A Profecia escrita por Semideusa 4ever


Capítulo 5
Salvam minha vida. (Sam)


Notas iniciais do capítulo

A primeira batalha da semideusa...UHU...q emoção!



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(Sam)

Todos os dias eu ia à escola e agia como um adolescente normal, era verdadeiramente irritante.

Sempre quando terminava a aula eu ia conversar com a Clarisse que sempre me perguntava por que eu havia dito que ela era especial, mas eu sempre mudava de assunto ou ia embora para tentar disfarçar, não podia dizer a ela que ela era uma meio-sangue, ainda não, tinha que conseguir a sua total confiança antes.Sempre que eu estava perto dela eu tentava prestar atenção nos mínimos detalhes. Ela vivia grudada ao seu Ipod, gostava de todo o tipo de música, desde a mais suave das melodias até o rock mais pesado. Ela ficava nervosa e irritada com muita facilidade. Sempre que estava curiosa arqueava uma sobrancelha. Ela era muito inteligente, tinha muita facilidade com as matérias da escola, apesar de sempre preferir física e biologia. O que mais me impressionava nela eram os olhos, pois sempre que ela estava no sol ou perto da água eles ficavam esverdeados, eles eram lindos.

Eu nem desconfiava quem seria o seu pai ou a sua mãe olimpiano, ela simplesmente não falava da sua família e sempre que eu tentava prestar atenção a quem ela aparentava puxar, o jeito ou a aparência, eu simplesmente não conseguia identificar.

Nós conversávamos bastante desde sobre coisas banais, em como o sol é perfeito aqui no Brasil, até as coisas mais legais, como livros, músicas e filmes preferidos. Ela era bastante divertida, e apesar de sempre brigarmos, nós nos dávamos muito bem.

Já fazia cinco dias que eu estava no Brasil, o meu prazo estava acabando, só me restavam três dias para levá-la comigo até o acampamento ou todos iríamos morrer. Eu estava meio angustiado, precisava me apressar e começar a dar idéias a ela de que ela era diferente. Eu ia fazer isso hoje, mesmo não sendo o meu ultimo dia eu tinha que contá-la de quem ela é o mais rápido possível.

Já era de dia, eu havia passado a noite inteira lendo sobre arquitetura e me sentia acabado, mas pela primeira vez na minha vida eu estava animado para ir à escola, pois, afinal, ir a escola era a coisa mais importante agora.

Levantei, tomei um banho, vesti o uniforme do colégio e desci para tomar café-da-manhã. A pousada onde me instalei, temporariamente, era um lugar calmo e perto da praia, mas não era um lugar muito movimentado. Sempre no horário das refeições eu ia até um grande salão que ficava no centro da casa e comia sozinho. A comida era ótima, em todas as refeições sempre tinha algum tipo de comida que eu nunca havia provado na vida. Eu sempre fui muito bem tratado na pousada, apesar de não ter contato com ninguém.

Depois de tomar café fui à praia e, com o meu apito, chamei Perola. Ela apareceu logo em seguida, montei e disse:

-Para a escola garota.

Ela relinchou e foi voando para o colégio. Quando chegamos perto do prédio disse a Perola para parar em um terreno que tinha lá perto, fazíamos isso todas as manhãs. Me despedi de Perola e fui até o colégio para a minha primeira aula.

Fui até a minha sala de aula e sentei na minha carteira de sempre, ao lado da carteira da Clarisse. Como sempre ela ainda não havia chegado, ela quase sempre chegava atrasada. Avistei a amiga dela, Gabriela, e dei um aceno amigável em sua direção, afinal, eu tinha que me aproximar dela de todas as maneiras, até dos amigos. A Gabriela olhou para os lados para ver para quem eu estava acenando e quando não viu ninguém ela retribuiu com um sorriso.

Quando faltavam uns cinco minutos para o toque para a primeira aula a Clarisse chegou toda atrapalhada carregando um monte de livros. Corri até ela e peguei os livros para tentar ajudá-la. Ela sorriu para mim e disse:

-Bom dia Clark.

-Bom dia Cabral.

Ela rolou os olhos e sentou em sua carteira.

-Para que tantos livros?-perguntei curioso.

Deveriam ter uns sete livros naquela montanha que eu devolvi a ela.

-Só são alguns livros que eu pedi emprestado na biblioteca. Vou devolvê-los hoje no final da aula.

Enquanto ela ajeitava o material na carteira eu não resisti e fui olhar o titulo dos livros que ela iria devolver. Para a minha surpresa eram todos sobre mitologia grega, e ainda por cima todos em grego antigo.

-Onde você conseguiu esses livros. -perguntei levantando um deles.

-Na biblioteca... Dã. -ela respondeu fazendo uma cara engraçada.

-Mas estão todos em grego antigo, nenhum colégio teria esses livros e sairia emprestando para os alunos. -eu falei olhando atentamente para o conteúdo deles.

-Estes livros são da sessão especial. Eu só pedi e eles me emprestaram, mas eu já vou devolver. -ela falou dando de ombros.

-Para que você precisaria de livros sobre mitologia grega?-perguntei olhando-a com atenção.

-Porque você não quer me responder por que eu sou especial, então eu estou pesquisando uma explicação plausível. -ela falou olhando em meus olhos.

-Que tipo de explicação plausível se encontra em um livro sobre mitologia?-perguntei visivelmente curioso.

-Pois é,esse é o problema, não encontrei nada, por isso estou devolvendo os livros. -ela falou parecendo desapontada.

-Por que achou que poderia achar respostas em livros sobre mitologia?

-Porque você falou sobre mitologia quando fui pedir uma explicação, só achei que poderia ter alguma coisa a ver. -ela me olhou e arqueou uma sobrancelha. -Tem alguma coisa a ver?-ela perguntou curiosa.

Nesse momento eu dei graça aos deuses pelo professor ter entrado na sala de aula dando inicio a primeira aula. Quando percebi que ela ainda olhava para mim me virei e disse:

-Depois eu te conto, prometo. Agora presta a atenção na aula.

Ela bufou e virou tentando prestar atenção. Passei a aula toda a observando. Ela era incrivelmente previsível, seus gestos e jeitos até já estavam ficando comuns para mim. Quando tocou para o final da aula, como sempre, ela foi acompanhar a amiga até a saída e depois veio se sentar no pátio comigo.

Ela se sentou ao meu lado no banco e disse:

-Fala logo.

-Oi para você também. -falei com um jeito cético.

-Você prometeu. -ela falou erguendo uma sobrancelha.

Eu sinceramente não sabia como contar a ela, então eu me lembrei do que ela havia me falado há alguns dias: “Eu acredito em muitas coisas. Depende de como as historias são contadas.”. Suspirei e disse:

-Nós somos especiais, eu e você, não somos iguais as outras pessoas.

-O que você quer dizer com isso?-ela perguntou confusa.

De repente senti um calafrio estranho, para um semideus isso é o nosso alarme natural para monstros, por impulso coloquei a mão dentro da mochila e puxei uma adaga. A Clarisse deu um pulo e estendeu as mãos falando:

-Tudo bem. Se você não está a fim de falar eu vou entender, nada de violência. -ela falou visivelmente assustada.

O pátio da escola estava praticamente vazio, os únicos que estavam lá era eu, a Clarisse e a diretora. A diretora estava do outro lado do pátio nos encarando, seus olhos brilhavam de um jeito sinistro. Eu fui para frente da Clarisse de um jeito protetor, foi ai que ela pareceu entender. Clarisse ficou atrás de mim e perguntou:

-Quem é ela?-sua voz não passava de um sussurro.

A diretora veio andando até nós, seus olhos se prenderam aos meus me impedindo de me mexer. Eu estava hipnotizado, então eu senti uma mão apertando o meu braço, isso me fez acordar. Olhei para Clarisse e ela disse de maneira nervosa:

-Temos que sair daqui.

-Não tão rápido semideusa. -disse à diretora que já estava bem próxima de nós.

Nesse mesmo momento a diretora se transformou em um dos monstros mais esquisitos que eu já havia visto, seus dentes se alongaram e viraram presas horríveis, suas pernas se transformaram, uma era feita de bronze enquanto a outra era peluda e nojenta. Ao mesmo tempo em que era um mostro assustador também era muito engraçado, suas pernas davam a impressão que um urso havia tido um romance com uma estatua dos deuses, assustador. Pelo visto eu não tinha sido o único a achá-la engraçada, pois Clarisse abafou um riso ao meu lado fazendo com que a diretora ficasse furiosa.

O mostro me atacou, me pegou pela gola da camisa e me segurou contra a parede dizendo:

-Chegou a sua hora filho de Atena, meu mestre ficará feliz em saber que eu o matei.

Eu nem tive tempo de responder ou perguntar nada, só vi um tênis voando e um monstro confuso pela pancada na cabeça. Aproveitei a oportunidade e puxei a Clarisse escada acima. Enquanto corríamos a diretora recobrou os sentidos e veio atrás de nós, mas antes que ela pudesse nos alcançar entramos em uma sala e eu tranquei a porta.

-Sam o que era aquilo?- ela me perguntou assustada.

Só foi ai que eu percebi que ela estava com um pé descalço.

-Você atirou um tênis contra uma empousa?-perguntei.

Ela rolou os olhos e disse:

-Ou era isso ou você morria.

Começamos a ouvir uns ruídos vindos do outro lado da porta, corri até a porta e tentei segura-la enquanto a empousa tentava derrubá-la, Clarisse seguiu o meu exemplo.

-Me explique tudo agora. -Clarisse falou zangada.

Não sabia por onde começar, mas eu sabia que o momento era aquele, tinha que contar a ela, afinal, não tinha mais nada a esconder, ela até já havia jogado um tênis em um monstro.

-Nós dois somos semideuses, meio mortal meio deus. Você se lembra das historias sobre mitologia?-Ela assentiu com a cabeça. -Pois é, é tudo verdade. Eu fui convocado pelos deuses para levá-la ao acampamento meio-sangue, para semideuses, eles vão te preparar e te ensinar a sobreviver sozinha.

A porta já estava se partindo ao meio, não tínhamos muito tempo. Entreguei a adaga a Clarisse e a coloquei debaixo de uma mesa. Quando a empousa finalmente conseguiu quebrar a porta ela veio diretamente a mim, me atacou me segurando em uma parede pelo pescoço.

-Eu odeio ter que matar rapazes tão bonitos assim como você, Sam Clark. Meu mestre ficará feliz em saber que e eu matei uma de suas maiores ameaças, filho de Atena. -Seus olhos vermelhos me olhavam com intensidade.

Eu tentei me soltar de todas as maneiras, mas ela era muito forte. Enquanto ela abria a boca e mostrava suas presas prontas para triturar mais um semideus eu só conseguia pensar que tinha uma pessoa debaixo de uma mesa que estava precisando de mim.

Foi tudo muito rápido, em um segundo eu estava quase sendo comido por uma empousa no outro eu estava no chão coberto de poeira dourada e com uma menina com uma adaga na mão tentando me ajudar a levantar.

-Você está bem? - Clarisse me perguntou preocupada.

-Você a matou?-perguntei confuso.

Ela olhou pra mim e falou:

-Não foi pra isso que você me deu a faca?

Seus olhos estavam esverdeados de novo.

-Obrigado. -falei.

Ela rolou os olhos.

-O que fazemos agora?-ela perguntou.

-Vamos ao acampamento meio-sangue.



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Notas finais do capítulo

Gostei muito de ter escrito este cap!MANDEM REVIEWS...please!



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