Bebi mais um copo d'água e deitei na cama. Fiquei parada, olhando pro teto, esperando o sono vir. Mas não vinha. Eu não durmo de dia, nunca tenho tempo pra isso. Às vezes eu nem consigo dormir à noite. Eu não estava cansada, mas minha cabeça ainda estava doendo.

Depois de um tempo, desisti de tentar dormir e sentei no parapeito da janela. O sol ainda estava alto, não devia ser muito mais de duas horas. Foi aí que eu percebi que estava morrendo de fome. Eu não tinha tomado café, nem almoçado. 

Abri a porta do quarto devagar, feliz que as dobraduras não tenham rangido, e fui andando nas pontas do pé procurando a saída. Eu posso agradecer Edward depois, agora eu realmente gostaria de voltar para o meu quarto. Eu estava no segundo andar, então desci as escadas bem devagar, segui um corredor longo e apareci na cozinha,onde Edward estava... cozinhando?

- Desistiu de tentar dormir? - perguntou, colocando um prato com um omelete na mesa, do lado de um copo de suco.

- Isso não importa, você cozinha? Por que nunca me disse antes?

- Eu comecei a fazer aula de culinária na semana passada. Antes que você comece a rir da minha cara, na minha defesa, foi só um jeito que a minha mãe arrumou de me punir por faltar à escola.

- Mas parece que você está gostando!

- Não é tão ruim quanto parecia. E, modéstia a parte, meus omeletes são os melhores da turma.

Desisti de tentar prender o riso. Aquela era a primeira vez em muito tempo que eu tinha uma conversa decente com ele. 

Resumindo, ele me ensinou a fazer omeletes, o que eu sabia que seria inútil, já que eu não tenho uma cozinha, mas não disse nada. Nós sentamos, comemos, e ficamos conversando até anoitecer, como nos bons tempos.