Chamei um táxi e passei em casa para trocar de roupa (http://www.polyvore.com/hospital/set?id=48102210), já que eu estava praticamente de pijama no aeroporto.

Tomei um café da manhã reforçado e chamei outro táxi. Eu tentei deixar meus pensamentos em algum momento feliz, tentei cantarolar alguma música, mas não consegui, a cena continuava se repetindo em minha mente.

Flash Back

- Zayn, espera... Eu tenho que te contar uma coisa...

- Diga – ele falou sorridente

- Eu... – eu tentava controlar as lágrimas em meu rosto, mas estava complicado.

- Você...

- Eu te amo.

Ele sorriu e me beijou pela última vez. “Eu te amo mais” sussurrou em meu ouvido.

Flash Back Off

Essa cena continuou se repetindo em minha mente durante todo o caminho para o hospital. O momento de ‘descontração’ no aeroporto havia passado, e então eu me lembrei da coisinha que estava dentro de mim. Eu queria ficar em casa olhando o relógio do Big Ban pela janela de meu quarto, mas eu ainda tinha que ir para o hospital fazer companhia à meu pai.

Cheguei ao hospital eram quase sete da manhã. Meu pai ainda dormia, foi então que aproveitei para marcar o exame com a Obstetra.

Marquei para as 11 horas da manhã, era o horário em que meu pai faria a bateria de exames que ele era obrigado a fazer toda a semana. Aproveitei a brecha e marquei a consulta nesse horário. A vantagem era de que eu já estava no hospital.

A sala estava cheia de gente. Falando mais especificamente, estava cheia de mulheres. Todas elas deviam ter entre 30 e 40 anos. Elas me olhavam torto, me fazendo sentir como um peixinho fora d’água no meio daquela bagunça toda. Algumas estavam com a barriga de gravidez bem visível, outras, estavam com pequenos bebês recém nascidos no colo. Enquanto alguns choravam, outros eram bem quietinhos. Olhei para uma mãe que amamentava a filha. Aquilo me deixou desconfortável, eu teria que fazer aquilo em público? Fazer um “mini topless” pra todo mundo ver?

- Jéssica? – a doutora chamou na porta do consultório.

Levantei a mão avisando que era eu e fui em direção à porta. A doutora deu um sorriso adorável para mim. Ela fez sinal para eu deitar na cama que havia no consultório.

- Está nervosa? – ela perguntou docemente

- Um pouco... – na verdade eu estava quase tendo um ataque cardíaco.

Ela começou a preparar os produtos para fazer a ecografia.

- É normal ficar um pouco nervosa, mas não se preocupe. E o pai? Não vai vir?

Aquilo veio como uma faca para mim.

- Ele... Está trabalhando... – falei com dificuldade. Eu fazia força para não chorar.

- Bom, vamos ver esse garotinho aí... Ou garotinha, nunca se sabe.

Ela colocou o gel em minha barriga e em seguida o aparelho de ultrassom. Olhei para a tela da televisão e comecei a chorar. Apesar a da forma não muito ‘visível’ aquilo me emocionou. Eu não sabia qual seria minha reação ao ver pela primeira vez meu filho. Não sabia se ia rir se iria ficar séria, se iria chorar...

- É muito cedo ainda para dizer se é menino ou menina... Só lá pelo quarto mês de gestação.

- E com quantos meses eu estou, doutora? – perguntei enxugando as lágrimas

- Dois e meio... Quer ouvir os batimentos? – ela perguntou

Assenti com a cabeça e ela aumentou o volume da pequena televisão e a batida veio à tona. Ela vinha como uma perfeita melodia para mim. Fechei os olhos e me concentrei nela. Fiquei assim por alguns segundos até que meu celular deu um ‘bip’. Levei um susto.

Amo você

Xx, Zayn.

Aquilo me fez chorar mais ainda.

- Bom, por hoje é só. Quero te ver aqui mês que vem , ok? – a doutora falou

- C-claro – falei entre soluços.

Ela limpou o gel de minha barriga e me entregou um DVD com a gravação do exame.

- Acho que vai querer guardar isso – ela falou sorrindo.

Aquele DVD me deu uma ótima ideia. Ótima.

- Com certeza – falei sorrindo, limpando as lágrimas

Sai da sala da doutora e fui para a praça de alimentação do hospital. Peguei meu celular e liguei para Jake.

- Jake, eu preciso de algumas informações.