Touched By Hell escrita por raquelsouza, milacavalcante


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Uhu, capitulo novo!
Então gente, espero que gostem, está pequeno, mas ta muito daora.
E antes, obrigada Aurum pela linda recomendação.
Enjoy it.



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Acordei com um sobressalto. Olhei para o chão e não encontrei Percy lá. O seu lençol e o travesseiro também haviam sumido. Levantei da cama e sai do meu quarto em direção ao quarto do Percy. Bati duas vezes na porta e como não obtive resposta, entrei. 

Percy também não estava lá. 

Um desespero me invadiu. Gabe poderia ter entrado no meu quarto e ter tido um ataque de ciúmes ao ver Percy lá. Tentei manter a imagem de um Percy morto a minha frente. Desci as escadas rapidamente, não liguei se eu estava com a roupa dois tamanhos maiores que eu, apenas queria encontrar Percy vivo. 

Fique extremamente aliviada ao ver que Percy estava vivo. Ele, Sally e Atena conversavam animadamente à mesa enquanto comiam torradas, panquecas e tomavam suco. 

- Oi querida, talvez queira se juntar a nós? – perguntou Percy com a voz fina, claramente imitando a sua mãe. Todos à mesa riram.  

Revirei os olhos. 

Atena se recompôs e voltou a olhar pra mim.

- Sente-se Annabe... – ela parou no meio da frase ao olhar para o meu rosto. – O que foi isso no seu rosto? 

Puta merda. Eu havia esquecido totalmente do outro roxo que eu havia ganhado. 

- Eu caí. – disse indiferente. 

Atena levantou a sobrancelha ceticamente para mim.

- É verdade. – completei a frase. – Eu fui correr e acabei tropeçando no meu pé. Quer dar um beijinho pra ver se para de doer? – perguntei com um sorriso afetado. 

- Talvez o Percy queira dar esse beijinho, não? – brincou ela.

Não sei quem ficou mais sem graça: Eu ou Percy. 

- Que engraçada você, mãe. – disse eu séria. 

Tomei o café da manhã e subi pro meu quarto pra tomar o meu banho e colocar uma roupa descente. Tínhamos combinado de passar o dia juntas. Eu estava com medo. Fazia muito tempo que não tínhamos o dia de mãe e filha. Mas vi pelo lado bom, ela finalmente iria me levar embora. 

Estávamos no shopping, em uma dessas lojas chiques onde apenas pessoas ricas frequentam. Atena experimentava vários vestidos. Depois de fazermos as compras, paramos em um restaurante elegante e reservamos uma mesa. 

- Uau, você deve estar ganhando muito bem. – comentei quando fizemos o nosso pedido. 

- Bem, digamos que o chefe resolveu me dar uma promoção. – disse ela com um sorriso.

- Muito bom. – sorri. – Talvez a gente tenha mais momentos assim quando voltarmos. 

O sorriso de Atena esvaiu-se. 

- Filha...

- Mãe, você veio me buscar, né? – perguntei ao ver a sua expressão. 

- Annabeth, por favor... 

- Mãe, por favor, me leve embora daqui. 

- Isso é para o seu próprio bem querida. – o canto de sua boca tremeu.

- Mas isso não está me fazendo bem, Atena, será que você não percebe? 

- Minha filha, está te fazendo bem sim! Eu estou vendo isso. Você não está mais tão rebelde assim. 

Respirei várias vezes. Eu precisava ir embora daqui, eu necessitava. Era uma questão de sanidade. 

- Eu prometo que se você me levar, eu paro de ser rebelde. Eu largo as minhas amizades, nada mais de festa, eu serei a filha que você sempre quis que eu fosse. Basta me levar embora daqui. – sim, eu faria tudo isso. 

- Annabeth, não torne tudo mais complicado, ok? Você vai ficar aqui em Notthingan por um ano. 

Vi que Atena não iria mudar de ideia tão cedo, então fiz a única coisa que me veio à cabeça.

- Mãe, sabe o Gabe? – perguntei tremendo. Eu não havia mais escolha. 

- Sim, o que tem ele? 

- Eu sei que o que eu vou contar agora é totalmente louco, insano, mas é que... – minha voz falhou.

- Mas...? – pressionou-me ela.

- Ele... Ele abusa de mim. – disse eu finalmente. – Ele faz isso desde quando eu tinha oito anos mãe, e a minha vinda pra cá foi uma janela que se abriu pra ele fazer isso de novo. 

O rosto de Atena exibia uma expressão de total descrença. 

- Annabeth, eu sei que isso é um jogo que você está fazendo, mas isso não vai funcionar. O Gabe é um homem maravilhoso, ele nunca teria coragem de fazer isso com ninguém. 

- As aparecias enganam, Atena. Está vendo os meus pulsos? – perguntei mostrando-lhe os meus pulsos feridos. – Foi ele quem fez isso ontem pra eu não fugir. E esse roxo no meu rosto, está vendo? Isso aconteceu quando eu tentei correr pra me livrar de tudo. Mãe, ele é louco, por favor, me leve embora daqui. – eu já estava aos prantos. Lágrimas desciam como cachoeira pelo o meu rosto. 

- Annabeth Chase! Isso é ridículo, pare de fingir esse choro! – disse ela ríspida. – Eu conheço Gabe desde o ensino médio, ele nunca faria isso. Nunca. Principalmente com a minha filha. E eu teria percebido isso se realmente tivesse acontecido.

- Esse é o problema! Você nunca percebeu isso, sabe por quê? Porque o seu trabalho está sempre na frente de tudo! – explodi. – Frederick foi quem deixou isso acontecer. Eu estava lá, mãe. Ele estava negociando tudo isso. Ele me vendeu por poucas gramas de cocaína.

- Annabeth, essa história toda é um absurdo. Pare com isso. 

- Você é uma droga de mãe, sabia? Eu te odeio! – disse eu levantando-me da mesa. Por sorte nós estávamos em uma sala reservada. – Eu te odeio profundamente! Odeio o seu trabalho, odeio a vida que eu tenho, odeio você por não prestar atenção em mim. Odeio o mundo. Eu gostaria de morrer. – virei-me e me dirigir até a porta, pronta pra sair dali. – E sabe o que mais? – disse eu antes de sair pela porta. – Eu me pergunto todos os dias o porquê de você ser a minha mãe. Uma mulher cujo tudo está acima de você, menos a filha. 

Sai marchando pelas ruas às cegas tentando conter o fluxo de lágrimas que insistiam em descer pelo o meu rosto. 

Depois de ter andando muito, acabei chamando um táxi e indo pra “casa”. 

Sally e Percy tomaram um susto ao me ver. Não lhes dirigir a palavra, apenas subi e me joguei na cama.

Depois de um tempo, parei de chorar e me recompus. Eu já estava cansada de chorar, a única coisa que eu poderia fazer agora era esperar uma intervenção divina para o meu caso. 

Passei a tarde toda lendo o livro A Culpa É Das Estrelas, e eu desejei que a minha vida fosse igual a da Hazel, mesmo que com câncer, a vida dela era mil vezes melhor que a minha. Ouvi Atena chegar em algum momento, mas não liguei. A única pessoa que eu pensei que me amava não acreditava em mim. 

Consegui ler o livro todo até o anoitecer e confesso que nunca chorei lendo um livro, mas A Culpa É Das Estrelas conseguiu mexer comigo. Depois de tanto filosofar sobre o livro, finalmente criei coragem pra tomar mais uma ducha. 

Estava saindo do closet só de toalha quando bateram na porta. Antes que eu pudesse responder, Percy colocou a cabeça pra dentro.

Ele abriu a boca pra falar alguma coisa mas a fechou, ficando olhando para mim só de toalha com os cabelos pingando. 

- Vai falar alguma coisa ou vai ficar admirando o meu lindo corpo? – perguntei dando um giro. 

Percy se recompôs rapidamente. 

- Se arruma. – disse ele com a voz baixa. 

- Pra quê?

- Vou te levar pra um show de Rock que vai ter no estádio Lennon. – disse ele tirando a cabeça da porta. 

- De quem é o show? 

- Você faz muitas perguntas, Annabeth. – respondeu ele divertido.

- Olha só quem fala, né?

- Touché. – Percy riu por um instante. – É de uma banda de cover muito boa. The Scrap. 

- Bom saber...

Ficamos em um silencio mórbido, até que Percy resolveu quebrar o gelo. 

- Sabe, você não devia brigar com a sua mãe. Elas nunca são para sempre, você devia trata-la com mais carinho, ela te ama. – disse ele olhando-me seriamente. – Mãe é algo preciso que deve ser cuidado com o mais puro amor. 

Fiquei em silencio. 

- Uau. – respondi por fim. – Qual foi o site que você pegou essa frase? Preciso acessa-lo. 

Percy revirou os olhos e saiu da porta sem dizer mais nada. 

Vesti uma blusa branca de alças com a estampa da bandeira dos EUA, coloquei uma saia preta rodada com uma meia calça e uma bota de cano curto com tachas. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo frouxo, tentei esconder meus machucados do rosto com muita maquiagem e desci as escadas. 

Percy já estava pronto. Ele vestia uma blusa branca um pouco rasgada, uma jaqueta de couro preta e uma calça jeans. 

Atena se encontrava no sofá com um livro a mão. 

- Então tá. Estamos indo. – disse Percy beijando a testa de Sally.

- Tomem cuidado. – respondeu ela. 

Atena levantou os seus olhos do livro e me encarou. 

Andei a porta e antes que eu pudesse sair, virei-me para ela.

- Boa noite, Atena. – e sai. 

Entrei no carro já ligado e Percy dirigiu pelas ruas rapidamente. 

- A banda é boa? – perguntei quando entramos na avenida.

A fila para o estádio estava enorme, tomei um susto, até parecia a fila de um show dos Beatles.  

Percy estacionou o carro e saímos depois de um tempo.

- Vem. – disse Percy segurando a minha mão e me puxado.

Pensei que íamos para o final da fila, mas Percy me guiou até mais a frente, quase perto do portão. Thalia, Nico, Luke e Grove já estavam lá.

- Ei! – disse Thalia soltando a mão de Luke e me abraçando rapidamente. – Pensei que vocês não iam vir. 

- Mas nós viemos! Olha que lindo? – sorri dando um abraço em Nico. – Não fica assim não, você pode pegar várias garotas hoje. – sussurrei ao seu ouvindo. – Só pra fazer ciúmes em Thalia, sabe? Ela sente algo por você. 

Dei uma piscadela pra ele quando nos afastamos. Thalia e Percy me olharam confusos.

- Vou seguir o seu conselho. – disse Nico sorrindo, olhando logo depois pra uma loira que atravessava a rua.

- Que conselho? – perguntou Luke.

-É um segredinho. – disse andando para frente de Thalia quando a fila começou a andar.

A banda entrou uma hora depois. O DJ que havia tocado antes era muito bom. Era a primeira vez que eu ia a algum show e passar tanto tempo sem beber nada. A banda fez cover do Red hot, Guns, Nirvana, System of Down e varias outras bandas. 

- Quer um pouco? – Thalia me ofereceu a sua garrafa de vodca. 

- Hoje não. – disse olhando para um garoto gato que passou o meu lado. 

Thalia riu, mas depois ficou séria fitando algo atrás de mim. Olhei para trás de vi Nico beijando uma garota ferozmente. 

- Que pegada. – comentei escondendo um sorriso. 

- Claro. – disse Thalia. 

Luke e Percy chegaram com mais garrafas de vodca. Percy me deu uma garrafa de refrigerante.

- Obrigada. 

Virei para falar com Thalia mas ela já estava beijando Luke, olhei para onde Nico estava e ele olhava para a cena que se desenrolava atrás de mim, depois voltou a beijar a tal garota. 

Soltei uma gargalhada. Aquilo seria divertido. 

- Bem, parece que todos estão se divertindo. – disse Percy no meu ouvido. 

- E você, Cabeça de Alga, está se divertindo? – sussurrei no seu ouvido maliciosamente. 

 - Não muito. – respondeu ele segurando a minha cintura. 

Meu coração estava disparado, o hálito quente de Percy ao meu ouvido me causava arrepios. Peguei-o pela jaqueta e o puxei pra um canto mais escuro. O batida estava animada, e eu também. 

Coloquei minhas mãos no pescoço do Percy e o puxei pra perto de mim, Percy, por sua vez, me pressionou na parede e encostou os seus lábios nos meus, dando beijos rápidos. 

- Você está jogando comigo, Percy? – perguntei sorrindo minimamente. – Eu também sei brincar, sabia? 

Percy voltou a me olhar e deu um sorriso como se estivesse me desafiando. 

A batida ficou mais lenta, sensual, até. Peguei a mão de Percy e o conduzi para o meio da pista e comecei a dançar. Movimentei os meus quadris de forma sensual, bom, pelo menos eu pensava que estava. Virei pra ele e fechei os olhos deixando a musica me levar, coloquei as suas mãos em minhas costas e o fiz balançar no mesmo ritmo que o meu. Mordi a sua orelha levemente e o ouvi suspirar. Olhei mais a frente e uma ruiva me fitava com raiva. 

Rachel. 

Como vingança, passei os dedos nos lábios de Percy e o fiz virar para que ela visse o quando ele me desejava. Beijei-o com força, nossas línguas fazendo uma dança, como se elas também estivessem contagiadas pela musica. Percy apertada o meu corpo ao seu. 

Quando nos separamos, os seus olhos eram puro fogo. Passei na mão no canto da minha boca sorrindo. 

Ficamos nos encarando por um tempo até Thalia aparecer nos chamando para irmos pra casa dela. 

Percy e eu seguimos para casa de Thalia, o ar estava carregado. Eu ainda arfava, só não sabia dizer se era por causa da corrida que demos para chegar até o carro ou se era pela expectativa. 

Thalia nos levou direto para o porão quando chegamos. Zeus não estava em casa, e o seu irmão Jason, havia ido pra casa do amigo.

Não havia conversa naquele momento.  Thalia continuava se pegando com o Luke e o Nico havia levado a tal garota, que se chamava Zoe. 

Eu e Percy ficamos nos encarando, era o tipo de brincadeira de quem dava o braço a torcer. Acabei derramando o refrigerante que estava tomando na minha blusa.

- Droga. – disse levantando-me. 

- Vai lá no meu quarto e pega uma blusa pra ti. – disse Thalia quando viu a minha blusa encharcada. – Fica lá em cima, terceira porta a direita. 

Agradeci com um sorriso e subi as escadas, abri a terceira porta e procurei por uma blusa no closet dela. 

Quando achei uma que me agradava, tirei a minha e joguei no canto. Quando ia vestir a blusa que havia escolhido, mãos apareceram do nada e acariciaram a minha barriga. 

- Sem blusa é melhor. – disse Percy com a voz rouca e baixa. 

Sorri e me virei. Percy segurou os meus cabelos e me beijou com força, como eu tinha feito com ele antes.  Suas mãos procuraram o fecho do meu sutiã. 

- Epa, vai com calma, amigo. – disse eu, me divertindo.

Percy jogou o sutiã no chão e voltou a me beijar. Suas mãos desceram para as minhas pernas e as puxaram, instintivamente as coloquei em seu quadril e ele nos dirigiu até a cama, deitando em cima de mim.

Sua boca se desgrudou da minha procurando pelo meu pescoço, depositando ali um chupão.  Soltei um arfo involuntário. Percy apalpou os meus seios, o que fez os meus quadris procurarem os seus. 

Eu não pensava em mais nada, pela primeira vez na vida, eu queria aquilo. 

Percy voltou a me beijar ferozmente. Às cegas, tirei a sua jaqueta e puxei a sua camisa. Percy se separou por um momento, apenas para que eu pudesse tirar a sua blusa e depois voltou a me beijar, só que dessa vez não foi a minha boca, e sim os meus seios. 

Soltei um gemido baixo. 

Pude sentir Percy sorrindo. Ele levantou o meu quadril com habilidade e puxou a minha saia para baixo. Uma sensação estranha, mas boa, tomou conta de mim enquanto os seus dedos me acariciavam. 

Mas de repente a voz de Gabe se materializou em um ouvido. 

“Se alguém te tocar do jeito que eu te toco, eu mato o cara. Eu juro que mato.”

Empurrei Percy para o lado, acabando com a coisa toda do momento. 

- O que foi? – perguntou Percy confuso. 

- Não podemos fazer isso. – disse eu pegando as minhas roupas do chão. – Desculpa, mas não podemos. 

- Por quê? – Percy se levantou da cama e ficou na minha frente enquanto eu me vestia. 

- Porque não, Percy. Talvez um dia, mas não agora. – disse eu encarando os seus desapontados olhos verdes. 

- Você... – Percy suspirou e passou as mãos no cabelo.

- Eu sou imprevisível, Percy. Várias coisas acontecem comigo e me fazem agir desse jeito. Por favor, não fique com raiva, ok? – disse eu aproximando-me dele. – Desculpe. 

- Por quê? Primeiro você me provoca, depois acaba com todo o momento. Isso é... Broxante.

- Eu sei que é. – acariciei o seu rosto sem conter o riso. – Mas é que...

- Que...?

- Um dia, talvez, eu te conto toda a verdade. – disse eu olhando os seus olhos. – Mas agora não dá. 

Percy me abraçou com força, e eu retribuí. Beijei o seu pescoço serenamente. 

- Annabeth. – chamou-me ele. 

- Sim? 

- Posso te fazer uma pergunta? 

Revirei os olhos.

- Vá em frente. 

- Dê uma chance pra gente? 

Afastei-me de seu abraço e o encarei surpresa. Procurei em seu rosto algum vestígio de brincadeira ou qualquer coisa, mas ele estava sério e um pouco encabulado. 

Parei pra pensar um pouco. Seria perigoso pra ele, Gabe poderia fazer qualquer coisa, mas ele não precisava saber disso. Ninguém precisava saber. E sem nem mesmo eu me dar conta, a resposta saiu da minha boca como se tivesse vontade próxima. 

- Sim. 

Certo. Recapitulando. Eu perdi a cabeça. De vez. Estou completamente maluca. Perdi a noção do juízo. Tá bom, eu nunca tive juízo, mas se eu tivesse, com certeza eu tinha acabado de perder. 

Decidimos não voltar pro porão por motivos óbvios. Pobre Nico. Eu deveria ajuda-lo de alguma forma. O que diabo eu estou pensando? Foco Annabeth.

Certo, Percy pediu uma chance. Eu disse sim. Porque eu disse sim? Tá, ele é gostoso e até tem um gosto musical legal, mas pelo amor de todos os deuses, é do Percy que eu estou falando. O que diabos eu fiz? 

- Annabeth, pare de encarar o chão com essa cara de assustada. – ele disse rindo torto. Porque ele estava sorrindo tanto? Ai meus deuses.

Ignorei-o voltando para os meus pensamentos. 

Eu estava pondo-o em perigo. Porque eu estava fazendo isso? Droga Annabeth. 

- Eu não sei o que fazer. – confessei com a voz embargada. Ele franziu os lábios e me puxou para o seu colo.

- Não faça nada. – ele disse me envolvendo com os seus braços. – Deixa o tempo fazer o trabalho dele. 

Bufei. O tempo. Como se o tempo fosse melhorar alguma coisa. Quer dizer, o tempo vai matar Gabe alguma hora mas até lá ele vai acabar me matando, ou matando Percy, agora que eu o envolvi nisso. 

Boa Annabeth. 

- Você precisa mesmo parar de acessar esse site cheio de conselhos horríveis. – disse fazendo uma careta. 

Ele bufou. 

- Percy. – disse séria saindo do seu colo e ficando em pé na sua frente com a mão na cintura. – Eu sei que disse que daria uma chance pra gente, seja lá o que isso significa mas...

- Você já está arrependida? – ele disse com a expressão contrariada. – Não se passaram nem cinco minutos. 

- Cala a boca e me deixa falar, Cabeça de alga. – disse batendo na testa dele. – Apesar dessa situação ser um tanto estranha, nós vamos tentar. Satisfeito? 

- Não. – ele disse dando de ombros. – Tem um ‘’mas’’ nisso, qual é? 

- Ninguém pode saber. – eu disse olhando em seus olhos. Ele franziu as sobrancelhas, pensando. 

- Porque não? – ele perguntou. – Vergonha de ser vista comigo? 

Medo de te matarem, só isso, idiota.

- Eu não quero que ninguém fique sabendo. – disse simplesmente. – É mais divertido assim. 

- Ninguém mesmo? – perguntou. – Nem nossos pais? 

- Principalmente eles. – falei rapidamente. Só por causa deles, na verdade.

- Bem, então vai ser estranho eles nos virem pelados na sala de casa. – ele disse dando um sorriso malicioso. 

Encarei-o séria.

- Percy, eu estou falando sério. – disse cruzando os braços na altura do peito. Ele revirou os olhos e descruzou meus braços, colocando minhas mãos em seus ombros.

- Agora sou eu quem está ficando arrependido. – ele disse me puxando pra mais perto dele. 

- Está? – perguntei com ironia. Ele sorriu e beijou minha barriga. 

- Muito. – ele disse e me puxou pra cima dele. 

- Thalia não vai se importar em usarmos a cama dela? – indaguei colocando uma perna em cada lado do seu corpo e deitando-o na cama. Ele sorriu safado e apalpou a minha bunda. 

- Ela está ocupada agora. – ele disse arranhando minha coxa por cima da meia-calça. – Você vai apenas me provocar de novo? 

Suspirei e me joguei ao seu lado. 

- Não. – disse simplesmente. – E agora?

Percy riu e segurou a minha mão. 

Isso era muito estranho. Sério, essa história toda é muito estranha. Eu nunca iria imaginar algo assim. Eu e Percy juntos de mãos dadas? Nunca. 

- Você vai embora com Atena? – ele perguntou baixo.

- Não. – disse com tristeza na voz.

- Porque você quer tanto ir embora? Não tem nada que faça você ficar? – ele perguntou. – Você tem amigos aqui.

Suspirei e olhei pra ele. 

- Eu gosto daqui. – confessei. – Em outras circunstâncias seria bom morar aqui.

- O que quer dizer com outras circunstâncias? – ele perguntou deitando de lado. 

- É complicado. – disse dando um esboço de um sorriso.

- Tem haver com quem fez isso no seu rosto? – ele arriscou. 

Não consegui responder de imediato. Percy afagou minha bochecha esquerda por volta do machucado. 

- Se você confiasse em mim eu poderia ajudar. – ele disse. 

Desviei os olhos. 

- Eu não posso Percy. – disse. – Não é tão simples, todos em que eu confiei me abandonaram.

- Você confiou nas pessoas erradas. – ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. 

Sorri. Falando assim as coisas pareciam tão simples. Confiar em alguém. Isso parecia estar milhas de distância de mim. 

- Vamos deixar as coisas como estão. – disse e sorri. – E deixar o tempo cuidar de tudo.

- Essa frase é minha. – ele disse puxando o meu nariz e me beijando em seguida. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Digam isso nos reviews.
E só mais um recadinho: Eu sei que nós demoramos pra escrever e tal, que as vezes os capitulos não saem do jeito que vocês gostariam que saísse, mas gente, do que adianta escrever com o maximo de entusiamos se só uns 10 de 80 leitores comentam? Eu, Raquel, gostaria que vocês dissessem algo, porque o unico momento em que nós, autores, temos de saber a opinião de vocês, leitores.
É isso, comentem mais, mesmo se for um: "gostei", blz?
Bjs da Raquel e nos siga no twitter: @bjspercy e @euinwonderland s2