My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 37
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas! Sei, demorei, mas não tanto assim! Bem, trago agora a primeira parte do dia no festival escolar da Hotaru! Olha, muito engraçado esse capítulo! Adorei!



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Eu estava tão feliz hoje...


Estava sentada na minha cadeira com um enorme sorriso no rosto. Olhei para o relógio da sala, e eram ainda 9:10... Havia levariam muitas horas para encontrar Hotaru... mas já estava animada!


Fechei meus olhos e encostei a mão no rosto.


Não via a hora de conhecer o colégio de Hotaru... e imaginava como seria o festival...


Apertei minhas mãos na frente e abri meus olhos.


Com certeza ia ter comida!


Uaahhhh...


Vou poder comer à vontade! Uaah tomara, tomara!


E, que coisa ótima, eu estava conseguindo bloquear a imagem de Mamoru de minha mente.


Não queria pensar nele... não... hoje não!


Ele não tiraria minha felicidade hoje!


Não senhor!


E, além do mais...


HOJE EU COMI!


HUM HUM!


Minha barriga está cheia hoje!


Mama tinha me feito um café reforçado! E, até o momento, nada de estômago roncar...


O dia brilhava lá fora...


Meu sorriso estava constante no rosto!


E...


E...


E...


... sssssss...


vácuo...


...sssss...


A quem eu tentava enganar!?


Suspirei.


Por mais que tentasse evitar... aquele idiota não saía de minha mente!


Me esforcei para deixá-lo de lado...


Droga de Mamoru...


Droga, droga, droga!


Ele deve fazer tudo isso de propósito, não?


Começa a fazer essas coisas comigo, e depois... me deixa assim...


Com raiva dele...


Esse desgraçado tem uma esposa... e, ainda por cima... está me usando...


E, aliás... qual o problema dele com o Mando-chan?


Bem... QUAL É O PROBLEMA DOS DOIS!?


Eu sei que ambos possuem suas próprias empresas... e estão no mesmo ramo de negócios...


Não me pergunte que negócio que eles fazem... por que não tenho a mínima ideia!


E é normal ter essa briguinha...


Mas... Mamoru conseguiu acabar com os Matsukazes...


E, além do mais... onde eu me encaixo nessa história toda?


Só porque sou amiga de Mando Mamoru está querendo me usar para acabar ainda mais com Mando-chan?


Argh...


Não entendo isso...

Sabe...


Não consigo entender essa coisa de ser usada!


ARGH!


Só sei que aquele chute que dei em Mamoru ontem não foi o suficiente!


Acho que se a esposa dele não estivesse lá... eu poderia tê-lo matado...


SÉRIO!


Aí todos os meus problemas acabariam!


Nada mais de playboy na minha vida... nada de doki-doki... e principalmente...


NADA DE SONHOS HENTAIS!


ARGH!


POIS É!


Tive mais um desses sonhos hoje...


E prefiro nem lembrar o que aconteceu... porque... UAH! Meu rosto já cora!


– Ahnnn... fuuuu... - alguns fios atrás de minha orelha voaram, e meu corpo se arrepiou com o sopro logo atrás.


– Seiya! - falei olhando para ele de lado. - O professor está na sala! - falei bem baixinho. Esse Seiya... era a segunda vez que ele fazia isso!


– E... você nem está prestando atenção... - corei quando ele falou isso e fiz um bico.


– Mas não significa que posso ficar conversando com você! – me voltei para frente.


– Você está aborrecida... e eu também... vamos conversar! - sussurrou.


– Mas essa não é uma boa hora para conversar! O professor vai ouv...


– VOCÊS DOIS AÍ! - ugh... fora só falar! Virei lentamente para frente, com o meu melhor sorriso. - PAREM DE CONVERSAR E PRESTEM ATENÇÃO! - assenti várias vezes, e o homem voltou para o quadro.


– Hum... - ouvi Seiya murmurar logo atrás, mas o ignorei. - Que droga... - ele continuou, mas me mantive quieta. - Essa matéria é muito chata! – uughhh, ele não vai parar!– Eu quero fazer outra coisa...


– Quieto, Seiya! - sussurrei entre os dentes.


– Ei, ei Bombom... o que você trouxe hoje para comer? Estou com fome!


Fiz um bico. Isso ERA EU que iria perguntar para ele.


– Eu trouxe só para mim... não dá para dividir... - continuei com o bico.


– Ahhhnnn... você não pode fazer isso comigo! Eu não trouxe nada para comer!


– Azar o seu... - falei braba e me voltei para frente.


– Ahhh Bombom...


– AGORA CHEGA! - pulei com a voz do professor e vi a sua cara muito brava dessa vez. - QUERO OS DOIS PARA FORA! - ele apontou com a régua para a porta.


– A-ah... go-gomen, sens… - tentei dizer.


– VAMOS! - ele gritou de volta, e me senti constrangida.


Seiya passou por mim e tocou minha cabeça para que eu o seguisse.


Arrghh...

Desse jeito eu vou reprovar!


Abaixei minha cabeça e levantei, passando pelo professor, mas não me atrevi a olhá-lo.


Quando me aproximei da porta, Seiya me esperava, e me deixou passar primeiro, e fechou a porta atrás de nós.


TIVE VONTADE DE MATÁ-LO!


– FOI SUA CULPA! - falei alto enquanto andávamos pelo corredor.


Ele só sorria.


– Foi sua também...


– VOCÊ QUE COMEÇOU A CONVERSAR! - falei apontando para ele.


– É... mas era você que conversava de volta... poderia ter me ignorado... – ele olhou para o lado com um sorriso nos lábios.


Arrghhh...


Bufei apenas, e continuei andando.


– Vamos para o refeitório... eu estou com fome! - ele falou, e eu o olhei... suas mãos estavam na barriga.


– Seu morto de fome... - olhei para o lado.


– Ah! Morto de fome? - bateu seu ombro contra o meu. - Não foi eu que, em vez de ir para a diretoria, acabou indo para o refeitório comer no horário de aula... - disse perto de meu ouvido, e eu me virei para ele com fúria.


– COMO VOCÊ SOUBE?


– Ahn! As pessoas conversam... - ele ergueu seus braços e os cruzou atrás da cabeça, continuando a andar. Fiz um bico, nervosa.


– Eu tinha as minhas razões!


– Certo, certo...


Tive vontade de dar um soco nele!


– Baaka Seiya! - fiz uma careta para ele e corri na sua frente.


– Ei! – o ouvi gritar atrás de mim.


– Vai indo para o refeitório... eu já chego lá! - mostrei a língua para ele e voltei a correr indo em direção ao banheiro.


– Bombom! - parei ao ouvir a voz de Seiya e me voltei para ele.


– Huh? - pisquei algumas vezes, e ele me olhou colocando a mão atrás da nuca, como se estivesse pensando.


– Er... – ele olhou para baixo. - Hum... você vai fazer alguma coisa hoje? - seus olhos se voltaram para mim, receosos.


– Hai! - assenti ainda olhando para ele. Seiya pareceu um pouco embaraçado quando falara aquilo...


– Ah... hum... - passou a mão mais uma vez na nuca e olhou para baixo. - Então... tá...


Hum?


Pisquei algumas vezes, não o entendendo, e me voltei para frente.


– Eu já te alcanço! - falei alto erguendo minha mão.


Desde manhã ele está querendo me dizer alguma coisa...


Não tenho a mínima ideia do que é...


Hum... não sei...


##########


Estava parada em frente aos enormes portões da escola de Hotaru, e, por Kami...


O colégio era lindo! E... e... ENORME!


Parecia mais como uma igreja... um castelo, ou algo assim...


Mas meeeuuuu Deus do céu!


Você não se cansava de tanto observar!


Muitos carros entravam pelo portão, carros importados.


Como se podia notar... era uma escola só para gente rico...


Vi mais um carro importado entrar...


Hum...


Eu tinha tido que pegar dois ônibus para chegar ali... Tinha voltado para casa antes e trocado de roupa. Colocara uma minissaia rosinha e uma blusa branca sem mangas, combinando com uma sandália levemente alta. É, estava quente...


O sol ardia lá em cima ainda, e estava muuuiiito abafado!


UAAHH!

Estou derretendo...


Passei a mão na testa mais uma vez.


– Uahhh... que calor! - voltei a caminhar em direção aos portões da escola.


Um sorvete seria tão bom nesse exato momento...


Observei mais a estrutura do colégio e vi que havia alguns homens parados em frente à porta.


Pareciam guarda-costas.


E as pessoas que saíam de suas limusines trajavam roupas sociais, mesmo a maioria sendo de jovens, e falavam com os guarda-costas.


Estou tão empolgada!


Argh...


E estou morrendo de fome também!


Tudo que eu quero nesse exato momento é encontrar Hotaru e, depois, procurar um lugar para comer!


Comecei a subir os três degraus da escada.


Conseguira comer em casa, mas não fora o suficiente. Ah! E mama havia telefonado também, dizendo que Mando-chan estava se recuperando e que provavelmente sairia amanhã do hospital.


Graças a Kami-sama!


Comecei a me aproximar da entrada... e um daqueles homens vestindo terno -falando nisso... como conseguem ficar vestidos assim nesse calor!? - colocou a mão no meu ombro, me impedindo de andar.


– Hum? O que foi? - perguntei enquanto olhava para ele.


Seu rosto era sério demais... e tinha a cara comprida...


Eu sei... maldade falar isso... Mas parecia que ele tinha cara de cavalo!


– Cartão... - falou numa voz forte, e um clique veio à minha cabeça.


– AH! É verdade! - abri minha bolsa procurando o cartão que Hotaru havia me dado ontem.


Ela havia me falado para apresentar o cartão para quem pedisse... e por sorte eu... eu...


Hum...


Cadê...?


Eu tenho certeza que está aqui...


– Só um pouquinho! - falei revirando mais uma vez minha bolsa. - Eu coloquei ele por aqui... - mexi e mexi e me...


HUUUUMMMM?


ONDE FOI QUE EU COLOQUEI?


ERA PARA ESTAR AQUI!


Mas...


MAS NÃO ESTÁ!


E-eu tinha certeza que estava aqui...


– Calma, moço... eu coloquei hoje de manhã aqui! - abri mais minha bolsa e tudo que estava lá dentro caiu no chão.


Uah...


Meu rosto esquentou... esquentou... esquentou...


Uuaahhh kami-sama...

Que vergonha!


– Você está atrapalhando os outros! - o mesmo homem disse, e eu estiquei minha mão à sua frente.


– E-espera um pouco! Tenho certeza que está aqui dentro, moço! – me agachei no chão...


Uaahh já está tudo caído mesmo, do que adianta?


Abri mais minha bolsa e joguei tudo no chão ali mesmo...


Fiquei envergonhada quando algumas pessoas passaram por mim, me olhando de uma forma...


Meu rosto deve estar um pimentão!


Vasculhei... vasculhei... e vasculhei mais um pouco.


Mas que droga... eu não tinha colocado nessa bol...


Calma lá...


Eu...


Troquei...


De BOOOOLLLLSSSAAAAAAAAAA!


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!


COMO EU POSSO TER FEITO ISSO!?


Na hora de sair de casa, eu tinha achado que aquela bolsa que eu estava era grande demais... então, correndo, voltei para o meu quarto, peguei meu dinheiro e coloquei na outra bolsa... essa que estou usando...


E lembrar disso me fez até ter vontade de chorar!


Não acredito que fiz issoooo...


Kami-sama...


SE EU FOSSE VOLTAR...


EU TINHA QUE PEGAR OS 2 ÔNIBUS DE ANTES!


Chegar em casa... pegar o cartão...


E VOLTAR A PEGAR OS ÔNIBUS!


E... e... e ATÉ LÁ... acho que levaria muuuiiitas horas!


Olhei para meu relógio no pulso.


Já eram 16:20!


Com os olhos cheios de lágrimas e ainda no chão, me virei para o homem.


– E-eu esqueci em casa, moço... - falei bem baixinho olhando para ele.


– Ninguém entra sem o cartão... - ele falou com uma voz mais grossa e apontou seu dedo para fora. - Por favor, senhorita


E nesse exato momento... lágrimas começaram a cair.


– Ma-mas minha amiga está lá dentro... se-se o senhor me deixar, e-eu podia falar para ela vir aqui!


O rapaz olhou para o lado, atendendo outras pessoas que entravam.


– Já lhe disse... ninguém entra sem o cartão...


– Ma-mas... eu levei horas para chegar aqui... se-se for para voltar para casa para pegar o cartão, levarei mais horas ainda para voltar! É só ir no-no... - qual era o andar mesmo? - no terceiro andar, acho que é o terceiro... e... e... na sala... er... ah Kami-sama... qual era o número?


– Senhorita... está atrapalhando o caminho! - ele falou novamente. - Por favor, pegue as suas coisas e se levante daí!


Fiquei vermelha com as palavras e o tom dele.


Uah... é verdade..

Todas as minhas coisas estão jogadas...


Agachei rapidamente e comecei a catar minhas coisas, colocando tudo dentro da bolsa.


Uuuahh...

Que vergonha! Que vergonha! Por que fui trocar de bolsa!?


Levantei rapidamente e voltei a olhar para o homem.


– Por favor... minha amiga está aqui dentro... não vai demorar se o senhor...


– Cartão? - ele voltou a olhar para mim, e eu corei, negando com a cabeça. - Então não entra, com licença... - ele me puxou pelo ombro e começou a me arrastar para fora.


Uaahhh por favor... não faça isso comigo!


– Agora vá embora! – ele me empurrou para fora como se eu fosse uma intrusa, ou melhor, como um saco de lixo. Limpou as mãos e me deu as costas, voltando para o seu 'posto'.


Argh!

Eu não acredito nisso!


– SEU GROSSO! - falei bem alto mostrando a minha língua e saí correndo antes que ele me olhasse.


###########


Eu me escondi atrás de um pilar ali... e olhei novamente para dentro do colégio.


O cara de cavalo estava ali fingindo um sorriso enquanto pegava os cartões dos outros convidados.


Bléh...

Homem mais mal-educado.

O que custava me ajudar?

Argh...

Droga, droga, droga...


Me escondi novamente atrás do pilar e cruzei os braços.


Como eu poderia fazer para chamar Hotaru?


Hum...

HÁ!

CELULAR!

CELULAR!

Isso, isso! Eheh


Abri minha bolsa e peguei meu celular cor de rosa, digitando o número de Hotaru.


Agora quero ver esse cara de cavalo me segurar!


Primeiro toque.


Ah... isso... pelo menos está chamando!


Segundo toque...


Hum... vamos lá, Hotaru...


Terceiro toque!


Nada ainda... vamos para o quarto toque...


e...

hum...

Nada ainda...


E tocou mais algumas vezes.


Uaahhh Hotaru-chan não está atendendo!


O que vou fazer... o que vou fazer!?


Desliguei o celular e voltei a colocar na bolsa.


Bisbilhotei mais uma vez atrás do pilar e suspirei...


Deve ter alguma maneira de entrar ali!



######


Eu sei...


Imagino o que pensariam de mim se me vissem agora...


Uma garota... de minissaia... sandálias... subindo numa árvore e tentando alcançar a janela do colégio que está aberta.


É...

Sou eu...


Sorte a minha que não tinha ninguém ali para ver aquela cena!


Mas – encurtando a história - de alguma forma... consegui chegar na lateral do colégio.


Aqueles homens de terno nem me viram quando passei pé por pé atrás deles. E corri com fúria me escondendo atrás de uma árvore.


Quando notei que não tinha ninguém por perto. Observei o colégio e vi uma... APENAS UMA janela aberta.


E olha que sorte...


Os galhos da árvore chegavam bem perto!


AH-AH-AH-AH!


E então comecei a dar uma de ninja aqui...


Tirei minhas sandálias, segurei-as com a boca, e me agarrava naquela árvore grossa para chegar até a janela.


Eh... eh... eh...


Eu... sou um gênio...


Eh eh eh!


Agora a única coisa que me faltava era subir no galho!


Apertei bem forte meus joelhos contra a árvore para me segurar e fui indo... de pouquinho em pouquinho...


Sério, cheguei até a babar, porque segurava as sandálias com a boca... e bem... como minha boca não estava totalmente fechada... pelo esforço... er... já sabe, né?


Mas então continuei firme, me aproximando da janela.


Eu sempre quis entrar nesse colégio... e, além do mais, estou morrendo de fome! E, por kami... TARU-CHAN ESTÁ ME ESPERANDO!


Eu não poderia voltar para casa!

Levaria muito tempo!

E eu estava ali... então tinha que dar um jeito, né?


Foi quando, quase me aproximando, meu joelho escorregou, e meu corpo foi todo junto.


– AAAHHHH! - gritei com as sandálias entre os dentes, mas, por sorte, minhas mãos seguraram firme o galho.


Aahhh Kami-sama!

Kami-sama!

Kami-sama!

Kami-sama!


Um frio correu pela espinha...


Senti que um dos laços de meu cabelo estava preso num galhinho... e itai, itai, itai, itai! Meu cabelo! Estava doendo!


Mas o pior era tentar não olhar para baixo!


Não olhe para baixo Usagi... não olhe para baixo...


Abri meus olhos só um pouco...


E...


UUAAHHHH!

Que alto! QUE ALTO!!!

UAH! UAH! UAH!


Voltei a olhar para cima.


O que fui fazer? O que fui fazer?


Uaahhhhhh... minha ideia de gênio não foi tão boa assim!


Uaahhhhhh...


Alguém me ajuda!


Tentei me segurar mais forte, mas minhas mãos estavam escorregando...


– UAAHHHH! - gritei abrindo minha boca, e minhas sandálias caíram.


Eu sou muito jovem para morrer!


Senti até lágrimas nos olhos.


– Ei! - ouvi uma voz abaixo de mim, e olhei. - O que você está fazendo aí em cima? - disse uma garota me olhando de uma forma estranha.]


E bem, só podia mesmo!


EU PARECIA UMA DOIDA!


TODA DESCABELADA E PARECENDO UM MACACO SE SEGURANDO NAQUELA ÁRVORE!


Foi quando minha mão fraquejou e olhei rapidamente para cima. O laço arrebentou e uma parte de meu cabelo se soltou do odango.


– Kami-sama...


Meus dedos começaram a deslizar um por um... e..


Uaah... não aguento mais...


Larguei.


– UUUUUUUUUAAAAAAAAAAAHHHHHHH! - gritei enquanto caía.


COMOOO EU SOUUU BUURRAAA!


– Off!– meu corpo bateu contra um corpo.


Hum?


Eu não caí no chão?


Abri meus olhos e me encontrei com olhos verdes me fitando, surpresos.


Pisquei algumas vezes.


A menina me olhou novamente de forma estranha.


O cabelo dela era castanho preso num rabo de cavalo bem alto na cabeça... e, uuaahh, ela era linda!


– Vo-você me pegou? - falei para ela, notando que eu estava em seus braços. Ela assentiu, ainda me olhando estranhamente. UAH! Ela me pegou mesmo! - Nooosssaa! Como você é forte! - realmente! Pela altura em que eu estivera provavelmente eu e ela estaríamos caídas no chão! Estendidas! Sugoi! Não sabia que existia uma menina tão forte assim!


O rosto dela corou e ela olhou para o lado, me colocando no chão.


E uah! Ela era alta também!


– E como você é alta! - sorri ainda olhando para minha salvadora! E não pude deixar de sorrir com minhas mãos apertadas à frente do corpo, acho que a deixei um pouco embaraçada, pois seus olhos não conseguiam se encontrar com os meus. Eu ri um pouco. - Muito obrigada! - ela abaixou a cabeça ainda vermelha, depois voltou a me olhar seriamente.


– O que você estava fazendo lá em cima? - sua voz era brava, e eu fiquei um pouco envergonhada, olhando para baixo e apertando mais minhas mãos.


– Er... estava tentando entrar... – Ai, que vergonha!


– A entrada fica logo à frente... por que não tenta por lá!? – ela disse e começou a se afastar.


Pisquei algumas vezes, a seguindo com o olhar.


Ela vestia uma calça preta e uma blusa verde, seus tênis estavam um pouco sujos. Eu limpei minha saia e corri atrás dela.


– E-eu tentei entrar... mas não me deixaram... - fiquei ao seu lado, e ela suspirou colocando as mãos nos bolsos.


– Você é penetra? - ela murmurou, e eu corei, corei muito.


– NÃO, NÃO! - falei para ela, apertando minha bolsa. - E-eu esqueci meu cartão em casa! E, se eu voltar agora... posso perder muita coisa aí dentro... e, bem... minha amiga está me esperando... eu falei para ela que viria... - olhei para o lado, me sentindo um pouco chateada.


– Então... ia dar uma de penetra! - corei quando ela falou isso e abaixei minha cabeça.


– Nã-não era minha intenção... só i-iria falar com minha amiga... e depois eu iria apresentar o cartão novamente... - quando a olhei, ela me olhava com um sorriso e depois olhou para os meus pés.


– Suas sandálias continuam ali... - ela apontou para o lado, e pisquei algumas vezes. Olhei para onde ela apontou, e elas estavam realmente ali, mas... eu achava que já estava com elas... olhei para meus pés e vi que estava descalça.


– AH! – corri, peguei minhas sandálias e comecei a calçá-las. - Arigatou... - murmurei olhando para baixo.


Argh... será que ela vai me denunciar?


E, bem, ela tem razão... eu estou dando uma de penetra... e... EU POSSO SER ATÉ PRESA!


Kami-sama...


Já pensou que vexame?


Posso até imaginar a notícia no jornal de amanhã...


"Garota macaco tenta invadir colégio feminino durante festival...”


Uaahhhh!

Que terrível!

QUE TERRÍVEL!


Coloquei a mão no rosto.


– Tome... - ela falou, e eu a olhei. Ela tinha um passe estendido para mim.


AH?


Arregalei meus olhos.


– Pa-para mim? - pisquei algumas vezes, não acreditando que ela estava me oferecendo o cartão. Ela assentiu e parecia um pouco envergonhada. E, com o coração na mão, corri até ela novamente, pegando sua mão. - Mu-muito obrigada! - corei feliz. Ela era tão bondosa! - Você me salvou duas vezes! - apertei meus olhos, sentindo felicidade, e voltei a olhá-la. Ela estava corada e coçava o rosto.


– Tente entrar pela porta desta vez... - e partiu, indo para o outro lado.


Fiquei tão feliz... mas tão feliz...


– MUUUIIITTTOOO OBRIGAAADDAAAA! - ela ergueu os ombros surpresa, e eu sorri, correndo de volta para a entrada.


Tão gentil!


TÃO GENTIL MESMO!


Só faltei abraçar o cartão.



########


Então, depois de penteada – estou com os cabelos soltos... meu elástico arrebentou - um pouco mais limpa... e ainda suada...


Voltei para frente do colégio.


############


– Noossa...


Disse isso pela terceira vez olhando tudo ao meu redor.


Todo o colégio estava enfeitado e tinha muita... mais muita gente...


e... eu quase não acreditei quando vi...


Tinha muita comida!


AAAHH!


Apertei minhas mãos na frente do corpo com os olhos brilhando.


– Suugoi...– meu estômago deu um grito contente, e coloquei minha mão em cima da minha barriga. - Calma... vamos achar Taru-chan primeiro. Depois... eheheh... depois atacamos... - sorri feliz olhando tudo ao meu redor.


Uahhh Deve ser ótimo estudar aqui!


Bem, não estudar “estudar”...


Mas fazer parte desse colégio!


ESSE LUGAR PARECE UM PALÁCIO!


Caminhei pelo corredor lotado de pessoas e fechei os olhos, sentindo o cheiro de comida no ar.


Ahhhh que coisa boa...


Havia alguns cartazes mostrando o que tinha em cada andar...


O primeiro era o melhor de todos: a parte da comida! Havia várias alunas em suas salas, e até mesmo “barraquinhas” no pátio que vendiam comida.


No segundo andar encontrava-se parte da diversão. Eu iria ali depois com certeza!


No terceiro acho que era onde Hotaru estava... e era alguma coisa de karaokê e outras coisas variadas.


E, no último andar... hum... parecia que logo começaria o teatro.


Hum...


Sugoi!


Ao passar pelo corredor, pude ver pelas janelas que lá, bem longe, acho que numa quadra poliesportiva, tinham várias pessoas dançando, todo mundo vibrando com a música. Pude ver alguns raios de luzes.


Nossa... tinha muita gente mesmo! Não sabia que seria lotado dessa forma!


#######


O lugar era imenso!


E, por Kami-sama...


Eu acho que estou perdida...


Consegui encontrar a escada para o próximo andar... mas comecei a andar por ali mesmo e acabei me perdendo!


Olhei para o relógio.


Já eram 17:15.


Kami... onde será que está Hotaru?


Se pelo menos eu lembrasse onde era o andar dela!


– Bump! - bati com tudo na cabeça de alguém.


– Ai! - a outra disse, e eu abri meus olhos.


Minhas pernas tremeram quando a vi.


Seus olhos brilhantes piscaram e ela abriu um sorriso.


– Tsukino-san! Você está aqui também! - disse ela com um sorriso encantador, e uah... quase caí.


– Hi-Hino-san...


Ela estava segurando alguns folhetos em seus braços, e vestia uma saia vermelha que ia até seus joelhos, a sua blusa preta estava bem apertada. Seus cabelos negros estavam presos num rabo de cavalo... e ela ainda sorria.


– Kon-konnichiwa! - falei abaixando minha cabeça, e novamente um frio correu por minha espinha.


Uaah... que vergonha...


Que vergonha...


Entre tantas pessoas, fui bater nela!


E-e, aliás, o que ela estava fazendo aqui?


– Tome! - disse me entregando um folheto. - A minha sala irá se apresentar daqui há alguns instantes no quarto andar! Se você estiver interessada em assistir, por favor... venha!


– Huh? - pisquei algumas vezes a olhando e voltei para o folheto. A peça era sobre “Romeu e Julieta”, e o nome de Hino estava ali como... huh? Diretora? - Huh? - olhei novamente para ela. - Sua sala?


– Hai! Eu estudo aqui também... - engoli em seco. - É um prazer vê-la novamente! Espero que esteja se divertindo!


Como ela pode ser tão gentil assim?

Uaahh... estou me sentindo tão suja novamente...

Cada vez que ela fala alguma coisa eu me lembro de Mamoru me beijando...

Se ela souber a verdade... vai me odiar... vai me odiar... aaahhhh...

Aaahhhh...

E imaginar que Mamoru é casado com ela... Kami... meu coração dói ao pensar nisso...

Eu aqui achando que, se estivesse nesse festival, poderia esquecer sobre tudo isso, e ela aparece com esse enorme sorriso...

Sou a pior pessoa desse mundo!


– Você... Mamoru... - ouvi suas palavras e arregalei meus olhos.


Meu coração acelerou incontrolavelmente no peito.


Ela já sabia...

Ela já sabia?


– DESCULPE POR TUDO, REALMENTE NÃO SABIA QUE ELE ERA CASADO, NÃO SABIA MESMO! ACONTECERAM COISAS ENTRE NÓS, MAS NÃO SE PREOCUPE, NÃO VOLTARÁ A CONTECER! POR FAVOR, ME DESCULPE! - falei muito rápido e abaixei minha cabeça.


Minhas bochechas queimaram...


Kami-sama...

O-o que é que eu falei?

O QUE É QUE EU FALEI?

EU JÁ ME DENUNCIEI!

AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!

EU E MINHA BOCA GRANDE!

Por que eu falei isso?

POR QUE É QUE EU FALEI ISSO?!

Um dia ela teria que saber, é claro...

MAS POR QUE EU FUI FALAR AGORA?

POR QUE FOI FALAR, USAGI!

SUUUUAAAA IDIOTA!


Meu corpo começou a tremer.


– Huh? – a ouvi falar e apertei meus olhos bem forte. Ela devia estar brava... ela devia estar brava! - O que você está falando? - corei muito, mais muito mesmo, e pouco a pouco levantei meus olhos para ela.


– Nã-não era isso que vo-você estava fa-falando? E-eu... e-e... Ma-Mamoru?


E, de repente...

... ela começou a rir... mas não ria baixinho não, ria BEM ALTO!


Como se fosse uma garota descontrolada, e o rosto dela estava começando a ficar vermelho enquanto ela ria.


E...

Hã?

O-o que ela tinha?


– AHAHAHAHAHAHAH! - ela estava rindo porque estava braba?


– HIIINNOOO! - ouvi a voz de uma garota e olhei para trás.


Vinha correndo com as bochechas vermelhas, seu cabelo era loiro e bem comprido também, e estava solto, mas com uma faixa alaranjada na cabeça. Sua saia era da mesma cor e... era mais curta que a minha! Sua blusa branca deixava a sua barriga de fora.


A maioria dos homens tinham seus olhos nela!


Quando se aproximou de Hino, ela tinha a respiração acelerada, e seus olhos azuis brilhavam com euforia.


– Hino... Hino... - disse por entre ofegos.


– Ahh... que foi, Aino? – eu pisquei algumas vezes, pois a morena não mais sorria, seu rosto estava completamente mudado, num ar de chateação, e engoli em seco.


– Hiinooo... - a garota colocou os braços dela em volta do pescoço de Hino e a abraçou. Corei com o jeito da menina, e Hino também corou violentamente, a empurrando.


– FALEI PARA VOCÊ NÃO FAZER ISSO, AINO!


A loira tinha ainda os olhos brilhantes e colocou as mãos na frente do corpo, como se orasse.


– Hiinooo... ele está aqui... ele está aqui... - disse ela sonhadora, e eu pisquei mais algumas vezes. Elas deveriam ser amigas.


– Droga, Aino... por que não está me ajudando a entregar os folhetos? - disse Hino nervosa, e a loira rodopiou olhando para ela.


– Diga como estou! Diga como estou! Ficou bem para mim? - ela provavelmente estava mostrando a roupa, e tinha ainda seus olhos sonhadores.


– AINO, ESTOU OCUPADA! - disse Rei entregando os folhetos para algumas pessoas que passavam pelo nosso lado.


– Ahhh... Hiinnoo... mas olhe... olhe como estou? - Rei continuou a ignorá-la e vi os olhos de Aino ficarem tristes. - Será que ele vai gostar? - ela devia estar esperando por alguém, por isso agia assim.


– Não se preocupe... - falei sorrindo, ainda com o rosto queimando. Aino piscou algumas vezes e me olhou. - Você está muito bonita! - parece que foi questão de menos de um segundo para o sorriso dela crescer de novo.


– ACHA MESMO? - disse bem empolgada com suas mãos cruzadas na sua frente, e eu ri com seu jeito.


– Hai! – assenti. Os olhos dela mudaram, e ela abriu seus braços, vindo para cima de mim.


– Ohhhh... você é tão gentil! - ela me abraçou, e meu rosto queimou! Uaah!!– Você é muito mais supermegahiper gentil do que a Hino... – ela se afastou só um pouco, ainda sorrindo.


– Cala boca, Aino, e dá o fora daqui... - Rei falou, mas a loira não disse nada, ainda me olhando.


Fiquei sem saber o que falar.


– Não sei quem você é... – ela disse me olhando por algum tempo... e logo se afastou bruscamente de mim, e eu pisquei, surpresa com sua reação. - Meu nome é Aino Minako! Pode me chamar da forma que desejar! - disse sorrindo tão alegremente que não pude de deixar de retribuir o seu sorriso.


– Tsukino Usagi... - estendi minha mão para ela, que parecia ser tão... energética! - Então vou chamá-la de... hum... Mina-chan! - ela piscou algumas vezes, como se não acreditasse em minhas palavras, e apertou minha mão bem forte.


– Hai! Hai! Hai! - eu ri novamente e me voltei para Hino.


Novamente meu coração acelerou quando me lembrei do que eu havia falado... e voltei a corar.


– Ela está corando... uaahh tão kawaii! - Minako disse tocando meus ombros, sorrindo. - Ela tem uma queda por você, Hino? - corei quando ela falou isso, e vi que Hino também corou.


– NÃO DIGA COISAS ABSURDAS, AINO!


– VOCÊ ESTÁ ENGANADA, ENGANADA! - falei rapidamente junto com Hino, negando com a minha cabeça.


Uah... que vergonha!


Respirei fundo e olhei seriamente para Hino.


– Sinto muito mesmo, Hino-san... - abaixei minha cabeça, me sentindo a pior pessoa. Ela não disse nada, mas, quando a olhei, ela sorria de outra forma, mais naturalmente.


– Não precisa fazer isso, Tsukino-san - disse balançando sua cabeça. - Ahh... Mamoru é tão idiota às vezes... - tocou a cabeça como se estivesse cansada e olhou para mim, sorrindo. - Nossa relação não é nada disso que você está pensando!


Pisquei algumas vezes. Como assim? Ela era esposa dele!


– ELE VEM VINDO! - o grito de Mina me assustou e eu a olhei, seus olhos azuis brilhantes fitavam atrás de mim, e ela tinha as mãos perto da boca. Pisquei algumas vezes e olhei lentamente para trás.


Argh... não acredito...


Lá longe, no corredor, vindo até nós...


Estava ele... no meio de seus amigos...


Josh e Nathan estavam ao seu lado direito, Mike e o outro estavam ao seu lado esquerdo...


E, por onde o maldito passava, as garotas suspiravam, e pareciam até que havia corações pulsando em seus olhos.


Droooga...

Me diga por que...

Tá... essa é a escola da irmã dele, e é claro que ele viria... mas poxa!

Precisávamos nos encontrar justo agora?

Argh...


Seus olhos estavam em mim, surpresos no começo, mas logo voltaram ao normal. E parecia que ele caminhava em minha direção...


Não... Não apenas parecia...

ELE ESTAVA CAMINHANDO EM MINHA DIREÇÃO!


Vestia uma calça jeans escura, suas mãos estavam nos bolsos, a camiseta preta sem mangas estava um pouco aberta no peito, e vi que ele estava com sua corretinha.


Argh...

Então era ali onde guardava a aliança dele...

Como não pude perceber isso antes?


Aquela irritante mexa de cabelo estava na frente de seus olhos azuis escuros.


Por que ele não corta logo aquela coisa? Por que me irrita!

Argh... eu tenho vontade de tirá-la dali...

Ugh... não começa, Usagi, a ter recaída!

Não olhe para ele, olhe para o outro lado.


Vi ali um casal sorridente com seus dedos entrelaçados.


Não olhe para isso...


Me voltei para ele...


E, ugh... ele não desviava seus olhos de mim. Nem por um segundo...


Olhe para outra coisa... outra coisa!


Er...

Hum...

NÃO!
NÃO PARA AS CALÇAS DELE!

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, USAGI?

UUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!


Olhei nervosamente para o lado.


Uaahhh meu rosto... está queimando!

Por que EU ESTAVA OLHANDO AS CALÇAS DELE?

UAAHHH! SUA HENTAI!

É o sonho de hoje de manhã... com certeza é culpa do sonho!

Argh...

Ele me deixa nervosa, esse estúpido mentiroso!


– Bunny-chan! - pisquei algumas vezes e vi Josh com um enorme sorriso e com seus braços abertos. - Você está aqui também... isso é óti... - vi Mamoru erguer sua mão direita e socar com tudo o rosto de Josh, que foi jogado para o lado.


Pulei, assustada com o seu ato, mas ele continuou caminhando em minha direção... como se nada tivesse acontecido, e parou bem à minha frente.


Idiota...


Sua colônia brincou com meus sentidos, e eu inconscientemente andei um passo para trás, me afastando do infeliz.


Konnichiwa... - sua voz fez minhas pernas tremerem, e uaah... todas aquelas sensações voltaram a brotar dentro de mim.


Não acredito nisso...

Não acredito nisso!

Você tem que odiá-lo!

ODIÁ-LO!


– Konnichiwa, Chiba-san! - ouvi a voz de Aino. - Konnichiwa, Mike! - falou ainda mais animada e começou a acenar para o rapaz freneticamente.


– Itai, Mamoru... por que me bateu? - Josh apareceu atrás do grupo, passando a mão no rosto.


Olhei para Mamoru, e ele me fitava...


Uahhh...


Corei mais um pouco.


A esposa dele está ao meu lado e esse cretino continua me olhando!


“Nossa relação não é nada disso que você está pensando”, a voz de Hino voltou a minha cabeça.


Como assim?


– Chegaram bem na hora! Minha peça de teatro vai começar em breve! - Rei ficou mais do meu lado e começou a entregar os folhetos para os rapazes. Mamoru não pegou, e eu olhei para baixo.


Desgraçado... miserável!

POR QUE ESTÁ ME OLHANDO?

ELE NÃO VÊ QUE A ESPOSA DELE ESTÁ AQUI?

IMAGINE O QUE DEVE SER CASAR COM UM CARA COMO ELE...

Argh... Hino deve sofrer muito...


– Peça de teatro? - ugh... a voz dele me fez tremer novamente. Senti seus dedos tocarem meu pulso e pulei com o contato.


Ele ergueu lentamente minha mão e ficou lendo o folheto dali.


Corei, corei muito...


De raiva!


DESGRAÇADO... MISERÁVEL!

OH, meu Deus...

O que Hino vai pensar de mim!?


– Se vocês quiserem, deixarei alguns lugares reservados! - Rei continuou a falar, e eu a olhei.


Por Kami-sama!

Ela não tá vendo o marido dela me tocar?

ELA DEVERIA ESTAR COMPLETAMENTE INDIGNADA POR ELE NÃO PEGAR O FOLHETO DAS MÃOS DELA... E SIM DA MINHA!

Mas... mas...

Qual é a relação deles?


– Sim, Hino... eu quero assistir... - Mamoru falou bem perto de mim, e argh... o calor de sua mão estava me matando!


Puxei com força meu pulso da mão de Mamoru, e ele me olhou surpreso.


– Você também vai assistir à nossa peça, Mike? - ouvi Mina falar com esperança, mas não ouvi Mike responder. Meus olhos voltaram a parar em Mamoru... e ARGH!


Não olhe para ele!

NÃO OLHE PARA ELE!


Olhei para meus pés.


O que esse idiota tanto olha?

Argh...

Eu quero tanto bater nele...


– Preciso distribuir os folhetos, depois nos encontramos no teatro! - vi Hino começar a se afastar, e pisquei algumas vezes.


Para onde ela está indo?


– São 7 lugares, Hino-san! RESERVE 7 LUGARES! - Josh falou alto.


Voltei a olhar de soslaio para Mamoru, e ele continuava ainda ali.


QUAL O PROBLEMA DELE?

COMO PODE SER TÃO CANALHA ASSIM?

A ESPOSA DELE ACABOU DE SAIR!

Vai atrás dela Mamoru... vai!

Não fique aqui parado!


– Minako-san, Mizuno-san está onde? - aquele de cabelos loiros presos num rabo de cavalo disse, mas Mina parecia que não o estava ouvindo, apenas tinha seus olhos brilhando para Mike. - Minako-san! - ela suspirou e ficou ao lado de Mike, sem deixar de olhá-lo.


– Ela... hum... provavelmente esteja na... hum... biblioteca... Zack... - ela parecia apaixonada, e pisquei algumas vezes.


Acho que bem apaixonada...


– Ah... - ele assentiu e começou a se afastar de nós.


Então o nome dele era Zack...


Me voltei para Mamoru.


– E-eu preciso encontrar Hotaru... e-ela está me esperando... - murmurei me afastando um pouco daquele grupo.


– Sabe onde fica a sala dela? - Nathan disse apoiando seu braço no ombro de Mamoru, e vi Josh ficar ao meu lado com um enorme sorriso. Eu neguei com a cabeça.


ARGH...

Deveria ter falado que sabia...


– Eu posso ajudar você, Bunny-chan... - disse o loiro sem deixar de sorrir. Como pode sorrir tanto?– Eu conheço esse colégio como a palma da minha mão...


Nathan riu e balançou a cabeça.


– Não sabia que você estudava aqui, garotinha... - olhou ironicamente para Josh, e o loiro apenas sorriu com um ar de deboche.


– Não estudei... mas conheci algumas garotas daqui... - sorriu colocando a mão no seu rosto, como se estivesse orgulhoso.


– Mike... gostaria de olhar a nossa sala? - ouvi a voz de Mina, e as suas mãos já estavam no braço de Mike. Ele não parecia tão atento a ela.


– Então... quer que eu te leve? - vi Josh erguer sua mão e se aproximar de mim. - Bunny-chan... - seus dedos estavam próximos de mim quando Mamoru agarrou sua mão e o puxou, empurrando-o contra o Nathan.


– Tire ele daqui, Nathan, antes que eu o mate... - Mamoru falou olhando para seu amigo, e uaahhh, meu coração começou a disparar por ele.


Isso é idiotice...

Idiotice!


– Ouch, Mamoru! Você está violento hoje! - Josh falou com uma voz dolorida, e Nathan o segurou pelo ombro.


– Vamos comer alguma coisa, J.J? - Nathan falou sorrindo, começando a puxá-lo.


– Nathan, não estou com fome ainda! – o vi tentar se livrar de Nathan, e seus olhos se voltaram para mim. - Você está com fome, Bunny-chan?


Pisquei algumas vezes e assenti levemente. Nathan o puxou novamente.


– Preciso de uma companhia agora, J.J.... o que acha? - Nathan continuou sorrindo enquanto o puxava, e pisquei algumas vezes.


– Quer que eu te leve? - meu corpo se arrepiou quando ouvi a voz de Mamoru, e me voltei para ele. Seus olhos estavam em mim... sérios... e uah... faziam minhas pernas tremerem.


– I-iie... eu vou encontrar sozinha – me virei para Minako, e ela ainda continuava sonhadora segurando firme o braço de Mike. - Foi um prazer conhecê-la, Mina-chan! - quando eu disse isso, ela piscou algumas vezes e me olhou. - Espero vê-la novamente... – acenei, e ela sorriu, assentindo.


– Haiiiii Usagi-chan! - sorri pela forma como ela me chamou.


Olhei rapidinho para Mamoru e dei as costas para ele, me afastando, entrando no meio da multidão.


Eu precisava me afastar dele...

Cada vez que eu o olhava... eu lembrava de...


“minha esposa”


E isso me dava vontade de chorar...


E sem esquecer também o que Mando-chan dissera...


Usada por Mamoru...


Argh...

Idiota...

Idiota...

Eu sou tão idiota...

Mamoru é tão idiota...

Argh...

Que vergonha...

Mamoru segurou meu pulso bem na frente de Hino!

Kami-sama...

O que ela vai pensar de mim...?


Mas... o que mais me perguntava... era qual era essa relação entre eles.


Eles são casados, não são?

Então por que Hino me dis...


Senti uma mão quente em meu braço, e uaah... me arrepiei...


– Lado errado, Odango... - a voz de Mamoru soou perto de meu ouvido, e o senti me puxar para outro corredor.


Uaahhh parece que meu braço queimou!


– La-LARGA, MAMORU! - corei muito quando livrei meu braço de sua mão e o olhei. Seus olhos pareciam que estavam grudados em mim.


Argh... credo...

Já está quente...

E ficar perto de Mamoru me deixa ainda mais quente!


– Nã-não preciso de sua ajuda... - ele abriu um pouco os lábios, e seus olhos ficaram semiabertos. - E-eu sei para onde estou indo! – me voltei para frente com o rosto queimando.


Uah...

Só de olhar para ele fico com falta de ar!


– Hum... - fechei um pouco meus olhos.


Deus... como posso me sentir tão atraída por esse idiota...?


Ele é tão...

Tão...

ARGHHHHH!!!!!


Senti algo mexer no meu cabelo e abri meus olhos. Me virei nervosa para ele.


Mamoru levou seus dedos à minha frente e vi que ele segurava uma folha seca.


– Gostaria de saber onde você esteve - corei quando ele falou isso e me voltei para frente. - A sua saia também está suja...


Uaahhh meu rosto está queimando!


– Nã-não lhe interessa... - murmurei limpando com fúria minha saia, me lembrando da “aventura” em cima da árvore.


Voltei a caminhar, e vi que ele continuou a me seguir.


Estava silencioso entre nós...


E urgh... esse silêncio me deixa nervosa...


– Seus cabelos são tão compridos...– ouvi sua voz num sussurro e o olhei. Vi seus olhos fitando meus cabelos, como se realmente analisassem o tamanho de cada fio, mas logo se voltaram para mim. Meu rosto queimou mais um pouco, e olhei para o lado.


– Sa-saia daqui, Chiba... não quero você perto de mim... - falei com uma voz amarga e enrolei meu cabelo, colocando sobre meu ombro.


– Está com medo de não se segurar? - olhei para ele. Seu rosto estava sério e não tinha aquele sorriso idiota.


– Argh... me deixa em paz, Chiba... - murmurei andando um pouco mais rápido, deixando-o um pouco para trás, mas logo ele apareceu ao meu lado, me acompanhando. - Por que você não vai atrás de Hino-san? - meu corpo está tremendo de raiva!


– Hum... e por que eu faria isso? - nossas mãos se esbarram por um momento, e eu corei, me afastando um pouco mais dele.


– Ah... deixe-me pensar... - olhei para cima irônica e me voltei para ele. - Talvez porque ela seja sua esposa... - o fitei firme, e pisei forte.


Idiota...

Idiota...


– Hino-san deve estar ocupada no momento... e bem... não estou muito a fim de ir atrás dela agora... – ele disse isso assim... como se não fosse importante, e eu apertei minhas mãos com raiva.


– Você é um cretino, sabia!? Mesmo estando casado, você ainda tem a capacidade de vir atrás de qualquer uma! - achei uma escada e comecei a subir com rapidez, e o desgraçado continuava na minha cola.


– Você não é qualquer uma... - argh! Meu rosto não para de queimar!– Você é minha Usako... - não diga essas coisas, Mamoru! EU TENHO QUE ODIAR VOCÊ!


– Você é casado, Mamoru! - olhei para os lados, evitando fitá-lo. - Por que não vai aproveitar o tempo com ela, em vez de ficar me seguindo!? E, aliás... até que vocês fazem um belo par... - minha boca desandou, e olhei para o lado rapidamente.


O que é que eu falei?

O QUE É QUE EU FALEI?

ISSO NÃO ESTAVA NOS PLANOS DE SER DITO!


– Hum... - meu rosto está fervendo! Ahh droga... onde fica a sala da Hotaru!?– Por acaso... você está com ciúme? - meu corpo inteiro paralisou, e eu me voltei com fúria para ele.


Fiquei na ponta dos pés para fitar seus olhos... mas, mesmo assim... ele era muito alto.


Kami... tão alto...


– Ciúme? CIÚME? VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA! POR QUE EU TERIA CIÚMES DE UM RETARDADO COMO VOCÊ? - fiz um bico enquanto olhava para ele. Olhos nos olhos.


Ele fitou meus lábios e voltou para meus olhos.


Desci da ponta dos pés e olhei para o lado.


Arrghhh... meu rosto não para de queimar!

UUUAAHHH!

Mordi meus lábios, droga... o que há de errado comigo?


– Você fica tão linda nervosa...


Meu corpo tremeu e eu apertei minhas mãos.


– Seu miserável, pare de me...


– Eu quero tanto te beijar... - ele falou assim... sem mais nem menos, e eu me voltei para ele com os olhos arregalados. - Muito mesmo...


Seus olhos estavam em mim, e senti seus dedos tocarem meu queixo.


Fiquei com falta de ar.


Tremi com o contato, mas logo bati na sua mão para afastá-lo de mim.


– VÁ SONHANDO! POR QUE ISSO NUNCA MAIS VAI ACONTECER! - gritei dando minhas costas para ele e voltando a caminhar, pisando forte no chão.


Retardado... idiota...

BEEEESSSSSTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!


Senti o calor de sua mão no meu braço novamente, e ele me puxou de volta. Quase esbarrei em seu peito.


– Se você não me soltar nesse momento eu vou abrir um berreiro! - falei por entre os dentes, e Mamoru continuou sério enquanto olhava todo meu rosto.


– Ainda estou muito nervoso com você, Usako... por causa de ontem. Então, para o seu próprio bem, é melhor não fazer nada...


Me arrepiei quando ele falou isso, e fechei meu cenho.


– E você acha que tenho medo de você?


Bem... tenho... só um pouquinho... Mas ele não precisa saber...


Mamoru não falou nada novamente, e eu puxei meu braço do seu aperto, mas ele não me soltou.


– Solte-me... - mordi meus lábios com raiva.


Argh... meu corpo está tocando o dele, o seu calor é tão reconfortante...

E Kami-sama... seus olhos... gosto tanto de olhá-los...


Senti o calor da sua respiração em minha boca e inconscientemente lambi meus lábios.


ODEIE ELE!

NÃO CAIA EM TENTAÇÃO!

LEMBRE QUE ELE É CASADO!

LEMBRE QUE ELE TE USOU!


– Usako... - ele murmurou e começou a se aproximar. Meu corpo inteiro paralisou.


Entreabri meus lábios e fitei intensamente seus olhos.


Senti o calor de sua boca perto da minha, e faltava só alguns milímetros para nos beijarmos.


Não... eu não vou deixá-lo me beijar...

Mas droga...

Eu quero tanto...


Virei meu rosto para o lado e o olhei de soslaio.


– Eu falei que isso não vai acontecer...


– Mamoru! - ouvi uma voz vinda de trás dele, e os olhos de Mamoru se afastaram de mim, assim como seu aperto, e ele olhou para trás. - Você por acaso viu a... Usagi-chan! - Hotaru apareceu piscando surpresa.


– Taru-chan! - me afastei mais de Mamoru e caminhei até ela. - Estava procurando por você!


Ela estava com um lindo vestido cinza que ia até seus joelhos, e tinha um enorme sorriso.


– Estava preocupada com você! Achei que estivesse perdida!


– Er... na verdade... eu não estav...


– Ela estava perdida... - Mamoru falou atrás de mim, e o olhei com raiva.


– Ahahaha... - Hotaru riu colocando a mão na boca, e eu corei, me voltando para ela.


– Gomen ne... demorei muito para chegar aqui...


Ela negou com a cabeça e pegou minha mão.


– Está tudo bem, fico feliz por você ter vindo! Venha, deixa eu te mostrar a minha sala... - começou a me puxar e logo parou. Voltou-se para Mamoru e pegou a mão dele. – Vamos, Mamoru... quero que você veja também!


Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoal? O que acharam? Bem, sejam gentis e, por favor, nos deixem saber o que estão achando!
Bjs da Ana-chan