Nenhum deles estava por lá, então resolvi mandar um DM para cada um deles contando a novidade, eu realmente estava confiante de que iria conseguir aquela bolsa, que ainda iria demorar um ano para que eu recebesse. Quando desliguei o computador, fui fazer as lições de casa, quando terminei fui descansar e acabei cochilando uns 20 minutos e acordei com meu celular tocando:

-Alô? – atendi

-Oi Gabi, é a Rhavilla – respondeu a Rhavilla do outro lado da linha

-Oi, Rhavinha! Tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntei sentando na cama

A gente pode se ver hoje a noite? – ela perguntou

-Podemos sim, mas aconteceu alguma coisa? – perguntei

-Não, não aconteceu nada. Só quero falar com você, podemos nos encontrar no Starbucks? – ela perguntou

-Claro. Às 19h00min? – perguntei

-Sim! Até mais tarde... Beijo! – ela falou e nem esperou que eu respondesse e desligou o telefone

Eu estranhei a Rhavilla ter me ligado daquele jeito, já eram 5 horas da tarde e eu não tinha nada pra fazer, o meu dia estava entediante e para o tempo passar rápido eu fui ler. Quando deu 6h00min, eu fui me arrumar, coloquei uma roupa normal e que me deixasse confortável, foi quando a minha mãe chegou:

-Olá! – ela falou entrando no quarto

-Olá! – respondi com um sorriso

-Vai sair? – minha mãe perguntou me observando arrumada

-Vou, a Rhavilla me ligou e disse que queria falar comigo, eu não sei o que é, e como eu não tenho o que fazer eu vou lá falar com ela. – respondi

-Já fez a lição de casa? – minha mãe perguntou

-Já sim! – respondi – Mãe, o diretor falou de umas bolsas que eles dão aos alunos para universidades no exterior – finalizei

-Ele me falou também... Você se interessou? – ela perguntou

-Sim, seria legal estudar fora. – respondi sorridente

-Eu acho que você quer é morar perto do Nathan... Mas você não acha que isso vai demorar um pouco? – ela perguntou

-Vai sim... Mas já estou me preparando, eu quero ganhar essa bolsa! – falei confiante

-Qual Universidade você vai escolher? – ela perguntou

-Alguma no Reino Unido. Vou olhar algumas de lá. – respondi – Mãe, eu já vou indo, só faltam 20 minutos para as sete e eu não quero me atrasar. – falei dando um beijo no rosto da minha mãe

-Chegue logo – ela disse

-Pode deixar – respondi e sai

Fui até o Starbucks, que ficava no shopping, a Rhavilla não tinha chegado, então fui esperar ela numa mesa, fiz o meu pedido, que chegou em menos de 5 minutos e só quando eu comecei a comer que Rhavilla chegou, ela fez o pedido dela e se juntou a mim

-Olá, como vai? – a cumprimentei sorrindo

-Oi... Eu estou bem e você? – ela perguntou com um sorriso fraco

-Estou bem, mas você não parece tão bem... O que está acontecendo? – perguntei dando um gole no meu café

-É sobre o Nathan... – ela começou a falar e o pedido dela chegou – Obrigada – ela respondeu ao garçom

-O que tem o Nathan? – perguntei confusa

-Bom... É que... É... – ela começou a gaguejar

-Fala logo! – falei num tom mais alto do que o normal e acabou chamando atenção de algumas pessoas e eu corei na hora

-Bom, o Nathan... Eu não sei se você viu, mas ele está ficando ou saindo, não sei, com uma garota. – ela falou

-O que? – perguntei em acreditar, tentando aderir àquilo que ela tinha me falado

-É isso o que você ouviu não me peça pra repetir! – ela falou nervosa e tomando um pouco do café dela

-Só está com uma semana que eu vim para cá e o Nathan... O Nathan já está nos braços de outra? – falei com lágrimas nos olhos

-Desculpa Gabi... Eu não devia ter te falado, mas você iria ficar sabendo de um jeito ou de outro e eu achei melhor você ficar sabendo por uma de suas amigas, do que ver qualquer mentira em um site ou revista de fofocas. Eu não quero ver você sofrendo, eu sou sua amiga e vou estar aqui com você, sempre! – ela falou segurando a minha mão sobre a mesa

-Eu acho melhor eu ir para o hotel, preciso pensar, relaxar, descansar... Enfim, é melhor eu ir! – falei

-Quer que eu te acompanhe? – ela perguntou

Não, não precisa Rhavilla. Obrigado! Até amanhã – falei me levantando da mesa

Paguei o meu lanche e fui embora, achei melhor ir caminhando, passei o caminho todo no que Rhavilla tinha me falado, o Nathan em tão pouco tempo outra pessoa, em tão pouco tempo ele se esqueceu de mim. Na caminhada de volta para hotel, tentei esfriar a cabeça, mas tudo o que eu conseguia pensar no momento era no Nathan, eu já estava começando a achar que tudo o que ele fazia era “marketing” como tinha dito uma vez a Caitlin, que o Nathan nunca me amou de verdade... Tudo o que eu queria era chegar ao hotel, e dormir, tentar tirar de vez o Nathan da minha cabeça. Quando cheguei ao hotel, subi direto para meu quarto, tentei não olhar para minha mãe, ela iria perceber que eu havia chorado, passei direto para o banheiro e lavei meu rosto, só saí de lá uns 5 minutos depois e enxugando meu rosto com uma toalha, troquei apenas algumas palavras com a minha mãe, mas não falei nada do que a Rhavilla tinha me falado. Arrumei-me para dormir e me deitei, demorei bastante para dormir.

XX

Acordei no outro dia com a minha mãe me chacoalhando:

-Acorda Gabrielle! Acorda! – ela falava e ao poucos eu ia abrindo meus olhos

-Eu estou acordando mãe, calma! – eu falava sonolenta

-Já são 6h00min, você vai se atrasar – ela falou

-Já vou levantar mãe! Calma! – falei coçando os olhos

-Eu já vou e eu não venho almoçar com você... Ainda tenho que resolver onde nós vamos morar – ela falou e eu sentei-me na cama

-Ok mãe. Acho que vou ter aquela vida de antes, a diferença é que eu não vou ter mais o meu pai presente comigo, você ainda vou ver nos finais de semana. – falei

-Como? – ela perguntou

-Nada... – respondi

-Não reclama de barriga cheia! – ela falou

-Ok mãe, ok. – respondi

-Tchau e até a noite. – ela falou e saiu do quarto

Levantei-me e fiz minha higiene pessoal, coloquei meu uniforme e não tomei café e de repente veio na minha cabeça tudo o que Rhavilla havia me falado, como eu queria que tudo aquilo fosse apenas um sonho... Só em imaginar o Nathan nos braços de outra era torturante pra mim. Fui caminhando até a escola e tentei não pensar nele e em menos de 20 minutos eu estava no colégio e faltavam apenas 5 minutos para que os portões se fechassem, felizmente cheguei a tempo. Fui direto para a sala de aula, onde já estava todos, menos o professor que ainda não havia chegado:

-Bom dia! – falei dando um sorriso fraco

-Bom dia! – falaram em uníssono

-E aí? Tudo em ordem? – perguntou o Louis

-Porque não estaria? – perguntei

-Não sei... Talvez porque o Nathan estaria saindo com uma tal de Gisele... – falou o Gabriel e eu o fuzilei com os olhos

-Gabriel! – repreenderam todos

-Deixa ele... – falei e me virei para olhar o professor que tinha acabado de chegar e eu pude ouvir os cochichos atrás de mim, do tipo: “Vacilou Gabriel!”, “Isso não se faz, ainda mais com uma garota! Vacilão idiota!” e eu pude perceber que essa última frase quem proferiu foi o Louis. Talvez o Louis fosse o único de todos eles, que fosse capaz de me dar conselhos mais sábios, de me entender e fosse meu amigo pra todas as horas, o Louis seria um tipo de “conselheiro amoroso”.

Prestei atenção em todas as aulas, mas confesso que aquelas horas que passei ali foram torturantes, as horas aquele dia resolveram passar devagar. Quando deu a hora do intervalo, todos nós saímos e Gabriel veio até mim:

-Gabi, me desculpa. Eu falei sem pensar. – falou o Gabriel

-Ok, Gabriel! Eu não ligo – falei e dei um sorriso de lado e com a voz baixa – Louis, quero falar com você – finalizei chamando o Louis para conversar

-As suas ordens! – falou o Louis sorrindo e vindo até mim

-Vamos até lá fora. Quero conversar com você – falei e o puxei pela mão e os outros estranharam a minha atitude, avisei que depois voltara e puxei Louis até um lugar mais reservado, onde só eu e ele pudéssemos ficar sozinhos e longe de todos. 

Continua...