Eu estava em meu quarto, e me peguei pensando em Annabeth. De novo. Desde que eu havia começado a namorar com ela, em agosto, tudo mudara para mim. As vezes, eu involuntariamente pegava a foto que tinha com ela e a olhava, por muito tempo.

Foram semanas dolorosas sem vê-la. Não podia mais suportar. Num impulso, tirei um dracma de ouro do estoque que sempre carregava comigo.

– Mãe, vou sair, já volto. - falei. Ela me olhou desconfiada, como se soubesse que eu iria fazer alguma coisa que não queria que ela soubesse.

– Está bem, então. - Ela ainda tinha aquele olhar. - Não demore.

Saí tranquilamente, e fechei a porta. Assim que fechei, corri para o elevador e fiquei pressionando o botão repetidas vezes. Quando ele chegou, entrei nele e desci até o saguão.

Fui direto para o banheiro do saguão. Lá tinha água quente e era um lugar abafado, mas o clima era frio. Perfeito para um arco-íris.

Liguei a torneira, que imediatamente lançou uma névoa sobre o banheiro, e criava um arco-íris junto com a luz do sol que entrava pela janela.Joguei o dracma, e rezei com todo o meu espírito:

– Ó deusa, aceita a minha oferenda. - Falei.

Imediatamente uma luz mais viva tonalizou o arco-íris.

– Mostre-me Annabeth.

A névoa tremulou e lá apreceu ela: Linda como sempre, o cabelo cor de ouro caindo sobre os ombros, e o corpo perfeito e atlético cintilando à luz da névoa. Ela estava lendo um livro de engenharia do National Geographic, no seu quarto, em São Francisco.

– Oi. - falei.

Ela se levantou assustada, e a mão logo foi à faca que ela guardava na cintura.

– Sou eu, Annabeth! - Eu disse sorrindo.

Ela me focalizou e se esforçou para não rir, mas parecia impossível esconder sua alegria.

– Ah, Cabeça De Alga! Nunca mais me assuste assim! - Ela disse, cruzando os braços, mas desviando o rosto, para esconder o largo sorriso de satisfação.

– Queria falar com você. Estou com saudades, poxa!

– Esta bem, também estou com saudades. mas só um pouco.

– Queria te ver. Quer marcar de ir em algum lugar? Tipo o MacDonald's? - Eu propus.

– Um encontro no MacDonald's? - Ela perguntou.

– Exato.

– Sua cabeça está cheia de algas mesmo. - Ela disse.

– Você topa?

– É o jeito, porque se eu não for você vai ficar bravo comigo. - Annabeth falou.

– Não é isso... Olhe. Você é minha namorada.

– Confere.

– Estou com saudades de você.

– Confere.

– E estou qurendo marcar um encontro! Qual o problema nisso?

– Eu estou do outro lado do país!

– Para mim não importa. Se quiser que eu vá aí te buscar, eu vou. Além disso, você também quer, tenho certeza. - falei, apontando para ela.

– Ok, eu quero ir. - Ela falou com um sorriso nos lábios. - Eu posso ir no sábado. saio de manhã daqui e chego à tarde em sua casa, está bem?

– Tudo bem. Vou ficar na porta te esperando. - falei, e ela sorriu, o que é a coisa mais linda do mundo.

– Até sábado, Percy. - Ela falou, e a conexão foi cortada.

Me certifiquei que estava sozinho no banheiro para começar a dançar e pular igual a um maluco, de tanta alegria. Depois que minha euforia passou, saí do banheiro e subi de volta ao apartamento.

Chegara a hora do desafio de contar à minha mãe sem deixar ela me envergonhar completamente.