Catastrophe escrita por sakurako


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

OLAAA
esse capítulo é meio que um "de volta para o passado de alice"
e tá uma bosta ;/
mas eu achei que deveria esclarecer umas coisas, hahaha
p.s: é sério gente, tá uma bosta ;c



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216605/chapter/25

Flashback on

2007, Abril. Garagem da casa de Ted.

Alice de treze anos e Scott de dezesseis.

Era uma situação constrangedora. Pelo menos para mim, já que eu era a garotinha que tinha uma queda pelo amigo do irmão mais velho. O amigo do irmão mais velho com quem eu estava sozinha naquela garagem iluminada por pisca-piscas enquanto meu irmão e o outro amigo dele procuravam por pudim e biscoitos dentro de casa.

– Então, como vai a escola? - Ele sorriu, sempre tão simpático. - A mesma merda de sempre. - Ele riu. - Garotas da sua idade não deviam usar rosa e evitar ao máximo falar merda? - Dei de ombros, tentando manter a aparência de entediada.

– Você é mesmo uma miniatura do Ty! - Balançou a cabeça em sinal de reprovação, ainda sorrindo. - Mas é mais bonita.

– Você me acha bonita?! - Perguntei, impulsiva. Scott olhou para mim e, com o mesmo sorriso doce que nunca saia de seu rosto, disse:

– Acho. Você não?

– Deveria? - Murmurei, encarando meus pés. - Deveria. Olha, eu me acho bonitão… - Eu ri. - Ei, isso é um sorriso? Você está mesmo sorrindo? Posso tirar uma foto?

– Trouxa! - Mostrei a língua. Ficamos em silêncio por alguns segundos, esperando os outros dois voltarem com a comida. De repente, Scott quebrou o silêncio e perguntou:

– Se eu fizer uma coisa, você vai me chamar de pedofilo? - Nem tive tempo de responder e Scott já estava na minha frente, a menos de dois centímetros de distância, pronto para ser o cara a me dar o primeiro beijo da vida inteira.

– Mas o que diabos…? - Ty e Ted tinham escolhido a pior hora para chegar.

Depois daquele dia, Ty ficou um tempo sem falar com Scott por ele ter me beijado e eu fiquei um tempo sem vê-lo. Quando nós voltamos a nos ver, eramos amigos e era como se aquilo não tivesse acontecido.

---------- // --------------------- // 

2007, Agosto. Casa de Tyler e Alice.

– Ele não é fofo? - Eu apontava pela milésima vez para a foto de Dougie na revista que acabara de chegar na Inglaterra.

– O nome dele é Dougie, ele gosta de Blink! - Dizia, com um sorriso bobo, vendo Scott revirar os olhos.

– Qual é o seu problema? Achei que fosse mais madura que essas garotinhas da sua idade que se apaixonam por qualquer cara bonitinho que saia em uma revista de moda. Semana que vem vai ser o que? Outra boy band?

– Qual é o seu problema?!

– Eu achei que podia te fazer sorrir mais que esse cara. - Olhei para ele, ainda meio chocada. Scott estava corando.

Do nada, ele se levantou do chão da sala, onde estava sentado comigo, ajeitou o casaco e disse:

– Isso é ridículo! Você tem treze anos! Olha, diz pro seu irmão que eu volto outro dia. E diz pra ele não me deixar sozinho com você e esses seus grandes olhos verdes. – Disse a última parte mais baixo, numa tentativa falha de que eu não ouvisse. - O assisti sair de casa, ainda digerindo as informações.

– Onde o Scott foi? - Tyler apareceu na sala, com a pipoca e o refrigerante. Acho que eles iam assistir algum filme.

– E-embora. Ele disse que volta outro dia e… - Parei na metade da frase.

– E?

– Não é nada. - Sorri, voltando a encarar minha revista, mas ainda pensando no que diabos aquele garoto tinha na cabeça.


---------- // --------------------- // 


2008, Outubro. Jardim casa de Alice e Tyler.

Alice de catorze anos e Scott de dezessete.

– Acho que eu gosto de você. - Ele sorriu. - Por isso você me tirou lá de dentro, onde estava quentinho, pra me botar nesse frio? - Ele riu de leve.

– Deixa eu terminar! - Suspirei, apertando o casaco contra o corpo. - Eu gosto de você faz um tempo, você deve ter percebido, eu não sou bom escondendo coisas. - Coçou a nuca. - Enfim, eu sempre achei meio absurdo porque você é meio que nova demais pra mim, mas eu gosto de você e olha só, eu estou nervoso, nada faz sentido! Eu me sinto meio pedofilo e… Você está me odiando? Você tem medo de mim? Você…

– Scott, cala boca! - O interrompi, rindo. - Eu também acho que seja um pouco nova pra você, mas quer saber? Eu gosto de você. Foda-se.

---------- // --------------------- // 


2009, Maio.

Alice de quinze anos, Scott de dezoito.

Eu não conseguia me olhar no espelho. Não depois da quantidade de comida que havia ingerido em um só jantar; algo dentro de mim continuava gritando que eu era gorda, feia e nunca seria boa o suficiente. Eu fechava os olhos, contava até dez e, mesmo assim, não conseguia controlar aquela ansiedade que dominava meu corpo e o direcionava para o caos.

E então o fiz. Levantei da cama e corri para o banheiro, apenas encostando a porta, sem nem ter certeza de que a porta do quarto estava trancada. E não estava.

Eu fui incapaz de ouvir o som de passos se aproximando por estar ocupada com o som de vômito, induzido por mim mesma em busca da perfeição.

– Você está passando mal? - A doce voz daquele que eu chamava de namorado perguntou, enquanto ele se agachava ao meu lado e segurava meu cabelo para trás, carinhosamente. - Você quer ir ao médico?

Eu não preciso ir ao médico, - Respirei fundo, depois de ter colocado tudo para fora. - foi só um mal estar.


---------- // --------------------- // 


2009, Setembro. Sala de estar da casa de Alice e Ty

Estamos de volta com o StarzOnTheWall, com o McFLY! - A loira que apresentava o programa anunciou, me fazendo sorrir. Os meninos entraram, já fazendo gracinha, e deram início a entrevista.

Scott e Ty estavam sentados perto de mim, cade um de um lado, e Ted estava em uma poltrona. Nenhum deles interessado no McFly.

– O que é isso? - Ty perguntou, depois de ter levantado a manga do meu casaco, alegando estar um calor insuportável. - Serj. - Botei a culpa das cicatrizes no gato. Odiava fazer isso com o meu neném, mas não podia dizer quem realmente tinha feito aquele pequeno estrago no meu braço esquerdo.

– O que você fez para ele?

– Cala boca, Tyler! Eu não consigo ouvir a TV! - Mudei de assunto, sorrindo com alguma besteira que o Danny tinha falado. McFly conseguia me fazer sorrir como uma idiota.

Só o McFly.


---------- // --------------------- // 


2009, Dezembro. Casa de Scott.

Alice de dezesseis anos, Scott de dezenove.

– É, acho que não está dando certo. - Encarei o chão. É lógico que não estava dando certo, qualquer uma era melhor que eu. E eu não conseguia me convencer de que Scott não tinha percebido isso. Era óbvio!

– … Amigos? - ele perguntou.

– Amigos. - Forcei um sorriso, o abraçando de lado.


---------- // --------------------- // 


2010, Fevereiro. Quarto de Alice.

Arranquei todos os posters da minha parede. Todas aquelas frases motivacionais babacas e todos aqueles sonhos impossíveis.

Nada mais fazia sentido. Eu não queria levantar da cama, não queria comer, não queria viver. Não tinha mais vontade de correr atrás dos meus sonhos, porque eles pareciam muito distantes e impossíveis, e eu parecia muito idiota. A única coisa que eu queria era morrer.

Já tinha me convencido de que nunca conseguiria encarar o mundo real; que eu era uma daquelas pessoas inúteis que nascem para morrer.

Eu nasci para morrer, para que adiar?

Lá estava Alice, segurando a lâmina e assistindo seu sangue escorrer. Tinha lido em algum lugar que demorava para perder a consciência e, depois, sangrar até morrer, mas já me sentia fraca, só de ver aquele corte profundo e o quanto sangrava. Foi ficando difícil de me manter sentada e eu deitei no chão, sentindo os olhos pesando; era a perda de consciência. Não tinha mais volta. Eu ia sangrar até morrer e a última coisa que teriam de mim seria uma carta escrita ás pressas. De repente, eu quase não conseguia mais manter os olhos abertos, mas continuava me sentindo mal. Uma filha ingrata.

– Alice! Você vai se atrasar… ALICE?! ALICE?!

– E-eu nasci para… m-morrer - A última coisa que eu me lembro antes de acordar no hospital; o desespero de John.

---------- // --------------------- // 


2010, Fevereiro. Primeiro dia na ala psiquiátrica do hospital.

– A quanto tempo tem pensamentos suicidas? - A mocinha que me entrevistava perguntou. A encarei com tédio e me limitei a responder:

– Meses. - Ela anotou algo naquela pranchetinha e continuou fazendo perguntas. - Você tem alguma disordem alimentar?

– Não.

– Você está seis quilos abaixo do peso. Quer que eu acredite que você não vomita tudo que come? - Ela me irritava cada vez mais, com aquela voz doce e paciência infinita.

– Se você já sabia, então por que perguntou?


---------- // --------------------- // 


2010, Abril. Último dia na reabilitação.

– A primeira vez em dois meses que você saí desse hospital! - Tyler tinha um sorriso no rosto. - O que quer fazer?

– Quero sorvete. - Sorri de volta, tirando o cabelo do rosto e tentando lembrar de todas as coisas que a Dra. Wang tinha dito antes que eu saísse de lá. Era realmente estranho estar de volta ao mundo real, com todas as outras pessoas, aquelas não que não tinham tentado suicídio ou coisa do tipo. Mas eu estava melhor! E realmente acreditava que não era por causa dos anti-depressivos que me davam, eu me sentia viva de novo. E não estava acostumada com isso. Minha mãe também tinha um sorriso no rosto, mas eu podia ver o medo no fundo dos seus olhos.

E aquilo me dava um sentimento estranho de ingratidão e arrependimento. E uma necessidade de conforta-la, já que era minha culpa ela estar daquele jeito.

– … Um pedido de dois garotos legais para a garota do 345?

– Não sou mais a garota do 345! - Mostrei a língua e Scott me abraçou forte, sendo seguido por Ted. - Isso mesmo, ADEUS QUARTO 345! ADEUS COMIDA RUIM, ADEUS, ADEUS, ADEUS!


Flashback off



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eu avisei que estava uma bosta



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Catastrophe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.