My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 47
Capítulo Especial 02 - Ponto de Vista de Seiya


Notas iniciais do capítulo

Bem, sei que vão querer matar a Naonix e a mim. Todo mundo esperava a continuação da festa. Mas prometo que não deixarei passarem duas semanas para postar o capítulo 46, c continuação da festa, que está simplesmente SUGOI!!!! Próximo fim de semana eu trago o capítulo, mas só com reviews, OK?
E, mesmo esse não sendo o capítulo esperado, está um ótimo capítulo. Erga a mão quem não gosta do Seiya Kou!! E saber o que se passa na mente de nosso cantor preferido também é ótimo! Amei de verdade esse capítulo, arigatou, Naonix-chan!



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Droga.

Droga.

Droga!!!

O que estou fazendo?

Por que eu estou me afastando dela??


Olhei novamente para trás.


E droga, como ela está bonita hoje...

Tudo por causa daquele filho da p$#%$#@%¨!@# @¨%¨#!@%$ do Mamoru!


Apertei as mãos nos bolsos.


Acabei me afastando bastante dali, e me encostei ao bar.


Levantei os olhos novamente.


Podia vê-la daqui, ainda. Hotaru estava ao seu lado, falando alguma coisa, provavelmente sobre seu “perfeito” irmão, porque Usagi não parava de corar.


E ela estava nervosa.


Eu podia ver isso.


Já conhecia muito bem as suas reações.


Mordia os lábios a cada minuto. Suas mãos tremiam, e o seu próprio corpo tremia ainda muito mais.


Merda!


E só de vê-la daquela maneira me dava uma vontade imensa de abraçá-la.


Aaahhhh… cara, qual o meu problema?


Cocei a cabeça.


Me virei para o barman ali e pedi um drink.


– Identidade - pediu o senhor barbudo, e sua careca parecia um aeroporto de moscas.


– Tenho isso aqui, serve? - tirei algumas notas e as coloquei sobre o balcão. Dei meu sorriso mais sincero.


– Desculpe, senhor, ordens da patroa. Ela disse que eu só poderia oferecer bebidas a quem me mostrasse a identidade.


Ah???

O quê???

Não acredito que Hotaru fez uma coisa dessas!


Peguei o dinheiro novamente e o guardei em meu bolso.


– Arhg, me vê uma coca, então. Droga!


Como pode você vir para uma festa e não ter nada de alcoólico para beber?? Não que eu goste, mas… eu realmente estava precisando naquele exato momento!


ARHG!


O cara colocou a garrafa à minha frente, já aberta.


– Fique à vontade - ele disse enquanto se afastava.


– Ah, valeu!


Suspirei.


Fiquei olhando aquela garrafa com a sua boca aberta à minha frente.


Vou ter que me contentar com essa coisa aqui.


Suspirei.


Tomei um gole.


Estava bem gelada.


Me virei para trás e levei meus olhos até onde ela estava novamente.


Hum...


Continuei olhando para ela.


Ela é tão bonita...

Linda, na verdade...

Não acredito que vou deixá-la escorregar das minhas mãos!

Arhg!


A vi sorrir.


Acho que provavelmente gosto de tudo nela.

Seu cabelo...

Principalmente quando começa a ventar e eles se espalham completamente. Aqueles fios dourados brincando no ar... Tenho que me segurar muito para não passar meus dedos por entre eles.

Gosto ainda da forma como ela puxa os fios, tentando deixá-los no lugar...


Suspirei.


E aqueles olhos azuis... que, ahhh, brilham tanto!

Cara, eu estou mal. Com toda certeza estou mal aqui.

Usagi permanece vinte e quatro horas em minha cabeça.

48 horas.

72 horas.

Está me deixando louco!!


Ahhh... - passei a mão pelo rosto.


Não entendo como posso estar tão mal assim por ela!

E... e... ela nem me nota!

Aahh...


Olhei para o lado.


Algumas garotas passaram à minha frente com enormes sorrisos e olhos faiscando.


Hahaha é o Seiya Kou... - ouvi uma delas falando enquanto se afastava.


Eu sou um cara atraente, né?

NÉ??

Essas garotas acabaram de me dar mole!

Ahhh...

Por que eu não consigo fazer Usagi me olhar dessa forma?

Arhg...

Minha cabeça!


Bati algumas vezes na testa.


Voltei para minha coca parada ali à frente.


E tomei mais um gole.


– Não tem nenhuma bebida melhor para tomar? - Yaten parou ao meu lado erguendo a mão para chamar o barman.


– Acredite, isso aqui vai ser a única coisa que vamos beber toda a noite - mais um gole bem longo. Aahh... estava boa mesmo assim.


– Dá uma igual ao do meu amigo - Yaten falou para o Aeroporto de Moscas, e o cara trouxe outra garrafa para ele, sem a tampa.


Yaten deu um gole também e ficou olhando com olhos vazios para frente.


– Um brinde ao cupido - ergui minha garrafa para bater na dele - esse anjo filho da %$#%$# que não sabe acertar direito suas flechas.


Yaten bateu a dele na minha e voltamos a ficar silenciosos olhando para o nada.


Que merda, viu? – o ouvi ao meu lado. - Ontem estava tudo perfeito com a Minako. Ela ficou a noite toda, até hoje de manhã, no meu apartamento, e agora a encontro aqui, e eu nem existo para ela de novo - suspirou alto. - Qual o problema dessas mulheres? Por que não decidem com quem vão ficar!!? - bateu sua mão com força sobre o balcão.


Só olhei para ele por um momento e me voltei para frente.


Esse Yaten... há anos corre atrás da Aino.

Anos!

Sempre foi assim entre eles.

Um dia está tudo bem, os dois estão juntos.

E, no outro...

A Aino dá um fora nele e corre atrás do Mike.

Aí o Mike dá um fora nela e ela corre para o Yaten.

É um tal de troca-troca que…

Como o Taiki já mesmo disse, o Yaten é só um escravo sexual dela.

E ele nem se toca!

Acredito que o Taiki é o mais sortudo de nós.


Me virei para trás novamente.


Achei a cabeça dele lá no fundo do salão. Conversava contentemente com Kakyuu. Esses dois se conhecem desde pequenos. Já estava predestinado mesmo para que ficassem juntos.


Demorara um pouco, mas acabara dando certo. Com um empurrãozinho meu e do Yaten.


Voltei meus olhos para onde Usagi estava.


Ela apertava as mãos de Hotaru.


Era até bonitinho ver as duas.


Acho que eram bem amigas mesmo.


Fite-a novamente.


Hum...


E se...


E se fosse possível ficar com ela?


E se ela se apaixonasse por mim?


Mas, para isso, Mamoru não podia existir.


Hum...


Essa parte seria a melhor de todas.


Muito bom, na verdade.


Com aquele cara fora da parada, eu faria de tudo para ela se apaixonar por mim.


Porque… ela valia a pena.


Muito.


Mas… ahh!

Não sei o que ela viu nesse cara.

Ela vai se machucar com ele. Tenho certeza.

Droga.

Podia ser tudo mais fácil se ela não estivesse apaixonada.


Suspirei.


Voltei para minha coca.


Só quero ficar ao lado dela

Isso... talvez fosse suficiente para mim.

Só ficar ao seu lado...


Apoiei meu cotovelo no balcão e toquei minha cabeça.


Quero que ela saiba que pode contar comigo.

Quero que ela saiba que vou estar ali, ao lado dela.


Fechei os olhos.


Quero que ela saiba o quanto eu gosto dela.

Por que tive que me apaixonar por ela?


####


Nunca eu correra tanto em minha vida como naquele dia.


Não estava acreditando.


Meu fôlego estava acabando, mas eu precisava chegar o mais rápido possível.


Vi as escadas do templo logo à frente, mas isso não me impediu que eu subisse os degraus de dois em dois.


Nem estava na metade, mas já estava morrendo


– Co-ah-mo ah... po-ah-de… ah… ter tan-ah-tas… es-ah-ca-ah-das... num só lu-ah-gar?


Quando cheguei lá em cima, vi Hino-otou-san varrendo a entrada do templo.


– Seiya? - ele falou me olhando de forma estranha. - Já falei para você não subir correndo as escadas!


– Ah-ah-ah… É VERDADE, OTOU-SAN?? - gritei com as únicas forças que eu tinha.


– O quê, meu filho?


– A REI VAI SE CASAR COM CHIBA?? - ainda estava tudo rodando.


Eu tinha subido muito rápido mesmo.


Otou-san suspirou um pouco triste e fitou o chão por um momento.


– Mamoru Chiba está com sérios problemas, e ele precisa urgente se casar. Fiz a promessa ao pai dele, e preciso cumpri-la - ele parecia triste.


Rei-onee-chan vai se casar!


– ONDE ESTÁ REI-ONEE-CHAN??? - falei rápido voltando a correr.


– Ela está meditando.


#######


– REI!!! - entrei gritando mesmo dentro do quarto dela.


Ela estava com seu hakama, e pulou de susto no chão.


– AHH!! SEIYA!!! - virou rapidamente para trás, seu rosto estava vermelho. - EU ESTAVA MEDITANDOO!!!


– VOCÊ VAI SE CASAR!!!!! - falei colocando minhas mãos na cabeça.


– TIRE OS SAPATOS DO TATAME!!!! - ela apontou para meus sapatos.


– VOCÊ VAI SE CASAR!!! - arranquei os sapatos jogando lá fora. - NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI SE CASAR!!! O QUE VOCÊ VAI FAZER AGORA?? VOCÊ NÃO VAI PODER MAIS...


– EU SEI!!! - ela falou alto, e eu me calei. Seu rosto estava extremamente vermelho, mas logo, pouco a pouco, voltou à sua cor normal. Ela respirou fundo e voltou a se sentar calmamente. - Eu sei... Seiya... - olhou para o lado.


Parecia chateada.


– Mas Mamoru havia lhe falado que não ia casar com você! E como o pai dele… ah! - olhei para o lado. Ele tinha perdido seu pai havia três meses - achei que o acordo havia se rompido! – me voltei para ela.


Rei permaneceu calada, olhando para o lado.


Me sentei no chão.


– Como você pode aceitar isso assim? Ele não tem palavra!! - bati minha mão no chão.


Mamoru Chiba havia prometido para Rei que não se casaria com ela, mesmo havendo aquele acordo entre o Sr. Masao Chiba e nosso pai.


Prometido.


E, depois do falecimento, ele bem que poderia cumprir a sua palavra!


Mas não o fez...


– Agora é tudo diferente, Seiya - ela falou calmamente. - Ele precisa se casar e, como somos amigos, vou ajudá-lo com isso...


– Dane-se Mamoru! Ele que se case com outra pessoa!!! Por que tem que ser você??


Rei balançou a cabeça e olhou para suas mãos.


– Preciso fazer isso por ele. Senão Mamoru perderá tudo! - seus olhos me olharam firmes.


– Você só tem dez anos! Chega até ser um absurdo! – olhei de forma brava para o lado.


– E Mamoru também ainda é uma criança, tem apenas treze anos. Seiya, não posso quebrar o acordo. Mesmo que Mamoru tenha falado sobre o possível cancelamento, não foi registrado em nenhum documento. Ou seja, ainda sou obrigada a me casar com ele. O Miai foi assinado pelos nossos pais! E se o cancelamento for de minha parte, será desonroso para nossa família - ela apertou as mãos em cima de seus joelhos.


Ficamos em silêncio.


– E quanto a... Josh?


Esse nome pareceu mexer com ela de alguma forma.


– Ele provavelmente já sabe... - sussurrou tocando seu braço.


Rei era completamente apaixonada por Josh.


Antes mesmo de nos conhecermos e nossos pais se casarem.


– Você prometeu que íamos seguir nosso sonho e nos tornarmos estrelas... - olhei para o chão, ainda não acreditando. Rei amava cantar, fazíamos tantas músicas juntos... Ela era a minha parceira.


Ela riu por um momento, e me voltei para ela.


– Acho que você vai ter que seguir esse caminho sozinho, Seiya-otouto-chan...


Havia um sorriso singelo em seu rosto.


– Mas aí é sacanagem. Vou ter que dar duro sozinho nisso... - tínhamos combinado fazer tantas coisas!


Está certo que nossos pais não tinha aprovado a ideia quando eu comentara a respeito, mas era algo que eu queria, e Rei também. E ela tinha uma voz incrível.


– Trabalhe bastante então... – ela disse, e voltei meus olhos para ela. E Rei continuava sorrindo.


– Vou ficar tão famoso que você vai se arrepender de não ter feito o mesmo – me sentei melhor no chão, esticando minhas pernas.


Ela deu uma risadinha e balançou a cabeça.


– Mesmo nós não sendo irmãos de sangue, eu sabia desde o começo que possuíamos a mesma perseverança.


Sorrimos novamente.


E ela seguiu como combinado.


Foi certo absurdo e escândalo na época, porque tanto ela quanto Mamoru eram muito jovens ainda para se casarem.


Mas a família Chiba sempre fora muito poderosa, e nada pudera evitar os acontecimentos.


Rei até mesmo se mudara do templo e fora morar com Chiba.


Mas...


Ela voltou para casa assim que ele fizera dezoito anos.


Isso abalou um pouco minha família, porque tínhamos uma garota de quinze anos em casa que tinha acabado de se divorciar.


Era creepy!


Mas, naquela época, aos meus catorze anos, eu já tinha lançado meus primeiros dois CDs, e parecia que minha música era um estouro.


Otou-san ficara uma fera quando descobrira o que eu estava fazendo.


Fizera tudo às escondidas mesmo!


Oka-san que me apoiara e escondera o máximo que pudera.


Mas ele fora obrigado a aceitar quando descobrira o sucesso que eu estava fazendo.


Jamais eu imaginara algo do tipo.


Fizera vários tours por várias cidades. E tudo começara a melhorar quando eu e os caras fomos convidados para fazer shows fora do país.


Nós nos mudamos para vários lugares.


Eram poucas as oportunidades de voltar para casa.


E, quando eu as tinha, aproveitava o quanto podia.


Foram dois anos muito corridos, tanto em minha vida quanto na vida dos caras, e eu resolvi dar um tempo para a banda.


Precisávamos de umas férias.


Primeiro porque Taiki estava começando a namorar Kakyuu, e Yaten estava completamente apaixonado por uma amiga de Rei.


E eu estava aqui.


Nem me preocupando com essas coisas.


Eu era um compositor… não tinha tempo para ter uma namorada.


Apenas ficava com umas meninas que eram minhas fãs, mas fora somente isso.


A música era mais importante para mim.


Mas tudo isso mudara quando voltei para minha cidade natal.


Tinha acabado de descer do avião e descoberto – Rei havia me mandado uma mensagem sobre isso – que oka-san havia me matriculado em uma escola.


E era meu primeiro dia, ou seja, era obrigatório que eu comparecesse lá.


Nunca estive tão de saco cheio como naquele dia.


Estava com tanta dor de cabeça...


Quando cheguei naquela escola, vi que estava atrasado para caramba.


E acabei correndo.


Nem fazia ideia de para onde estava indo.


Peguei qualquer corredor e fui me perdendo por ali.


Quando pedi informação – algo que deveria ter feito desde o início – corri ainda mais para chegar à sala.


E, arhg...


De alguma forma, deu um nervosismo ao pensar em entrar lá com aquele monte de alunas.


O ruim de ser famoso era isso.


A atenção que se ganha.


Não que eu não gostasse.


Era bom. Muito bom.


Mas…


Não era um bom dia, aquele.


– Vamos lá... - disse para mim mesmo, tentando recuperar um pouco o ar. Caminhei mais um pouco e parei em frente a uma enorme porta.


Arhg... já posso ouvir todas aquelas garotas gritando o meu nome e pedindo por autógrafos e tirando fotos.

Arhg... vai ser um longo dia.


Puxei por ar mais uma vez e bati à porta.


E... hmmm...


Tinha alguma coisa me alertando ao meu lado esquerdo.


Era um tipo de...


Tintilar.


Como um...


“Uooo uooo uoo”


Virei minha cabeça de forma rápida.


E vi uma garota pular ali de susto.


E... nossa!


Ela era muito bonita.


Acho que a primeira coisa que reparei foi nos olhos. Jamais me esqueceria daqueles olhos.


Azuis. Quase escuros, e brilhavam de uma forma que me deixavam até mesmo arrepiado.


Ah... ohayou... - minha voz saiu de um jeito estranho.


Que carga d’águas foi isso?


– Ah... ohayou... - ela me imitou com aqueles azuis ainda me olhando de forma intensa.


Ela sabia quem eu era??


Senti um vento e ouvi um barulho à minha frente.


Por mais estranho que tudo isso aparentasse... eu não conseguia tirar os meus olhos daquela garota.


Como se só ela existisse.


Era estranho. Muito estranho. Nunca a vira na minha vida, e essa sensação amortecia todo meu corpo.


Como se eu tivesse levado um soco.


Qual era o meu problema?


#####


Ela não fazia ideia de quem eu era.


Droga.


Fiquei um pouco decepcionado naquele momento, mas um pouco feliz.


Ela não ia se jogar nos meus braços e pedir para que fosse minha.


Usagi era… diferente.


E aquelas bolinhas em formato de bombons em sua cabeça... não tinha como não apertar!!!


Sério mesmo!


Parecia que aqueles bombons me chamavam o tempo todo para que eu os apertasse.


Era muito tentador.


E macios.


Mas acho que me apaixonei mesmo por ela quando a encontrei no show.


Ela se surpreendera ao saber que eu cantava.


Fiquei feliz.


Ahhh e fora terrível descobrir que ela gostava de Mamoru.


Não é possível!

Como pode?

De tantas pessoas nesse mundo, tinha que ser justamente ele?

Aquele ¨%$!@# me segue, só pode!


Mas não posso mentir que me aproveitei daquela situação.


Mesmo a ajudando a acobertar a sua queda por ele.


Tive a oportunidade de levá-la até em casa.


Ahh...


Nunca meu coração batera tão forte quanto no momento em que senti os braços dela em minha cintura.


Fora naquele exato momento que aquele maldito cupido lançara a sua segunda flecha torta em mim.


E quando ela pedira para eu ficar o final de semana inteiro com ela... isso foi o suficiente para o chão sumir sob meus pés.


Porque achei que poderia ainda ter uma chance com ela.


Mesmo que remota e pequena.


Era uma chance.


Mas nada mudou.


Usagi mais ficava nas nuvens que perto de mim.


Fiz o que ela me pedira. Não a deixei sozinha em nenhum momento, mas aquilo me deixou com raiva.


Ela não prestava atenção em mim.


Tudo o que eu queria era apenas uma chance para mostrar que eu poderia ser o seu cara ideal.


E, quando estávamos no meio do pátio da escola, Usagi estava viajando novamente, e vi Mamoru em uma janela do segundo andar, olhando para nós.


Aquele @#!¨%$ !@&%*%#, era tudo culpa dele!


Parecia que estava nos seguindo.


No meio daquela explosão de raiva por saber que ele a fitava... puxei Usagi pela cintura e a abracei bem forte mesmo.


E, pela terceira vez, fui ao céu.


O corpo dela era perfeito em meus braços.


Perdi-me por algum momento até voltar para a terra.


Olhei para Mamoru, e foi estranho.


Ele parecera nervoso, e surrara até mesmo a janela.


E isso me deu um arrepio na coluna.


Porque… ele gostava dela também??


Sempre eu ouvira Rei dizer que, depois de três anos de casado com ela, Mamoru se tornara um pegador.


Pegava qualquer uma que aparecia na sua frente.


Não respeitava minha irmã – mesmo que eles não compartilhassem afeto nem a cama durante o casamento.


Ela honrara a sua palavra por todo esse tempo, e Mamoru não podia fazer o mesmo?


Rei passara a ser chacota por culpa dessas situações, e isso me deixara puto de raiva.


Foi mais um motivo para eu querer quebrar a cara dele.


Rei havia me dito que, mesmo quando casados, eles viviam separadamente dentro daquela casa.


Mas não era por isso ele tinha o direito de agir de tal maneira com ela!


Porém, agora a questão era…


Se ele tinha algum interesse por Usagi, que não fosse somente de conquista.


Tudo que eu mais queria era que fosse passageiro esse sentimento dele por ela.


Mas a forma como ele me olhava com raiva daquela janela me deixara um pouco pensativo.


Porém aproveitei o momento lhe mostrando o dedo e a língua.


E isso o deixou mais furioso, porque sumiu da janela.


Peguei rapidamente Usagi pela mão e corri, fugindo.


Eu não a entregaria tão fácil assim para ele.


#####


O engraçado foi ouvir a ameaça de morte dele naquele mesmo dia.


– Uuhh... que medo que tenho de você! - falei batendo o queixo.


Ele surrara com força a parede ao meu lado... e não pude deixar de continuar com meu sorriso.


– Eu poderia te quebrar agora mesmo, Kou, mas, como respeito Rei... vou deixar você viver hoje...


– Ohhh obrigado por sua consideração! Era isso que você queria ouvir? - Mamoru cerrou os olhos para mim e começou a se afastar. - Aqui é High School, Chiba! Por que você não vai ameaçar lá um dos seus coleguinhas nerds da faculdade!? - falei alto para as suas costas enquanto ele se afastava. - Só porque você paga ao diretor para ter livre passagem, você não tem direito nenhum sobre nenhuma pessoa!


E ele virou num corredor.


Só uma oportunidade…

Só quero uma oportunidade de surrar Chiba...


#####


Depois de alguns dias… todas as minhas esperanças foram por água baixo quando ela me contou sobre o que havia acontecido entre os dois.


Não me contou os detalhes, mas…


Fora o suficiente para me deixar com o coração partido.


Ela estava completamente apaixonada por aquele imbecil, e parecia que não havia forma de mudar isso.


O pior era fingir que meus sentimentos não existiam.


Eu precisava ser seu amigo ali.


Não podia ser o cara que estava completamente louco por ela.


Isso a deixaria ainda mais confusa e, provavelmente, ela se afastaria de mim.


E eu não quero isso.

Essa nossa amizade está quase sendo o suficiente para mim.

Quase.

Tem que ser.


Mas, quando ela sorriu para mim daquela forma tão linda...


Quase não me contive.


Despertou em mim uma vontade incontrolável de beijá-la.


Por que ela tinha que sorrir daquela forma? Por que tinha que agir daquela forma?


Eu estava pirando aqui.


Quando seus olhos azuis surgiram gentis por debaixo de suas pálpebras e me olharam surpresos.


Agi como um completo covarde.


E acabei me agachando e cobrindo meu rosto para que ela não visse.


Reprimi todos os meus sentimentos e os tranquei no peito.


Cada dia que passava estava se tornando um pouco mais insuportável ter que trancá-los.


Mas eu precisava fazer isso.


Estou a ponto de confessar todo esse amor que venho sentindo por ela.

Mas tenho certeza que, no momento em que liberar meus sentimentos…

Vou perder Usagi para sempre.


Por isso menti para ela naquele dia, dizendo que ia à enfermaria.


Eu tinha ido embora mesmo.


Por que estava muito doloroso.


Doloroso demais.


Estava difícil segurar todos esses sentimentos.



####


– SUUURPRESAAAA!! - os gritos me fizeram voltar à a realidade.


Virei para o lado e fitei o indivíduo lá em cima das escadarias, fingindo estar surpreso com aquela festa, acenando para todos.


– Ahh… $%#%”!!!!


Voltei com meus olhos para onde Usagi estava... Hotaru havia sumido ali do seu lado.


Pude reparar seu olhar brilhar ainda mais por causa do $%# do Mamoru.


Seu rosto pouco a pouco tomou aquela cor rosada incrível.


Fechei os olhos.


Eu não quero ver.

Não quero vê-la tão feliz assim.

Mas...

Eu quero que ela seja feliz.


Voltei a abrir os olhos.


Mesmo que não seja comigo.

Eu a quero feliz.


Tantas coisas estavam acontecendo com ela, mas Usagi não me contava.


Igual a ontem.


Toda aquela água derramada em cima dela.


Meu instinto foi protegê-la.


Se eu chegasse um minuto adiantado... ela não se molharia.


Mas falhei.


Arhg!


Não sabia quem estava pregando uma peça nela, mas... eu não ia deixar por menos.


Eu quero protegê-la.

Não quero vê-la chorando daquela forma de novo.

Quero protegê-la demais, demais mesmo.


A vi voltar a respirar e se esconder atrás de uma coluna que estava ali.


Peguei minha coca e virei o gargalo... terminando totalmente.


Fitei Bombom mais uma vez e me afastei do bar.


Só não quero vê-la com ele.


Continua...




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Notas finais do capítulo

E mandem reviews! A Naonix os adora, e eu também!!!

Até o próximo, e espero que seja bem breve!!

Bjs da Ana-chan



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