A mansão estava silenciosa, como sempre. Já era tarde e Fred deveria estar no escritório de Brad, que se é o promotor muito bem conceituado. Mas como seu avô aconcelhou deveria fazer uma lista mental do porque lutar pela Sam. Tinha que ter certeza do que iria fazer a partir de agora. Escutou a Porta se abrir, e se surpreendeu, não sabia que Sam voltava a essa hora. Assistiu ela tirar os sapatos e jogá-los em um canto qualquer da sala. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, ele sorriu pois sempre gostou dela assim despojada. Sam encontrou seu olhar, e disfarçou o aperto no seu peito, colocando um ar de indiferença.

 - O que faz aqui?

- Eu moro aqui. - Fred respondeu, sorrindo de lado.

 - Pensou sobre o divórcio? - Sam de sentou no sofá a frente do seu marido e ignorando a resposta mal criada. - Fred, estou cansada. Você poderia facilitar.

 - Não te darei o divórcio. 

- Se é por perder a mansão, a casa no lago, ou qualquer outro bem... Aliás essa mansão está um lixo, decoração de mil anos atrás. Arrume uma mulher para decorar, claro, uma que seja realmente sua. E Você pode ficar sossegado. Não quero nada seu. 

- VOCÊ NÃO PODE ESTÁ FALANDO SÉRIO. - Fred se levantou indignado, para a surpresa de sua esposa.

- Eu não te proporciono mais nada. Aceita o divórcio. Porque eu aposto que você também não é fiel, e se ficarmos nisso... - Ela foi interrompida por Fred.

- Você é a única adultera aqui. - As palavras cortaram a Samantha, por mais que negasse em voz alta que não acreditava na fidelidade do marido, em sua mente e em seu coração ela sabia. Ele só se fechou a ela e a qualquer coisa para proporcionar uma condição de vida excelente a ela... Podre Benson, que não sabe o quanto ela foi feliz dormindo em um colchão no chão, porém, ao lado dele.

- Samantha, não  é tarde... - Ele suavemente disse, se sentando próximo dela. Observou os olhos de um oceano misterioso, pensou tristemente o quanto ele podia saber o que se passava sobre um olhar dela e do quanto perdeu desse dom. Ele não fazia ideia nenhuma do que aquele olhar intenso significava. Pegou a delicada mão, que possuía a tatuagem escrito " benson " aonde ficava a aliança de casamento. Abaixou o olhar, deixando transparecer que havia percebido. Ele nunca a verá sem aliança, nunca.

- Retirei a aliança. Mas nunca vou tirar " Benson " do meu dedo. - Tentou explicar, com um minímo de doçura que ainda sobrava para ele.

Fred levou sua mão direita no rosto da linda esposa, deslizou seus dedos  em sua bochecha. Por um minuto, só por um minuto, Sam se esqueceu de tudo. Mais um minuto foi pouco, muito pouco. Ela levantou em um pulo, como um despertar da sua consciência. 

- Jonny não gosta de me ver com aliança. - Ela disse com firmeza.

Andando até onde seus sapatos estavam jogados e subiu para o segundo andar da mansão. A verdade? Mesmo não demonstrando, estava magoada, e queria esfregar no rosto do Fred o quão ela era de outro. O remorso era um nada diante do prazer que ela sentia ao assistir ele sofrer. Fred não precisava de mais nada na sua lista do que o fato de ainda amar sua mulher. O motivo é único, ele acordou pra vida e presenciou um amor escapar das suas mãos... Seu amor é ela. Não um sentimento, mas uma pessoa com carater forte, digna, batalhadora, incrivelmente linda, misteriosa, simples, dominadora de si... Um amor que nunca encontrará em lugar nenhum do mundo. Porque? Não existe outra Samantha no mundo. Ele deu uma risada ao se lembrar que ela mesma falava que o amor pra ela era ele, não era um sentimento que muitos compartilham, era simplesmente um nerd que fazia parte dela. Se um grupo de homens o visse agora, o chamariam de fraco ou frangote. Mas as lágrimas que corriam no seu rosto foram as primeiras que ele permitiu... Ele a faria lembrar, que ele era o amor dela. Pois, ele sabia que era. Ele tinha que ser ainda. Subiu para o seu quarto, e procurou o caderno que seu avô o deu. Folheou as páginas, suspirou e já sabia o que fazer. Pensou em Sam, e logo sabia quem poderia ajudá-lo. Pegando o celular e digitando o número, já fazia idéia do que diria. Levou o celular a orelha.

 - Preciso da sua ajuda. - Fortaleceu sua voz. Estava decidido o seu primeiro passo de mudança.

 - Bom, acho que a Sam gostaria de uma repaginada no seu lar. - Escutou atento a resposta.

- Quem melhor que Carly Shay, design de interiores e melhor amiga de sua esposa para fazer o serviço?