Harry se levantou, estava mais pálido que o normal e tremia. Mas sua voz saiu firme e decidida:

--Eu gostaria de dizer umas palavras. –Todos silenciaram e olharam pro garoto. Ele procurou o olhar de Hermione, e ela fez um aceno o encorajando –Primeiro de tudo eu queria agradecer por tudo. –ele olhava pra Arthur e Molly –Mesmo sabendo o perigo que corriam, os senhores me acolheram aqui e me mostraram o que é uma família de verdade.

Ele respirou fundo. Ninguém parecia estar entendendo nada, exceto Hermione.

--Mesmo sabendo que eu era um cara marcado pra morrer, os senhores me permitiram conviver com seus filhos e sua filha. –ele sorriu pra namorada. –Até o ano passado, eu não podia ver um futuro. Eu não sabia se acordaria vivo no dia seguinte. –Molly tinha lágrimas nos olhos. –E por esse motivo eu terminei o meu namoro com a Gina no sexto ano. Mas, uma vez que eu vi Voldemort morto, e pude enxergar um futuro, eu não perdi tempo e nós assumimos o namoro.

Gina olhava tudo confusa. Harry, novamente, respirou fundo.

--E agora, eu gostaria de tornar esse relacionamento mais sério. –ele olhou pro patriarca –Então, sr Weasley, eu gostaria de saber se o senhor concede a mão da sua filha em casamento. Pra ela fazer parte desse futuro que hoje eu posso ver, sem correr o risco de ser atacado a qualquer momento.

Apesar de emocionada, a ruiva respondeu com uma voz firme e decidida:

--Sim, Harry. Sim, sim e sim!

O garoto suspirou aliviado com a resposta dela e os aplausos foram fortíssimos. Ainda tremendo, ele pegou uma aliança e colocou no dedo anelar da, agora, noiva. Depois deu um beijo nas costas da mão dela. Gina fez o mesmo procedimento com o garoto, e logo os seus lábios se uniram em um beijo apaixonado.

--Amo você, Harry. –Gina sussurrou quando eles se separaram.

Harry abraçou a noiva fortemente. Quando se separaram, viram que a mesa já estava limpa e que todos estavam em volta, esperando para poder dar os parabéns. Rony e Hermione foram os últimos.

--Era isso que vocês estavam aprontando ontem em Hogsmead? –Gina perguntou enquanto abraçava a amiga.

--É. Mas foi o Harry quem escolheu, eu só acompanhei.

--É linda, Harry! –ela deu mais um beijinho no noivo. –Não sabia que tinha tão bom gosto...

O moreno sorriu pomposo.

--Vamos entrar queridos. –Molly chamou.

Eles entraram e encontraram a sala cheia de gente. Fleur e Gui se despediam.

--Nós já vamos. O bebê está pesando... –Gui anunciou passando a mão carinhosamente no barrigão da esposa.

Os dois entraram na lareira e sumiram em meio a chamas verdes. Carlinhos e Ana também já tinham subido para descansar. Carlinhos dividiria seu antigo quarto com Jorge e Ana ficaria com Hermione e Gina no quarto da ruiva. Harry e Ron ficariam no sótão e os Grangers no antigo quarto de Gui. E Percy, é claro, ficaria sozinho no seu antigo quarto.

Depois de aproximadamente meia hora, quase todos já tinham se recolhido. Restavam na sala apenas os Grangers, com Nina meio tonta de sono, os Srs Weasley e o Trio. Os mais velhos ocupavam os sofás. Ron estava esparramado dormindo no tapete. Harry estava com a cabeça no colo da amiga, os dois perto da lareira.

--Já tem data prevista pro casamento, Harry? –Arthur perguntou.

--Eu pensei assim que a Gina terminar a escola. Enquanto ela cursa o sétimo ano eu procuro a casa e ajudo com os preparativos.

Molly sorriu orgulhosa.

--Isso será ótimo querido. Onde vocês pretender morar?

--Queremos uma casa por aqui, Senhora Weasley. O que a senhora acha?

--Muito bom. Mas vamos ter tempo pra preparar tudo.

Harry estava radiante. Parecia uma criança que acabara de ganhar um doce.

--Nina, pelo amor de Deus! Para quieta! Já está tarde!

Jane estava ficando irritada com a filha. A pequena não parava de se mexer e resmungar. Depois de ouvir a bronca da mãe ela fez um bico e saiu do colo dela, com uma cara ressentida. Aos passos e tropeços ela foi em direção à Rony e se deitou entre os braços abertos dele. Acomodou-se e dormiu quietinha.

Para Harry e Hermione essa cena já tinha se tornado comum, mas os mais velhos ainda não tinham conhecimento dessa afinidade entre Ronald e Nina. Arthur e Molly riram, e Filipe comentou fingindo-se de bravo:

--Esse ruivo deve ter açúcar, não é possível! Conquistou minhas duas menininhas...

--Pai! –Hermione exclamou com as bochechas rosadas.

--Hermione: o maior cego é aquele que não quer ver. –Ele saiu do sofá e se abaixou para pegar Nina no colo, deu a mão pra esposa e subiram desejando boa noite.

--Ele tem razão, sabe... –Harry tinha um riso contido na voz.

--Até você, Potter! Continua assim que a Gina vai ficar viúva antes de se casar com você. –Ela também se levantou. –Eu acho que vo-o-u dormir. –Disse bocejando. –Boa noite.