Voltei para o quarto, me sentei na cama e pensei em algo para fazer, resolvi tocar violão e cantar um pouco, isso me acalmava e me ajudava, me dava uma sensação de paz. Justin também, mas como ele não estava, servia o violão mesmo. Comecei a tocar uma melodia vazia, enquanto pensava em alguma música, mas fui interrompida por batidas de leve na porta.

– Entre.

– Oi minha filha.

– Bom dia mãe – ela foi entrando.

– Está tudo bem?

– Está sim, apesar de que quando eu lembro dói um pouco.

– Mas Lua, me conta direito como foi? O que aconteceu? Você brigou?

– Sim! Ou melhor, eu acho, quer dizer, é o que indica né?

– Desenrola – ela fez uma cara engraçada, eu ri e o machucado doeu um pouco.

– Eu não lembro bem, sei que estava discutindo com a Caitlin, aí vi um vulto com uma resposta automática minha e depois minha boca estava sangrando, Pattie estava preocupada e Chris gritava histericamente – ri do que me restava da lembrança.

– Minha filha! Assim você parece uma garota de rua, não foi essa a educação que eu e seu pai te demos!

– Eu sei mãe, ela que começou e eu não ia apanhar a toa – dei de ombros, ela olhou para cima depois me encarou.

– Você bateu nela? – Sorri.

– Sim.

– Machucou muito?

– Não sei, acho que sim.

– Essa é a minha garota – ri e voltei a minha atenção para o violão, pensando no que tocar. – Filha o Justin está lá em baixo, posso mandar ele subir?

– Pode sim mãe.

– Ok, melhoras.

– Obrigada – ela me deu um beijo na testa e saiu do quarto, até que “descobri” o que tocar.

Standing close to me close enough to reach perfect time to tell her

But I can't even put the words together

Bevelizing eyes getting in my disguise

Can't you see me hiding?

What am I afraid of a finding?

I know what I'm thinking

But the words won't come out

If eyes could speak

One look would say everything

About the way you smile,

The way you laugh

The way you dress,

The way your beauty leaves me breathless

If eyes could speak

I wouldn't have to talk

Here we go again trying to pretend my hand is steady

The way she looks tonight isn't helping

Vision's getting blur gotta calm my nerves, it's now or never

There's only one way to the answer

I know what to tell her

But the words won't come out

Maybe I can finally care of us

Finally get the nervous people mind

And tell you the things I can't say

And baby I would look into your eyes

And maybe you will finally realize

Words are just words anyway

Justin entrou no quarto e eu não parei do tocar, ele ficou me encarando e prestando atenção em cada palavra. Terminei de tocar e cantar a música e ele bateu palmas de um jeito idiota, revirei os olhos, coloquei o violão no chão e voltei para a cama me jogando nela, ele sentou do meu lado enquanto me olhava um pouco... preocupado.

– Não se preocupa, está tudo bem.

– Não se preocupa? Como se você não lembrasse do que aconteceu ontem!

– Lembro e valeu por lembrar também, agora a boca está doendo.

– É para deixar de se meter em confusão!

– Justin... Para! Ok? Já não basta o show da minha mãe ontem.

– Mas o que aconteceu lá?

– Bom, depois que você subiu – eu olhava para o chão tentando me lembrar perfeitamente do que aconteceu –, Caitlin apareceu lá, começou a falar um monte de coisa e como durante todas essas semanas a gente não conseguiu conversar, dessa vez não foi diferente, ela me deu um soco na boca e involuntariamente eu devolvi, só não sei se acertou, ou o que aconteceu porque depois que o Chris começou a dar ataque histérico – ele riu e eu voltei a minha atenção para ele –, voltei para a casa e agora estamos aqui!

– Obvio! – Rimos.

– E aí?

– E aí o que? – Olhei para ele como se fosse obvio o que eu queria dizer. – Ela está com o olho arroxeado – ele riu lembrando.

– Pior do que eu?

– Bem pior, o seu é uma “manchinha” no canto da boca, o dela é o belo roxo nesse ossinho de baixo do olho – ele apontou para o próprio rosto mostrando a onde estava machucado nela.

– Me sinto orgulhosa! – Sorri vitoriosa.

– Besta – ele riu. – Chris vai embora daqui a pouco, acho que você vai querer se despedir, certo?

– Já? – Fiz uma cara triste.

– Já! Lembra? Domingo! Amanhã voltamos para escola.

– Eu estava feliz até você me lembrar disso! Valeu!

– Desculpa, mas tive que lembrar.

– Ok – dei de ombros. – Que horas ele vai embora?

– Daqui a pouco, meu pai já arrumou todas as coisas, Chris está enrolando e conferindo se esqueceu de guarda algo, mas do jeito que o conheço, ele ainda vai esquecer alguma coisa. O que deve demorar é Caitlin, para tentar disfarçar o roxo.

– Poxa, tomara que ela não seja boa de maquiagem! Eu tenho que ver.

– Então vamos logo, você almoça lá em casa. Vai trocar de roupa – ele se levantou –, te espero lá em baixo, vê se não demora – saiu do quarto.

Escolhi qualquer coisa para vestir, algo apresentável para o caso de ir ao aeroporto. Soltei o cabelo, fui ao banheiro e passei um lápis básico, nem me preocupei com o machucado, afinal eu passaria uma dor tremenda para tampar, sendo que nem estava grande coisa assim, no caso, não vale à pena.