My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 39
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Oi, Minna!!! Desculpa pela demora, muitas outras coisas para fazer, mas eu não desisti! Aqui vai mais um capítulo! Bjs



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Não pude deixar de sorrir ao ver Seiya logo ali, em cima do palco, cantando com a sua linda voz. Todas as luzes estavam sobre ele.

Sua voz era suave... muito boa de se ouvir.

Fui um pouco mais a frente e parei.

Kami-sama...

Como pode existir alguém com aquela voz!

- Ei...

Era divertido ver aquelas meninas gritando para ele, e Seiya gentilmente acenava, fazendo com que mais corações saltassem.

Ahahah...

Ele começou a dançar...

E uah!

Ele é um excelente dançarino!

- Ei!

As meninas começaram a gritar novamente, e vi que Seiya sorriu bonito.

Ele é incrível...

- Ei, odango...

Logo outros dois rapazes apareceram atrás dele e começaram a cantar juntos. As vozes dos outros dois eram lindas também.

Infelizmente eu vi apenas uma vez eles na televisão, e nunca ouvi uma música sequer... e, pensando agora...

Acho que estou me tornando uma fã!

Hahaha

Dedos entraram no meu campo de visão, e eu pisquei algumas vezes.

Huh?

Fui me afastar para olhar Seya novamente, mas a mão me seguiu, bloqueando minha visão dos três cantores.

Mas huh?

Segui a mão, o braço, ombro, pescoço, queixo... boca... nariz... e...

Olhos azuis escuros...

AH!

Mamoru?

- O-o que foi? - murmurei fechando a boca de repente.

Uaahh... Kami-sama...

Eu tinha esquecido que ele estava ali...

E, só de vê-lo, minha pele se arrepiou toda...

Ele semicerrou os olhos e suspirou, como se estivesse nervoso.

- Por que está olhando tanto para ele?

Pisquei várias vezes.

- Ah?

Ele mordeu os lábios e olhou para o lado, passando a mão no cabelo, voltou-se para mim, suspirando mais uma vez.

- Estávamos no meio de algo, se você não percebeu...

- AH? E-eu estou assistindo ao show agora... - voltei para frente, vendo os rapazes dançarem.

- Deixa o show para lá... - senti seus dedos no meu queixo e ele puxou meu rosto para ele. - Volta aqui para mim... - seu rosto começou a se aproximar, e eu bati na sua mão, me afastando dele.

Uah... meu rosto... está queimando!

- Pa-PARE COM ISSO, MAMORU! EU FALEI QUE NÃO QUERO QUE ME BEIJE MAIS!

Ah... meu coração...

Idiota... Mamoru idiota...

- E-eu quero ve-ver o Seiya-kun cantar... - falei me voltando para frente.

Argh...

Pa-pare de bater tanto assim, coração.. .

Controle-se...

- Seiya... kun? - a voz dele soou grave ao meu lado, e eu me assustei ao ver que ele já estava perto de novo.

- Ha-hai... - corei ao ver que sua camisa me mostrava o seu peito.

- Kun? Você... nem o conhece. Como pode chamá-lo com essa intimidade? - ele tocou meu braço, e eu pulei com o contato.

- E-ele é meu amigo... e-e eu o chamo da forma que EU quiser, Mamoru... - voltei para frente. Blargh! Qual o problema dele?

- Amigo? - sua voz falou quase perto do meu ouvido, e eu pulei mais uma vez, me afastando dele.

UAH!

A respiração quente dele bateu na minha pele!

Olhei para ele, e seus olhos estavam mais cerrados dessa vez, os olhos azuis se tornavam mais escuros.

- Como assim amigo? - ele colocou as mãos nos bolsos, me olhando seriamente.

- E-ele está na minha sala, estamos estudando juntos... e... - ah? Por que estou me explicando para ele? - Po-por que quer saber? - o olhei sem entender, e Mamoru me olhou torto.

- Nada... - murmurou, acho que mais para ele. Voltei para frente. - Mas precisa do “kun”? Desde quando o conhece? - murmurou mais uma vez.

- Alguns dias... - uaahhh meu coração!

- E você já o chama desta forma?

Pisquei algumas vezes antes de me voltar para ele.

Mamoru fitava intensamente o palco com o cenho franzido.

- A-algum problema com isso? - pois é... algum problema com isso? Será que não posso chamar meu amigo assim? Qual o problema dele?

Fitei o idiota ao meu lado, e ele continuava com seus olhos sérios para o palco.

Ele não falou nada, então resolvi voltar para frente.

Seiya começou a cantar outra música bem calma... e parecia até mesmo triste.

- Sim, há... - a voz rouca de Mamoru sussurrou, e meu coração pulou forte no peito.

Senti minhas bochechas começarem a esquentar.

- A-ah? - o olhei com o coração na mão.

- Você me conhece há mais tempo que a ele, e mesmo assim... não me chama dessa forma...

Uah?

O-o que é que ele falou?

Kami-sama...

Está difícil de respirar...

Mamoru-baka... não diga essas coisas... senão vou pensar que você...

...gosta de mim...

Olhei seu perfil.

Só de olhar para ele parece que meu coração vai parar de bater a qualquer minuto...

Ah...

Kami...

...ele é tão bonito...

E tão...

Babaca...

- É-é que, diferente de você, Seiya-kun é mais gentil... e-e está se tornando um ótimo amigo! - falei fazendo um bico e me virando novamente para o palco.

- Mas você o conheceu há muito pouco tempo! - a sua voz se alterou um pouco, como se não acreditasse no que eu estivesse falando.

- Para você ver o quanto ele já se tornou importante para mim... - minha boca desandou a falar.

Ah?

Eu falei realmente isso?

Olhei de soslaio para Mamoru, e vi que ele mordia forte seu lábio inferior.

Argh...

Mamoru-baka...

Você não sabe... mas você já é Mamo-chan para mim... mas eu não vou falar isso para você...

Porque...

Você está me usando para ferir Mando-chan...

Mamoru idiota...

Por que não pode agir, pelo menos uma vez, como um homem decente?

Faz essas coisas como me beijar, me tocar... coisas que deixam meu coração abalado...

E outras que me deixam com vontade de te matar...

 Argh...

Ergui minha mão fechada e soquei de leve o seu ombro. Ele virou para mim, confuso, e eu olhei para baixo.

Idiota...

Por que tem que inventar mentiras...?

Por que insiste tanto em me levar para cama?

Será que você não pode simplesmente me amar?

É tão difícil isso?

Namore comigo, em vez de agir dessa maneira...

Suspirei mais uma vez e cruzei meus braços.

- Eu odeio você, Mamoru... - falei com minhas bochechas quentes

#############

Não nos falamos por algum tempo.

Meu coração batia tão forte só por estar perto dele...

É estranho descrever isso, mas havia algo em Mamoru que me atraía... pois eu queria sair dali, me afastar dele... mas... havia essa coisa... que me prendia, me fazia ficar ali.

Como se fôssemos um quebra-cabeça... e Mamoru era a peça que se encaixava em mim... me completando por inteiro.

Como se fosse seguro ficar ali com ele...

E, cada vez que eu fechava os olhos para ouvir a canção dos Three Lights, o mundo desaparecia... e exista somente Mamoru ao meu lado.

Era uma sensação tão reconfortante...

Hum...

Minhas mãos estavam frias... e minhas pernas também...

Parece que estava começando a esfriar...

Passei minhas mãos em meus braços, numa tentativa de me aquecer.

- Está com frio? - segurei minha respiração ao ouvir a voz de Mamoru perto do meu ouvido. Olhei para ele, e seus olhos estavam calmos... e gentis.

- I-iie... - murmurei rabugenta, tentado ignorar aquela sensação por todo o meu corpo.

- Baka... - ele murmurou, e eu fiz um bico.

- Mou! Não me chame de baka! - ele sorriu bonito e colocou seu braço acima dos meus ombros. - U-uah! O que você es-está fazendo, Mamoru!? - meu rosto corou ao sentir a pele dele sobre a minha. Os choques voltaram.

- Esquentando... – ele sussurrou, me puxando mais para ele.

Uah...

Kami-sama...

Meu coração vai explodir...

Ele tocou minha cabeça e a empurrou gentilmente para o seu peito, como se pedisse para eu deitá-la ali.

Segurei minha respiração.

Seu outro braço contornou minhas costas, e ele me abraçou.

Kami-sama...

Kami-sama...

Kami-sama...

Kami-sama...

O que ele está fazendo?

Uaahhhh não consigo respirar...

Fechei meus olhos, meu rosto estava queimando... uah...

Senti o peso da cabeça dele em cima da minha...

Era a primeira vez que ele me abraçava...

E... humm...

Ele é tão quentinho... e as batidas do seu coração são tão fortes...

Uah! Uah!

- Ma-Mamoru... - minha voz soou abafada.

- Hum?

Uahh... é agora que vou explodir...

É agora!

- O-onde está Taru-chan? - fora a primeira coisa que veio à minha cabeça.

- Odango... – ele suspirou pesado. - Por que você sempre tem que perguntar sobre minha irmã cada vez que estamos juntos...?

Corei com o que ele falou e afastei minha cabeça do seu peito.

- Ma-mas, é sério - levantei meus olhos para ele. - E-ela deveria estar aqui!

- Ela deve estar com meus amigos, quando acabar essa porcaria de show nós vamos nos encontrar lá na frente... - ele murmurou voltando a puxar minha cabeça para o seu peito.

- Porcaria? - murmurei brava, afastando minha cabeça novamente. Ele olhou para o lado. - Se é uma porcaria por que está assistindo? - que grosseria da parte dele!

- Odango... apenas aproveite o que estou fazendo para você... - disse ele com arrogância, me abraçando um pouco mais forte, e eu o olhei com raiva dessa vez.

Ergui minha mão pronta para socá-lo, mas ele segurou.

- Ei... calma lá... - eu o olhei e vi um sorriso em seus lábios, como se já adivinhasse que eu iria fazer aquilo. Ergui meu pé dessa vez para chutá-lo, mas novamente ele se desviou sem se afastar de mim. - Odango-baka... já conheço esses seus truques sujos... - aproximou seu rosto do meu ainda com seu sorriso.

Uuugh...

Meu rosto voltou a queimar.

Arrogante miserável...

- E-e eu es-estou começando a entender os seus! - falei nervosa sem desviar dos seus olhos. Ele piscou e me olhou com dúvida. - Seu miserável... por que mentiu, dizendo que Rei-chan era sua esposa? - meu coração bateu forte quando falei isso.

Ugh...

Essas borboletas em meu estômago não me dão sossego...

- Hum... Hino te contou, é? - ele mordeu os lábios como se segurasse para não rir, e esse seu ato me deu mais vontade ainda de bater nele. Cerrei meus dentes.

- É, ELA ME CONTOU, SEU RETARDADO! POR QUE FICA COM ESSES JOGUINHOS? QUAL O SEU PROBLEMA? - gritei na cara dele mesmo!

Mamoru apenas abriu um pequeno sorriso de lado.

Argh...

Odeio quando ele sorri desta forma...

Hum...

...e olhando agora...

Ele tem uma covinha...

... é kawaii...

NÃO...

Não repare nisso!

- Como você faz caretas, odango... - corei com o que ele falou.

- Mou! Eu não faço caretas, não! - aumentei meu bico com raiva. Ele pegou minhas mãos e as colocou em seu peito, aproximando nossos corpos.

Uaahh...

E, desta forma...

Meus braços ficaram presos entre nós.

Idiota... idiota...

GRRR!

Devo estar muito vermelha!

Droga de Mamoru...

DROGA!

- Ah... - ele gemeu baixinho apertando seus dedos na minha cintura. Cerrei meus dentes. Seus olhos fitavam intensamente os meus e, em seguida, pararam nos meus lábios. - Essa sua roupa está me deixando louco... - sussurrou perto de minha boca.

Uah...

Hentai...

HENTAI!

Fiquei até constrangida com o jeito como os dedos dele me tocavam.

Ele me apertava um pouco e depois ficava acariciando... logo entrou por debaixo da minha blusa.

Ah...

Droga...

Fechei meus olhos, meu rosto queimando. Ele começou a acariciar minha pele de um jeito mais áspero.

- Pa-pare com i-isso, Mamoru! - falei já não aguentando suas carícias.

- Hum... não quero... - seus lábios estavam próximos de minha testa, então senti o calor de sua respiração.

Apertei meus dedos em sua camisa.

Kami...

Não consigo respirar...

E, lembrando agora...

Ele ignorou o que acabei de perguntar, não?

ARGH!

MAMORU BAAAKAAAA!

ELE ESTAVA DESVIANDO A MINHA ATENÇÃO!

E EU QUASE... QUASE CAÍ EM SEU TRUQUE!

Balancei minha cabeça várias vezes.

- POR QUE MENTIU? - gritei olhando para ele... ugh... meu rosto está queimando de raiva!

Ele voltou a morder os lábios, como se pensasse, e sorriu bonito.

- Por que é divertido ver sua reação...

O-o...

O-o...

O QUÊ?

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

POR FAVOOOOOR! ALGUÉM ME DÊ UMA ARMA!

POR FAVOR!

PARA EU PODER ATIRAR NESSE CARA!

ARGH!

- DIVERTIDO? DIVERTIDO? POR ACASO EU TENHO UMA BOLINHA VERMELHA NO MEU NARIZ PARA VOCÊ ACHAR DIVERTIDO?

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Tentei soltar minhas mãos... argh... argh... ARGH! É agora que eu mato ele... É AGORA!

Ele apertou meu corpo mais contra o dele, para que eu não conseguisse me separar.

- Hahaha...

E ESSE CANALHA AINDA RI DE MIM?

EU SOU UM TIPO DE PIADA PARA ELE?

MAAAAAAALLLLDDDDDIIIIIIIIITTTTOOOO!

MALDITO!

MALDITO!

Bufando...

- Como você fica com raiva fácil... - ele aproximou-se sussurrando no meu ouvido, e beijou de leve acima da minha orelha. Mordi meus lábios ao sentir sua colônia.

Foi então que uma ideia me ocorreu...

O pescoço dele estava perto...

Sem pensar duas vezes, abri minha boca e taquei meus dentes no pescoço dele.

- Arh... - ouvi o gemido dele e comecei a apertar com mais força a sua pele.

Vamos, me largue, Chiba...

Me largue!

- Ahn... odango... - ele não falou de uma forma nervosa ou chateada, pelo contrário, estava rouca, lenta, como se ele aproveitas... - Gosta mesmo de morder, huh? - corei novamente e me afastei do pescoço dele.

Blergh!

Minha boca agora ficou com gosto de perfume.

Mamoru olhou para mim ainda com um sorriso.

Eu quero matar ele...

- Solte-me, seu estúpido... - falei entre os dentes, tentando me afastar dele.

- Não... - seus olhos me fitaram sérios dessa vez, fazendo meus doki-doki aumentarem. - Estou muito louco com você... por isso vou te segurar até isso passar...

GGRRRRRRRR!

Eu odeio ele...

Por que ele faz isso comigo?

É só para me chatear?

É para eu ficar com mais raiva dele? Por que, se for... ele está conseguindo...

Ele faz essas coisas idiotas comigo para quê?

Seus olhos são tão profundos... e a respiração dele é tão forte e quente que parece que vai queimar minha pele...

Ele se abaixou ao meu nível... provavelmente tentaria me beijar...

E, droga, eu não quero isso...

Só ficar beijando ele...

Só aproveitar o momento com ele...

Droga...

- Ne-nem pense nisso... - murmurei enquanto a boca dele estava a milímetros da minha. Ele sorriu mais uma vez, e seus olhos me fitaram.

- Só um... - sussurrou, e droga... minha respiração está falhando! Ele virou a cabeça, e parecia que, dessa forma, ele tinha um acesso maior para me beijar.

- I-iie... - sussurrei de volta.

Urgh... essas coisas que ele faz comigo...

- Usako... me deixa te beijar... - passou língua pelos lábios, e seus olhos me fitaram como se ele estivesse implorando.

- Ma-Mamoru... pa-pare... - minha respiração ficou pesada.

- Meu nome soa tão bem em sua boca... - corei quando ele falou isso, e espremi meus dedos mais uma vez em sua camisa.

- Mamoru... - falei sentindo minhas pernas começarem a falhar.

Minhas mãos suaram e ficaram mais frias.

Os lábios dele estavam tão próximos...

Pare, coração, por favor...

Eu fechei só um pouquinho meus olhos, não aguentando meu rosto, que queimava, e voltei a abri-los, encarando os olhos azuis tristes à minha frente.

- Quando você vai gostar só de mim, hein, Usako? – ele disse de uma forma tão dolorida... Fechei minha boca, me sentindo mais triste ainda.

Eu gosto de você...

Mas o que sinto por você...

Nunca será correspondido da mesma forma...

As luzes explodiram à nossa volta, o que me fez piscar algumas vezes, e olhei para o palco. Seiya e os outros rapazes estavam se despedindo de todos.

O show já estava acabando...

Os dedos de Mamoru tocaram meu queixo e me puxaram para ele.

Voltei a me encontrar com seus olhos azuis.

- Olhe só para mim, Usako... - sussurrou de uma forma tão quente... - Só para mim... - tão angustiante...

A sua respiração brincou com minha pele e, por causa da sensação quente, eu lambi meus lábios.

Droga, não faça essas coisas comigo...

Eu fechei a distância entre nossos lábios e o beijei apenas uma vez... Mostrando todos esses sentimentos que estavam presos dentro de mim...

Ele abriu a boca para mim.

Kami-sama...

É tão gostoso beijar ele...

Melhor que chocolate...

Antes que ele pudesse corresponder, eu me afastei.

Minha pele se arrepiou com aquilo que eu tinha acabado de fazer.

Uah...

Devo estar muito mal da cabeça...

Os olhos dele estavam fechados, e sua respiração havia parado.

Kami-sama...

Será que eu o matei?

Aos poucos aqueles lindos olhos azuis apareceram embaixo de suas pálpebras, e ele liberou sua respiração numa forma pesada.

Ele me olhou perdido, como se não acreditasse que aquilo tinha acontecido.

Por Deus... era a primeira vez que eu avançava dessa forma!

Seus dedos em minha cintura me apertaram. E eu segurei minha respiração.

- Ah... venha comigo para casa... - sussurrou tão docemente que quase me fez cair. Ele me segurou mais firme quando sentiu minhas pernas falharem.

Seus olhos estavam tão escuros...

Mordi meus lábios...

Kami-sama...

O que ele está falando...?

Neguei com minha cabeça, e seus dedos me apertaram mais uma vez.

- Hum... droga - sussurrou abrindo um pequeno sorriso, e eu corei. - Foi gostoso, Usako... me beija mais uma vez... - disse entreabrindo os lábios.

Segurei minha respiração.

Ele acha que vou beijá-lo de novo?

Uah!

Já foi embaraçoso o suficiente...

Não vou fazer mais...

Não mesmo!

Neguei mais uma vez, já não conseguindo respirar.

E quando ele foi se aproximar novamente, eu puxei o resto das forças que eu tinha e empurrei o peito dele para longe.

Foi tudo tão rápido que, logo, eu já me misturava entre as pessoas que saíam do estádio, deixando Mamoru para trás.

###########

Kami...

Não consigo respirar ainda...

Meu coração... parece que vai estourar...

Uah...

E estou tremendo tanto...

Toquei meus lábios.

Eu sei... foi besteira fazer isso...

Mas... não me arrependo.

Uah... eu vou explodir... vou explodir!

Coloquei minhas mãos no rosto.

Meu rosto está muito quente!

Tanto que chega até a esquentar um pouco minhas mãos frias!

Passei correndo pelo pátio do colégio, e fui em direção à porta da frente.

Kami-sama...

Já está tão tarde...

Olhei para o relógio.

São 21 h...

Não parece... mas o tempo passou tão rápido...

E estava frio realmente. A temperatura abaixara muito!

Brr...

- Usagi-chan! - ouvi a voz de Hotaru vir de algum lugar e verifiquei os meus lados. - Aqui! - ela falou novamente, e vi ao longe a menina acenando para mim enquanto vinha em minha direção.

- Ah! Taru-chan! Onde estava? - falei assim que ela se aproximou. Ela sorriu bonito para mim e colocou a mão na cabeça.

- Gomen, eu estava com Mamoru... mas aí eu acabei me perdendo dele... e bem, voltei para onde Mike estava e fiquei com ele e os outros... - sorriu mais uma vez com seus olhos fechados e as bochechas vermelhas.

- Ah... – eu murmurei, e ela abaixou a mão e abriu seus olhos, me olhando.

- E você? Ficou com Mamoru?

Pisquei algumas vezes ao olhar seus olhos brilhantes.

- Ha-hai... - murmurei assentindo.

- Que bom! - e ela sorriu mais uma vez. – Er... po-porque pelo menos você não estava sozinha, né? Hahaha - disse rapidamente, o que me fez piscar mais algumas vezes.

- Hum – assenti, sentindo meu rosto corar. - Taru-chan... muito obrigada por me convidar, adorei ter vindo! Mas preciso ir embora, antes que eu perca o último ônibus! - sorri para ela, ainda com meu coração batendo violentamente no peito.

- Ah? Iie... iie... eu não vou deixar você ir sozinha a essa hora para pegar um ônibus, Usagi-chan! Eu te dou carona! - ela sorriu bonito.

Kami-sama...

Isso significa entrar no carro junto com Mamoru...

- I-iie... na-não posso aceitar, Taru-chan! E, além do mais, minha casa fica do lado oposto da sua! - falei balançando minhas mãos na frente e corando muito.

É muito gentil da parte dela... mas realmente não posso aceitar.

- Claro que pode! - ela pegou minhas mãos e apertou firme. - E não precisa se preocupar com essa coisa de lado oposto... ahaha... eu te convidei para vir aqui... então é minha obrigação te levar para casa! E, além do mais... eu quero ficar aqui mais um pouco!

- Hum? - virei a cabeça para o lado, não entendendo. Ela corou e olhou para o lado.

- Eu quero pegar os autógrafos dos Three Lights - sorriu quando se voltou para mim. - Eles não são o máximo?

Sorri quando ela falou isso.

- Hai! - assenti fechando os olhos.

- Então... aceita minha carona? - não pude resistir à forma com que ela me olhou e assenti.

Ela sorriu mais uma vez.

- Que ótimo!

#########

Ela me levou até atrás do estádio e fomos conversando todo o caminho sobre os Three Lights.

E Hotaru realmente gostava daqueles três cantores. Não pude negar... Eles também me conquistaram.

- Eles vão sair por aqui... - ela me mostrou a porta dos fundos

E vi que já estavam ali.

Tinha algumas pessoas pegando alguns equipamentos e colocando dentro de um enorme ônibus.

E Seiya estava ali de costas para nós com algumas garotas à sua volta tentando pegar um autógrafo, os outros dois rapazes também distribuíam autógrafos para outras meninas.

Um guarda-costas parou a gente, e Hotaru tirou algo da sua bolsa, mostrando para o homem.

- Pode passar, Chiba-san... - disse na mesma hora o homem. E Hotaru me puxou para segui-la.

Sugoi...

Ela tirou um pequeno caderno de sua bolsa e uma caneta.

Brrr que frio que estava...

Nos aproximamos mais de Seiya.

- Eu também vou querer um autógrafo! - Hotaru falou com um enorme sorriso.

- Pode deixar, gracinha, que... - ele se virou para nós e parou, olhando para Hotaru e depois para mim.

- Olá, Seiya! - Hotaru abriu um lindo sorriso enquanto o olhava.

- Hotaru! - eu pisquei dessa vez. Eles se conheciam? Seiya sorriu e pegou o caderno das mãos dela. - E aí, gostou do show, irmãzinha?

- Estava ótimo, como sempre, Seiya! - ela falou feliz, Seiya sorriu mais uma vez e devolveu o caderno.

- Fico feliz que minha fã número um ache isso... - Hotaru corou, ainda sorrindo. – E... você cresceu muito! - Seiya tocou a cabeça dela, e Taru-chan a abaixou, envergonhada.

- E você não mudou nada... – ela sorriu, voltando a olhá-lo.

- Vocês se conhecem? - falei olhando para os dois, e Seiya se voltou para mim ainda surpreso por me ver ali.

- Seiya é irmão de Hino... - pisquei muito dessa vez.

AH?

- Irmão?

Seiya sorriu dessa vez para mim.

- Bombom... não sabia que estaria aqui! - dessa vez foi Hotaru que olhou para nós com se não entendesse. - Estamos estudando na mesma escola, Hotaru - Seiya esclareceu, a olhando, e se voltou para mim. - Isso que é coincidência...

- Mas, irmão? Como isso? Você é Kou e ela é Hino? - virei minha cabeça de lado, ainda não entendendo.

- O pai de Rei casou com a minha mãe, e minha mãe não quis mudar o sobrenome... – ele sorriu, colocando uma mão atrás da cabeça.

- Ah! - apertei mais meus braços em volta de meu corpo. Estava frio... argh... só de pensar que estivera quente fazia pouco tempo...

- Usagi-chan é minha amiga, Seiya... - Hotaru falou sorrindo pegando minha mão, e não pude deixar de sorrir.

- Bom saber! - Seiya sorriu mais uma vez e, de repente, seus olhos fitaram algo atrás de mim, e seu sorriso aos poucos se tornou sarcástico. - Ah... não acredito. Veio pedir um autógrafo também?

Hum?

- Vai sonhando, pirralho... - a voz me fez tremer.

- Estava assistindo ao show? - Seiya parecia surpreso, ainda olhando para o rapaz que estava atrás de mim. - Hahaha... Mamoru... você continua me surpreendendo! - Seiya riu mais uma vez e vi, de soslaio, Mamoru parar ao meu lado.

- Fui obrigado, idiota... - uah... minha respiração travou e, lentamente, levei meus olhos até o rosto de Mamoru.

Vi que ele também me olhava de lado, e voltei para frente, sentindo meu rosto queimar.

Uahh...

Acho que eu não deveria tê-lo beijado!

- Não vejo razão alguma para você ser obrigado a ver meu show! - Seiya continuou a falar. - Só se estiver tendo uma queda por mim... - pisquei surpresa com o que ele falou, e algo bateu com força atrás da cabeça dele. - ARH! - vi Rei ao seu lado com alguns folhetos enrolados juntos.

- Pare de dizer asneiras, Seiya... - ela suspirou. Seus cabelos estavam soltos.

- Brincadeira, Rei... brincadeira! - disse ele passando a mão atrás da cabeça.

- Hum! - ela o olhou de lado e fechou os olhos. - Obrigada pelo que fez hoje, Seiya...

- Dez mil... - disse ele estendendo a mão na frente dela, e Rei o olhou com um olhar de quem iria matá-lo. Não pude deixar de sorrir.

- Obrigada por ter vindo ao festival, Mamoru! - ela falou num tom cansado. - Você também, Tsukino...

- Foi um prazer! - falei sorrindo para ela, e Rei me olhou com um sorriso e suspirou.

- Eu vou indo, tenho uns assuntos para resolver amanhã de manhã! - Rei empurrou seus cabelos para trás. – Seiya, volte para casa hoje, sua mãe está preocupada com você! Desde que você chegou... nem passou em casa para falar com ela! Ela está furiosa!

- Okay, okay! - ele disse pegando uma garrafa d'água e tomando no gargalo.

Rei se virou e começou a partir.

- Tchau, Rei-chan! - falei alto para as suas costas.

- Ei... eu iria te convidar hoje mesmo para vir para cá, mas achei que você estaria ocupada... - Seiya começou a falar, e eu me voltei para ele.

- Ah... - então era isso que ele queria falar comigo. - Taru-chan me convidou, mas obrigada mesmo assim...

Ele sorriu e tomou mais um gole de água.

- Muito obrigada pelo autógrafo, Seiya... - Hotaru falou apertando com carinho o caderninho. - Preciso saber quando sairá o seu próximo CD!

- Pode deixar, irmãzinha, que assim que sair, o primeiro será seu! - piscou para ela, e vi Hotaru vermelha sorrindo contente.

- Vamos indo, Hotaru... - a voz forte de Mamoru soou do nada, e me fez arrepiar ainda mais.

Uah... como está frio!

- Hai! Usagi-chan vai com a gente, está bem?

Fechei meus olhos quando ela falou isso. Mamoru não disse nada.

Kami-sama...

Não seria muito bom ir com ele...

- Certo... - levei meus olhos até ele novamente, e eles estavam tão intensos... tão azuis...

- Bombom... está com frio? – me voltei para Seiya rapidamente e olhei para meus braços.

- Um... pouquinho... - Brrr...

- AH! - Seiya virou para trás, e eu senti algo quente se aproximar do meu ombro.

Olhei de soslaio e vi a mão de Mamoru se aproximando lentamente de mim.

Kami-sama...

- Aqui! - voltei para Seiya na hora em que ele colocava um casaco em volta de mim.

Ah?

Corei com o que ele fez.

- Seiya!

- Pode ficar... eu estou quente ainda... - sorriu bonito, e não pude deixar de sorrir.

- Arigatou! – humm... casaco quentinho...

- ESTAMOS INDO... - a voz de Mamoru soou alta dessa vez, de uma forma que até mesmo me assustei e olhei para ele.

O cenho dele estava franzido e...

Kami-sama...

...parecia que ele tinha perdido o juízo.

Seus dedos alcançaram meu pulso e me apertaram bem forte...

Uah... Kami-sama...

O que ele está fazendo?

Na frente do Seiya... da Hotaru!

Sua mão parecia que queimava o meu pulso.

Meu rosto esquentou...

Vi os olhos de Seiya fitarem a mão dele e se voltarem para mim.

Não pude deixar de corar mais ainda...

Uah...

Uah...

- Por acaso... É ESSE CRETINO DE QUEM VOC... - arregalei meus olhos quando Seiya começou a falar e, como que por instinto, me afastei de Mamoru e Hotaru e tampei a boca dele com minhas duas mãos.

Eu o olhava com raiva.

Os olhos dele ficaram arregalados.

Kami-sama...

O que ele estava pensando em falar!

SEIYA BAKA!

BAKABAKABAKABAKA!

Ele quase disse... quase disse...

ARGH!

Como ele percebeu tão rápido assim?

- Usagi-chan? - a voz de Hotaru me fez voltar à realidade e, rapidamente, afastei minhas mãos de Seiya. Ele piscou algumas vezes e assentiu como se confirmasse que não falaria mais nada.

Me virei para ela, corando ainda e com a respiração rápida.

- Go-gomen hahaha... mas... mas... er... - pense Usagi, PENSE! - Tinha... er... tinha...

- AH... arigatou, Bombom! Se não fosse por ela, eu teria falado besteira novamente! - olhei para Seiya sem entender, e ele colocou uma mão atrás da cabeça. - Eu pedi para ela que cada vez que eu falasse um palavrão ela tampasse minha boca dessa forma... hahaha... - sorriu bonito.

AHN?

O QUÊ?

E-ELE NÃO TINHA UMA COISA MELHOR PARA INVENTAR?

Olhei para Hotaru, e parecia que realmente ela não entendia o que tinha acontecido.

Ah...

Kami-sama...

Se Hotaru souber o que está acontecendo entre mim e Mamoru... ela vai me odiar... com certeza vai me odiar...

E droga...

Quase que Seiya disse o que estava acontecendo!

Me voltei para Mamoru e prendi minha respiração.

Seus olhos estavam escuros novamente...

Ele continuava com o cenho franzido... só que um pouco mais agora.

Suas mãos estavam bem apertadas ao seu lado.

Uah...

Por que essa cara feia?

Mas mesmo assim faz meu coração bater forte por ele...

- Lembrei! Bombom, eu preciso que você me empreste as anotações de hoje! Por isso posso te levar para casa?

Huh? Me virei para o Seiya.

- Hum?

- Eu realmente preciso dessas anotações! - ele parecia sério enquanto falava isso.

- Mas Taru-chan... - um “plim” veio à minha cabeça.

Seria melhor...

Aí eu não precisaria pegar carona com Mamoru...

Mas... Hotaru...

- Está tudo bem, Taru-chan? – me voltei para ela. Seus olhos ficaram um pouco tristes, mas logo ela abriu um sorriso.

- Se for para ajudar o Seiya... tudo bem!

Droga... não queria deixá-la triste...

Sou tão horrível por fazer isso...

- Mas... - levei um susto ao ver Mamoru falar, segurei minha respiração enquanto o olhava, e não foi somente eu, Hotaru o olhava surpresa também. Ele mordeu levemente os lábios e passou a mão nos seus cabelos. - Você não sabe onde Tsukino-san mora... - disse numa voz mais grave.

- Bombom me explica... - Seiya tocou meu ombro e me mostrou “positivo” com o seu dedão erguido.

Assenti levemente e me voltei para Hotaru.

- Gomen... Taru... - apertei minhas mãos.

- Está tudo bem, Usagi-chan! Nos falamos depois, então... - continuou ela com seu sorriso gentil e tocou o braço de Mamoru. – Vamos, Mamoru... - ela o puxou, mas ele não se moveu.

Continuava firme me olhando e depois fitou o Seiya.

- Ja ne, Usagi-chan! - ela acenou dando as costas para mim e ainda tentando puxar Mamoru.

- Ah... ja... - acenei levemente.

Mamoru continuava a me olhar com seus olhos muito sérios... quer dizer... meio bravos...

Qu-qual o problema dele?

Acalme-se, coração.

Uahh... não consigo respirar...

- Vamos, bombom... - Seiya me puxou pelo braço também, e eu o segui, dando as costas para Mamoru.

Kami-sama...

Ele ainda está me olhando?

Meu corpo está formigando!

- Estou indo, Taiki, Yaten! Até amanhã! - Seiya falou para os outros dois cantores. E me guiou até perto de uma moto.

Por Deus...

Mal consigo andar...

Parece que o olhar de Mamoru está me paralisando!

- Pegue esse capacete... - a voz de Seiya me fez voltar à realidade, peguei o capacete com minhas mãos tremendo.

Uah...

Por que minhas mãos estão tremendo...?

Coloquei o capacete, e Seiya sentou na moto.

- Onde você mora? - disse ele começando a ligar o motor, e eu mordi meus lábios.

- Rua dos Pessegueiros... 37.

Minha saia era muito curta para sentar ali...  Então eu sentei de lado mesmo.

- Vai se segurar bem aí? - disse ele por debaixo do capacete, e eu assenti.

Não me atrevi a levantar meus olhos uma vez sequer... Tive medo de ver Mamoru ali ainda.

Coloquei meus braços em volta da cintura de Seiya e fechei meus olhos.

Ugh...

O que é essa sensação?

Por que estou me sentindo assim?

Kami-sama... eu só estou indo com o Seiya...

Não estou fazendo algo errado, estou?

Seiya é meu amigo... só isso...

Mas por que essa sensação me incomoda tanto?

Seiya começou a partir com a sua moto, e eu apertei firme meus braços em volta dele.

Levantei meus olhos rapidinho para ver se Mamoru ainda estava ali...

E...

Prendi minha respiração.

Ele ainda estava ali. Com as mãos nos bolsos agora, e seu cabelo na frente dos olhos.

E parecia que ainda me olhava... daquela forma brava... e nervosa.

Aquilo acelerou minha respiração.

Mordi meus lábios ao vê-lo dar um passo à frente.

Apertei mais meus braços em volta do Seiya, assustada com o olhar de predador de Mamoru, mas ele não fez nada.

Continuou parado olhando para nós enquanto Seiya se afastava.

Kami-sama...

Parece que vou explodir com essa sensação em meu peito...

############

Quando paramos em frente à minha casa, eu desci da moto e tirei o capacete.

- Arigatou, Seiya. Eu vou pegar as anotações e já...

- Iie... não precisa... - ele também tirou o capacete e o apoiou em cima da moto, então se virou para mim com um sorriso.

- Huh?

- Pelo que eu vi, você não estava a fim de ir no mesmo carro com Mamoru. Então achei melhor inventar para trazer você... – ele sorriu mais uma vez com seus olhos fechados.

- Huh? - eu o olhei.

- Viu... eu sei observar quando é preciso... - disse ele sorrindo bonito e piscando para mim. Abaixei minha cabeça e me voltei para ele com um sorriso.

- Arigatou...

- Para que servem os amigos!? - disse simplesmente, tirou o prendedor do cabelo e voltou a prendê-lo. - Então... quando vi Mamoru pegar seu pulso, você ficou bem vermelha - corei quando ele falou. - É deste cretino que você gosta? - suspirei triste e assenti, voltando a abaixar minha cabeça. - Hunf... tanto cara legal por aí, e você foi gostar de Mamoru? - suspirei mais uma vez.

Ficamos em silêncio por algum tempo.

- Você gosta muito dele? - ele sussurrou, e eu levantei minha cabeça, o olhando surpresa. Mordi meus lábios e assenti, um pouco triste. - Hum... certo então... - ele olhou para o lado, como se estivesse pensando.

- Seiya... - sussurrei olhando para seu rosto.

- Hum?

- Na-não me deixa amanhã sozinha na escola... - murmurei olhando para baixo. Seiya não falou nada e eu voltei a olhá-lo. - Fi-fica comigo esse final de semana inteiro...

É estranho pedir isso?

Mas...

Eu não quero ter oportunidade de ficar sozinha com Mamoru...

Estou vendo que não consigo controlar as minhas ações quando estou perto dele...

Droga...

Só de pensar que eu avancei para beijá-lo...

- Pode deixar... - pisquei e levantei minha cabeça para olhá-lo. Seiya tinha um sorriso singelo nos lábios.

- Arigatou... e desculpe por isso...

Ele sorriu de lado.

- Não precisa se desculpar, Bombom. Apesar de ainda não saber o porquê desse seu pedido, farei tudo por você...

Corei quando ele falou isso, mas não pude deixar de sorrir.

- Usagi? - ouvi a voz de minha mãe atrás de mim e me virei para olhá-la.

- Já estou indo, mama! – me voltei para o Seiya. - Obrigada pela carona, Seiya-kun! E... ah! - tirei o casaco rapidamente. - Arigatou pelo casaco...

Seiya sorriu enquanto o pegava.

- Não precisava me devolver...

- Eu já vou entrar em casa, então... como você está de moto, você pode acabar ficando com frio... use ele!

- Certo... certo... - disse colocando o casaco no seu colo.

- Iie! Ponha já esse casaco! Se não você pode acabar pegando uma gripe!

Ele me olhou por algum tempo.

- Você parece minha mãe!

Eu segurei meu riso enquanto o via vestir o casaco.

- Agora, sim! - ri mais uma vez quando ele fechou o zíper até o final e colocou o capacete.

- Estou bem agora? – sorri, assentindo. - Ótimo, vejo você amanhã na escola então, Bombom!

- Hai! Oyasuminasai, Seiya-kun! - acenei o vendo ligar a sua moto... e então...

Ele partiu.

Arigatou, Seiya...

Caminhei até minha casa.

Mama abriu a porta e a fechou atrás de mim.

- Por onde andou? Estava preocupada com você! - ela falou cruzando os braços.

- Deixei uma nota na geladeira dizendo onde eu estaria! - falei a olhando.

- Não tem nada lá! – ela caminhou na minha frente e eu a segui.

- Eu deixei ali... olha - fui ver a geladeira, e realmente não estava. - Mas eu deixei aqui! - falei apontando. Olhei para os lados e fitei o chão.

Vi um pequeno pedaço de papel em baixo da geladeira.

- Ah! - me agachei e peguei o papel. - Tá aqui! - falei sorrindo. Mostrei o papel para ela.

- Ah... Foi divertido? - ela perguntou enquanto esquentava leite.

- Hai! – me lembrei do que eu e Hotaru fizemos... mas aí... me lembrei de Mamoru e comecei a corar.

- Está com fome?

A palavra fome me deu um embrulho no estômago.

- Ahh... - que vergonha pelo que fiz hoje... - A-acho que vou comer só amanhã...

- Hum? - mama me olhou surpresa.

- Er... eu comi muito lá... - dei um sorriso amarelo para ela e caminhei em direção às escadas.

- Pensei que você ia me contar... quem é o motoqueiro - senti um arrepio na espinha... tava demorando para ela perguntar.

- É apenas um amigo da escola... - falei coçando minha cabeça.

- Hmm... amigo... – me senti corar apesar de não ser nada mesmo.

- É sério!

Mama apenas deu um sorriso de lado.

- Coitado do Demando... – a ouvi murmurar, como se fosse mais para ela.

- Oka-san! - corei mais ainda por já saber o que se passava por aquela cabeça.

- Tudo bem... tudo bem... parei! - ela ergueu as mãos. Voltei a subir as escadas. - Ah... Usagi! – me virei para ela novamente. - Você terá que ficar esse final de semana sozinha... - pisquei algumas vezes.

- Huh?

- Sua avó me ligou hoje e pediu para ir com ela ao túmulo de seu avô...

- É amanhã? - falei me lembrando do dia em que meu avô falecera.

- Sim - mama suspirou triste se sentando numa cadeira. - Tudo bem para você? Sabe como é sua avó nesses dias... preciso cuidar dela... - mordi meus lábios.

Vovó amava muito vovô e, quando ele falecera... fora o fim do mundo para ela.

Ela é a mãe do meu pai...

Imagino o quanto ela sofreu...

Primeiro perdeu meu pai... e, em seguida, o próprio marido...

Mama não me contava o que acontecia com vovô, mas eu via...

Vovô amava tanto o meu pai, e quando papa faleceu...

Vovô adoeceu... e faleceu alguns dias depois.

- Está tudo bem, mama... - apertei minhas mãos na minha frente. - Se você quiser eu posso ir com você...

- Iie... não precisa. Você tem aula... não pode faltar...

Assenti olhando para baixo.

- Vou tomar banho agora, está bem?

Ela sorriu assentindo, e eu subi as escadas.

Kami-sama...

Sozinha o final de semana inteiro?

O-o que vou fazer...

Odeio ficar sozinha...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Por favor, não deixem de comentar a história! Sempre ficamos felizes de saber o que os leitores estão achando, e se escrevemos e postamos, sejam gentis retribuindo com um comentário!

A todos que leem, agradecemos de coração!

Bjs