu destino já está traçado!

Então sumiu em fumaça negra. A tempestade piorou de forma desastrosa.

─ Preciso ir embora daqui! ─ avisei quase gritando.

─ Espere! ─ pediu James me segurando logo que comecei a correr ─ Vai me ajudar?

─ E no quer que eu ajude!? ─ apressei logo depois que uma arvore caiu bem próximo de onde estávamos.

─ Eu preciso que todos me odeiem pelo menos ─ respondeu ele desviando de um galho.

Será que ele bateu com a cabeça e eu não vi?

─ Todos!? ─ verifiquei.

─ Sim. Todos. Voldemort não pode conseguir cumprir a parte dele ─ insistiu James ─ Assim não serei obrigado a matar ninguém.

Não tive tempo de dizer nada, pois algo explodiu bem perto de mim e eu não estava muito a fim de ficar parada para descobrir. Olhei em volta procurando James, mas ele havia sumido, deixando no lugar apenas um pacote, peguei-o e aparatei rumo a Mansão Snape.

Flashback off

 Não sei o que pensar sobre esse dia... tudo foi tão inesperado. Por que Voldemort apareceu? Como ele sabia que estávamos ali? E ele apareceu só para nos “avisar”? Será?

Acho que não...


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Notas finais do capítulo

Então?



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