40 Dias Para Te Reconquistar escrita por jamxx


Capítulo 30
Capítulo 22 - Eu estou morto?


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu viajei muito nesse capítulo e por isso eu amei ele! Espero que surpreenda... Mas acho que não vou surpreender, afinal tenho leitores maravilhosos. Me desculpem por demorar a postar, vou tentar escrever mais rápido os próximos capítulos e tal. Eu dedico esse capítulo para a Akemi, que faz aniversário amanhã, e para meus novos leitores, Domingos e Gisele. Se acomodem e entrem nesse mundo na qual estive viajando nos últimos dias...



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Ontem foi um dia conturbado para todos próximos de Samantha e Fredward Benson. Foram horas angustiantes principalmente para a irmã de Sam, pois ela foi a primeira a chegar ao Hospital e somente quatro horas depois ela avisou aos amigos da acidentada sobre a situação complicada. Informaram-lhe muito pouco, mas ela teve o conhecimento que a sua irmã estava bem e já seria passada para um quarto. As notícias sobre o cunhado foram outras, pertubadoras e preocupantes. Ele recebeu apenas uma facada próximo ao coração e por meio de um milagre não chegou a comprometer nenhum órgão. Milagre por que por centímetros não perfurou o coração. Porém o acidente foi mais forte para o homem. Ele se encontra na U.T.I e os motivos do porquê não foram exatamente esclarecidos.

Nesta manhã, acabada e consumida por ódio, uma loira dirigiu decidida para a casa de quem sabia que tinha feito tamanha façanha. A cabeça de Melanie doía muito e ao chegar em frente a porta da residência de seu atual inimigo, respirou fundo, pegou um canivete e de maneira habilidosa abriu a porta. O cheiro de café a atingiu e ela entrou no apartamento, sem dizer nada conferiu os três cômodos do lugar. Ninguém. A mulher tirou de sua bolsa um par de luvas e devagar começou a procurar por algo.

– Eu vou te pegar... - Ela sussurrou pegando dentro de uma gaveta uma faca de dois gumes ainda ensanguentada. A mulher sorriu ao vendo a faca que lhe trouxe recordações de Frank.

Sem muita pressa, procurou um pedaço de pano e envolveu a faca com o pano branco. Ela colocou delicadamente dentro da sua bolsa e continuou a procurar por algo. Melanie observou e desvirou cada canto da pequena casa, só então achou o que queria. Um grande sorriso nasceu em seus lábios e ela pegou já abrindo uma caixa com muito excitação. Dentro da caixa está tudo o que Charlie tinha contra ela, o HD e CD's ela colocou dentro da bolsa.

Com o sorriso ainda nos lábios, ela saiu do apartamento e foi direto para seu carro. A loira abriu o porta-malas e tirou uma caixa média de papelão, na qual continha seis garrafas plásticas de gasolina. A caixa não chamou atenção de ninguém que passava na rua, portanto não desconfiavam o que a loira faria.

Entrou na casa, tirou a primeira garrafa de dois litros e meio. Jogou o conteúdo no quarto do Charlie e fez a mesma coisa com as outras cinco garrafas, só que jogando em toda parte da pequena residência do homem. Em nenhum momento o sorriso saiu dos lábios dela. A mulher pegou um isqueiro rosa com brilhantes...

– Primeiro sua casa e as provas que tem contra mim, depois sua vida. - Ela falou inaudível.

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– Eu vou cuido dela. - Jade se pronunciou e Lohany concordou, fazendo bico.

Elas estavam no quarto de Samantha, que a pouco teve alta. Jade e Lohany a convenceram de que ela precisava descansar antes de ficar plantada esperando notícias sobre o Fred no hospital. Lohany observou a amiga deitada na cama, com o braço engessado e com pálpebras pesadas, desejou cuidar dela.

Samantha estava em um estado considerável, para quem teve um acidente de carro e ainda quase recebeu uma facada no coração. Ela foi a que menos sofreu com o acidente: teve hemorragia externa, da menos grave, ou seja, hemorragia capilar no antebraço esquerdo; o braço direito quebrado e contusões pequenas nas pernas, braços e rosto.

– O que aconteceu com ele? - Sam perguntou com voz chorosa.

– Porque não falamos disso depois? - Lohany sugeriu com um sorriso pequeno nos lábios.

– Não. - Sam falou firme e algumas lágrimas brotaram de seus olhos. - Eu quero saber porque ele está na U.T.I... É grave? Meu Fred vai morrer?

As duas mulheres que estavam na sala, suspiraram e fixaram os olhos na loira.

– Se acalma. - Lohany pediu.

Como ela poderia se acalmar com o marido em uma U.T.I? Isso era pedir demais. Talvez pedir o impossível, pois Sam somente concordou em descansar em casa porque deseja estar bem para cuidar do marido. Ou pelo menos ficar perto dele. Mesmo que fosse somente por estar na sala de espera do hospital.

Jade se sentou na beira da cama e pegou na mão da loira. Olhando-a decidiu ser breve...

– Fred está dormindo profundamente... - Jade falou baixo e a amiga, que permanecia em pé, bufou por causa do eufemismo utilizado.

– Ele está em coma, Sam. - Lohany foi direta e a loira deitada na cama respirou fundo, tentando segurar o desespero que começou a nascer nela.

– O que causou o coma? - Sam perguntou tentando ser firme, mas sua voz falhou.

– Hemorragia interna na cavidade craniana, seu nariz e seus ouvidos estavam sangrando quando a ambulância chegou no local do acidente... Meio que denunciando a hemorragia... - Lohany disse como uma médica. - A esperança é que ele possa acordar a qualquer momento.

– Então ele está ligado a máquinas? - Sam perguntou em um fio de voz, fechou os olhos e respirou fundo.

– Sim. - Jade sussurrou e olhou com pena para a loira. Jade certamente não aguentaria a dor de ver o Gibby nessa situação... Por fim, ela compreendeu o motivo alojado nas lágrimas de Sam.

Depois dessa conversa esclarecedora, a única loira do quarto tomou um remédio para dormir e desejou que esse remédio a fizesse acordar de tal pesadelo. Mas os seus sonhos viraram pesadelos. Sam não podia ver, mas enquanto dormia algumas lágrimas insistiram em escorrer pelo seu rosto. No profundo da sua mente ela se via lidando com a morte do marido, de uma forma nada boa, ou seja, tentando se matar. Ela se viu sofrendo e morrendo aos poucos ao lado do corpo de quem mais ama na vida. No seu universo, ela se viu desmoronar e perder tudo junto com a morte do seu amado marido. Mas o que quis, pelo menos no seu pesadelo, era ter uma faca atravessando seu coração... No ambiente que se viu morta, também podia ouvir risadas sádicas e algo indescritível a levar para um abismo de fogo. Ela pode sentir o calor. Em meio a uma mistura de sentimentos de seu pesadelo, ela gritou e sentiu mãos a segurando suavemente. Seus olhos fitaram os de sua amiga, Jade. Ela a abraçou e chorou como não houvesse um amanhã. Apesar que era tudo que ela queria... Extravasar a dor que sentia... Não uma dor física... Uma dor antecipada de perda. Somente em pensar, seu chão caia e tudo que ela tinha, em segundos, na sua mente, virava um completo nada.

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Melanie saiu do quarto de casal com o celular na orelha, a loira não percebeu os homens que estavam na sala conversando, pois considerava aquilo normal demais, e entrou no quarto da filha, pelo menos Sansa era uma filha para ela.

– Jade, se acalme. Estou indo... - Ela falou enquanto vislumbrou uma pequena menina se vestindo. Com a pausa de suas palavras para ouvir o que Jade falava, viu a pequena menina lhe mandar um beijo e fingiu pegar o beijo no ar. Melanie levou a mão direito no coração.

– Bom dia, mamãe. - A voz mansa de Sansa se manifestou e a pequena pegou sua mochila escolar.

– Bom dia, querida. - Melanie respondeu e ouviu Jade resmungar algo no celular. - É claro que estou falando com minha filha... Argh... Admiro você cuidar tão bem da sua filha. - Ela falou com um aperto normal no coração. Pausou mais uma vez.

– Eu tenho certeza que o médico vai deixar a minha irmã vê-lo. - Melanie garantiu um tanto orgulhosa. - Então até daqui uma hora...

Ela encerrou a ligação e suspirou. Admirava muito Jade e Gibby terem uma filha tão linda... Realmente parecia com eles. Ela conclui que sim, Gabrielly é filha legitima deles e isso ninguém iria provar o contrário. Não iriam, ela pensou.

– Quando vou ver o tio Joffrey, mãe? - Sansa perguntou com a mochila rosa nas costas.

– Antônio não está aqui, então não precisa me chamar de mãe... - Melanie sorriu para a menina que se contrariou. Desviou do assunto da menina.

– Você é minha mãe agora. Jurou não me abandonar, você podia ter me deixado, mas não deixou... - A menina de cabelos dourados abraçou a loira com carinho.

– Então, vamos tomar café e ir para a escola. Minha filha.

Com um singelo sorriso, Melanie passou pela sala e foi até a cozinha. Ela reparou os homens que estavam com seu marido. Ou melhor, deu ênfase em um dos rostos... Um rosto com grandes cicatrizes. Charlie. Melanie preparou o café de Sansa e pegou de sua bolsa uma arma. Não se preocupou em esconder da pequena menina, pois sabia que ela não se surpreenderia. O que realmente aconteceu... Sansa fitou a arma e sorriu naturalmente para a mãe.

– Você vai matar quem? - Perguntou a menina com calma.

– Charlie. Que tal atirar uma vez a mais nele? - Melanie perguntou e a garota concordou.

– Me diz para nunca fazer essas coisas... Mas não as esconde de mim... - A menina falou baixo e bebeu um pouco do leite, do qual lhe deixou um bigode branco adorável.

– Prefere que eu minta? Igual seu pai?

– Não. - A menina concordou com ela mesma. - Vou fingir que não estou ouvindo nada e nem sei de nada...

– Boa garota. - Melanie sorriu e beijou o alto da cabeça dela.

Melanie andou graciosamente para a sala e não escondeu a arma, esta estava em sua mão direita. Passou entre as poltronas e os dois homens que estavam sentados se levantaram fitando o chefe. Ela apontou a arma para o rosto de Charlie, com um simples sorriso. Diga-se um sorriso forçado.

– Melanie... - Antônio advertiu ela.

– Eu te contei o que esse homem planejou e fez com minha irmã... - Ela começou a falar, fitando o marido com rancor e mesmo assim apontando a arma para o homem que tanto pertubara a vida dela. - Como você pode deixá-lo entrar na nossa casa e sentar-se no nosso sofá com vida?

– Não foi você naquele aciden...

– Me machuca ver minha irmã mal! - Melanie exclamou com raiva, interrmpendo-o.

– Mas não foi você e o nosso amigo, Charlie, pediu perdão e se redimiu para mim. É o suficiente e também é garantia que não vai fazer mais nada contra você. - Assegurou ele e se levantou para acalmar a esposa.

Antônio passou de leve sua mão sobre o braço da mulher e a olhou com segurança. Ele estava mais amável e mais confiante, pois Melanie tem se demonstrado sincera, digna e fiel. Ela provou isso a ele e por isso o homem de olhos azuis claros tem voltado a ser o que era antes.

– Não encosta em mim. - Melanie falou baixo e firme, colocando em seguida o dedo no gatilho.

– Você não vai atirar nele. Eu te proibo. - Antônio resmungou mais forte e a loira dá a arma para um dos homens que estavam sentados nas poltronas.

Com rapidez a mulher levantou Charlie pelo colarinho, este faz cara de coitado. Ela socou ele quatro vezes, no rosto. Foi suficiente para ver sangue sujar sua blusa. Antônio se divertiu com a cena, mas tentou parar a mulher. O resultado não poderia ser outro... Melanie socou o próprio marido.

– Eu quero ver você me proibir de abrir um processo de divórcio. - Ela berrou e todos da sala ficaram quietos.

– Como se atreve? - Antônio levantou a mão para ela e antes que o tapa pode-se alcançar seu rosto ela segurou com força a mão do homem. O mesmo se surpreendeu.

– Eu sou sua mulher. Não sou seu cachorro ou um dos seus malditos empregados. Aprenda isso, Antônio... Porque eu realmente não tenho mais medo de morrer. - Melanie vociferou. A raiva explodiu de seu peito.

Antônio abaixou a mão e a mulher arrumou seu top croppet acinzentado. Respirou fundo, manteve a pose firme e tomou sua arma de volta. Encarou o marido e permitiu que duas lágrimas caíssem de seus olhos.

– Proteja ele e me perca. Eu te amo e por isso não vou suportar esse tipo de coisa. - Foi a única coisa dita naquela sala.

Melanie lavou as mãos, pegou a bolsa e segurou a pequena mão de Sansa. As duas saíram da casa sem falar nada e o mesmo foi válido para os homens que permaneceram na sala com o choque na reação da loira. Melanie deixou a filha na escola e foi direto para a casa da irmã, com grande dor no coração.

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– Como você sabe que me deixaram vê-lo? - Sam perguntou impaciente. Ela se sentia bem melhor, depois de uma longa noite de descanso e uma longa tarde com a irmã a acalmando. Foi bom para ela ter Melanie por perto, simplesmente a fez bem, mas, apesar disso ela ainda sentia algumas dores no corpo que foram amenizadas com medicamentos. Porém, ela estava feliz por finalmente chegar ao hospital.

Como todo e qualquer hospital, o lugar era amplo, confortável e branco. Branco demais, pensou ela. Sam subitamente se lembrou das paredes brancas do escritório do marido, a lembrança a atingiu e sentiu vontade de chorar novamente. Lembranças era um mar de capítulos passados de sua vida, que sem autorização, atinge seus pensamentos.

– Eu conheço o Dr. Alex. - Melanie começou a falar. No mesmo instante Jade entrou na sala de espera do Hospital com Sansa. - Ele é irmão do Dr. Eric um amigo meu.

– Dr. Eric? Eric Fanning? - Jade ficou ao lado de Sam, se intrometendo na conversa e sorrindo para Melanie.

– Sim. - Respondeu Melanie sabendo o que viria logo depois de sua afirmação.

– A Gabrielly nasceu na Itália e o Dr. Eric que fez o parto. - Jade relembrou Samantha e pensou estar contando esse fato para Melanie.

– Maternidade Bonella&Bambini? - Melanie perguntou mesmo sabendo a resposta.

– Sim. - Jade sorriu e pareceu ilumidada.

– Mãe, vamos? - Sansa interrompeu e olhou para Melanie com um pedido suplicante.

– Claro. - Melanie se dirigiu a filha e depois olhou para Jade com carinho. - Obrigada por cuidar da minha menina... e ter buscado ela na escola.

– Não foi nada. Gabrielly gosta muita dela. - Concluiu Jade.

Melanie se despediu da irmã e saiu com a garotinha de madeixas loiras. Entrou no carro e retirou de seus lábios o sorriso forçado, a mulher estava com medo de Antônio. Mas maior que seu medo era a dor que sentia pelas atitudes dele. Melanie está farta. Apenas. Pelo menos a irmã estaria na companhia de Jade até a mãe de Fred chegar ao hospital. Pobre Sra. Benson, que foi a última a ser avisada e considerando que já estava nas manchetes de jornais esse terrível acidente.

– Samantha Benson? - Perguntou um homem com cabelos grisalhos e olhos cor de mel.

– Sou eu. - A loira se levantou em imediato e viu o Dr. Alex.

– Ainda quer vê-lo? Melanie me pediu com restrição para permitir que você o veja. - Ele mencionou com educação e clareza.

É evidentemente claro que Samantha concordou em vê-lo. Depois de se preparar para entrar no quarto da U.T.I na qual seu marido estava. Seu coração se desmanchou e seria possível ela sentir os enormes cortes nele. Ela entrou no lugar pequeno de paredes brancas e logo de cara viu seu marido estirado em uma cama. Lágrimas teimaram em cair ao vê-lo naquele estado.

Fred estava com muitas marcas roxas, abatido e ligado a aparelhos. Ela chegou mais perto e observou o rosto dele, que tinha pequenos cortes cicatrizando e um corte que ganhou dois pontos, este na testa. Ele não tinha boa aparência e realmente parecia em um profundo sono.

Sam delicadamente passou a mão esquerda sobre os cabelos castanho e sorriu. De qualquer forma ele estava ali, podia estar dormindo profundamente, mas estava ali. Nos olhos da loira começaram a liberar mais lágrimas e uma dor enorme a atingiu. Por tudo, ela queria estar naquela situação ao invés dele.

O mar de seus olhos azuis, pareciam se esvaziar em meio as lágrimas.

– Eu estou aqui... - Ela sussurrou aproximando seu rosto do dele e beijando a testa dele. - Não me deixa... Eu só te imploro isso... Eu preciso de você...

Foi tudo que conseguiu falar. Tentou limpar as lágrimas com as mãos e pegou uma cadeira para se sentar perto do marido. O médico lhe garantiu que ela estava autorizada a ficar com ele até quando a mesma desejasse. Sam não entendeu o porquê e nem imaginava os pauzinhos que sua irmã mexeu para isso acontecer.

Na casa de Melanie o clima estava tenso. Acabaram por brigar sobre a criação de Sansa e a loira estava com palavras entaladas na garganta. Ela sentia a sensação de ficar sufocada pelo o que um dia não teve coragem de dizer. Era triste e angustiante para a mesma.

Ela estava abraçando suas pernas, sentada e chorando amargamente pela vida que levava. Chega, pensou ela, com desejo súbito de ser feliz. A mesma não suportava mais tanta dor dentro de si e pode perceber que precisava explodir. A necessidade de ter a felicidade em sua vida novamente era grande e a loira queria isso mais que tudo. Ela desejava ser feliz com Antônio. Isso não era pecado, certo? Pois estão casados e tem uma menina fantástica para criar.

Porém o que desmoronara a mulher foi o fato dele proteger Charlie. Como poderia? Ou melhor, como pode fazer isso na frente de dois de seus empregados? Isso certamente indicava o que ela mais temia... Antônio estava deixando de amá-la. A loira procurou em sua mente em que errou... Sim, Melanie tem sentimentos pelo cruel homem. Ela poderia ter matado ele... Mas, não pode.

Antônio mudou depois que ela o conquistou. Mudou tanto e ela poderia dizer que até teve um fio de felicidade com ele. Mas não era esse mar de rosas, afinal, ele tinha e tem que ter uma posição dura diante dos homens que trabalham para ele.

A porta foi aberta de forma bruta e a loira respirou fundo. Talvez o antigo Antônio que abriu a porta e bateria nela... Mesmo assim, desejou que fosse o Antônio da qual ela cultivava sentimentos. O homem amoroso e atencioso que demonstrava ser entre as quatro paredes do quarto do casal. Ela desejou tanto isso... Mas mesmo assim não olhou para a porta e enterrou o rosto nas suas pernas, abraçando-as com mais força.

Realmente foi o Antônio que abriu a porta e ele tinha em mente corrijir a mulher por ser tão imprudente no decorrer do dia. Mas aquela máscara de homem bruto caiu ao vê-la tão quebrada, soluçando entre o choro profundo, abraçando as pernas com força e com os cabelos bagunçados. Ela estava sentada em cima da cama e no lado direito, o lado em que ele dorme. O homem se desarmou ao ver a mulher daquela forma...

– Melanie... - Sussurrou chamando-a e a mesma não o olhou. Ela não queria olhar para ele e ver desprezo.

Porém o homem não desistiu de chamar a atenção da mesma. Sentou-se ao seu lado e fez com que ela a olhasse. Melanie estava em cacos e mesmo com o rosto inundado fez questão de o olhar fria.

– Me desculpe. Sansa podera fazer ballet e começar a jogar volei... Quanto aos empregados... Não se preocupe, eles não pisaram o pé em casa. - Antônio concordou em um segundo com os pedidos que no início da noite foram negados bruscamente.

– Você me ama? - Melanie perguntou olhando nos olhos do marido.

– Sim. Eu te amo. - Ele falou automaticamente e sem perder tempo.

– Então me prova... - Ela disse com um pequeno sorriso.

– Agora? Então tá... - Antônio disse sério e alcançou os lábios da loira. Ele a beijou com um amor que só podia demonstrar nesses pequenos e doces momentos. Ele passou as mãos ásperas, nas costas de pele suave e cheia de cicatrizes de Melanie, por baixo da blusa dela. Mas, logo ela afastou seus lábios com um sorriso.

– Não é isso. - Ela sussurrou e ele se acomodou encarando os olhos da loira, que era tão semelhante quanto o dela.

– Então o que quer?

– Sua conta bancária já é obesa e sei que podemos viver bem com o que tem. - Ela começou a dizer passando as mãos pelo o rosto dele. - Abandone essa vida, meu amor, vamos pegar Sansa e morar em um lugar tranquilo. Você pode abrir um centro de treinamento para ensinar boxe e eu posso te ajudar. Vamos sair daqui... Por favor... Vamos ser felizes? Sim?

Antônio levou um balde de água fria com essas palavras. Ela estaria falando sério?

– E a Anita? - Ele perguntou resistente ao pedido dela e a loira o olhou esperando uma grande decepção.

– Eu posso te dar uma filha. - Sussurrou. - Eu quero se você permanecer esse homem grandioso que eu tive a chance de conhecer... O homem fora da violência e tristeza.

– Mas eu quero estar perto da minha filha... - Melanie decidiu se levantar e começar a fazer as malas. - Podemos morar em uma cidade perto e vim nos finais de semana... - Ela começou a planejar e tirou de um armário uma mala grande. O homem sorriu ao vê-la determinada. Mas ele não acha capaz disso.

– Você não aceita que eu seja o vilão. - Ele resmugou.

– Você não é. - Ela disse. - Por favor? Me diga sim...

Melanie persistiria até o amanhecer do dia se fosse necessário. Todos podiam olhar para seu marido e ver um homem cruel, mas nunca consiguiriam com um olhar ver que de baixo da crueldade existe um príncipe. Ela enxergou isso e percebeu em que a sua amiga falecida, Shae, errou. Apesar que foi Charlie quem fez a cabeça de Antônio. Por isso seu marido a matou. Porque o verdadeiro vilão estava ao pé de seu ouvido, influenciando-o a fazer tudo o que ele quisesse e no caso, Charlie tinha um porquê plausível para querer matar Shae. Afinal, foi ela quem lhe deu as grandes cicatrizes no rosto.

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Uma hora da manhã. Sam percebeu ao ver no relógio de pulso, ela perdeu a noção do tempo ao lado de Fred. Pois, depois da crise de choro começou a contar ao marido o que aconteceu sem ele por perto. Parecia loucura. Mas falar com ele parecia certo para ela. Afinal, a mesma se convenceu que ele ainda estava ali. Só que dormia...

– Licença. - Um enfermeira entrou no quarto com algo nas mãos. Sam se virou para olhar a mulher e sorriu fingida. Quer dizer que Mishelle era enfermeira?

– Oi Samantha. - A ruiva disse a observando. - Ele está bem? Você está bem?

– Você está perguntando isso mesmo? - Sam perguntou incrédula. Era lógico que ele não estava bem e ela também não estava.

– Desculpe. - A ruiva disse com simpátia e aplicou em Fred algum medicamento. Sam olhou somente para o marido.

– A Sra. Benson estará aqui em cinco minutos. - Mishelle avisou. Mas teve como resposta o silêncio da loira.

Segundos depois, ela estava sozinha com Fred. A loira respirou fundo e o observou novamente, com o coração ainda apertado com o medo de perdê-lo. Ela começou cantarolar baixinho a música deles, You and I - Scorpions. A porta foi aberta novamente mais era a Sra. Benson.

– Oh Meu Deus... Meu Freddinho... - Ela exclamou em meio a lágrimas e olhou para o filho com um aperto maior no coração. Mas invés de tocá-lo ou beijá-lo ou chorar ao pé do leito dele, ela fez questão de abraçar Samantha. Sra. Benson enterrou seu rosto nos cabelos dourados da jovem mulher.

Ficaram por cerca de vinte minutos abraçadas.

– Meu Fred é forte. - Sra. Benson comentou. - Ele foi atropelado por um caminhão aos seis anos e entrou em coma, mas saiu do coma rapidamente. Também teve a vez que ele livrou a Carly...

A mulher foi subitamente interrompida quando percebeu a expressão do rosto de Samantha. Ela olhava diretamente para Fred e parecia feliz, emocionada e aliviada. Marissa olhou para o filho e sua boca abriu para balbiciar algo, porém a loira reagiu mais rapidamente...

– Fred? - Perguntou ao ver que o marido abriu os olhos e piscava fortemente.

– Fred? Querido? Freddinho? - Marissa falou em seguida com um sorriso enorme nos lábios.

– Porque o ouvido dele... - Samantha começou a falar, mas parou de imediato.

Ela não terminou a frase e correu até o corredor. Ela sabia que aquilo não estava certo. Claro que não estava certo. O ouvido de Fred estava sangrando. Ela alcançou o primeiro médico no corredor e em meio o desesperou o explicou.

Quatro horas da manhã ela e a Sra. Benson estavam as prontos não acreditando no que escutou do médico. O Dr. Alex parecia cansado, sua testa estava molhada e ele tinha um olhar pesado. Ele odiava dar a notícia que alguém morreu... Mas foi preciso. Essa era sua função, na vitória de seus pacientes e na morte deles também.

Em um outro local do hospital, especificamente no necrotério, estava um homem observando um corpo estirado. Ele olhou o relógio que marcava quatro e meia, nessa hora o susto já teria sido concretizado. O homem sorriu, mas sentia muito frio por causa da sala que era extremamente fria. Ele olhou para Fredward e sorriu.

– Valeu pelo conselho, amigo. - Charlie disse normalmente e sabendo que a troca da medicação foi boa. Apesar que o Dr. Alex iria ser processado por dizer que um paciente está morto, sendo que ele vive ainda. O homem com cicatrizes no rosto checou com cuidado a pulsação dele pelo o pulso.

– Lenta... Agora que você está morrendo... - Ele disse calmamente. - Mas eu já dei um jeito de alguém te encontrar com vida... Então faça favor e acorde.

O homem saiu do necrotério e cerca de uma hora depois uma enfermeira entrou no necrotério. Fred estava consciente mais sentia muita dor e quando viu a ruiva, a reconheceu e esta mesmo se assustou quando ele a olhou. Ele não entendeu, pois não sabia onde estava. Só se perguntava se tinha morrido, pois sentia um grande frio.

– Mishelle? Eu estou morto? - Fred perguntou fraco e logo em seguida fechou os olhos. Talvez ele estivesse mesmo morto. A ruiva deu um passo para trás e correu para chamar o médico.

Nesse mesmo instante o Dr. Alex estava guardando uma maleta com dinheiro e Charlie se despediu dele com satisfação do trabalho bem feito.

O que Samantha, nem o Fred e muito menos ninguém saberia era que por trás disso tudo estava ele... O homem de cicatrizes grandes no rosto, no coração e na alma.



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Notas finais do capítulo

Como é que está o coração? hihi Bom, como foi descrito o Charlie pagou o médico... Que cruel, né?! Mas, gostaram? Ou eu viajei demais? Eu amo viagens assim e fim. hahahahahaha Bom, espero que tenham gostado... Vocês viram o capítulo todo erradinho né?! Digo, na gramática. Porque a Yo Mismo não betou a meu pedido. Foi bobo pedir isso... Mas oks. xoxo da Jaqs e até a próxima :*