O Despertar de Um Anjo: Pesadelo escrita por Mara S, Kelly S Cabrera


Capítulo 6
Provocações




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Ao chegarem à Devil May Cry Dante começou:

 - Agora o que temos é um nome. Ishyros, não me é estranho esse nome.

            - Acho bom você lembrar... – Lara disse ao sentar-se para olhar os dois ferimentos que tinha recebido da luta com os demônios.

            - Não se preocupe com isso. Deixe-me ver esse machucado. – Dante disse se aproximando de Lara.

            - Não se preocupe Dante. Não é a primeira vez que acontece isso comigo. – disse secamente.

            - Se você diz... – se apoiou na parede oposta à Lara contrariado.

Lara ignora a frase de Dante e termina de fazer seu curativo. Os dois continuam em silencio. Ao terminar Lara guarda as coisas que não havia usado e pega uma das revistas do chão e começa a virar página por página, nem um pouco concentrada com o que estava fazendo.

            Dante começa a ficar irritado de novo com a situação. Ele odiava ser ignorado, como se não fosse nada.

-Posso saber o que você está pretendendo?

- Agora? Apenas relaxar meu corpo por um instante. - Lara sorri e continua olhando a revista que segurava.

            -Não me irrite mais do que você já me irritou Lara - tira a revista de sua mão a fazendo olhar pra ele.

Lara o olha atentamente, sentindo um pouco de raiva por ter feito aquilo com ela. Mas não precisou dizer nada o seu olhar já mostrava o que sentia.

            -O que foi? Se for pra falar que fale olhando pra mim.

- Eu acho que os demônios mexeram com o seu cérebro Dante - disse Lara com um tom irônico - você não costuma ser estúpido assim.

            -Não, não foi comigo que demônios mexeram. Você deveria me agradecer por isso.

             - Eu acho que já fiz há uns anos atrás - disse colocando os braços no encosto do sofá.

             -Você precisa arrumar esse seu gênio - sorriu - Acho que posso mudar isso.

            - Eu acredito que você queria continuar a conversa de ontem?

            -Mas é claro! Alguém ontem a noite fechou a porta na minha cara.

            - Como EU queria. - Lara balançava os pés distraidamente.

            -E quem disse que aqui você tem que QUERER alguma coisa? -estreitou os olhos.

            - Porque eu estou acostumada a ter e fazer as coisas do jeito que EU quero. - parecia que os dois iriam a batalha a qualquer instante.

            -Mas aqui você não tem o direito de fazer as coisas do jeito que VOCÊ quer – riu.

            Lara levanta-se, ficando bem próxima a Dante, o encara por alguns segundos e diz antes de sair andando:

            - Uma pena.

            Dante pega no braço de Lara e a faz olhar pra ele

            - Como você vai me deixando assim? Falando sozinho?

             Lara não responde a pergunta de Dante e o puxa violentamente dando-lhe um beijo. Dante havia esperado aquele momento por anos e agora não queria perder aquela oportunidade, a aperta em seu corpo logo em seguida jogando Lara no sofá. Lara abre o zíper da blusa de Dante enquanto Dante a beijava freneticamente. Em pouco tempo, ele tocava o corpo de Lara que fazia seus dedos correrem pelas costas de Dante. O prazer que os dois sentiam por estarem juntos era intenso, mas assim que aquele momento de satisfação havia terminado, Lara percebe que aquilo não deveria ter acontecido e olha Dante que sorri para ela, ela não retribuiu o sorriso e levanta-se do sofá o empurrando, ainda sentada fita o chão. “Eu não deveria ter feito isso, para o nosso bem.”

            Dante pergunta sorrindo maliciosamente enquanto senta-se ao lado de Lara:

            - O que foi?

            - Nada, só acho que passamos do limite. Só isso. – levanta-se pegando suas coisas.

            - Limites? E Quem aqui liga pra limites? – Dante segura o braço de Lara a impedindo de ir.

           - Em outras circunstâncias, eu não ligaria também. – Lara tenta soltar seu braço – Você vai ficar ai segurando a minha mão até quando?

            - Como você quiser. – Dante solta a mão de Lara contrariado.

            - Dante, eu queria isso também, mas agora esqueça... Pensando melhor eu não deveria ter deixado isso acontecer – caminhou até o corredor que dava acesso aos andares superiores.

 

             A porta se abriu sem muito barulho, mas Dante já sabia quem era antes mesmo de chegar do outro lado da porta.

             - Parece que agora você conseguiu – Trish falou dando um sorriso.

             - Não é da sua conta – Dante respondeu de mau-humor.

             - Ah Dante, você não deveria estar de mau-humor se você conseguiu – Provocou.

             - Que tal você ficar quieta? – Dante colocou seu sobretudo e suspirou. Agora teria que agüentar os olhos curiosos de Trish por um tempo – O que você descobriu? – Perguntou mudando de assunto.

             - Mudança de assunto, hein? – Riu – As mesmas coisas que você já sabe.

              - Ishyros, sabe quem é?

             - Não – Pensou um pouco – Quero dizer, sim!  Se eu não me engano ele é um demônio que vive como um humano. Ele é dono de uma empresa e mora no centro a cidade. E também tem um problema.

             - Que problema? – Dante arqueou a sobrancelha

             - Ele é forte Dante. Mais forte do que esses demônios meia –boca de quem você tirou informação.

             Dante riu.

             - Desde quando alguém é muito forte pra mim, Trish?

             - Dante querido, não estou falando de você. Estou falando dela. Ele vai ser muito forte pra Lara.  E eu aposto que quando você estiver distraído ele vai usar os seguidores dele pra atacar a Lara.

 

            Lara refletia o que tinham feito no quarto de cima.

            “Espero que isso não atrapalhe nossas investigações”

            A última coisa que ela queria era se envolver, não guardava boas lembranças de seus envolvimentos passados com homens.  Todos terminaram mal.

Achou melhor esquecer tudo tomando uma ducha relaxante e pensando em seus próximos passos: conhecer Ishyros. Parecia arriscado.

            Assim que terminou o banho,colocou suas roupas casuais e desceu, achou que precisava justificar-se a Dante e também fazê-lo lembrar dos objetivos que tinham que cumprir. Assim que chegou à porta escutou uma voz conhecida. A voz de Trish. Estavam falando dela. Achou melhor não abrir a porta, mas também não queria sai dali. Era dela que estavam conversando. Começou a escutar o diálogo.

              - Ela sabe se cuidar. Já enfrentou coisas piores, acredite.

              - Ela pode ter sido possuída e ter resistido Dante, mas resistir a um ataque de um demônio não é fácil e você sabe disso.

              - Do jeito que ela anda nervosinha, se eu falar pra ela ficar ela explode a Devil May Cry

            - Dante explique pra ela, que ela tem que ficar. De preferência agora – Trish caminhou silenciosamente até aporta ao lado da mesa de Dante e a abriu com um sorriso no rosto – Você não seria uma boa espiã, Lara. Sinto muito – riu.

            - Espiar demônios não deve ser uma boa idéia. Vou tentar me lembrar disso. – disse com os braços cruzados.

            Trish riu.

            - Pelo menos você me poupou do trabalho de falar tudo de novo.

            -Então você já sabe a resposta, não? – Lara disse encarando Trish.

            -Lara, meu bem. Eu sei que você quer saber o que está acontecendo, mas pelo menos dessa vez deixe eu e o Dante resolvermos isso. E se acontecer alguma coisa com você? Como vão ficar as pessoas do seu mundo?

            - Eu não tenho muito a perder. – Lara disse sombriamente.

            - Lara pense bem. – Trish implorou.

            Dante que até o exato momento estava mudo falou:

            - Ótimo, eu também não tenho. Então está decidido, vamos até a casa desse Ishyros.

            - Mas Dante e o que eu disse? Você não pode simplesmente ignorar isso!

            - Não estou ignorando. Se ela quer ir, a deixe ir!

            - E se ela for atacada?

            - Isso não vai acontecer – Dante encara a Lara.

            - Obrigado Trish, mas não precise se preocupar comigo. – Lara disse e saiu da sala.

 

            - Satisfeita agora? – Dante disse gesticulando para Trish.

            - Vai ser melhor pra ela ficar.

            - E quem disse pra você que ela vai ficar?

            - Dante, não faça isso. Você vai por a vida dela em risco!!

            - Muito mais fácil ela por a minha – Dante sussurrou enquanto saia da sala.

            "Ah Dante, você é muito mais do que eu imaginei” Trish pensou sorrindo.

 

Dante subiu as escadas pensando se aquilo era o certo a se fazer. Bateu na porta do quarto.

            - Pode entrar.

            Dante entrou e deparou-se com uma Lara sentada na cama e com os olhos vermelhos.

            -Agora você não me parece tão forte - diz calmamente - Mas não é disso que eu vim falar – completa.

            - Eu estou bem. O que você veio falar?

            - Vim saber se você quer mesmo ir?

            - Eu não acredito – Lara sussurrou – Eu preciso responder isso? – disse séria.

-Tudo bem, tudo bem. –Foi em direção a porta e antes de sair disse - Lara, não fique brava com a Trish, ela só está tentando ajudar. Ela se preocupa de mais... Como uma... Mãe

            Lara encarou Dante por alguns segundos pensando em suas palavras - Eu não estou Dante.

            - Ótimo - Sorriu gentilmente - Descanse, amanhã nós temos alguns demônios pra caçar. – Dante fechou a porta e desceu as escadas para a sala.

            -Ela vai ficar bem – Dante respondeu antes mesmo de Trish perguntar algo a ele.

            -Você contou pra ela sobre o Vergil?

            -Achei melhor não contar – Respondeu como se não fosse nada. Trish riu deixando Dante confuso

            - Achou melhor não contar porque ficou com medo dela ficar preocupada com ele?

            - Claro que não! Só acho que não foi necessário.

            - Dante, você está ciúmes! – Trish riu mais alto

            - Fique quieta!

            - Admita pelo menos isso. – Deu um sorriso.

            Dante sentou-se em sua mesa e encostou-se a sua cadeira. Ele já estava começando a ficar um pouco nervoso com as brincadeiras de Trish sobre o que ele estava sentindo ou o que ele deixava de sentir. Um pequeno silêncio foi criado

- Você contou pelo menos o porquê de eu ser parecida coma Eva? – Trish perguntou fazendo Dante suspirar contrariado

- Hoje você tirou o dia pra perguntar sobre a minha família “unida” Trish?

            - Ela ficou curiosa.

            - Ela não precisa saber disso e eu não preciso lembrar, preciso?

            - Não, não precisa.

            - Eu não sei por que, mas acho que ela também tem seus segredinhos familiares. - Trish pensou alto.

            -Quer arriscar perguntar – Dante riu um pouco ao lembrar-se do gênio de sua hospede – Ela é toda sua!

            - Minha? Não sou eu que... Bem, ignore. Eu só acho que ela ficou bem balançada quando eu falei do que as pessoas iriam sentir se ela morresse.

            -Eu vi. – Dante sussurrou – Mas não posso forçá-la. Se eu fizer isso não vai ter mais Dante pra ninguém – Fingiu tristeza.

            - O mundo iria lamentar isso. - Trish virou os olhos - Mas não vou negar que fiquei curiosa, mas é claro, ela diz o que quiser. - suspirou - Só acho que ela não deveria ir.

            -Ainda nisso Trish? Desse jeito você me faz pensar que está com medo

            - Não como fale bobeiras Dante!Inconseqüente sempre... - Trish reclamou.

            -Trish, a Lara pode ser tão terrível quanto um demônio.

            - Quem melhor que você para saber isso.

            - E amanhã ela irá assim como eu disse – Desconversou dando um fim a conversa e qualquer outra preocupação que Trish pudesse ter em relação a Lara.

            - Tudo bem, amanhã eu passo aqui para discutirmos a invasão. Eu sei que isso não combina com você - Trish se adiantou antes que Dante a interrompesse - Mas não podemos nos arriscar, pense bem. - disse e saiu pela porta.

 

            Mais tarde, ainda no mesmo dia, Lara desceu para comer algo. A escrivaninha estava vazia e a sala estava escura. Deduziu que Dante tivesse saído. Ficou apoiada na geladeira enquanto bebia um copo de suco industrializado, o silêncio trazia diversas lembranças: de Natla, Amanda, Alister e seus pais. Não estava sendo fácil para ela esquecer tudo aquilo. De repente uma voz no escuro começou:

            - A Trish não é parecida com a minha mãe por nada – Dante disse - Um demônio chamado Mundus a criou para conseguir pegar o meu amuleto. Aquele mesmo amuleto que deu problema quando você estava aqui.  Ela veio atrás de mim por causa disso, no começo. Eu fiquei realmente surpreso quando vi a semelhança entre as duas...   E Mundus teria conseguido o meu amuleto se não fosse a Trish.  Aliás, ele teria conseguido ambos os amuletos. Ele planejou tudo, como iria agir comigo e como agiu com o... Vergil

            Lara escutou o relato de Dante atentamente, sem entender o porquê da revelação. Acendeu as luzes e encontrou Dante deitado no sofá fitando o teto.

            - Por que você está me falando isso agora?

            - Não sei, essa não foi a primeira vez que eu faço isso com você. Você me faz agir estranhamente. -Dante sentou-se no sofá - Lara, você não precisa encarar tudo sozinha - Disse a fitando.

            - Eu não... – Lara disse um pouco confusa – Do que você está falando? – Mas ela sabia do que ele estava falando. Queria ganhar tempo para se recompor.

            -Você sabe do que eu to falando Lara. Podemos ter passado por coisas diferentes, mas eu sei o que você esta sentindo

            - Olhe Dante. Eu estou tentando esquecer o que vem acontecendo comigo, é demais para mim. – Lara suspirou, talvez se ela falasse o peso que sentia iria diminuir, não custava tentar. – Eu perdi pessoas queridas. Perdi um amigo que não tinha nada a ver com o que estava se passando, perdi meus pais de uma forma terrível. Meu pai passou anos acreditando que minha mãe estivesse viva e fui eu que descobri que tudo não passava de ilusão. Posso passar o dia aqui falando da minha vida e de tudo o que passei. Mas o tempo passou e eu estou tentando me recompor. – Lara encarou o teto e continuou – Eu não sei por que estou falando isso, não é necessário. Eu prometi a mim mesma que iria enterrar esse assunto. É o que tentamos fazer, não é? Enterrar. Eventualmente nos vimos em alguma situação que precisamos desenterrar o passado.

            - Enterrar - Disse pensativo - Mas isso não quer dizer que você tem que guardar isso pro resto da sua vida, Lara.

            - É o melhor jeito pra se viver. Eu não quero acordar todos os dias pela manhã me sentindo culpada pela morte daqueles próximos a mim. E o único jeito disso acontecer é enterrar. Olhe pra você Dante, você faz a mesma coisa!

            -Faço e não nego - Voltou para o sofá - Como você disse é o melhor jeito pra se viver.

             Lara pousou seu copo em cima da geladeira.

            - Eu, melhor que ninguém, sei que o passado adora atormentar o presente. – disse sussurrando.

            Dante suspirou confirmando a frase que Lara havia dito. Antes que ela pudesse ir embora disse também em um sussurro:

            "Uma hora esse tipo de coisa terá um fim. É por isso que eu luto”

 

            O outro dia fora improdutivo. Dante havia saído cedo e voltado antes de escurecer enquanto Lara achava um modo de treinar para esquecer a conversa da noite passada. Trish apareceu após o almoço com uma planta de um prédio e cheia de idéias.

            - Vou esperar o Dante, assim eu falo de uma só vez. – Trish disse para uma Lara curiosa.

             - Há quanto tempo você está me esperando? – Dante disse assim que abriu a porta. Já estava quase escurecendo.

            - Há um tempo. Dante, nós precisamos conversar sobre a invasão, eu trouxe a planta do prédio que Ishyros mora. Só estava esperando você para começarmos.

            - Planta? Desde quando eu preciso planejar um ataque.

            - Calado! Precisamos de cautela. Isso é sério.

Dante sentou-se contrariado.

            - Vocês precisam decorar essa planta. Nosso objetivo é chegar à cobertura ainda de madrugada. Um ataque surpresa e silencioso para não atrair muitos guardas.

            - Adoro ataques silenciosos – Dante ironizou.

            Trish continuou com o seu plano, ignorando as reclamações de Dante.

            - Eu sei que deve ser complexo para o Dante esse tipo de coisa, mas é o único jeito, Há mais de uma vida em perigo.

            Depois de estudar a planta e uma foto do demônio Lara disse calmamente.

            - Isso vai ser fácil, divertido.

            - Eu não teria tanta certeza.

            - Um pouco de ação Trish. Estou me sentindo James Bond.

            - Quem? – Dante perguntou.

            - Oh, ninguém que vocês conheçam – Lara disse sorrindo com a comparação feita.

            - Vocês entenderam? – Trish continuou – Hoje de madrugada nós iremos atrás de Ishyros.

            - Eu tenho certeza que vocês já devem ter dado um jeito pro pequeno problema de altura, não? Eu não acredito que entrar pela porta da frente com vocês vai ser uma boa idéia, nós não queremos chamar atenção.

            - Claro que já sabemos como, na hora você vai ver – Dante falou calmamente.

            - Bom, eu não tenho poderes anormais para me ajudar com isso querido. Então, espero que seja uma ótima idéia, senão vou ter que entrar pela porta da frente.

             - Não se preocupe.

            – Só isso Trish? Que horas vamos?

            - Bem, podemos sair daqui às 3 da manhã.

             - Claro. – Lara saiu deixando Dante e Trish sozinhos.

 


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Notas finais do capítulo

O fato dessa fic ter censura 13 anos nos impediu de um maior aprofundamento na cena entre os dois. Apesar de termos feito até um esboço sobre. (hohohoho)^^



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