Pov's Bieber

Não acredito no dia que tive, não sabia que iria acontecer o que aconteceu, não sabia que o acontecido seria resolvido tão simples assim, ou não foi tão simples assim?

  Acordei meio tarde hoje, dessa vez minha mãe nem me esperou para almoçar – o que é estranho porque mesmo nesses dias que eu não andava comendo direito, ela sempre me esperava e tentava me fazer comer – então puxei qualquer roupa do armário, me vesti e fui para o computador, ouvi alguém bater na porta, mas não dei muita importância, até que ouvi uma voz familiar e fui até a janela do meu quarto e vi a Lua entregar um pedaço de papel a minha mãe, pensei em gritá-la, mas de repente passou a ideia na minha cabeça de que aquele papel poderia dizer algo que eu não iria querer ler, mas tinha que saber o que estava escrito ali, então assim que ela saiu, saí do meu quarto correndo e desci as escadas, chegando lá em baixo, minha mãe ainda estava parada em frente a porta.

- O que foi mãe?

- Meu filho, Lua veio aqui e pediu para te entregar isso – peguei o papel.

- Ela não pediu para me chamar nem nada?

- Não, ainda perguntei se ela queria que eu te chamasse, mas, ela falou que estava com pressa e precisava ir – é, acho que realmente eu não iria querer ler aquilo.

- Ah... então, vou voltar para o meu quarto mãe, tudo bem?

- Tudo bem não né, mas vai lá.

Voltei para o meu quarto e fechei a porta, deitei na cama para abrir o papel, olhei aquele “Para você” que ela havia escrito em um dos lados e fiquei pensando se eu realmente deveria abri, não resisti, abri a folha, era uma música, muito bonita tenho que admitir, ela tem talento, no rodapé escreveu: “Te espero na praça agora” não sei se deveria ir ou não, acabou que nem pensei muito, coloquei uma jaqueta que estava jogada na cadeira, peguei meu skate e fui, se fosse para ter ela de volta eu faria qualquer coisa.

 Chegando à praça, vi Luka, Halle e Karol de primeira, mas nada dela, pensei em voltar, mas resolvi continuar. Chegando perto eles me perguntaram o que eu estava fazendo ali, eles estavam tensos, olhei para o fundo e vi a Lua andando de skate, ela realmente era boa.

- Justin... Justin! – a Karol estalava os dedos na minha cara.

- Que foi Karolyne?

- Karol, Karol, a Lua – o Luka estava virado e viu ela se aproximando, eu também vi, mas eles formaram uma barreira na minha frente.

- Lua... er... – pude perceber que a Hayley estava mais branca do que já era.

- Que foi gente? – ela perguntou. Fiquei calado.

- É que... – o Luka tinha começado a falar, mas as palavras não saiam, até que ela furou a barreira.

- Oi! Achei que não vinha! – e me abraçou.

- Desculpa pela demora, mas não sabia se realmente devia vir.

- Nem vou te perguntar o porquê.

- Er... hã... aaah... – os três estavam um ao lado do outro com os olhos arregalados e boquiabertos, nós dois rimos da situação.

- Aquilo era o seu “subir em cima”? – perguntei.

- Confesso que me esforço.

- Nossa, você só não é melhor do que eu!

- Convencido!

- Dúvida?

- Claro!

- Então ta! – fui ao mesmo lugar que ela estava.

 Vi eles conversando alguma coisa, mas nem liguei, continuei andando, depois fui para lá e o Luka estava emburrado, dei um beijo na bochecha dela e passei o meu braço pela sua cintura, não sabia se deveria fazer, mas ultimamente não quero saber mais de nada, apesar de ainda estar com medo de magoá-la. Ela abraçou o Luka algumas vezes e o chamou de “bebê”, e ele, bom, ele ficou enchendo dizendo que eu estava com ciúmes, senti uma coisa diferente, que não sei bem, um sentimento novo, queria tê-la para mim, mas, o Luka é o melhor amigo dela, isso não é motivo para ter ciúmes, ou é? Legal! Com 16 anos e tantas coisas assim para pensar, isso não vai me fazer bem, não mesmo.

 Apostamos uma pizza! Ou melhor, o Luka apostou, ele ficou indignado, quando perdeu a aposta, não queria pagar, dei, ou melhor, demos sorte que ele se acha demais e acabou caindo em uma manobra, Lua e eu estávamos lisos, sem dinheiro nenhum. A ordem foi: Luka, eu e Lua.

- Bom amor, eu vou lá – disse assim que o Luka subiu, dei um selinho e ela não rejeitou e eu fiquei aliviado por isso.

- Que foi? – a ouvi perguntar as meninas. Sorri e depois desci.

Fiz coisas simples, nada demais, só me preocupei em não cair e quando Lua desceu, foi a mesma coisa, ela andava super bem, ganhava do Luka fácil, ela é perfeita, perfeita demais para mim... não, não, não! Justin Drew Bieber afaste isso da sua cabeça já! Não vai desistir fácil assim, não! Você não quer isso, certo? Então! Se a perder, vai lutar por ela! Se magoá-la, vai correr atrás e não desisti de tê-la novamente, como já fez! Vocês são só amigos, por enquanto, você quer mais do que isso, ou não, mas e ela quer e se não? Droga! Chega de pensar nisso, viver cada momento, cada instante como se fosse o ultimo, isso é o que importa.

  Aproveitei muito do dia de hoje, sério, inclusive porque descobri que Luka gosta da Hayley, mas isso é o que menos importa, o dia hoje foi importante porque não estou mais brigado com ela, me fez ver como sou burro, mas não, isso eu já sabia, me fez perceber – então – que não posso magoá-la e que ela sente algo por mim, se não, não teria ficada tão brava, ou, sei lá!

  Cheguei em casa e fui direto para a cama, estava cansado, com sono e de barriga cheia, me joguei na cama e peguei o papel que ela havia escrito para mim.

Não sei o que sinto por você

Amor, amizade, não sei dizer

Tenho medo de ti perder

Isso eu sei

Tenho medo de ti magoar isso eu tenho certeza.

Eu também tenho.

Depois que você apareceu

Eu não sei o que aconteceu

Não sei viver sem você

Sofro ainda mais, se te faço sofrer

Se isso realmente for verdade, ela sente o mesmo que eu.

Chega de promessas

Você já quebrou todas que me fez

Eu já te disse que “nunca mais” é muito tempo

Mas você insiste em dizer

Lembra daquele beijo

O daquela vez

Aquela cena não sai da minha cabeça

Eu não quero te perder

Casa da árvore, nosso primeiro beijo, eu não esqueço, também, como poderia?

Você chegou e mudou a minha vida por inteiro

Não consigo dormir sem antes pensar no seu jeito

Seus olhos, sua boca

Penso em você por inteiro

Só consigo dormir

Porque até em sonhos te conheço

Ela mudou meus pensamentos, achei que minha vida aqui seria uma coisa e graças a ela não é.

Isso é amor ou será o que?

Me ajude a entender.

Mal eu entendo.

 Acabei dormindo e acordei atrasado como sempre, segunda de manhã é um saco, inclusive depois do dia que tive. Tomei um banho rápido, coloquei a roupa, acertei o cabelo e desci para tomar café.

- Filho, recebemos um convite de uma festa no final de semana agora, eu acho.

- De quem mãe? – me sentei na cadeira da mesa da cozinha.

- De uma menina no final da rua, acho que é de 15 anos.

- E a menina tem nome?

- O nome dela é Kelly.

- Já ouvi esse nome...

- Só que não sei se quero ir, mas você poderia ir né!?

- Mãe, se você for eu vou, se não, não, nem conheço a garota e qualquer coisa, posso fugir da festa e você me acoberta.

- Engraçadinho você – sorri – termina seu café logo, vai.

 Terminei de comer e fui para a porta da minha casa, não sabia se deveria esperar a Lua, acabou que nem precisei, só foi fechar a porta que ela me chamou. Acenei e fui até ela.

- E aí?

- Oi! Novas?

- Sim, minha mãe disse que recebemos um convite para uma festa de aniversário, nesse final de semana acho, um aniversário de 15 anos – nós caminhávamos em direção da escola.

- Ah! Eu sei que festa é essa.

- O nome da menina é Kelly, conhece?

- Claro!

- Ela é lá da escola?

- Não.

- Como você a conhece?

- Ela é irmã do Erik – parei na hora.

- O garoto que você... gostava...?

- Ele mesmo. – ela parou. – O que foi Justin?

- Nada não. – voltei a andar. – E você vai?

- Vou sim, ela me encheu durante uma semana inteira, me fazendo prometer que iria.

- É de gala?

- Aniversario de 15 anos, o que você acha? – ela disse meio brincalhona.

- Droga! Vou ter que ir que nem pinguim – ela riu.

- E eu de vestido! Buaaa! – ela fez uma cara de choro e depois um biquinho que nem criança. Aproveitei e dei um selinho – Ah! Não vale! – eu ri.

- Eu acho que você vai ficar linda de vestido.

- Tanto faz, odeio do mesmo jeito.

- Ai, ai – revirei os olhos.

- Pelo jeito você vai né?

- Pelo jeito sim... quem mais vai?

- Luka, Karol, Hayley – ela foi contando nos dedos –, Sarah, Thiago, Hanna, Philip, Ben, Alex, Erik...

- Espera! Erik, Erik, Erik...?

- É! Erik o irmão dela – oh droga!

- Mas ele não está em Chicago?

- Está, mas vai vir para o aniversário dela, bom... Vai ser no sábado, então ele chega lá por quarta-feira, por aí.

- Lua, lembra da promessa que você me fez?

- Claro! Meio difícil esquecer.

- O que era então?

- Você pediu para eu não te esconder nada.

- Nunca me esconder nada.

- Ok, Ok, nunca te esconder nada.

- Me faz outra então?

- Mais promessas?

- Por favor, por mim.

- Fala Justin.

- Mas antes, posso te fazer uma pergunta?

- Faça.

- Tudo que você escreveu naquela folha é verdade, assim, tudo, absolutamente tudo?

- Sim, tudo – ela disse meio sem graça.

- Então me promete que se por acaso, tudo o que você sentir mudar, eu vou ser o primeiro a saber?

- Sim, te prometo, mas por que isso logo agora?

- Prometo que te falo, mas, não agora.

- Por quê?

- Não é uma coisa que se diz a caminho da escola e detalhe que já estamos chegando.

- Justin...

- Eu prometo é serio.

- Devo acreditar nessa promessa como acreditei nas outras?

- Não, deve acreditar mais intensamente, essa vou cumprir, não importa o que aconteça.

- Só te peço uma coisa.

- O que?

- Não me magoe mais – nos olhávamos nos olhos há alguns instantes e antes de atravessar para entrar no pátio da escola parei e a abracei.

- Vamos? – ela assentiu e me deu a sua mão, atravessamos a rua e se fosse a algumas semanas atrás, Karol, Hayley e Luka talvez, iriam voar em cima de nós dois.

- E aí Lua, quem mais vai à festa? – perguntei.

- Que festa? A da Kelly?

- É Halle, parei aonde Justin?

- No Erik.

- Ah!  O Taylor...

- Taylor Fox?

- O único – que droga! Primeiro o Erik, agora o Taylor, eu tenho que ir nessa festa – o Nat também vai.

- Espera! O Nathaniel vai? – a Karol deu um pulo quando a Lua disse, eu não entendi é nada.

- Vai sim, bom ele me disse que ia.

- Ele fala com você? – os olhos dela estavam arregalados para a Lua, ela estava tensa.

- Karol, eu não sou mais aquela CDF esqueceu?

- Agora me explica vocês duas quem é Nat? – perguntei.

- Nat é um garoto da sala da Karol que ela...

- Cala a boca Lua! – a Karol levantou em um pulo.

- Por quê?

- O Justin não pode saber!

- Por que não posso?

- Papo de garota... – ela desviou o olhar de mim.

- Se for assim o Luka é garota porque ele sabe – a Lua não perde uma.

- Quem sabe ele não é... – zoei.

- Ou! Eu não sou uma garota! E se você não estivesse pegando a Lua eu diria que você que é uma.

- Luka, cala a boca se não eu te mato – a Lua ficou sem graça, mas foi firme na hora de falar.

- Mas é verdade...

- Luka, vai por mim, cala a sua boca – segurei seu ombro, é serio, ele não ia querer que a Lua tentasse o matar. – Agora voltando ao assunto, quem é Nat?

- Posso falar Karol? – ela abaixou a cabeça e concordou com que Lua continuasse – É o garoto que ela gosta, ele é da sala dela como disse e essa daí – ela apontou para a Karolyne – nunca falou nada, só fica suspirando e etc...

- Ou seja, ele não sabe.

- Isso mesmo Justin.

- Por quê?

- Não sei, vai que ele não gosta mim, talvez eu não seja o suficiente para ele – a Karol encarava o chão. Isso a deixava triste, sei exatamente como ela se sente.

- Sei muito bem como se sente só que você nunca vai saber se não ariscar. Não pergunte só me escute, vai por mim.

- Er... eu iria perguntar o porque, mas prefiro nem falar – Halle fez um dois com a mão e o Luka um três depois que a Lua falou.

- Voltando para a festa... – Karol cortou o assunto, fiquei feliz por isso, só que nos interromperam.