Em Busca Da Felicidade. escrita por Jajabarnes


Capítulo 19
Não Chore.


Notas iniciais do capítulo

A Barw fez mais uma capa maravilhosa, dessa vez para Em Busca da Felicidade! Ficou linda! Mais uma vez agradeço à ela com o capítulo ^^



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Pov. Susana.

Nada foi solucionado nem complicado. Apenas não adiantou nada.

Nada.

Continuava tudo na mesma, o medo de Rabadash, o medo de ficar longe de Caspian, medo de estar perdida... Eu não conseguia conceber a ideia de deixá-lo por meses, quanto mais pelo resto da minha vida!

Meu quarto estava escurecido, já era noite, tarde, e a pouca luz que havia vinha do lado de fora, da lua e entrava junto com a brisa pela porta aberta da varanda, movendo cortinas. Havia um silêncio profundo ali e provavelmente pelo resto do mundo; as únicas coisas que eu sentia eram as lágrimas que haviam descido por meu rosto, deixando um rastro seco e os dedos de Caspian deslizando por meus cabelos.

Assim que saímos da sala do trono, eu fui para meu quarto, pouco depois, Caspian deu um jeito de vir para cá também e estava aqui desde então. Eu deitava em minha cama, com lágrimas e ele deitou-se ao meu lado, abraçando-me e acalentando-me.

–Não chore, Su... - pediu ele, baixinho. - Não chore... Ainda não está tudo perdido.

–E o que ainda podemos fazer?

–Podemos fugir. - disse ele.

–Rabadash iria atrás de nós onde quer que fossemos...

–Então eu ainda posso matá-lo e fazer parecer um acidente. - falou divertido, fazendo-me rir de leve. Beijou-me a bochecha, mas seus lábios tomaram um rumo diferente, chegando até os meus, fazendo-me ficar de frente para ele. Interrompi o beijo suavemente, afagando sua face, olhando-o nos olhos. - Sabe que eu ainda não acredito? - ele sorriu de leve.

–No quê?

–No que aconteceu ontem a noite... - seus olhos tinham um tom doce de ternura. Eu sorri. - Parece que foi um sonho.

Meus olhos encheram-se de lágrimas, mas fiz questão de contê-las. Aproximei-me de Caspian.

–Talvez algo nos impeça de fazer durar eternamente, mas podemos aproveitar ao máximo o momento que temos antes do fim.

–Eterno enquanto dure? - riu ele. Corei e ele sorriu mais. Ele tocou meu rosto beijando suavemente, levando seus lábios até minha orelha e sussurrando. - Não se preocupe, irá durar para sempre.

Houve outro beijo, outro e outro. Quando as coisas começaram a aprofundar-se, congelamos ao ouvir uma batida na porta do quarto e uma voz chamando por mim. Era Rabadash.

Senti um medo percorrer minha espinha, congelando-me. Caspian pousou o indicador em meus lábios, indicando silêncio, paralisados, quase chegando ao ponto de prendermos a respiração. Meu coração batucava desesperado, até que o som parou e ouvimos passos indo embora.

Meu coração bateu forte novamente enquanto mandava sangue para o resto do corpo gelado. Olhei para cima, para os olhos de Capsian, ele também estava um pouco assustado, mas graças à Aslam Rabadash havia ido embora.

Nós nos acalmamos e resolvemos esquecer o que poderia ter acontecido, concentrando-nos apenas em nós dois. Caspian ficou em meu quarto naquela noite e nas noites seguintes. O que pairava entre nós era um clima meio que de despedida, como se tivéssemos descoberto que nossos dias estavam no fim. Caspian dava um jeito de entrar em meu quarto toda noite, saindo de manhã bem cedo e assim sucedeu-se pelos seis dias seguidos. No sétimo dia, pouco depois de Caspian deixar meu quarto, saí para dar uma volta pelo castelo antes do café da manhã.

Estava andando por um dos corredores quando ouvi uma voz atrás de mim.

–Susana! - chamou. Virei a tempo de ver Pedro caminhando em direção a mim com um sorriso largo destacando suas covinhas. Ele me deu um abraço de urso, erguendo-me um pouco do chão.

–Bom dia, Pedro – cumprimentei. - O que aconteceu? - perguntei quando ele me colocou no chão.

–Venha, papai está nos aguardando. - levou-me pela mão até a sala do trono sem nunca tirar o sorriso do rosto, deixando-me confusa. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo.

Na sala do trono, tudo estava mais estranho ainda. Rabadash estava lá e, por sua expressão, também não sabia por que. Dr. Cornélius me lançou um sorriso doce, como se me parabenizasse; Miraz tinha um sorriso acompanhado de um olhar um tanto quanto... Esperançoso? Mas, sem dúvida, quem mais me surpreendeu foi meu pai.

Suas olheiras havia desaparecido, seus lábios formavam um sorriso que há muito tempo eu não via, seus olhos possuíam um brilho ofuscante e seu rosto demonstrava mais juventude do que eu jamais me lembrava. Até sua postura estava diferente.

–O que está acontecendo? - sussurrei para Pedro.

–Você já vai descobrir. - sorriu ele.

–Onde está Caspian?

–Já foi chamado.

Chegamos diante de meu pai. O sol adentrava a sala pelos vitrais enormes e coloridos nas paredes, iluminando todos à meia luz, inclusive o trono de meu pai e a grande pintura de Aslam na parede atrás dele.

–Bom dia, meu pai. - fiz uma suave reverência.

–Bom dia. - ele riu de minha expressão confusa.

Caspian chegou ao local, cumprimentou a todos e fez um reverência à meu pai que retribuiu com um aceno de cabeça.

–Por que chamou a todos, Majestade? - perguntou Rabadash, submisso à presença de meu pai.

–Tenho ótimas notícias, alteza. - disse meu pai.

–E o que seria? - perguntei.

–Farei uma viagem nos próximos dias, irei para a Arquelândia visitar meu velho amigo Luna.

Disse ele, deixando um vácuo. O que aquilo podia ter de tão relevante? Ele poderia apenas dar o comunicado na reunião do Conselho, logo a notícia se espalharia.

–E por que decidiu viajar agora, pai? - perguntei, temendo que fosse e deixasse Rabadash aqui.

–O aniversário de Luna se aproxima e pretendo entregar-lhe meu presente pessoalmente. - disse ele. - Apenas queria avisá-los a respeito.

–Sendo assim, aproveito para ir até Tashbaan comunicar meu pai sobre o noivado. - disse o calormano.

–Ora, não será necessário perder dias de viagem até lá, alteza, eu mesmo mandarei um mensageiro. - disse meu pai. - Quero que fique aqui até meu retorno, pode ajudar Susana na organização do baile.

–Baile? - questionei.

–Sim, o baile de noivado. - disse meu pai, como se fosse óbvio, dando-me praticamente um punhalada pelas costas.

Senti um aperto no peito e Rabadash me lançou um sorriso.

–Será um prazer, majestade. - garantiu ele.

–E... quando será? - tive medo da resposta.

–Assim que eu retornar de Anvar, daqui a alguns dias, possivelmente. - papai deu de ombros. - É só por enquanto, parto amanhã bem cedo.

–Pretende levar alguns homens consigo, majestade? - perguntou Caspian. Torci fervorosamente para que a resposta fosse não, eu jamais poderia ficar no mesmo ambiente que o monstro calormano sem ter Caspian por perto...


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Notas finais do capítulo

Vocês já leram a fanfic "Scars"? Não? Então está mais do que recomendada! A fanfic é ótima e a Barw está se revelando uma ótima ficwriter! Dê uma passada lá, garanto que não vai se arrepender!
Reviews!
Beijokas!!



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