—Ai...

 Essa foi a primeira palavra do dia. Ontem Tamaki o havia feito andar o parque inteiro para treinar sua simpatia. Aquilo realmente foi exaustivo, já que lidar com pessoas de todos os tipos não era algo que Kaoru poderia dizer que era excelente... E isso fazia suas pernas doerem.

 Estava acostumado com poucas pessoas e quando falava com alguém diferente, acabava falando de forma que apenas ele entende. Foi uma lição muito complicada.

 Ele se espreguiça. Quarta-feira, terceiro dia sem Hikaru. Por mais que ele se esforçasse para deixar esse pensamento de lado, não conseguia. Mesmo com seu plano para ter Hikaru de novo, era como se os seus dias fossem... vazios. Deus, por que desse sentimento de solidão tão grande? Por que desse sentimento de tristeza imensa? Por que desse sentimento de... estar incompleto? Impossível ser apenas saudade.

Vivia a te buscar

Porque pensando em ti corria contra o tempo,

Eu descartava os dias em que não te vi

 Como de um filme a ação que não valeu

 Estava cansado, e sua mente estava rodando em Hikaru de novo. Queria tanto que aquele tormento acabasse logo, e que poderia estar com o irmão novamente. Então, mais um ‘por que’ invade a cabeça do Hitachiin:

“Por que essa depressão de repente? Estou parecendo uma garotinha apaixonada chorosa...! ”

 Ele cora e debocha do próprio pensamento.

“Ha ha! Não... que ridículo pensar dessa maneira. Apaixonado, hunf! ”

 Ele levanta e vai ao banheiro com um sorriso bobo. Ah, quem poderia vir para sua casa hoje?

“Preciso telefonar para meus amigos, não sei quem poderá vir. Vejamos: Kyouya-senpai está ocupado com os negócios do pai e Tono já me ajudou... Honey-senpai e Mori-senpai podem me ajudar hoje! ” Ele terminou de colocar sua roupa de verão e logo ligou para Honey.

—Alô, Honey-senpai?

—Kao-chan! Que bom que ligou! Eu posso ir até sua casa hoje!

—V-Verdade? Eu ficaria grato se você pudesse vir Honey-senpai!

—Takashi não poderá ir comigo por conta do treinamento de judô, mas eu posso te ajudar hoje!

—Ótimo! Venha tomar café-da-manhã comigo Honey-senpai, assim começamos logo.

—Estou indo! Até mais Kao-chan!

—Até mais.

 Kaoru desligou o telefone contente. Honey-senpai é o mais velho da turma e entende bem todos os membros do Clube, especialmente ele. Será bom passar um dia com alguém que possa entendê-lo... Um pouco.

*#*#*#*#*#*#*#*#*#*#*

—Bom dia Kao-chan!

—Bem-vindo Honey-senpai.

 Ele abre mais as portas para deixar o mais velho entrar. Como sempre, Honey estava com seu coelhinho rosa Usa-chan nas mãos e trouxe uma caixa cheia de bolos para comer junto de Kaoru.

—Vamos até a cozinha, nosso café está pronto!

 Chegando à cozinha, a mesa estava farta com diversos alimentos diferentes, uma mesa perfeita preparada para um café-da-manhã completo. Eles se sentam e começam a comer e conversar.

—Seus pais não vêm, Kao-chan?

—Ah, eles já viajaram. Disseram que era para eu ligar pra eles caso aconteça algo de ruim ou se eu me sentir sozinho...

—Oh... mas você se sente sozinho, não é?

 Kaoru o olha com olhos tristes. Sim, se sentia sozinho e abandonado. Mesmo com seus pais preocupados com ele e seu irmão, estavam sempre ocupados, deixando os filhos fazerem companhia um ao outro. Agora que Hikaru não está aqui, é como se o mundo tivesse o abandonado. Ninguém conseguiu, ou talvez não vá conseguir substituir Hikaru em seu coração.

—Me sinto sim Honey-senpai, mas é porque Hikaru não está aqui. E sei que posso tê-lo de volta. –Ele sorri tristemente.

—Ah, você tem um plano não tem? Já deu algum passo? –Honey tenta o animar.

—Sim. Tono me ajudou ontem com um dos itens que eu listei. Poderia ver, por favor?

 Honey sorriu com a atitude simpática do Hitachiin. Parece que Tamaki ajudou. Ele pega a lista estendida a ele e começa a ler.

—Ah! Você listou as qualidades da Haru-chan?

—Isso mesmo, pretendo ser como ela, para poder fazer Hikaru enxergar que posso ser bom para ele também. –Ele diz meio envergonhado.

—Mas por que isso Kao-chan?

—Huh?

—Sabe... por mais que Hika-chan esteja com ela, acho que suas qualidades são incríveis Kao-chan... vai mesmo desistir delas?

 Kaoru olha surpreso. Honey-senpai acha mesmo que suas qualidades são incríveis?

—Mas... mas se fossem incríveis, Hikaru ainda ia estar comigo.

—Se Hika-chan não pensa que suas qualidades são incríveis, não acha que ele já teria te deixado há muito tempo?

—Mas ele me deixou Honey-senpai! –Kaoru se levanta rapidamente. –Ele me deixou! E logo não vai mais voltar para mim. Nunca mais!

 Honey olha o mais novo (que estava corado e zangado) surpreso. “Ele não enxerga o que está fazendo com ele mesmo. Mas consegui tirar minhas dúvidas hoje”. No momento em que Honey ia sorrir, Kaoru olhou para seu senpai e mudou seu rosto para um corado de vergonha. Ele senta novamente e olhando para o colo, diz:

—M-M-Me desculpe Honey-senpai... eu acho que me estressei. Perdoe-me.

 Diferente de Hikaru, Kaoru não tinha dificuldade em se desculpar. Ele reconhecia que estava errado e que nem sempre estamos certos. Já seu irmão sempre achava que era o único certo em todas as situações e apenas se desculpava com seu irmãozinho por ter feito algo que o chateasse. Claro que com o tempo e com as amizades conquistadas, viu Hikaru crescendo e desta vez reconhecendo seus erros e se desculpando por seus atos, na maioria das vezes, infantis. Kaoru reconheceu que errou, e sabe que tem que andar na linha para se manter no item “Simpatia”.

—Está tudo bem Kao-chan. Eu posso não ter passado por essa situação, mas eu procuro entender como se sente. –Honey diz sorrindo meigamente.

—É-É... eu digo, mesmo pra mim está complicado de entender. Eu não sei o que estou sentindo direito... me sinto horrível por estar longe de Hikaru, mau por acabar pensando nele longe de mim, ruim por contar os dias sem ele e terrível por dormir sem ver ele do meu lado. E acabo me sentindo bem por saber que ele está tão feliz... –Kaoru diz enquanto encostava a cabeça nos dedos cruzados sobre a mesa. –O que faço Honey-senpai?

—Kao-chan, vou te ajudar! –O mais velho diz meigamente.

—Mas no que você vai me ajudar? Isso vai me ajudar a tirar esse pensamento de garotinha ridículo da minha cabeça? –Kaoru diz com os olhos de cachorro chorosos enormes e brilhantes.

—Sim! Primeiro, pegue esta revista! –Honey entrega uma revista adolescente para o Hitachiin que na capa continha centenas de bolos e doces.

—O-O que é isso?

—É uma revista com várias dicas de tudo! Na verdade eu apenas a comprei para ver as dicas de culinária que continham aí dentro, e tem bolos deliciosos! –O mais velho diz com flores voando sobre sua cabeça.

—Oh...

—Mas pelo o que pude ver Kao-chan, essa revista fala sobre como você deve se sentir ou o que fazer em casos como o seu.

—Casos como o meu? Outras pessoas sofrem disso também?

—Pelo visto sim Kao-chan.

—Isso é incrível! Eu me sinto mal por essas pessoas. Apesar de que... nem mesmo eu sei em que situação estou. –Ele diz olhando para a revista e caminhando até a sala.

 “Kao-chan é tão lento... Aliás, parece que todos do Clube demoram em reconhecer os próprios sentimentos. ” Honey pensa sorrindo e esperando o mais novo dar uma olhada na revista nova.

—Hum, vejamos... seria ótimo se eu encontrasse uma resposta logo de cara. Por que não vendem revistas assim? É injusto comprarmos algo que não nos trazerem respostas. –Kaoru reclama. Ele folheia algumas paginas cor de rosa ou brancas com enfeites sem o menor interesse. “Que coisa mais brega. ” Até que ele pára na página de culinária e vê os bolos incríveis estampados na revista. “Uau. São bolos lindos mesmo. Imagino se eu poderia fazer um assim...? ” Ele vê algumas fotos, dicas e receitas que tinham na revista sobre bolos, biscoitos, cupcakes e afins. “Aposto que Haruhi consegue fazer esses bolos deliciosos... Eu nunca vou conseguir isso. ” Até que ele vê uma fala de uma cozinheira famosa em destaque: ‘Uma coisa bem-feita sempre traz benefícios, mesmo que seja um bolo. Procuro fazer meus bolos com todo capricho e deixo meu marido orgulhoso! Acreditam que o conquistei por ele ter adorado a maneira que eu faço meus bolos? (Risos). Ele adora perfeição... acabei o conquistando pelo estômago! ’

 Hum...

 Quer dizer que bolos podem fazer alguém querer estar junto de você?

 ...

*#*#*#*#*#*#*#*#*#*#*

—Honey-senpai?

—Ah Kao-chan! O que houve? Já acabou de ler a revista? –Honey perguntou enquanto terminava de comer o último bolo na mesa do Hitachiin.

—N-Não, mas... Hum... você poderia me ajudar a fazer esses bolos?

—Eu adoraria Kao-chan! Eu adoro bolo! Eu sei várias dicas de como fazer e já fiz algumas vezes!

—Verdade? Você não simplesmente encomenda?

—Eu encomendo bolo quando estou com muita vontade de comer! –Sempre. -Mas em outros momentos eu gosto muito de tentar fazê-los por mim mesmo!

 Kaoru se iluminou. Seu senpai poderia o ajudar no quesito ‘Culinária’! Perfeito.

—O que mais sabe fazer Honey-senpai?

—Hum, eu sei preparar um Bento¹ simples. Isso porque uma vez eu tinha ido treinar com minha família nas montanhas e aprendi a cozinhar os ingredientes que havíamos levado. Mas nós podemos aperfeiçoar isso! O que acha?

—Isso é ótimo! Mas temos que fazer isso rápido, ou não tenho tempo de aprender a cozinhar!

—Tudo bem, vamos lá!

 Eles deixam a sala de café da manhã para as empregadas arrumarem e procuram os ingredientes com o cozinheiro da família.

*#*#*#*#*#*#*#*#*#*#*

—Tudo bem Kao-chan! Vamos primeiro fazer a massa do bolo!

—Mas esse é um bolo plebeu. –Kaoru diz estranhando.

—Mas você precisa aprender a cozinhar como a Haru-chan, não precisa? Ela usa essas massas para fazer bolo!

—Isso é estranho...

—Se você quiser desistir eu entendo Kao-chan...

—Certo! Aqui diz: ‘Em uma tigela de porte grande, você irá misturar os ingredientes’. Tragam-me uma tigela grande! –Kaoru diz empolgando-se.

 “He he, ele é fácil de convencer! ”

 As empregadas providenciam uma tigela grande para o Hitachiin e deixam a cozinha, parando na porta para ver essa cena emocionante do mais novo da família usando um avental cor de rosa para cozinhar. Elas suspiram na doçura da cena.

—Honey-senpai... por que eu preciso usar esse avental mesmo...? - Kaoru diz meio constrangido e com uma gota enorme na cabeça.

—Para você não sujar sua roupa Kao-chan! Eu usei esse avental no dia em que estava tentando fazer um bolo e você tinha feito duas chiquinhas no meu cabelo! Aquele dia foi divertido!

 Kaoru se lembra daquele dia. Hikaru estava com ele fazendo diversos penteados no cabelo do mais velho e experimentando o bolo que saiu um pouco queimado e cheio de chantilly. Ele também lembra que no fim ele e Hikaru tomaram banho juntos para tirar o recheio grudado em seus cabelos. Aquele dia foi especial, e ficará guardado para sempre na mente de Kaoru.

Então agora eu acho

Que é aqui que temos de estar.

Você se arrependeu

De ter sempre segurado minha mão?

Nunca mais,

Por favor, não esqueça,

Não se esqueça.

Lembranças desse dia acabaram fazendo Kaoru se desligar do mundo. Essa distância estava fazendo tanto mal a ele, e sabia disso. De vez em quando parava e ficava se lembrando das coisas que fazia com Hikaru e que marcaram suas vidas... será que Hikaru também está parando e pensando o mesmo? Ou ele está ocupado demais com a ‘namorada’ para pensar no irmão que sempre esteve ali com ele? Sua cabeça girava em questões que surgiam do nada... novamente, por que revistas não podem trazer respostas pros nossos problemas?

E, finalmente,

Todas as fotos foram queimadas...

E todo o passado

É apenas uma lição que aprendemos.

Não vou esquecê-lo,

Por favor, não se esqueça de Nós.

Mas em algum lugar nós erramos.

Nosso amor é como uma canção

Mas você não quer cantar mais.

Você se esqueceu... De... Nós...

Hum, ele se esqueceu de ligar o forno e o deixar esquentando enquanto preparava a massa... Droga.

*#*#*#*#*#*#*#*#*#*#*

—Iupi! A massa está crescendo Kao-chan!

—Ainda bem! É a terceira massa que tento fazer!

 A cozinha estava um caos. A farinha que estava em um medidor se esparramou no chão, a caixa de leite que estava azedo caiu na bancada da pia e pingava repetidamente no chão, os pacotes dos primeiros bolos estavam jogados em um canto, colheres de todos os tipos jogadas na pia... Era bagunça demais para ser organizada em uma história. Mas parece que o terceiro bolo saiu como esperado.

—Eu não agüento mais... preciso descansar...

—Não, não, não Kao-chan! Precisamos fazer a cobertura para o seu bolo!

—O-O quê?

—Enquanto o seu bolo cresce, precisamos fazer a cobertura para ele! Vamos, pense em alguma!

—Hum... pode ser chantilly com aroma de caramelo? Eu adoro caramelo...

—Tudo bem! Mas acho que o chantilly vai ficar de outra cor...

—Não tem problema. Podíamos enfeitá-lo também, não é? Um bolo com apenas chantilly ficaria um pouco sem-graça...!

—Com certeza! Que tal morango? Ficaria ótimo! –Honey disse se animando com o fato de fazer um bolo com chantilly.

—Sim! E podemos usar o chantilly restante para acrescentar detalhes menores no bolo. Eu vou olhar pela casa se tenho uma fita para colocar no centro do bolo.

—Tudo bem! Eu vou preparando o chantilly!

—Certo! –Kaoru foi à busca da fita que jurava ter guardado para se lembrar do dia em que ele e Hikaru explodiram o bolo da tia na cara dela como um ‘presente de aniversário’. Aquele dia havia sido engraçado, e depois disseram se ela preferia o ovo ou o bolo na cara.

“Bom dia aquele...” Ele pensa sorrindo. Foi até alguns armários da sala vaga que costumam guardar seus objetos pessoais e encontra a fita em baixo de algumas fantasias.

“Fantasias esquisitas... Nunca as vi por aqui antes”.

 Ele chega na cozinha e, espantado, encontra um Senpai com uma batedeira descontrolada espirrando chantilly pelas paredes inteiras.

—Waahh! Kao-chan! Me ajudeeeee! –Honey gritou desesperado.

—Mas que diabos...?! –Kaoru num pensamento rápido desliga a batedeira da tomada.

—...

—...

—Kao-chan, eu...

—Está tudo bem Honey-senpai... Eu sabia que algo assim ia acontecer em breve. –Kaoru diz rindo um pouco. Realmente, a cozinha estava um desastre...!

—Uh... –Honey diz com os olhos marejados. –Acho que eu estraguei tudo...

—N-Não. Honey-senpai está tudo bem. Olha, é tentando que conseguimos as coisas, não é? Acho que eu teria feito pior!

—Kao-chan...

—Vamos, nós tentamos de novo. Não adianta chorar por algo que já passou! Pelo menos o bolo ficou bom, não é?

—Sim!

 Eles tiram o bolo do forno e sentem o saboroso aroma de... queimado?

—Q-Q-Queimou?! Mas como?! –Kaoru se espanta.

—Er... Kao-chan acho que eram 30 minutos no calor máximo... não 50 minutos.

—Mas eu li 50 minutos! –Ele pega um dos pacotes jogados e relê. –Olhe! Viu? 50 minutos!

—Mas esse bolo é diferente do que você preparou Kao-chan. O que você havia feito só eram necessários 30 minutos.

 Kaoru pega nervosamente outro pacote do bolo que havia feito e viu os malditos 30 minutos.

“Bolo maldito...! ”

*#*#*#*#*#*#*#*#*#*#*

—Oooh! Esse bolo está lindo Kaoru!

—Tenho que concordar que você se superou com isso.

—Eu que o ajudei!

—Sim.

 Era noite e o Clube de Anfitriões se encontram na mansão dos Hitachiins para saborearem as primeiras culinárias do mais novo. Ele e Honey passaram o dia inteiro cozinhando e destruindo a cozinha, que só agora estava sendo terminada de ser limpa. Kaoru lembrou de ter se desculpado com as empregadas e tentou as ajudar, mas por algum motivo estranho as empregadas apenas coraram e pediram para tirar uma foto dele com aquele avental rosa idiota. Plebeus... Ele nunca irá entendê-los.

—Hoje consegui fazer um Bento pequeno e um bolo grande de chantilly de caramelo... espero conseguir fazer outras coisas também.

—Mas para uma primeira tentativa você se saiu bem. O bolo está de sabor agradável. –Kyouya elogiou tendo outra garfada de sua fatia.

—Esse... esse... esse...

—Uh? O que houve Tama-chan?

—ESSE BENTO ESTÁ LINDO! EU ESTOU COM TANTA DÓ DE COMÊ-LO! ACHO QUE VOU COLOCÁ-LO EM UMA CAIXA DE VIDRO E GUARDAR PRA SEMPRE! –Tamaki diz com brilhos ao seu redor e chorando cachoeiras pela emoção de ver um Bento ‘meio-plebeu meio-rico’.

—Tono... acho que se você não comer vai me ofender. –Kaoru diz com uma gota escorrendo em sua cabeça e olha desinteressado para o ‘rei’.

—Você fez um ótimo trabalho Kao-chan! Se quiser, continue acompanhando as dicas da revista!

—Pode deixar, vou fazer isso.

—E onde você deixou seu celular para ter que nos ligar do celular do Honey-senpai?

—No meio de tanta bagunça não sei onde o enfiei. As empregadas devem encontrá-lo jogado por aí.

—Terá que repor os créditos que gastou de Mitsukuni.

—O-O quê? Mas ele que me ofereceu o celular Mori-senpai!

—Meus créditos acabaram esgotando Kao-chan.

—M-Mas foram apenas algumas chamadas!

—Parem de brigar! Uma família não discute!

—Eu não acredito que estão gritando por isso... –Kyouya diz aborrecido.

 No fim, mais uma lembrança ficou marcada na mente de Kaoru. Mesmo que Hikaru não esteja participando agora, ela será marcada pelo que Kaoru disse para si mesmo: ‘Sem ele, mas por ele’.