Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 7
I was a boy who loved a woman like a little girl.


Notas iniciais do capítulo

*desvia de piano* Voltei! Me perdoem eu sei que demorei. Vou explicar: além do ingles, e das tarefas escolares, e comecei aulas de frances e jumping. Portanto estou meio sem tempo, e quanto tenho tempo estou sem inspiração :/ Sorry again.
Queria agradecer à MrsFarroPotter minha lindona, que deixou uma recomendação maravilhosa sz' sigam o exemplo! Percebi hoje ue tenho 25 leitores. CADÊ VOCÊS? Quero meeeus reviews *chora rios*
PS: nesse capi tem a musica "Drop in the Ocean" de Vampire Diaries, então aconselho que ouçam! http://letras.terra.com.br/vampire-diares/2005243/



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    Meus olhos queimavam com os raios de luz que passavam pela cortina entreaberta. Troquei de posição milhões de vezes procurando dormir novamente, mas a verdade é que eu já o tinha perdido. Resolvi de uma vez por todas me levantar. Em passos cruzados, ainda meio sonolento caminhei até minha janela, abrindo-a por completo. Apoiei meus cotovelos nela e joguei meu peso encarando a janela vizinha. As janelas de Annabeth estavam abertas dando visão ao seu quarto.

   Sempre tão organizada, pensei sorrindo bobamente enquanto a loira de costas tirava vários livros grossos de uma caixa e colocava-os delicadamente em uma estante de madeira entalhada. Ela continuou guardando os livros por alguns minutos enquanto eu a observava em segredo, até que parou com as mãos e o olhar no interior da caixa.

   Um esboço de sorriso nasceu em seu rosto e ela retirou uma foto. Sentou-se na cama, ainda de costas para mim cruzando as pernas como um índio. De relance vi a foto. Eu e Annabeth em minha sala. Ambos com uma coberta até o pescoço, rindo, em uma tarde de inverno na minha casa. Apesar do frio lembro que passamos aquela tarde tomando sorvete de menta com chocolate. Outra paixão que compartilhávamos era o sorvete, não importava o quão frio fizesse estaríamos sempre com um pote de sorvete e duas colheres, imagine só no verão...

    Meu sorriso triplicou de tamanho ao me dar conta que ela mantivera aquela foto. Se ela a ainda tinha, é porque nunca se esqueceu de nós. Nós, soava tão estranho agora que não trocávamos nem meio dúzia de palavras, mas ainda assim, me agarrei à pequena chance de nós.

    Seus dedos brincavam com as bordas da fotografia até que finalmente se levantou num solavanco e atravessou o quarto perfeitamente organizado, depositando-a em uma gaveta de seu criado-mudo. Depois voltou aos livros. Afastei-me da janela passando aos pelos cabelos lisos, desgrenhando ainda mais. Fiz meu “ritual” matinal e desci procurando por minha mãe.

   Só achei um bilhete sobre a mesa, dizia: “Querido, fui chamada no hospital. Houve uma emergia. Não me espere, chegarei tarde. Cuide-se. Beijos, Sally.” Soltei um muxoxo ao terminar de ler a nota. Era sempre assim, eu já deveria ter me acostumado, nem deveria ter a mesma reação todo sábado de manha.  Decidi que tomaria café fora e casa e aproveitaria para passar no endereço que minha mãe me entregara ontem à noite.

   Peguei o papel com o endereço e coloquei em meu bolso. Sai sem pressa à caminho da mesma cafeteria de ontem.

   Tomei meu café conversando com Dona Aurora tranquilamente. Ela não tocou no assunto de ontem e eu agradeci mentalmente. Paguei a conta e sai tomando caminho do endereço no papel. Não longe dali, alguns quarteirões e eu já estacionava meu carro em frente a uma loja de Instrumentos Musicais.

   Sai do carro conferindo o nome da rua e o numero. Tudo dizia que eu estava no lugar certo. Entrei meio receoso pela porta de vidro. Havia instrumentos de todos os tipos pelas paredes e chão. Meus olhos logo encontraram um violão. Um não, vários. Eu sempre fora fascinado por violões, por isso aprendi a tocar cedo, eu me transportava pra outra dimensão quando meus dedos dedilhavam suavemente as cordas, acompanhados de minha voz. Uma dimensão ainda melhor quando a minha voz se misturava com a dela.

   Fui até o balcão onde uma garota já conhecida balançava a cabeça lentamente com os fones de ouvido no máximo. Ela usava uma calça jeans escura e surrada, a camiseta preta escrita “Nirvana” em letras garrafais. O cabelo liso e negro repicado com algumas mechas azuladas.

   -Thalia? –chamei sem resposta. – Thalia! –passei a mão em frente ao seu rosto que estava abaixado passando as musicas na Playlist do celular.

   -Oi? O que?- ela pulou assustada tirando os fones. A musica estava tão alta que pude reconhecer “Smell Like Teen Spirit” tocando. Ela fechou a cara ainda mais, se possível, ao ver-me.

   -Você vai ficar surda se continuar a ouvir musica nessa altura garota. – debochei cruzando os braços sobre meu peitoral.

   - Quanto mais rápido eu não for capaz de escutar tua voz, melhor. – ela sorriu com cinismo absurdo.

   -A mesma de sempre... –comentei revirando os olhos- Bom, minha mãe pediu pra passar aqui.

   - Ah é! Sally esteve aqui ontem. Ela pediu pra eu te dar uma coisa. Espera um pouco. – ela disse saindo de trás do balcão e sumindo entre alguns corredores da loja.

  Eu já disse que a loja era maior do que aparentava? Pois bem, a loja é gigante. Se já tinha uma grande variedade de instrumentos na entrada, fiquei imaginando os corredores... Deveria ser uma infinidade.

  Fiquei ali parado olhando pro corredor onde Thalia tinha sumido, até eu um dedo me cutucou nas costas. Virei-me em um solavanco dando de cara com a punk. De onde ela tinha saído?! Deuses, que susto. Desci o olhar até seus braços que seguravam um violão cuidadosamente.  Ela estendeu-o para mim e eu o tomei como quem segura um bebe recém-nascido. Fazia tanto tempo eu não tinha um em mãos que chegava a ser estranho. Era extremamente simples, mas era isso que o fazia bonito. Tinha as proporções perfeitas para mim, como se fosse feito sob medida. Sorri sozinho analisando as cordas perfeitamente afinadas.

   - É lindo. Obrigado.

   -Não agradeça a mim, não fui eu que paguei idiota. – ela disparou seca se virando e passando à sua antiga posição atrás do balcão.

   - Hm... – hoje ela está especialmente ácida, pensei- Você sabe se Annabeth vai ficar em casa hoje? –perguntou por pura curiosidade, já que eu não tomaria coragem de ir falar com ela de qualquer forma.

   -Se eu te disser que ela vai pro Iraque hoje, você toma a merda do avião logo? – retrucou erguendo uma sobrancelha para mim.

  Rolei os olhos novamente.

  - Vou levar isso como um sim. E obrigado por me entregar o violão Thalia. Até mais. –acenei com a cabeça já saindo da loja sem esperar uma resposta (se houvesse uma resposta, eu não poderia citá-la mesmo).

   Dirigi para casa, às vezes olhando o violão no banco ao lado. Fazia dois anos que eu não tocava uma única musica em um violão, muito menos cantava junto. Tentei lembrar a sensação mais uma vez, e não foi difícil. Era maravilhosa, mas ainda não sei se seria capaz de tocar sem ela ao meu lado.

   Completamente absorto em meus pensamentos, cheguei em casa como em um piscar de olhos. Deixei o violão encostado à parede da sala enquanto passava freneticamente os canais da TV. Acho que dormi, pois quando acordei a janela mostrava o céu tingido de laranja, indicando o pôr-do-sol. Sai de casa com o violão em mãos. Sentei no meio fio da calçada cruzando as pernas e posicionando o violão em meu colo enquanto tudo adquiria uma cor avermelhada.

   Dedilhei um pouco até formar-se melodia. Hesitei um pouco, mas prossegui a dedilhar. Minha boca abriu-se várias vezes, ate que tomei coragem, no início um sussurro.

  A drop in the ocean
A change in the weather
I was praying
That you and me

Might end up together
It's like wishing for rain
As I stand in the desert
But I'm holding you
Closer than most
'Cause you are my heaven

I don't wanna
Waste the weekend
If you don't love me
Pretend
A few more hours
Then it's time to go
As my train rolls down
The East coast
I wonder how
You'll keep warm
It's too late to cry
Too broken to move on

Still I can't let you be
Most nights I hardly sleep
Don't take
What you don't need from me

A drop in the ocean
A change in the weather
I was praying
That you and me
Might end up together
It's like wishing for rain
As I stand in the desert
But I'm holding you
Closer than most
'Cause you are my heaven

Misplaced trust
And old friends
Never counting regrets
By the grace of God
I do not rest at all
New England
As the leaves change
The last excuse
That I'll claim
I was a boy
Who loved a woman
Like a little girl

Still I can't let you be
Most nights I hardly sleep
Don't take what you
Don't need from me

A drop in the ocean
A change in the weather
I was praying
That you and me
Might end up together
It's like wishing for rain
As I stand in the desert
But I'm holding you
Closer than most
'Cause you are my

Heaven doesn't seem
Far away anymore
Heaven doesn't seem far away
Heaven doesn't seem
Far away anymore
Heaven doesn't seem far away

A drop in the ocean
A change in the weather
I was praying
That you and me
Might end up together
It's like wishing for rain
As I stand in the desert
But I'm holding you
Closer than most
'Cause you are my heaven
You are my heaven

Drop in the Ocean- Vampire Diaries.

(Tradução: Uma Gota No Oceano

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos ficar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

Eu não quero

Perder o final de semana

Se você não me ama

Finja

Mais algumas poucas horas

Então vai ser hora de ir

Enquanto meu trem desce

A costa leste

Eu me pergunto como

Você vai se manter quente

É tarde demais para chorar

Quebrado demais para ir em frente

Ainda não posso te deixar em paz

Na maioria das noites quase não dormi

Não pegue de mim

O que você não precisa

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos ficar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

Verdade fora de lugar

E velhos amigos

Nunca contando arrependimentos

Pela graça de Deus

Eu não descanso nem um pouco

Nova Inglaterra

Enquanto as folhas mudam

A última desculpa

Que eu vou reivindicar

Eu era um garoto

Que amava uma mulher

Como se fosse uma menininha

Ainda não posso te deixar em paz

Na maioria das noites quase não dormi

Não tire de mim

O que você não precisa

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos ficar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

O paraíso não parece mais

Estar longe

O paraíso não parece estar longe

O paraíso não parece mais

Estar longe

O paraíso não parece estar longe

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos ficar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

Você é meu paraíso)

   Terminei sentindo uma gélida lagrimar escorrer solitário por meu rosto. Descansei as mãos sobre o violão e fechei meus olhos esperando o nó em minha garganta se desfazer. A sensação ainda era maravilhosa, poder tocar e cantar, criar melodia com os próprios dedos e sentimento com a voz, mas não era mais a mesma coisa. Besteira, adverti-me, você apenas ainda não se acostumou a cantar sem ela. É uma questão de tempo.  “Eu era um garoto que amou uma mulher, como uma garotinha” a letra da musica repetia em meus ouvidos.

   - Percy? – chamou baixo e receosa atrás e mim. Limpei a lagrima em meu rosto rapidamente e me virei para quem me chamara.

   - Annabeth? 


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Notas finais do capítulo

Heeey, pra quem quiser ver o violão do Percy, ai esta: http://weheartit.com/entry/28274628
Genteee, please, estou tão sem inspiração e tempo, ficaria muuuito feliz em receber o revie de todos os meus leitores, afinal não mata né amores?! Beijoos e desculpe de novo pela demora!