Capítulo 9 – Anatomia da Lua – pt 1

- Não Mamo-chan… desculpa… não consigo.

Usagi está no 2º mês e meio de gravidez mas não se tem sentido bem: Enjoos constantes, Uma lua negra que aparece na sua testa durante a noite, o choro constante sem razão, não quer sair da cama… e agora… não consegue despir-se ou deixar-se tocar pelo marido.

- Eu compreendo amor.

- Não… não… Isto não é algo que devas compreender, pois nem eu entendo! Eu sinto nojo dentro de mim. Mas quero tanto fazer amor contigo. Só que… quando estamos quase a começar sinto o meu coração a apertar…Desculpa.

- Todas as mulheres que foram violadas sentem-se assim na altura inicial. Por isso, sim, é compreensível.

- Eu não me tenho sentido bem… e não é só a esse nível.

- Eu sabia… e estou sempre a tentar que me digas o que se passa. E tu que tens feito nessa altura? Isolas-te aqui dentro, na escuridão, nem a janela abres!

- Desculpa…

- Pára de pedir desculpas e fala comigo! Bolas, passo dias a fio a tentar ajudar os outros e quando te tento ajudar a mim rejeitas-me. Mas agora estás disposta a falar, por isso, fala!

- Todas as noites tenho-me levantado da cama e vou à varanda. E na minha testa aparece uma lua… negra.

- Estranho… e que mais?

- Quando me isolo, como dizes, é porque sinto uma dor intensa na cabeça que me deixa livre de pensamentos alegres… só penso no mal, na escuridão, na tristeza e choro sem parar. Por isso é que nunca quero ver ninguém.

- Amor… pode ser que isso tudo seja um ataque do inimigo a ti, depois de tudo o que aconteceu. Mas não deixes. Luta contra isso. Sempre lutas-te, não desistas, não agora!

- Já tentei.

- Fá-lo comigo. A partir de agora não podes ficar sempre aqui, vais comigo sair, … Mas assim não podes estar.

- Obrigada amor… estás sempre ao meu lado, tens estado sempre.

- Agora descansa, amanhã vamos ao parque.

Mamoru não dormiu. Agora que ele sabia que Usagi se levantava todas as noites naquele estado, tinha de ver com os próprios olhos.

Olha para o relógio. 3.33. Usagi começa a levantar-se indo até à varanda. Mamoru segue-a. Usagi tem as mãos no parapeito e começa a olhar a lua, na sua testa forma-se a imagem da lua negra e nuvens começam a cobrir a lua.

Mamoru toca-lhe no ombro e ela vira-se para ele. Os seus olhos estão vermelhos e um vestido negro cobria-a.

- Amor?

Usagi começa a gritar – QUE FAZES AQUI? DEVIAS ESTAR MORTO!

- Usako… é a escuridão a falar. Não deixes que se apodere de ti!

- LARGA-ME! – Usagi esbofeteia Mamoru.

Mamoru começa logo a agitar Usagi pelos ombros e a encostar a testa na dela.

- USAKO! USAKO! – ele murmura com carinho e começa a beijá-la suavemente.

Aí, Usagi começa a voltar ao normal e desmaia nos braços de Mamoru.

Mamoru pega Usagi ao colo e observa o céu. A Lua, que antes estava cheia e branca, tornou-se mais escura.

Deita Usagi sobre a cama e observa marcas no seu corpo como se tivessem sido dadas por chicotes.

*** Quarto de Demand ***

- MALDIÇÃO! Como pude falhar de novo? Desta vez estava tudo a correr bem!

- Calma meu Príncipe. Espere até à próxima lua cheia, é só na lua cheia que funciona pelos vistos. Irá correr tudo bem, vai ver que sim.

- Rubeus espero que sim. O ritual tem de funcionar, agora vamos ter um filho juntos por isso vai ter de funcionar.

*** Quarto de Usagi e Mamoru ***

- Amor… que se passa? Sinto-me estranha…

- Usako… calma. Não se passou nada felizmente consegui evitar o pior. Vou passar a controlar isto. O Demand tentou apoderar-se de ti.

- Oh meu deus… Mamo-chan… desculpa… - Usagi começa a chorar compulsivamente e começa a sentir-se mal. – Mamo…

Usagi desmaia nos braços de Mamoru.

- Usako… USAKO! – Mamoru destapa Usagi para a levar para o hospital e no seu pijama vê sangue. Temendo pelo pior, algo podia ter acontecido ao bebé. Pega Usagi ao colo e leva-a para o hospital.

- Dr. Chiba? Que se passou?

- A Usagi, preciso que o Dr. Brandon a veja de imediato.

- Claro, deita-a naquele quarto vou já chamá-lo.

- Chiba, calma. Sai do quarto e deixa-a nas minhas mãos.

Mamoru não aguentava a tensão que sentia. Usagi estava branca, pálida e o sangue não parava.

- Sê rápido Brandon, por favor!

- Brandon? Então?

- Continua -