Abri os olhos só que o sol batia forte em meu rosto, fazendo eles se fecharem em seguida. Rolei na cama e me bati em algo, ou melhor, em alguém. Fiquei paralisada. Onde eu estava? Tomei coragem e me levantei. Vi um cabelo loiro escapar por debaixo da coberta e do seu lado mechas ruivas, suspirei aliviada era apenas a Tracy e a Celine. Olhei em volta e percebi que não era a primeira vez que tinha estado naquele lugar. Tentei raciocinar, mas ainda estava muito sonolenta então apenas me joguei na cama novamente.

[...]

– Ei, Amb. Acorda. – ouvi alguém sussurrar em meu ouvido. Eu apenas me mexi e fingi não ter acordado. – Amb, eu sei que você esta acordada. – então reconheci a voz, era Celine.

– Oi- minha voz falhou e ficou parecendo mais um ruído do que uma palavra.

– Já são meio dia... Se quisermos aproveitar alguma coisa de hoje temos que nos levantar. –ela disse puxando meu braço. – Acorda a Tracy também. – ela falou com uma cara de indiferença.

– Porque dormimos aqui? – perguntei quando reconheci o lugar, era o quarto da Celine.

–Eu não me lembro... – ela falou envergonhada.

– Nem eu . – Tracy falou se levantando da cama, como ela conseguia?- Amb, pega seu celular... tocou a manhã inteira, mas ninguém teve coragem de atender. Fiquei surpresa, pois em momento algum tinha acordado com o toque, que eu me lembrasse é claro. Quando peguei meu Black Berry lá estavam 7 chamadas perdidas de Harry Styles. Não pude deixar de dar um sorrisinho, mas logo o desmanchei para que as garotas não percebessem.

– Quem foi? – Celine perguntou se inclinando para poder ver, mas eu puxei o celular e o escondi em meu peito.

– Harry. – respondi secamente desprovida de emoção, mas isso não impediu de elas, mesmo se odiando, se entreolhassem.

– O que será que o Harry quer? – Cel perguntou maliciosamente.

– Ta preocupado com a bebezinha dele? – Tracy entrou na brincadeira. Eu apenas me levantei e fui em direção ao corredor.

– É melhor não me seguirem. – avisei e sai pela porta. Quando cheguei à varanda apertei o botão de ligar, meu coração disparou. Eu sei, eu sei não devia estar assim, mas não posso evitar.

– AMBER? – ele quase gritou do outro lado da linha.

– Oi, Harry. – falei baixinho olhando pela janela, dava para ver sua casa dali.

– Você ta bem? – ele perguntou com um tom de preocupação na voz.

– To sim... Harry? Posso te fazer uma pergunta?

– Claro, amb. – então ele ficou quieto esperando eu dizer algo.

– O que aconteceu ontem à noite? – perguntei envergonhada.

–Podemos nos encontrar para falar sobre isso? – ele disse calmamente.

– Uhum, na lanchonete em meia hora. – marquei. Ele apenas murmurou um “aham” e eu desliguei o telefone. Um medo tomou conta de mim era tão sério que não se podia falar pelo telefone? Será que eu tentei beija-lo? Ou será que não era nada demais e aquilo era uma desculpa para se encontrar comigo? Decidi apostar na segunda opção.

– Vai embora? – Cel perguntou quando eu pegava minha roupa da noite anterior, eu estava vestida com um pijama da Celine.

– Vou sim, tenho que me encontrar com o Harry.- tentei parecer indiferente.

– Cuidado, amiga. – ela falou me medindo.

– Cel, fica tranquila não vai rolar nada. – eu disse batendo na porta do banheiro onde a Tracy estava.

– Não to falando disso. Os paparazzi estão na cidade. – ela explicou e me abraçou. – Como ia ser engraçado você sair na revista com esse pijaminha.

– Eu não sou famosa, esqueceu? – eu disse quando Tracy abriu a porta do banheiro e disse:

– Mas seu ex namorado é.

[...]

– Ei – chamei o Harry assim que ele entrou na lanchonete. Eu já estava sentando o esperando tinha dez minutos. Não consegui ficar matando tempo em casa.

– Como sempre chegando primeiro. – ele disse se sentando na cadeira em minha frente.

– Você que fica meia hora ajeitando esses cachos na frente do espelho – brinquei mexendo em uma das mechas.

–Você gosta dele assim? – ele tirou minha mão com um tapinha e balançou o cabelo.

– Gosto... – falei pegando o cardápio. – To com fome.

– Já que você gosta eu vou cortar, ou melhor, raspar. – ele disse risonho, mas eu não percebi a brincadeira a tempo.

– Você é maluco? Não corte sério. – como ele estava rindo eu decidi parar, pois sabia que ele estava apenas brincando. – Lembra que você dizia gostar de cabelos longos?

– Lembro. Ainda gosto, por sinal. –ele respondeu sem entender a pergunta.

– Quando a gente terminou eu cortei meu cabelo bem curtinho. – ele jogou a cabeça pra trás dando risada.

– Você é impossível de se lidar. – eu dei de ombros.

– Prefiro dizer que sou diferente. – eu disse e ele ficou me olhando apenas sorrindo. Decidi interromper com aquilo. – Harry, eu posso aguentar... O que aconteceu ontem?

– Tem certeza que ta preparada? – ele falou dando mais risadas.

– Harry!- gritei e o bati fraco no braço. – isso é sério.

– Ta com medo? – ele perguntou dessa vez sério, então assenti com a cabeça. – Bom... todo mundo começou a beber que nem loucos e vocês ficaram, digamos, alteradas.

– Como assim alteradas? Harry, o que eu fiz? – comecei a ficar nervosa e seu eu tivesse dito algo comprometedor para ele?

– Você nada demais, apenas ficou dizendo que me amava e que queria me beijar. – meu coração parou, tudo o que eu mais temia tinha acontecido. Eu estava ferrada. Agora eu nunca mais seria a Amber ou a Lynn, eu teria que me enterrar viva. – Amb? Amb, eu to brincando.

– HARRY! VOCÊ TEM PROBLEMAS? EU JÁ TAVA PLANEJANDO COM EU IA ME ENTERRAR!- Falei realmente zangada, como ele podia brincar com uma coisa daquela?

– Ta, desculpa, mas eu não resisti. Você precisava ver a sua cara... – ele percebeu que eu não estava para brincadeira. – Relaxa Amber, até bêbada você não solta muita coisa sobre você. Ficou divertida no começo, mas depois começou a passar muito mal. Ai foi quando eu percebi que estava na hora de ir embora. Peguei você,Tracy, Celine e Natasha e tirei do bar. Deixei vocês, menos a Natasha na casa da Cel.

– Onde você levou ela? – perguntei curiosa, desde ontem tinha visto ele junto com a Natasha. Ele tinha todo o direito de ficar com quem ele quiser, mas essa ideia doía dentro de mim.

– Na casa dela... – ele respondeu calmamente e logo mudou de assunto. – levei vocês até o quarto e coloquei pijama em você e na Cel, não me senti a vontade com a Tracy então fiz o máximo que pude. Não achei uma boa ideia levar você pra casa, sua mãe te mataria. – eu assenti, pois era verdade. Mesmo sendo maior de idade ela ainda me via como uma criança e um exemplo para minha irmã por isso nunca poderia chegar bêbada em casa. Eu sorri para ele, isso era mesmo verdade? O Harry, o amor de minha vida, estava mesmo ali na minha frente cuidando de mim como sempre fazia no passado?

– Vamos dar uma volta. – eu disse me levantando e ele veio logo em seguida. Fomos até a praça e nos sentamos em nosso banquinho. – Você se lembra?

– Como eu poderia me esquecer? – ele falou dando risada. – O chiclete que eu tirei para te beijar na hora deve estar aqui em baixo ainda. – ele disse e fingiu que iria se abaixar para checar.

– Harry? – eu sussurrei e ele virou a cabeça em minha direção, cada vez mais perto um do outro. – ainda da tempo de cumprirmos todas as nossas promessas. – ele sorri e chegou ainda mais perto, apenas centímetros de distância.

– É o que eu mais quero. – então nossos lábios se tocaram, mas na mesma hora meu celular tocou e eu me afastei assustada. Fiquei meio irritada com o momento, mas quando abri a mensagem achei o momento mais adequado do mundo. A única coisa que saiu da minha boca foi – Puta que pariu. - Tracy tinha me mandado uma foto do Harry beijando a Natasha, na boca.