Just Like Us escrita por Brubs


Capítulo 9
Capítulo 9 – Dando Certo


Notas iniciais do capítulo

Bem, só queria agradecer mais uma vez a todos que continuam lendo, comentando e mandando reviews *------*
Enfim estou postando um capítulo falando sobre o sonho das meninas que é o real objetivo dessa fic, espero que gostem ;)



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P.O.V. Taylor

Elas realmente eram muito legais, como eu tinha pensado antes. Depois de me salvarem daquela confusão, as meninas (que agora eu já conhecia pelo nome) e Zac (o garoto do 1º ano) me chamaram pra ir ficar com eles no intervalo e eu passei um bom tempo conversando com Nia e Zac. Hayley e Demi estavam um pouco distantes, mas depois de um tempo elas vieram para a mesa e tudo parecia relativamente normal.

Eu nunca tinha me sentido daquele jeito. Ter pessoas ao meu lado que se importavam comigo e não eram a minha família não era algo normal pra mim. Eu nunca tinha tido um amigo. E com nunca eu quero dizer nunca mesmo. Eu não tinha certeza do por que daquilo, de ninguém gostar de mim e me excluírem de tudo, mas acho que era porque eu era tímida ou, como disse ao Zac, por que eu não incomodava ninguém e era diferente de todos os outros. Meu irmão dizia que as meninas me odiavam por que eu era infinitamente mais bonita que elas (sim, ele era exagerado), mas eu não acreditava muito. Pode ser que seja isso. Pensando bem não, nunca seria isso. Já os meninos eu acho que era porque eu não era como as outras, que ficavam com todos eles ou que davam bola pra eles. Eu não tinha nenhum interesse naqueles garotos imaturos que estudaram comigo a vida toda. Era um dos motivos para eu nunca ter namorado ninguém e conseqüentemente, bem... você sabe. Nunca tinha ficado com nenhum garoto, não porque eu não queria, mas porque nunca tinha achado um menino que mexesse comigo ao ponto de despertar meu interesse. Eu era do tipo que acreditava no amor verdadeiro, contos de fadas e etc... Acreditava que valia a pena esperar pelo cara certo pra mim, em vez de ficar me machucando com outros idiotas por aí. Provavelmente esse era um grande motivo para minha rejeição. Eu era uma sonhadora. Tinha o costume de sonhar acordada, às vezes eu praticamente dormia acordada. Não era infantilidade, era só imaginação. Eu não via problema em sonhar com um príncipe encantado e esperar sempre por um final feliz. Pelo menos eu me livrava de decepções amorosas juvenis. O que não me liberava de outros tipos de sofrimentos.

A próxima aula depois do intervalo era de Artes. Eu não tinha essa aula nas minhas antigas escolas, e como na última semana de aula a professora que dava essa matéria tinha faltado, eu estava ansiosa para saber como seria. As meninas me disseram que nós trabalhávamos vários tipos de arte: música, teatro, poesia, desenho... Eu achava que não iria ir tão mal pelo menos naquela aula, enfim algo que eu sabia fazer bem. Coisas que envolviam arte. A professora chegou e já começou a falar antes mesmo de se apresentar.

-Bem pessoal – ela parecia ser legal, mas era um pouco doidinha eu acho – Vamos logo com isso. Eu faltei na semana passada, mas acho que isso não vai nos atrasar. Podem formar os mesmos grupos que tínhamos ano passado, pois já tenho um projeto em mente pra vocês.

Elas também tinham me falado sobre isso, e já haviam me incluído em seu grupo.

P.O.V. Hayley

A professora Eleanor (que nós chamávamos de El) era uma professora relativamente nova e meio doida vamos dizer assim. Ela estava sempre de bom humor e animada pra tudo. Eu adorava aquela aula. Era uma das únicas em que a professora não me odiava e em que eu realmente conseguia fazer algo produtivo. Pelo menos pra isso eu levava jeito.

Naquele dia a professora já chegou falando sobre novos projetos e não sei o que mais, pedindo que reuníssemos nossos grupos. Ano passado nosso grupo vivia desfalcado em relação aos outros, já que éramos só nós três enquanto os outros eram em quatro. Não que isso nos atrapalhasse. Mas agora que Taylor tinha chegado acho que ficaria mais fácil de fazer algumas coisas. Agora éramos quatro.

-Então pessoal – disse a professora depois que já tínhamos nos reunido em grupo – O trabalho que tenho pra vocês é uma apresentação musical – nesse momento começaram os murmúrios e reclamações vindos de diferentes lados da sala - Ei, ei! Podem para de reclamar ok. Não quero nem saber... Como eu sempre digo, você precisam explorar a arte de todos os ângulos. Agora vamos ao que interessa. Vocês não irão fazer paródias ou covers como sempre fazemos. Dessa vez as músicas terão de ser originais. Haverá um show musical na escola... – outra vez as reclamações começaram – Será que dá pra vocês FICAREM QUIETOS?! Eu não estou querendo chamar a atenção de vocês, mas já está me irritando... Continuando... O show será apresentado para o resto da escola e vocês serão a atração. Não se preocupem, não vão ser todos vocês que irão se apresentar – agora os comentários foram de alívio – Vocês irão se apresentar pra mim antes e depois eu vou decidir quem irá participar... E não adianta fazerem trabalho relaxados para não serem escolhidos, vocês precisam de nota na minha matéria, está ouvindo senhor Stuart?!

-Sim senhora professora – Mike Stuart era capitão do time de football, ele e seus amigos iriam odiar ter de se apresentar lá, mas eles não tinham como fazer qualquer coisa pra se livrar visto que sem a nota dela eles não poderiam mais jogar no time.

-Então está certo – disse a professora voltando a falar do trabalho – As apresentações para mim serão em cerca de 2 a 3 meses, depois eu marco a data certa com vocês. Podem começar a discutir sobre o que vão fazer agora, iremos fazer algumas reuniões dos grupos periodicamente e hoje é a primeira, qualquer dúvida é só me perguntar.

-Professora, eu tenho uma dúvida! – disse Mike (eu não gostava nem um pouco daquele garoto).

-Diga Stuart. – a professora disse revirando os olhos. Ela não tinha nem um pouco de paciência com ele. Na verdade ninguém tinha.

-Será que a Demi vai conseguir participar da apresentação? Quer dizer, ela não consegue nem falar, imagina só cantar... – ele disse rindo com os outros brutamontes sem cérebro ao seu lado.

-Senhor St... – a professora mal tinha começado a falar quando eu a interrompi.

-Ela sabe falar muito bem, só prefere ficar calada ao invés de ficar tagarelando por aí como certas pessoas por aqui que nem pensam no que falam... – eu não ia deixar ele falar assim dela, de jeito nenhum – Opa, esqueci... não tem como pensar no que fala quando você ao menos tem um cérebro.

-Escuta aqui garota, é melhor voc... – ele estava quase se levantando pra vir em minha direção quando a professora o interrompeu.

-Sr. Stuart, acho melhor o senhor ficar quieto no seu canto... e senhorita Williams, é melhor controlar o que fala e ignorar esse tipo de coisa.

-Mas prof... – eu tentei dizer, sem sucesso.

-Sem essa de professora... eu sei que estava só defendendo a Demi, mas já chega. E eu espero que vocês aí atrás tenham parado com as brincadeiras, ou serei obrigada a chamar o diretor para resolver isso.

Todos ficaram em silêncio e voltaram a falar sobre o trabalho em seus respectivos grupos. Eu não tinha medo daqueles babacas. Eles só sabiam falar e correr atrás de uma bola. Não batiam nem em uma mosca e não tinham capacidade mental pra discutir mais de cinco minutos com ninguém.

P.O.V. Demi

Não que a Hayley precisasse me defender, eu nunca pedia pra ela fazer aquilo. Mas ela sempre fazia. Era quase que instintivo. Sempre que alguém me importunava ela ia tirar satisfações. Nem que fosse no meio de uma aula, como foi o caso. Mas fazer o que, eu sabia que ela não ia mudar então ficava lá quieta, como sempre.

P.O.V. Nia

A Hayley era mais tímida do que eu (por incrível que pareça), mas com certeza era mais corajosa. Eu nunca discutia com ninguém, a não ser que fosse realmente necessário. Não era porque eu não queria, mas porque a última coisa que eu precisava era que os meus pais fossem chamados na escola. Eu os amava, eles me entendiam e tudo mais. Mas meus pais, por serem músicos e doidões, não eram as pessoas mais recomendadas para aparecer na escola ou resolver esse tipo de coisa. Eles odiavam ter de ir à escola, era um sacrifício fazer algum dos dois ir a qualquer reunião. Por isso, eu tentava não me meter em confusão, para evitar que eles tivessem de vir até a escola. Era por isso também que eu me esforçava em todas as matérias (mesmo que em Física e Matemática eu não tivesse muito sucesso). Eles me cobram muito em tudo que faço, fosse na escola ou na música, tudo sempre pode ser melhor segundo eles. Minhas notas tinham de estar sempre azuis, tanto para evitar que viessem na escola quanto para evitar mais pressão e críticas...

Começamos a falar sobre o trabalho, e eu estava realmente animada com aquilo. Nós nos saíamos muito bem com trabalhos envolvendo música, e dessa vez poderíamos realmente mostrar tudo que sabíamos fazer. Nós tínhamos uma pseudo-banda que formamos no fim do ano passado, mas era mais um passatempo do que qualquer outra coisa. A Hay tocava baixo, a Demi tocava guitarra e eu bateria, e todas nós cantávamos (eu cantava menos é claro por conta da bateria). Ainda não tínhamos um nome concreto e tudo mais, mas compúnhamos algumas coisas juntas quando tínhamos tempo. A gente ensaiava às vezes no estúdio que meu pai tinha feito em casa, mas isso acontecia muito pouco. Agora nós teríamos de nos esforçar, pois teríamos a oportunidade de tocar para toda a escola. Ia ser incrível!

-Então... – disse Demi, já que ela era meio que a “líder” do grupo. Ela era mais inteligente e a mais responsável, por isso era melhor que ela organizasse tudo – Acho que primeiramente a gente tem de apresentar nossa “banda” pra Taylor...

-Vocês tem uma... banda?! – ela parecia meio surpresa, poderia até dizer que estava animada.

-Pois é – disse eu – Mas não é bem uma banda, a gente só se reúne pra tocar junto às vezes e compõe algumas coisas.

Eu podia jurar que tinha um brilho diferente em seus olhos. Talvez uma mistura de surpresa, animação e... esperança. Sei lá, devia estar imaginando isso.

P.O.V. Taylor

Elas tinham uma banda. Uma BANDA. Ok, eu precisava me acalmar. Eu devia estar parecendo bem surpresa e animada com aquilo... e realmente estava. Não que eu esperasse que elas me colocassem na banda, mas só de saber que elas tinham uma já ficava feliz. Muito feliz.

A música era a única coisa capaz de me ajudar quando ninguém mais podia. Quando eu chegava em casa e tudo que queria era me trancar no quarto e acabar com tudo que me fazia sofrer, a música era minha libertação. Quando pegava o violão e ficava lá, sentada, apenas tocando acordes que sequer conhecia, toda a minha dor parecia sumir e eu voltava a ter esperança. Voltava a acreditar. Voltava a sonhar. Escrever e tocar músicas era a coisa que mais gostava no mundo, e na verdade era a única coisa que eu realmente sabia fazer. A única coisa que não me fazia ser uma inútil total. Eu não achava minha voz bonita, mas sabia tocar bem. Meu irmão dizia que eu tinha a voz mais espetacular que ele já tinha ouvido e meus pais diziam o mesmo. Fazia tempo que não cantava pra eles, tinha vergonha e ao mesmo tempo preferia guardar a música pra mim mesma. Achava ser algo muito pessoal, principalmente minhas composições, e na verdade não achava que outras pessoas além de mim iriam ver algum sentido naquilo tudo. Era tão abstrato a ponto de só fazer sentido para mim. Mas eu pretendia mostrar isso a alguém um dia, um dia... Eu sentia que não ia demorar muito pra acontecer.

-Bem Taylor – disse a Hay – Todas nós tocamos mais de um instrumento, mas na “banda” eu toco baixo, a Nia toca bateria e a Demi toca guitarra. Todas nós cantamos, ainda não decidimos uma vocalista principal, acho que é melhor assim...

-A gente não precisa de uma vocalista Hayles! Todas nós cantamos e não faz sentido ter uma... – disse a Demi, e eu sabia que elas deviam ser muito boas nisso.

-Só não crie muitas expectativas sobre nós Taylor... a gente não é tão boa quanto você deve estar pensando haha – disse Nia, como se eu fosse acreditar.

-É, ainda falta alguma coisa, a gente ainda não descobriu o que é... É como se não estivéssemos completas ainda.

-Exatamente isso Hay... mas enfim, agora tenho uma pergunta pra você Taylor... – Nia disse e eu já sabia qual era a pergunta.

-Pode falar.

-Bem, você... sabe tocar ou cantar? – ela disse com seus olhos cheios de expectativa. Na verdade todas elas me olhavam assim.

-Bem... eu... eu... na verdade sim. – eu não gostava muito de falar sobre isso, tinha vergonha.

-SÉRIO?! – soou mais surpreso do que a Nia esperava. – Isso é incrível! Então nos diz, você canta? Você toca o quê??

-Calma Nia, vai assustar ela desse jeito! Haha – disse a Demi rindo da animação da Nia e mal contendo a sua própria animação.

-Haha Desculpe, é que isso é incrível!

-Tudo bem – eu ri meio sem jeito, mexendo no cabelo como fazia sempre que ficava assim – Eu toco violão e mais ou menos guitarra, mas não canto muito bem...

-Com isso você quer dizer “canto muito” certo?! Por que se você for tão parecida com a Demi quanto eu penso que é, com certeza você só diz isso porque tem vergonha...

-Não sei, mas acho que você pode estar certa... – na verdade eu não achava MESMO que cantava bem, mas resolvi concordar com a Nia e não acabar com a alegria dela.

-Então acho que teremos de fazer um “teste” para ver se é mesmo verdade... – disse a Hay que também parecia animada – Que tal amanhã?!

-Pode ser... Mas onde vamos fazer isso? Acho que não vai dar pra ser em casa, vai ter uma banda lá no estúdio amanhã...

-Não sei... minha mãe vai estar dando uma palestra ou algo do tipo amanhã em Franklin, vai ficar o dia todo fora... Ela não vai deixar ir todo mundo lá com ela fora.

-Bem... – eu não acreditava que ia dizer aquilo pela primeira vez em minha vida – Se vocês quiserem... podem ir na minha casa... minha mãe não se importa, eu acho.

-Acho que pode ser então... é claro, se sua mãe não ligar. – disse a Demi.

- Não, ela não se importa. Vou falar com ela e ligo pra vocês pra passar o endereço.

-Ok então. – Hay disse isso e logo depois o sinal do fim da aula bateu.

Eu nunca tinha vivido aquele momento antes, era até que engraçado viver isso no 2º ano do Ensino Médio. Levar amigos em casa era uma exclusividade do Niall, já que ele TINHA amigos. Eu nunca tinha chamado ninguém pra ir à minha casa, já que eu nunca tinha tido ninguém pra levar. Aquilo parecia até um sonho. Amigos, música, banda... Quem é você e o que fez com a Taylor de verdade?! Era até difícil acreditar. Naquele dia praticamente corri pra casa, não pra ir embora logo como no outro dia, mas porque mal consegui conter minha felicidade. Quando cheguei em casa minha mãe perguntou o que tinha acontecido comigo e percebi que nem eu sabia. Eu estava feliz. Não era um sentimento comum pra mim. Não quando eu tinha acabado de sair da escola. Contei tudo a ela e podia jurar que ela estava mais feliz do que eu naquele momento. Ela não hesitou em dizer sim e estava tão empolgada com a idéia que até esqueceu o que estava fazendo. Eu tinha de admitir que Niall estava certo, as coisas estavam dando certo dessa vez. Estava tudo tão bem como jamais tinha estado antes. Estava tudo dando certo. Eu estava dando certo.

Eu mal podia esperar pelo dia que viria. Esse sábado ia ser com certeza o melhor que eu já tinha tido. Com certeza seria. 


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Notas finais do capítulo

Muito fofa essa Taylor *---*



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